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Como plantar batata-doce
Como plantar batata-doceEm função da amplitude de ambientes em que pode ser plantada, a batata-doce está presente de norte a sul do Brasil e seu cultivo é viável ao longo de todo o ano na maior parte do país. Os últimos dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE indicam que, em 2017, foram colhidos 53,5 mil hectares de batata-doce no Brasil. A área colhida, que vinha caindo nas últimas três décadas, voltou a crescer em 2012, quando a curva apresentou uma inversão e tem se mantido ascendente (Figura 1).
Figura 1 – Área colhida de batata-doce no Brasil, em hectares.
Fonte: Produção Agrícola Municipal (PAM), IBGE (2018).
A produção total, que oscilou muito no mesmo período, mas sempre com tendência de queda, também apresentou aumento a partir do ano de 2012, atingindo em 2017 um valor de 776,3 mil toneladas (Figura 2). O aumento da área colhida e da produção total reflete a demanda por raízes de batata-doce no mercado nacional.
Figura 2 – Produção total de batata-doce no Brasil, em toneladas.
Fonte: PAM, IBGE (2018).
A produtividade média nacional da batata-doce tem apresentado uma curva ascendente ao longo dos anos, com um valor de 14,5 t ha-1 em 2017 (Figura 3). Apesar da tendência crescente, o Brasil ainda ocupa a 34a posição nesse quesito, com produtividade bem inferior à dos principais países produtores como, por exemplo, Senegal, com produtividade de 35,4 t ha-1 (FAOSTAT, 2018). No Brasil, o aumento da produtividade da cultura é um reflexo da adoção de tecnologias de produção recomendadas para cultura, além do uso de cultivares com maior potencial produtivo e utilização de mudas sadias para implantação da lavoura, que é responsiva ao uso de práticas de produção adequadas.
Figura 3 – Produtividade média de batata-doce no Brasil, em kg/ha.
Fonte: PAM, IBGE (2018).
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Tecnologias Embrapa
Tecnologias Embrapa
Conheça as cultivares de batata desenvolvidas pela Embrapa
Publicado: 21/12/2023
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Temperatura
TemperaturaA temperatura é um dos fatores que mais afetam o crescimento e o desenvolvimento da planta e tanto as altas temperaturas quanto as baixas causam danos irreversíveis à produtividade e qualidade das raízes tuberosas, comprometendo a rentabilidade do agricultor. Isso ocorre devido às mudanças fisiológicas como na síntese hormonal (Ravi; Indira, 1999) e na fotossíntese.
A temperatura ideal para o crescimento e desenvolvimento da batata-doce é de 30 ºC / 20 ºC (diurna/noturna). O aumento da temperatura favorece o crescimento das ramas e aumenta o número de nós nas ramas, enquanto que a temperatura média ótima para o desenvolvimento da área foliar, da biomassa total e da raiz tuberosa é de 25,5 ºC (Gajanayake et al., 2015), e temperaturas superiores a essa reduzem a biomassa da raiz tuberosa (Figura 1), em detrimento de folhas e caule (Tabela 2). Echer et al. (2009) observaram que sob temperatura média de 26,2 ºC durante o ciclo de cultivo (máxima média de 31,9 ºC e mínima média de 20,6 ºC) houve um acúmulo total de 15,4 t/ha de matéria seca, sendo 40,7% alocada nas raízes tuberosas (6,29 t/ha), 31,5% nas ramas (4,87 t/ha), 22,8% nas folhas (3,52 t/ha) e 5% na raiz fibrosas (0,8 t/ha).
Figura 1. Desenvolvimento das raízes tuberosas de batata-doce sob diferentes regimes de temperatura (diurna/noturna). Partição de biomassa (%)
Temperatura media (Cº)
Raíz tuberosa
Folha
Caule
21,2
39
25
36
25,5
41
24
35
30,1
31
28
41
35,1
10
30
60
Tabela 2. Partição de biomassa entre órgãos de batata-doce em razão da temperatura.
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Nutrição e adubação
Nutrição e adubaçãoO manejo ideal do solo deve abranger práticas simples e fundamentais ao bom desenvolvimento da batata-doce, integrando diferentes estratégias ou técnicas para se atingir máximo potencial produtivo da cultura sem, no entanto, comprometer a qualidade química, física e biológica do solo.
A escolha da técnica de manejo adequada depende de alguns fatores como a textura do solo, o grau de infestação de invasoras, os resíduos vegetais remanescentes na superfície, a umidade do solo, a existência de camadas compactadas, pedregosidade e riscos de erosão.
O solo para uso agrícola apresenta três fases distintas – sólida, líquida e gasosa –, que juntas atuam como reserva, dreno e fonte de nutrientes para as plantas. O preparo continuado do solo, sem a adoção de práticas mais sustentáveis de manejo, altera as proporções dessas fases, afetando sensivelmente, ao longo do tempo, sua capacidade produtiva. A diminuição da porosidade causada pela compactação, a redução na capacidade de troca catiônica (CTC) devido à redução nos teores de matéria orgânica e a redução na mobilidade de nutrientes acarretada pela alteração do fluxo difusivo, são exemplos notórios da perda de qualidade do solo.
Por vários anos a batata-doce era posicionada como cultura secundária e utilizada para aproveitar a adubação residual da cultura anterior. Porém, repostas positivas à adubação têm sido observadas, principalmente naqueles cultivos em que se utilizam a análise química do solo e a demanda da cultura como ferramenta de tomada de decisão nos programas de manejo da adubação. Adicionar fertilizantes ao solo sem considerar a sua análise química é mera adivinhação e, muito provavelmente, resultará em desperdício de recurso financeiro.
Os solos brasileiros, se bem manejados, não apresentam limitação física para plantio da batata-doce. Porém, a capacidade de drenagem do solo é uma característica que deve ser observada com frequência principalmente nas regiões de solos com maior teor de argila ou aqueles onde o lençol freático é pouco profundo. O excesso de umidade pode induzir o alongamento das raízes, processo denominado de “chicote” (Figura 1).
Foto: João Bosco Carvalho da Silva
Figura 1. Raízes longas ("chicote") ocasionadas por plantio em solos rasos ou encharcados. Os solos arenosos são os mais indicados para plantio da batata-doce. Estes solos permitem uma drenagem mais eficiente, apresentam melhores respostas à adubação, facilita o desenvolvimento lateral das raízes, a produção de batatas mais uniformes e, principalmente, permite a colheita com menor índice de danos.
Em áreas onde o solo é mais argiloso, situação mais comum para as diferentes regiões brasileiras, e submetidas a cultivos intensivos com uso de maquinários, é importante realizar a avaliação da presença de camadas compactadas, utilizando para isso medidores de resistência à penetração (penetrômetros) ou abrindo uma trincheira para avaliação do perfil do solo. Confirmada a presença de camada compactada, deve ser realizada a subsolagem profunda para devolver ao solo a sua capacidade de drenagem.
Para um desenvolvimento uniforme das raízes é importante a elevação do solo a partir da formação de leiras (camalhões) ou canteiros, em especial nas áreas localizadas em cotas mais baixas da propriedade, sujeitas a encharcamento, e em solos mais pesados, como os argilosos. O plantio em leiras é o mais comum e na construção delas deve-se elevar o solo a no mínimo 30 cm de altura, mantendo-se a distância entre leiras de 80 cm (Figura 2). O plantio também pode ser realizado em canteiros (Figura 3).
Figura 2. Construção de leiras (camalhões) para o plantio.
Fotos: Geovani Bernardo Amaro
Figura 3. Preparo de canteiros para plantio de batata-doce.
Fotos: Geovani Bernardo Amaro
Em solos arenosos, quando possível, deve-se evitar a aração e a elevação do solo, uma vez que esses são mais propensos à erosão (Figura 4), expondo as raízes. Já em solos argilosos, antes da confecção do canteiro, pode ser necessária uma aração para descompactar o solo e, em seguida, uma gradagem.
Figura 4. Erosão das leiras construídas em solos arenosos.
Fotos: Geovani Bernardo Amaro
O plantio em áreas mais planas é recomendado, pois facilita as operações mecanizadas, em especial a colheita. Nas áreas de relevo mais acidentado (maior declividade) o cultivo deve ser feito em nível para evitar a erosão do solo (Figura 5).
Figura 5. Leiras construídas em nível.
Foto: João Eustáquio Cabral de Miranda
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Tratos culturais
Tratos culturaisA seleção e a disponibilização de cultivares de batata-doce mais precoces, com melhor desempenho agronômico e com adaptação às diferentes regiões geográficas de produção podem aumentar o potencial produtivo e a qualidade das raízes, reduzir a sazonalidade e, consequentemente, impactar no preço de mercado, tornando-a mais acessível à população de baixa renda. A lista de cultivares de batata-doce do Registro Nacional de Cultivares (Tabela 1) apresenta uma série de lançamentos a partir de iniciativas isoladas, de caráter regional e, em sua maioria, provenientes de seleções a partir de bancos de germoplasma ou de genótipos de produtores.
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Beauregard
A batata-doce Beauregard é uma cultivar de origem americana desenvolvida e lançada pela Louisiana State University (LSU), em 1981. Foi introduzida no Brasil pelo Centro Internacional de la Papa (CIP) e selecionada no âmbito do programa Biofortificação no Brasil (BioFort). A Beauregard foi recomendada como cultivar pela Embrapa Hortaliças para cultivo no país no ano de 2010. Essa cultivar (Figura 2) apresenta geralmente 10 vezes mais carotenoides (pró-vitamina A) do que as de polpa mais clara. A coloração alaranjada da batata Beauregard se deve ao seu alto teor de betacaroteno. A sua produtividade normal por hectare é 30 toneladas de raízes comerciais em uma densidade de 33.000 plantas. Possui ciclo de 120 a 150 dias. É recomendada para o plantio nas principais regiões produtoras de batata-doce no Brasil ao longo do ano todo, exceto em locais e períodos em que a temperatura mínima for inferior a 15 ºC.
Foto: Paula Fernandes Rodrigues.
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Brazlândia Branca
Essa cultivar (Figura 3) foi obtida a partir de uma coleta realizada na região de Brazlândia, DF, em abril de 1980. Suas raízes tuberosas possuem película externa branca, polpa creme-clara que, após o cozimento, torna-se amarela-clara. A polpa é macia e seca, porém menos que a `Coquinho` e a `Brazlândia Roxa`. O formato das raízes é alongado, uniforme, com ótimo aspecto comercial. A planta é do tipo esparsa (rasteira). Suas ramas desenvolvem-se rapidamente, são de comprimento médio a longo, grossas (diâmetro de 8 mm a 9 mm), de cor verde. As folhas são grandes, medindo de 12 cm a 15 cm de comprimento e de 13 cm a 17 cm de largura. Os brotos são verdes. A sua produtividade normal é de 25 t/ha de raízes comerciais em uma densidade de plantio de 33.000 plantas por hectare. O seu ciclo médio é de 150 dias. É recomendada para plantio no planalto central do Brasil.
Foto: Paula Fernandes Rodrigues.
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Brazlândia Rosada
Essa cultivar (Figura 4) foi obtida a partir de uma coleta realizada na região de Brazlândia, DF, em abril de 1980. Tem película externa rosa e a polpa de cor creme que, após o cozimento, torna-se amarelada. O formato é alongado, cheio, muito uniforme, com bom aspecto comercial. A sua polpa é “seca”, porém menos que a de `Coquinho` e `Brazlândia Roxa`. A planta é do tipo esparsa a muito esparsa (rasteira). As ramas desenvolvem-se com rapidez, são longas e medianamente grossas (diâmetro de 6 mm a 7 mm), de cor verde. Suas folhas são grandes, medindo de 12 cm a 16 cm de comprimento e de 13 cm a 18 cm de largura na base, e levemente recortadas. Se colhida tardia ou plantada em espaçamento mais largo, produz batatas graúdas, de elevado peso médio. Recomenda-se fazer a colheita quando as batatas atingirem o tamanho ideal para o comércio (200 g a 500 g). Esta cultivar apresenta aproximadamente 39,7% de matéria seca, sendo que 81,8% deste total representam amido mais açúcar, o que a torna também indicada como matéria-prima para produção de álcool. Sua produtividade normal é de 33 t/ha de raízes comerciais em uma densidade de plantio de 33.000 plantas por hectare. O seu ciclo médio é de 150 dias. É recomendada para o planalto central do Brasil.
Foto: Paula Fernandes Rodrigues.
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Brazlândia Roxa
Brazlândia Roxa: Essa cultivar (Figura 5), a exemplo das duas anteriores, foi obtida a partir de uma coleta realizada na região de Brazlândia, DF, em abril de 1980. Suas batatas têm película externa roxa, polpa creme, sabor doce e baixo teor de fibras. Após o cozimento, a polpa torna-se creme-amarelada. O formato é alongado, muito uniforme e com ótimo aspecto comercial. A sua polpa é bem seca. A planta é do tipo esparsa (rasteira). As ramas desenvolvem-se lentamente, são de comprimento médio, com diâmetro médio aproximado de 6 mm, de cor verde. As folhas, tanto as velhas como as novas, são de cor verde, medindo de 11 cm a 15 cm de comprimento por 10 cm a 15 cm de largura na base. Raramente produz batatas graúdas. A sua produtividade normal é de 25 t/ha de raízes comerciais em uma densidade de plantio de 33.000 plantas por hectare. O seu ciclo médio é de 150 dias. É também recomendada para o planalto central do Brasil.
Foto: Paula Fernandes Rodrigues.
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BRS Amélia
BRS Amélia: Suas raízes possuem película externa rosa e polpa amarela (Figura 6), com formato fusiforme. No planalto central do País a sua produtividade normal é de 20 t/ha de raízes comerciais em uma densidade de plantio de 33.000 plantas por hectare. Seu ciclo médio é de 150 dias.
Foto: Paulo Lanzetta.
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BRS Rubissol
BRS Rubissol: Suas raízes possuem película externa roxa, polpa branca (Figura 8), com formato longo e cheio. No planalto central do Brasil, sua produtividade normal é de 25 t/ha de raízes comerciais em uma densidade de plantio de 33.000 plantas por hectare. Seu ciclo médio é de 150 dias.
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Encontrado na página: Produção
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Plantio
PlantioMarcha de absorção de nutrientes
A absorção de nutrientes em hortaliças segue um padrão de crescimento ou acúmulo de matéria seca, apresentando geralmente, três fases distintas: na primeira fase a absorção é lenta, seguida de intensa absorção até atingir o ponto máximo, a partir do qual ocorre um pequeno declínio. Em batata-doce, o acúmulo de massa de matéria seca é similar entre folhas, ramas e as raízes tuberosas até os 55 dias do transplantio (DAT), porém a partir dos 85 DAT as raízes tuberosas apresentam-se como o dreno mais forte da planta (Figura 1).
Figura 1. Distribuição da massa de matéria seca entre órgãos de batata-doce.
Fonte: Adaptado de Echer et. al. (2009).A absorção de nutrientes acompanha o acúmulo de massa de matéria seca e nos casos dos macronutrientes, o N, o K e o Ca são os absorvidos em maior quantidade. Já o Mn, o B e o Zn são os micronutrientes mais extraídos pela planta (Figura 2).
Figura 2. Marcha de absorção de macro e micronutrientes pela planta de batata-doce do clone Canandense.
Fonte: Adaptado de Echer et al. (2009).A quantidade de nutrientes absorvida pela batata-doce relatada na literatura apresenta grande diversidade de valores (Tabela 1) e isso é explicado em parte pelo diferente potencial produtivo dos ambientes de produção do local do estudo; cultivares; fertilidade e tipo de solo, entre outros. A Tabela 2 apresenta a quantidade de nutriente absorvida e exportada pela batata-doce cultivada em solos arenosos de baixa fertilidade, porém com investimento em fertilidade do solo.
Extração de nutrientes (kg/ha)
Fonte
Produtividade
(t ha-1)N
P
K
Ca
MG
Silva et al., (2002)
13 a 15
60 a 113
20 a 47
100 a 236
31 a 35
11 a 13
Miranda et al., (1987)
30
129
50
257
-
-
Malavolta (1981)
16,5
45
7
58
6
3
O´Sullivan et al. (1997)
20
87
8 a 40
100
-
-
Lorenzi et al. (1997)
20
60
6
60
-
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Tabela 1. Quantidade de macronutrientes extraída pela colheita das raízes tuberosas de batata-doce do clone Canadense.
Órgão
t ha-1
N (kg/ha)
P
(kg/ha)
K
(kg/ha)
Ca
(kg/ha)
Mg
(kg/ha)
S
(kg/ha)
B
(g/ha)
Cu
(g/ha)
Fe
(g/ha)
Mn
(g/ha)
Zn
(g/ha)
Folhas
3,52
124
11
83
52
17
15
162
41
48
380
87
Ramas
4,87
85
12
56
75
16
13
114
41
65
162
57
Raíz
0,74
12
1,5
6
24
1,5
1,2
18
9
10
35
11
Raíz tuberosa**
6,29
129
16
81
23
7,5
9,8
84
52
61
136
82
Total
15,42
350
40,5
226
174
42
39
378
143
184
713
237
** Exportado pela colheita (corresponde 24 t/ha de raízes tuberosas)
Tabela 2. Marcha de absorção de nutrientes e produção de massa de matéria seca em batata-doce, da cultivar Canadense, por ocasião da colheita.
Fonte: Echer et al. (2009a).
A Tabela 3 apresenta a quantidade de cada macro e micronutriente exportada pela colheita das raízes tuberosas tanto para a finalidade de mesa quanto para a produção de etanol a partir de batata-doce. Nota-se que os valores são muito próximos e a diferença existente é atribuída à produtividade. Portanto, se a finalidade da produção for mesa ou produção de etanol, o fator a ser considerado é a expectativa de produtividade. Isso não significa que para obter 30 t/ha de raízes tuberosas o produtor deva adubar a área com 130 kg/ha de N. Há de se considerar o potencial de resposta a adubação com cada nutriente (ex. cultura anterior; fertilidade do solo; disponibilidade hídrica etc.).
Fonte
Finalidade da produção
Produti-
dade
t/ha
N
(kg t-1)
P
(kg t-1)
K
(kg t-1)
Ca
(kg t-1)
Mg
(kg t-1)
S
(kg t-1)
B
(g
t-1)
Cu
(g t-1)
Fe
(g
t-1)
Mn
(g
t-1)
Zn
(g
t-1)
Echer et al. (2015)
Etanol
21
4,38
0,6
4,12
0,51
0,29
0,17
2,2
5,9
17,4
3,9
3,3
Echer et al. (2009a)
Mesa
24
3,38
0,67
3,38
0,96
0,31
0,40
3,5
2,1
2,54
5,67
3,42
Tabela 3. Quantidade de nutrientes exportada pela colheita de uma tonelada de raízes tuberosas de
batata-doce da cultivar Canadense para produção de etanol ou de mesa.
O acúmulo diário de N em plantas de batata-doce é de menos de 1,0 kg/ha aos 50 dias após o transplantio (DAT) com crescimento exponencial até o momento da colheita, cujo acúmulo diário é de cerca de 3,5 kg/ha de N aos 145 DAT (Figura 3). A curva de acúmulo de K é semelhante ao N, porém em quantidade inferior, cerca de 2,6 kg/ha ao dia de K. Quanto ao P, o acúmulo máximo atingido foi de 0,5 kg/ha ao dia. Por ser habitualmente uma planta de ciclo perene, a batata-doce continua vegetando e absorvendo nutrientes do solo, e isso explica as curvas obtidas na Figura 3.
Figura 3. Acúmulo diário de nutrientes na planta de batata-doce (parte aérea + raiz tuberosa). Uma prática de manejo importante a ser considerada, observando-se a Figura 3 é o momento da colheita, pois se o produtor mantiver a cultura no campo após o momento ideal de colheita, haverá acúmulo e exportação desnecessários, principalmente de N e K, e em solos pobres, onde geralmente é cultivada a batata-doce, isso pode contribuir para a redução da fertilidade do solo, o que acarretará na elevação dos custos de produção na próxima safra.
Encontrado na página: Produção
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Adubação orgânica
Adubação orgânicaA adubação orgânica fornece nutrientes para a batata-doce e aumenta a aeração do solo, facilitando o crescimento lateral das raízes tuberosas e diminuindo a formação de raízes tortuosas. Além disso, a adubação orgânica libera os nutrientes no solo de forma gradual a medida que o composto orgânico vai sendo degradado no solo.
Diversos resíduos orgânicos podem ser utilizados como adubo orgânico, tais como esterco bovino, esterco de aves, esterco de porco, torta de mamona, entre outros. Esses resíduos podem ser aplicados diretamente na área a ser cultivada com batata-doce antes do preparo do solo e serem incorporados logo em seguida com as operações de aração e gradagem. Entretanto, para que os resíduos orgânicos sejam utilizados de forma mais eficiente no cultivo da batata-doce o ideal é que eles tenham sido “curtidos” ou compostados, pois assim, eliminam-se problemas com a germinação de sementes de plantas daninhas e a presença de alguns patógenos. Para compostar o material orgânico deve-se formar pilhas com ele no chão, manter essas pilhas de resíduos úmidas, fazer o revolvimento delas a cada dois ou três dias, sendo que ao final de aproximadamente 30 dias será obtido o composto orgânico (esterco curtido) pronto para uso. Esse composto pode ser misturado ao solo das leiras durante a sua confecção ou ser aplicado em filete contínuo sob as leiras com equipamento tratorizado que realiza as operações de aplicação do composto e levantamento da leira simultâneamente. Em solos arenosos e pobres em matéria orgânica pode-se utilizar entre 10 t/ha e 30 t/ha de esterco bovino curtido (Casali, 1999; Silva et al., 2002; Oliveira et al., 2005). No caso do esterco de aves curtido pode-se utilizar a dose de 2,5 t/ha. Quando se utilizada essas doses de esterco, a dose de N mineral deve ser reduzida pela metade, ou mesmo não ser incluída na adubação da cultura, principalmente em solos com teores mais elevados de matéria orgânica.
A adubação orgânica utilizando adubos verdes também é uma opção interessante. A adubação verde com mucuna-preta (Mucuna aterrima), crotalária (Crotalaria juncea), feijão de porco (Canavalia ensiformis) e guandu (Cajanus cajan) têm proporcionado resultados satisfatórios para a batata-doce cultivada em sucessão. Nesse sistema, os adubos verdes podem ser semeados no início da estação chuvosa e quando atingirem a fase de florescimento devem ser incorporados ao solo para que a batata-doce possa ser plantada logo em seguida. A incorporação dos adubos verdes pode ser realizada de diversas formas a depender a disponibilidade de equipamentos que o agricultor tem em sua propriedade. Como exemplo, pode-se fazer a roçagem da biomassa vegetal, seguida da incorporação com grade e posterior levantamento das leiras para o plantio da batata-doce. Em solo arenoso do estado de São Paulo o cultivo de batata-doce em sucessão ao cultivo de mucuna-preta e crotalária (Crotalaria spectabilis), entre os meses de setembro e dezembro, reduziu em 37,5% a necessidade de aplicação de N mineral na batata-doce (Fernandes et al., 2018), demonstrando que além dos benefícios para o solo, a adubação verde é uma opção interessante para economizar fertilizantes minerais.
Encontrado na página: Produção
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Sistema de produção de batata-doce
Sistema de produção de batata-doce
Embrapa Hortaliças
Sistema de Produção, 9
ISSN 1678-880X
Fev/2021Conheça os Autores
Publicado: 22/12/2023
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Irrigação
IrrigaçãoSistemas de irrigação
No Brasil, a maioria dos produtores de batata-doce adota sistemas de irrigação por aspersão. Na região do Cerrado já há produtores utilizando o sistema por pivô-central com bastante sucesso tanto em qualidade como em produtividade de raízes, que normalmente supera 50 t/ha (Figuras 1 e 2).Manejo de irrigação
O período crítico para áreas implantadas por meio de ramas ocorre na primeira semana após o plantio, quando o solo deve ser mantido úmido, realizando-se irrigações leves e frequentes, para evitar a desidratação do material vegetal até que se formem as raízes. Nesse período deve-se trabalhar com tensões de água no solo próximas à capacidade de campo. Após o pleno estabelecimento das ramas, cerca de 10 a 20 dias após o plantio, recomenda-se efetuar as irrigações quando a tensão de água no solo estiver entre 15 kPa e 25 kPa. Após o início das brotações, as irrigações podem ser mais espaçadas e devem prosseguir pelo menos até os 40 dias após o plantio (DAP), para promover um bom desenvolvimento vegetativo, com tensões de água entre 25 kPa e 40 kPa em solos de textura mediana e profundos.A batata-doce possui um sistema radicular que varia de 75 cm a 90 cm, além de ser ramificado, o que lhe possibilita explorar maior volume de solo e absorver água em camadas mais profundas Assim aplicações de água podem ser realizadas com menor frequência, ou seja, maior turno de rega. Porém, para efeito de manejo de irrigação considera-se a profundidade efetiva radicular em torno de 30 cm de profundidade. Recomenda-se como método prártico irrigar duas vezes por semana, até os 20 dias; uma vez por semana, dos 20 aos 40 dias; e a cada duas semanas, após os 40 dias até a colheita.
A depender da localidade e da época de plantio a mesma cultivar poderá demandar mais ou menos água durante o ciclo de produção. Para a estimativa da lâmina de água a ser aplicada pode-se usar dados agroclimáticos para estimativa da evapotranspiração da cultura (ETc) baseado em valores de coeficientes de cultura (Kc). Para a batata-doce pode-se utilizar para o estádio inicial o Kc de 0,50, nos estádios vegetativo e de floração Kc de 1,05 e na maturação/produção Kc de 0,65.
Em Viçosa, MG, foram utilizados valores de Kcs de 0,55 - 0,70; 1,1-1,2 e 0,8 para as fases de estabelecimento, intermediária e final de ciclo, com a obtenção de boas produtividades das cultivares ‘Amanda’ e ‘Duda’. As maiores produtividades foram obtidas quando se aplicou de 95% a 100% da ETc. Para essa região foram recomendadas lâminas de irrigação de 301,8 mm e 332,4 mm, por ciclo de produção, para as respectivas cultivares.
Um fator importante no manejo de irrigação da batata-doce é a não tolerância da cultura a solos encharcados, principalmente, quando da fase de formação das raízes e colheita. Pode ocorrer apodrecimento das raízes por doenças de solo, especialmente as bacterianas. Assim, nessas fases recomenda-se irrigar repondo até 70% da capacidade de retenção de água no solo e suspender a irrigação alguns dias antes da colheita das raízes.
Encontrado na página: Produção
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Elsinoë batatas (Sphaceloma batatas)
A sarna é uma das doenças mais destrutivas da batata-doce nas regiões subtropicais e tropicais do mundo. O patógeno causa pequenas lesões circulares a elípticas ou alongadas de cor marrom no caule. Em condições climáticas favoráveis, os sintomas podem chegar a folhas superiores, e causar o retorcimento dos brotos.
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Reação aos genótipos de batata-doce ao mal-do-pe
O objetivo deste trabalho foi avaliar a reação de cultivares de batata-doce lançadas pela Embrapa ao mal-do-pé
Encontrado na página: Produção
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Seleção de material reprodutivo27/01/2024 Fonte:
Seleção de material reprodutivo
A escolha e disponibilidade de variedades de batata-doce mais precoces, com bom desempenho agronômico e adaptadas a diversas regiões, podem aumentar a produção e qualidade das raízes. Isso reduziria a sazonalidade e impactaria nos preços de mercado, tornando a batata-doce mais acessível para a população de baixa renda.
Encontrado na página: Fique Ligado
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BRS Cotinga29/01/2024 Fonte:
BRS Cotinga
A BRS Cotinga chama a atenção pela intensa cor arroxeada de sua polpa. A variedade foi desenvolvida com o objetivo de oferecer ao mercado um produto diferenciado para o processamento industrial na forma de chips, farinhas, tapioca, dentre outros.
Encontrado na página: Fique Ligado
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Seleção de Cultivares
Seleção de Cultivares
A escolha e disponibilidade de variedades de batata-doce mais precoces, com bom desempenho agronômico e adaptadas a diversas regiões, podem aumentar a produção e qualidade das raízes. Isso reduziria a sazonalidade e impactaria nos preços de mercado, tornando a batata-doce mais acessível para a população de baixa renda. O Registro Nacional de Cultivares, inclui lançamentos resultantes de iniciativas regionais e, na maioria das vezes, originados de seleções a partir de bancos de germoplasma ou genótipos de produtores.
Publicado: 29/01/2024
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O Superalimento
A Batata-doce possui baixo índice glicêmico e é rica em carboidratos considerados complexos, ou seja, contém mais fibras que são mais difíceis para o corpo digerir, prolongando a sensação de saciedade. Estes carboidratos ajudam a reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além disso, a hortaliça é uma importante fonte de energia contendo também vitaminas importantes para o organismo humano, como o Betacaroteno (Vitamina A), vitamina C e as do complexo B e E, além de minerais como potássio, cálcio e ferro.
Encontrado na página: Conceitos gerais
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BRS Cotinga: Conheça a batata-doce de polpa roxa
A BRS Cotinga chama a atenção pela intensa cor arroxeada de sua polpa. A variedade foi desenvolvida com o objetivo de oferecer ao mercado um produto diferenciado para o processamento industrial na forma de chips, farinhas, tapioca, dentre outros.
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Seleção de material reprodutivo
A proposta de um programa de melhoramento com foco nas demandas da cadeia de valor da batata-doce é essencial para que sejam alcançados resultados que superem os desafios da produção nacional, com ação em rede entre Embrapa, institutos de pesquisa, universidades e empresas privadas. Para a instalação de uma lavoura comercial e obter sucesso no cultivo de batata-doce, é fundamental entender as preferências do mercado, a adaptação da cultivar ao clima local e época de plantio, escolher variedades resistentes a pragas e doenças, considerar o ciclo de crescimento, avaliar o potencial de produção e a forma das raízes, além de pensar na viabilidade da colheita mecânica. A seleção cuidadosa de variedades é fundamental, levando em conta as características específicas da região e do sistema de produção do agricultor.
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Solo (off)
Os solos arenosos são os mais indicados para o plantio da batata-doce, este solo permite uma drenagem mais eficiente, apresenta melhores respostas à adubação, facilita o desenvolvimento lateral das raízes, a produção mais uniforme e principalmente, permite a colheita com menor índice de danos.
Procedimento de descompactação de solo
Para o desenvolvimento uniforme das raízes é importante a elevação do solo, a partir da formação de leiras ou canteiros, em especial em áreas com risco de encharcamento e solos argilosos, que são mais pesados. A elevação deve ocorrer a no mínimo 30 centímetros de altura, com uma distância de 80 centímetros entre cada canteiro.
Canteiros para plantio de Batata-Doce Leiras ou camalhões
Em solos arenosos, deve-se evitar a elevação e aração por ser um solo mais propenso à erosão, expondo as raízes. É recomendado o plantio em áreas mais planas, pois facilita as operações mecanizadas, em especial a colheita. Em relevo mais acidentado, o cultivo deve ser feito em nível para evitar a erosão.
Encontrado na página: Inicio off
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Ecofisiologia
A batata-doce é cultivada em diferentes locais com condições climáticas bem distintas, como na Cordilheira dos Andes, do clima tropical da Amazônia ao temperado do Rio Grande do Sul, chegando até aos desertos da costa do Pacífico. Embora seja uma planta perene, é cultivada anualmente, e seu ciclo varia de 12 a 35 semanas, dependendo das condições ambientais e das cultivares. A maioria das variedades atinge a produtividade máxima entre 12 e 22 semanas após o plantio, influenciada pelo fotoperíodo (luminosidade da terra). O sistema radicular inclui raízes fibrosas, responsáveis pela absorção de nutrientes e água, e raízes tuberosas, que armazenam produtos da fotossíntese.
A formação das raízes de armazenamento é influenciada por fatores como dias curtos, alta luminosidade e níveis elevados de sacarose, enquanto é inibida por altos teores de nitrogênio, altas temperaturas e ácido giberélico. As quatro primeiras semanas após o plantio são críticas para o crescimento e a produtividade das raízes tuberosas, sendo ideal manter umidade suficiente no solo durante esse período.Encontrado na página: Inicio off
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BRS Cotinga
Esta variedade tem como principal característica sua cor arroxeada intensa e foi desenvolvida com a finalidade de oferecer ao mercado um produto específico para produção em forma de chips, mas pode ser processada como farinha, fécula, tapioca, xarope de amido e outros produtos.
A BRS Cotinga é rica em antocianina, corante natural responsável pelos tons azul roxo e vermelho em frutas, raízes e folhas. Esta substância também é um poderoso antioxidante para o corpo humano.A produtividade média desta cultivar, em diferentes ambientes, pode atingir 45t/ha, mais que o triplo da média nacional de 14,5 t/ha. O ciclo varia de 130 a 140 dias, e o plantio pode ser realizado durante todo o ano em regiões recomendadas, com exceção do inverno na região sul.
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BRS Amélia
A BRS Amélia é uma variedade de aproveitamento integral, além da raíz, sua parte aérea (estrutura que fica acima do solo) também pode ser usada na alimentação humana e animal. A cultivar é rica em provitamina A e devido aos altos teores de amido e glicose, são fonte de proteínas, antocianinas e energia.
Esta batata-doce possui uma casca de coloração rosa claro e polpa alaranjada em um formato elíptico (oval) longo. É de fácil cultivo, exige pouca mão de obra e se adapta bem a diferentes tipos de clima e solo. Sua produtividade média é de 32 t/ha, quatro vezes maior do que a média nacional.
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BRS Rubissol
Esta variedade possui plantas vigorosas, casca de cor avermelhada e polpa de cor creme. Geralmente apresentam boa uniformidade, com dimensões entre 10 e 18 cm, em um formato redondo-elíptico. Sua produtividade média é de 40 t/ha, com um período de cultivo de 120 a 140 dias.
Na alimentação é uma boa fonte de energia, proteínas e antocianinas, com excelentes características para o consumo caseiro e processamento industrial. É bastante doce, com textura farinhenta após cozida ou assada. Na alimentação funcional, pode ser processada como farinha e utilizada na dieta de atletas e pessoas com problemas de ingestão de alimentos ricos em açúcares.
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BRS Cuia
A cultivar é excelente para o consumo humano, devido aos altos teores de amido e glicose, ou seja, é uma valiosa fonte de energia, proteínas e antocianinas. Esta variedade possui um tamanho grande, o que faz com que seja bem adequada a processos industriais, podendo ser utilizada na produção de etanol e álcool medicinal.
As batatas apresentam boa uniformidade, de formato arredondado com tamanho que varia de 15 a 20 centímetros. Sua produtividade média é de 40t/ha, com período de cultivo de 120 a 140 dias.
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Brazlândia Roxa
Obtida em Brazlândia, Distrito Federal, a cultivar possui película externa roxa e polpa creme que é bem seca, com um sabor adocicado e baixo teor de fibras. A raiz é de formato alongado, bastante uniforme, com boa aparência para a comercialização. As ramas são de desenvolvimento lento, de comprimento médio e diâmetro médio de 6 milímetros, de cor verde. As folhas são verdes, tanto as velhas quanto as novas e podem medir até 15 centímetros de comprimento e largura na base. Geralmente não produz batatas graúdas e sua produtividade normal é 25 t/ha, com ciclo médio de até 150 dias.
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Tratos Culturais
Os tratos culturais na produção de batata-doce visam melhorar as condições de crescimento e desenvolvimento das plantas, buscando ganhos em produtividade e qualidade das raízes. Embora a batata-doce seja pouco exigente em tratos culturais, o controle de plantas daninhas e a mobilização do solo são práticas essenciais.
A eliminação manual ou mecânica de plantas daninhas, realizada com cuidado para não danificar as plantas e raízes, é crucial para reduzir a competição por água, nutrientes, luz e espaço. O período crítico de competição geralmente vai de 15 a 45 dias após o plantio, podendo se estender até 60 dias. Após esse intervalo, a cobertura da batata-doce supera as plantas daninhas. Em condições de temperatura elevada, a batata-doce cresce rapidamente, cobrindo o solo. Em temperaturas amenas ou baixas, o controle de plantas daninhas pode ser necessário em duas etapas.
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A capina manual com enxada preserva as leiras, sendo recomendada a reforma quando necessário. A última capina ocorre quando as extremidades das ramas mais longas alcançam a base das leiras vizinhas. Essa operação é cuidadosa, podendo ser realizada manualmente ou mecanicamente com um sulcador acoplado ao trator, antes do entrelaçamento das ramas entre as linhas.
Em locais com alta densidade de plantas daninhas, o preparo do solo pode ser feito algumas semanas antes do plantio. A rotação de culturas com espécies supressoras é crucial para o manejo do banco de sementes de plantas daninhas. Entre os preparos mecânicos, a irrigação pode estimular a emergência de gramíneas, controladas com herbicidas específicos.
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A reforma das leiras, conhecida como amontoa, consiste em mobilizar o solo para vedar rachaduras. Essa prática impede a postura de insetos-praga diretamente nas raízes. Um intervalo entre a primeira capina e a reforma das leiras é necessário para a desidratação e morte das plantas daninhas. O não cumprimento dessa prática pode expor as raízes à ação direta dos raios solares, afetando a qualidade e coloração das raízes.
Encontrado na página: Cultivares
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Coquinho
Originária da Paraíba, a cultivar foi introduzida no Distrito Federal em 1972 e mantida no quintal da casa de um operário da Fazenda Tamanduá, hoje sede da Embrapa Hortaliças. Foi registrada pela Embrapa no ano 2000. A raiz é delicada, de película externa e polpa brancas, saborosa e doce, com baixo teor em fibras. Seu formato é arredondado e não uniforme, variando de acordo com o tipo de solo. As plantas são rasteiras e as ramas apresentam crescimento rápido na primavera/verão e lento no outono, nas condições climáticas do DF. As folhas são de cor verde a verde-clara, de tamanho de médio a grande, podendo chegar a 16 centímetros de comprimento e 13 centímetros de largura. A produtividade média é de 22 t/ha, com ciclo médio de 150 dias.
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Princesa
Esta cultivar possui película externa que varia de branca a creme, com polpa creme, formato alongado e uniforme. Com boa porcentagem de raízes com bom padrão comercial, destinando-se predominantemente ao consumo doméstico. A planta é do tipo dispersa (rasteira com ramas longas). As ramas são de espessura mediana e cor verde-arroxeada. Suas folhas possuem tamanho médio e cor verde-escura. O vigor vegetativo possibilita que a parte aérea seja utilizada para alimentação animal, juntamente com suas batatas-refugo. A produtividade média da cultivar é de 27 t/ha, com ciclo médio de 150 dias.
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Podridão do Pé
A doença do pé, ou podridão do pé, é a doença que mais afeta a cultura. Causada pelo fungo de solo Plenodomus destruens, este patógeno afeta plantas da família da batata-doce (Convolvulaceae), tanto no campo quanto durante o armazenamento pós-colheita. Os sintomas mais severos incluem amarelamento das folhas, murcha e eventual morte da planta. Lesões necróticas podem surgir na base do caule, estendendo-se para as raízes. O fungo forma uma lesão de cor marrom-escuro no colo da planta, resultando em anelamento da haste e interrupção da absorção de água e nutrientes.
A disseminação ocorre através de mudas contaminadas, vento, chuva, insetos e ferramentas. Adubação orgânica, especialmente com esterco de gado e cama de frango, pode agravar a doença. Controle eficaz envolve práticas preventivas, como seleção cuidadosa do local de plantio, queima de plantas doentes, rotação de culturas e uso de variedades resistentes. O plantio de ramas das partes mais novas das plantas e a escolha de adubos com baixo teor de nitrogênio são recomendados. A resistência genética também desempenha um papel crucial no controle, embora não haja fungicidas registrados para o combate à doença. -
Podridão Mole ou Podridão Bacteriana
A Podridão Mole em plantas carnosas, como batata-doce, cenoura, cebola e mandioquinha salsa, é causada por bactérias pectolíticas dos gêneros Pectobacterium e Dickeya, notáveis por produzirem danos significativos. Na batata-doce, a doença é considerada secundária e esporádica no Brasil, principalmente associada à espécie Dickeya dadantii, anteriormente conhecida como Erwinia chrysanthemi. Os sintomas incluem lesões encharcadas na rama próxima ao solo e podridão mole marrom, resultante de ferimentos na raiz durante o cultivo e a colheita.
O controle é predominantemente preventivo, envolvendo a prevenção de ferimentos nas ramas e raízes, o cultivo em solos bem drenados, a moderação na irrigação, o uso de ramas de plantas saudáveis, a gestão equilibrada de nitrogênio e o armazenamento das raízes em ambientes ventilados. -
Cura
A cura pós-colheita é uma prática essencial na agricultura para garantir a qualidade e a longevidade dos produtos, além de preservar suas propriedades orgânicas. As raízes depois de colhidas podem ter seu período de armazenamento, transporte e vida de prateleira, aumentados, se corretamente acondicionadas para passar pelo processo de cura. Este processo permite que a película externa desidrate-se, que os ferimentos da casca cicatrizem, e parte do amido possa ser transformado em açúcares, melhorando o sabor. O controle adequado de temperatura, umidade, ventilação e prevenção de condensação são fatores críticos para o sucesso desse processo.
No cenário atual do mercado, a cura não tem sido amplamente adotada. Em parte pela falta de incentivos financeiros para a instalação das estruturas específicas para essa finalidade, legislação adequada e remuneração diferenciada para o produtor adotante da prática. Outro aspecto relacionado à cura é a não diferenciação de cultivares no país, as raízes são diferenciadas no varejo apenas pela coloração de sua película e polpa, sem passarem por classificação quanto à qualidade, aptidão de uso e processo de cura.
1 - Temperatura e Umidade na Cura:
A cura inicia imediatamente após a colheita, preferencialmente a uma temperatura de 29 ± 1 ºC e umidade relativa de 90%. Essas condições são ideais para promover a cicatrização adequada das lesões nas raízes.2 - Ajuste Gradual da Temperatura:
É crucial realizar ajustes graduais na temperatura do galpão de cura. Mudanças abruptas podem causar danos fisiológicos às raízes.3 - Ventilação Durante a Cura:
Durante o processo de cura, é necessário fornecer ventilação no galpão. A remoção do dióxido de carbono (CO2) e a reposição de oxigênio (O2) são fundamentais para garantir um ambiente adequado.4 - Prevenção da Condensação:
Se houver excesso de condensação, deve-se tomar medidas para removê-la. O acúmulo excessivo de água pode ser prejudicial durante o processo de cura.5 - Cicatrização e Suberização:
A cura das raízes envolve a cicatrização de lesões, com a formação de uma camada de suberina. A suberina, um polímero lipídico-fenólico, é depositada em camadas celulares abaixo da superfície da lesão. Esse processo é eficiente na redução da perda de umidade e na proteção contra doenças durante o armazenamento.6 - Benefícios Adicionais da Cura:
Além da preservação da qualidade, a cura facilita a síntese de enzimas que influenciam o desenvolvimento do aroma e sabor durante o cozimento.Encontrado na página: Pós-colheita
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Temperatura e Umidade Relativa
Após a cura, as batatas-doces devem ser armazenadas a 14 ºC ± 1 ºC e 90% de umidade para evitar perda excessiva de umidade. Se não houver câmara fria, use galpões ventilados, caixas com passagem de ar entre as raízes e recipientes com água para manter a umidade e prevenir ressecamento. Evite temperaturas abaixo de 12 ºC, pois podem causar danos como depressões na superfície, escurecimento interno, formação anormal da periderme, deterioração por fungos, colapso da polpa (coração duro) e aumento da respiração. Injúrias dependem da intensidade e duração do frio. Resfriamento intenso pode levar à decomposição. A presença de látex indica uma raiz saudável. Armazenar acima da faixa ideal favorece brotamento e perda de massa. Injúrias por congelamento ocorrem abaixo de -1,9 ºC.
Encontrado na página: Pós-colheita
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Consumo
A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE no biênio 2017-2018, teve por objetivo mensurar as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias e possibilita traçar um perfil das condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos domésticos. Trata-se de uma condição que sofreu mudanças significativas nos últimos anos, porém se trata de informações oficiais que permitem conhecer os diferentes perfis dos consumidores de batata-doce.
A pesquisa mostra que em comparação aos dados do biênio 2007-2008, o consumo de batata-doce aumentou nos 10 anos de intervalo. Por exemplo a região Norte, que no estudo anterio apontou zero no consumo, agora mostra 1%. O consumo médio por pessoa tambem apresentou um bom salto em domicílios urbanos e rurais, com relação a gênero (homem e mulher) e faixa etária, principalmente entre adolescentes.
Encontrado na página: Consumo
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Encontrado na página: Doenças e pragas
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Batata-doce: da produção de mudas à pós-colheita
Capacitar produtores rurais, profissionais da área, estudantes e demais interessados para identificar os principais aspectos da cadeia produtiva e o seu atual cenário da produção.
Organizadora: Embrapa Hortaliças
Duração:
Carga horária: 16 horas
Encontrado na página: Cursos
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Estudo Prospectivo sobre Produção de Batata-Doce no Brasil, Desafios e Demandas.
Estudo Prospectivo sobre Produção de Batata-Doce no Brasil, Desafios e Demandas.
O presente estudo faz parte das atividades deste projeto de pesquisa, visando compreender melhor os perfis dos produtores e das formas de produzir batata-doce em regiões tradicionalmente produtoras e também em outras regiões com produção da raiz. Além disso, ele também se propõe a elucidar melhor os fatores que podem influenciar as diferenças de produtividades entre as regiões, bem como a baixa produtividade média brasileira, de forma que auxilie a identificar dificuldades, oportunidades e demandas que podem direcionar o programa de melhoramento genético, pesquisas futuras ou ações de assistência técnica nas diferentes regiões brasileiras para melhorar esse índice.
Publicado: 26/02/2024
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Ocorrência e danos do negrito da batata-doce Typophorus nigritus no Distrito Federal
Ocorrência e danos do negrito da batata-doce Typophorus nigritus no Distrito Federal
Além de informar a ocorrência de T. nigritus no Distrito Federal, este comunicado visa, também, fornecer subsídios para ajudar o produtor a identificar corretamente o inseto, com base na descrição das características morfológicas e de seus danos na planta. Além disso, são fornecidas informações básicas para o manejo correto de T. nigritus na cultura da batata-doce.
Publicado: 13/05/2024
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Viroses da batata-doce no Brasil: importância e principais medidas de controle
Viroses da batata-doce no Brasil: importância e principais medidas de controle
A batata-doce é cultivada, geralmente, com pequeno emprego de insumos e consegue atingir elevados rendimentos sob condições marginais. Apresenta diversidade genética capaz de atender à demanda para alimentação humana e animal e matéria-prima para a indústria. É dotada de grande rusticidade, desenvolvendo-se bem em diferentes condições de clima e solo.
Publicado: 13/05/2024
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Nematoides na cultura da batata-doce.
Nematoides na cultura da batata-doce.
A batata-doce é uma hortaliça muito importante e popular, cujo plantio se expandiu por várias regiões do Brasil. Seu cultivo intensivo resultou em graves problemas fitossanitários, principalmente no que se refere às doenças associadas a patógenos de solo, como os nematoides.
Publicado: 13/05/2024
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Batata-doce: escolha sua cor
Batata-doce: escolha sua cor
Conheça a diversidade de cores da batata-doce e saiba que essas cores vêm da natureza. Batata-doce: o que não falta é diversidade. De onde vem essa cor? Que gosto tem? Qual cor é mais nutritiva e mais saudavel? Qual cor é indicada para qual prato? Como escolher no mercado?
Publicado: 31/10/2024
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Caracterização dos Polos de Produção e de Produtores de Batata-Doce no Brasil
Caracterização dos Polos de Produção e de Produtores de Batata-Doce no Brasil
O presente trabalho estuda a caracterização dos das principais regiões polos de produção e de produtores de batata-doce do Brasil e tem por objetivo subsidiar o planejamento de projetos de pesquisas agronômicas e elaboração de políticas públicas para o setor de hortaliças.
Publicado: 26/02/2024
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BRS Cotinga
Batata-doce de polpa roxa BRS Cotinga. Lançamento da cultivar pela Embrapa Hortaliças - 2021
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III Simpósio Brasileiro de Batata-doce - mudas oficialmente certificadas
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III Simpósio Brasileiro de Batata-doce - Manejo para altas produtividades
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III Simpósio Brasileiro de Batata-doce - Fatores que afetam o formato da raiz
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Webinar - Batata-doce: da produção de mudas à pós-colheita
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Podridão Mole ou Podridão Bacteriana
A podridão mole em plantas carnosas, como batata-doce, cenoura, cebola e mandioquinha salsa, é causada por bactérias pectolíticas dos gêneros Pectobacterium e Dickeya, notáveis por produzirem danos significativos. Na batata-doce, a doença é considerada secundária e esporádica no Brasil, principalmente associada à espécie Dickeya dadantii, anteriormente conhecida como Erwinia chrysanthemi. Os sintomas incluem lesões encharcadas na rama próxima ao solo e podridão mole marrom, resultante de ferimentos na raiz durante o cultivo e a colheita.
Controle: É predominantemente preventivo, envolvendo a prevenção de ferimentos nas ramas e raízes, o cultivo em solos bem drenados, a moderação na irrigação, o uso de ramas de plantas saudáveis, a gestão equilibrada de nitrogênio e o armazenamento das raízes em ambientes ventilados. -
Gorgulho da Batata-Doce
Gorgulho da Batata-Doce
O gorgulho da batata-doce Cylas formicarius elegantulus (Summers) é considerada a praga mais importante da batata-doce em nível mundial. É cosmopolita, com presença em quase todos os países da Ásia, Oceania, África, região sul da América do Norte, América Central e Caribe. A Europa é tida como área livre da praga, assim como os países do Oriente Médio. Na América do Sul, existem registros de sua ocorrência apenas na Guiana e Venezuela. No Brasil, até o momento, esta espécie ainda não foi registrada e dessa forma, é considerada como praga quarentenária A1.
Danos: Ataca todas as partes da planta no campo e também na fase de armazenamento. Nas raízes, as larvas penetram na epiderme e escavam os tecidos ao longo de toda a extensão da raiz, tornando-a imprestável para a comercialização.
Publicado: 16/04/2024
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Pragas Secundárias
São aquelas que ocorrem esporadicamente na cultura ou, estão sempre presentes, mas suas populações permanecem em baixo nível populacional, sem causarem impacto na produção. Geralmente são mantidas em nível de equilíbrio pela ação dos inimigos naturais. Com base nos registros da literatura existem, pelo menos, 20 espécies de artrópodes associadas à batata-doce. No entanto, alguns destes relatos são procedentes de levantamentos feitos com uso de armadilhas, o que dificulta o estabelecimento preciso da associação da praga ao hospedeiro. Já outras espécies, e.g., Astylus variegatus (Germ.), foram obtidas em números muito reduzidos na cultura, sendo consideradas pragas acidentais para batata-doce. Assim, somente com a continuidade dos estudos é que será possível definir o verdadeiro status de vários destes artrópodes para a cultura.
Encontrado na página: Pragas
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Pragas Quarentenárias
É todo organismo de natureza animal e/ou vegetal presente em outros países ou regiões e que constitui ameaça à economia agrícola do país importador. Podem ser agrupadas em duas categorias: (A1) pragas exóticas não presentes no país e (A2), já introduzidas no país, porém com distribuição restrita a uma localidade ou região e mantida sob controle rigoroso, por meio de barreiras e programas oficiais de contenção.
Encontrado na página: Pragas
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Broca-da-Raiz
A broca-da-raiz (Euscepes postfasciatus, Coleoptera, Curculionidae) é considerada a principal praga da cultura com capacidade de causar perdas de mais de 60% da produção, caso não seja manejada.
Distribuição: Ilhas do sul do Pacífico, Japão, Taiwan, Estados Unidos, Caribe, América Central e do Sul, incluindo o Brasil.
Ciclo de vida: O inseto em questão é um besouro com 3 a 5 mm de comprimento e 1,6 mm de largura, apresentando coloração castanho claro a marrom escuro. Os adultos possuem asas soldadas, impossibilitando o voo e tornando sua dispersão mais lenta no campo. As fêmeas depositam ovos branco-leitosos nas raízes superficiais da batata-doce e nas ramas. As larvas, de formato cilíndrico e coloração branco-leitosa, passam por cinco trocas de pele em um período de aproximadamente 21 dias, alcançando cerca de 5 mm. Após essa fase, a larva entra na pré-pupa, construindo uma câmara em uma extremidade da galeria, transformando-se em pupa do tipo exarada, com apêndices livres. As pupas dão origem a novos adultos, completando o ciclo de vida. O ciclo total, desde o ovo até o adulto, dura de 20 a 30 dias, enquanto a longevidade dos adultos pode variar de 30 a 288 dias no campo.Danos: Os danos causados pela praga resultam principalmente do processo alimentar de adultos e larvas nas ramas e raízes tuberosas da batata-doce. As raízes atacadas exibem escoriações superficiais e perfurações que formam galerias, capazes de penetrar profundamente nos tecidos da raiz. Essas galerias são preenchidas com fezes e resíduos fibrosos à medida que as larvas se alimentam e se desenvolvem. Este ambiente é favorável ao crescimento de fungos que causam decomposição e liberam odores desagradáveis, tornando o produto inadequado para consumo humano e animal.
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Artrópodes-praga
No mundo existem registros de 287 espécies de artrópodes associados à cultura de batata-doce, sendo 270 pertencentes à classe dos insetos e 17 à subclasse dos ácaros. A maior parte se alimenta da parte aérea da planta , consumindo o tecido vegetal da folha ou sugando a seiva elaborada. Os danos causados são considerados secundários e, raramente, precisam de medidas de controle, devido à rusticidade e capacidade de regeneração da planta.
Por outro lado, a broca-da-raiz (Euscepes postfasciatus Fairmaire), as espécies de broca-das-ramas do gênero Megastes e o complexo de besouros crisomelídeos e elaterídeos são capazes de causar danos significativos nas ramas e raízes tuberosas de batata-doce, com reflexos na produção e na qualidade das raízes.
As pragas são agrupadas de acordo com sua importância econômica para a cultura em: pragas-chave, pragas secundárias e pragas de importância quarentenária.
Encontrado na página: Pragas
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Lagartas
O adulto das Lagartas de Polygrammodes elevata é uma mariposa de cor amarelada com pequenas manchas avermelhadas, envergadura de asas (17-27 mm). Pertence à família Crambidae e está associada às plantas do gênero Ipomoea, com registro de ocorrência mais frequente em I. batatas (batata-doce).
Distribuição: Estados Unidos (região Sul), Antilhas, Caribe e América do Sul, incluindo o Brasil.
Ciclo de vida: A fêmea oviposita cerca de 190 ovos durante a sua vida, os quais são depositados nas hastes da planta, próximas ao solo. A longevidade média dos adultos é cerca de 4 dias. A duração da fase larval varia de 5 a 10 semanas, dependendo das condições nutricionais da planta hospedeira. A lagarta passa por 4 ínstares, com a fase de pupa no solo, a qual dura de 10-15 dias, com posterior emergência dos adultos.
Danos: As lagartas recém-eclodidas penetram nos tecidos vegetais e começam a se alimentar, fazendo galerias internas (túneis) nas hastes, podendo migrar das hastes para as raízes.
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Nematoide-das-galhas - Meloidogyne spp.
O sintoma mais severo devido a infecção pelo nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.) nas raízes tuberosas de batata-doce é a ocorrência de rachaduras longitudinais, similar às rachaduras devido ao crescimento exagerado. Estas rachaduras predispõem a raiz à infecção por agentes de podridões durante o armazenamento.
Por outro lado, as galhas presentes nas raízes da batata-doce são muitas vezes menores (1 mm a 2 mm de diâmetro) em relação às galhas observadas nas raízes de outras plantas hospedeiras. O tamanho das galhas varia entre as cultivares de batata-doce, e em muitos casos, quando muito pequenas, dificultam sua visualização a olho nú. Todavia, massas de ovos são frequentemente observadas na superfície das raízes, mesmo quando galhas não são visíveis.
As fêmeas se concentram geralmente nas raízes secundárias, onde depositam as massas de ovos. Níveis populacionais altos de fêmeas e grande quantidade de massa de ovos nas raízes secundárias reduzem a absorção de nutrientes e água pela planta e, consequentemente, reduzem a produtividade. -
Nematoide-reniforme - Rotylenchulus reniformis
Os sintomas devido ao ataque de R. reniformis são difíceis de distinguir daqueles causados por outros patógenos. O nematóide infecta as raízes da batata-doce em qualquer fase do desenvolvimento e não produz galhas ou outros sintomas distintos. No entanto, as raízes podem tornar-se mais curtas e apresentar menor número de raízes secundárias em altas densidades de plantio. Os sintomas secundários, resultantes de danos ao sistema radicular, incluem o amarelecimento da folhagem e a murcha acentuada das plantas nas horas mais quentes do dia.
Um dos métodos de diagnose visual em batata-doce utilizado para o nematoide-reniforme é a detecção de massas de ovos na superfície das raízes fibrosas infectadas, pois as massas de ovos ficam com o aspecto amarronzado devido à aderência do solo a estas.
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Pragas-Chave
Broca-da-raiz (Euscepes postfasciatus, Coleoptera, Curculionidae): É considerada a principal praga da cultura com capacidade de causar perdas de mais de 60% da produção, caso não seja manejada.
Distribuição: Ilhas do sul do Pacífico, Japão, Taiwan, Estados Unidos, Caribe, América Central e do Sul, incluindo o Brasil.
Ciclo de vida: O inseto em questão é um besouro com 3 a 5 mm de comprimento e 1,6 mm de largura, apresentando coloração castanho claro a marrom escuro. Os adultos possuem asas soldadas, impossibilitando o voo e tornando sua dispersão mais lenta no campo. As fêmeas depositam ovos branco-leitosos nas raízes superficiais da batata-doce e nas ramas. As larvas, de formato cilíndrico e coloração branco-leitosa, passam por cinco trocas de pele em um período de aproximadamente 21 dias, alcançando cerca de 5 mm. Após essa fase, a larva entra na pré-pupa, construindo uma câmara em uma extremidade da galeria, transformando-se em pupa do tipo exarada, com apêndices livres. As pupas dão origem a novos adultos, completando o ciclo de vida. O ciclo total, desde o ovo até o adulto, dura de 20 a 30 dias, enquanto a longevidade dos adultos pode variar de 30 a 288 dias no campo.
Danos: Os danos causados pela praga resultam principalmente do processo alimentar de adultos e larvas nas ramas e raízes tuberosas da batata-doce. As raízes atacadas exibem escoriações superficiais e perfurações que formam galerias, capazes de penetrar profundamente nos tecidos da raiz. Essas galerias são preenchidas com fezes e resíduos fibrosos à medida que as larvas se alimentam e se desenvolvem. Esse ambiente propício favorece o desenvolvimento de fungos saprófitos, causando decomposição e a liberação de voláteis terpenóides de odor desagradável. Isso torna o produto completamente inadequado para o consumo humano e até mesmo para o consumo animal.
Broca-das-ramas ou Broca-do-colo (Megastes pusialis e Megastes grandalis Lepidoptera, Crambidae): Duas espécies de brocas-das-ramas, Megastes pusialis Snellen e M. grandalis Guenee, estão associadas à batata-doce. Estas mariposas têm estruturas parecidas, causam os mesmos tipos de danos e ocorrem praticamente nas mesmas regiões, dificultando o estabelecimento preciso do impacto individual de cada espécie para a cultura. Estas brocas podem causar uma perda estimada de 30% a 50% na produção.
Distribuição: M. pusialis: Guiana, Trinidad & Tobago e Brasil. M. grandalis: Costa Rica, Panamá, Trinidad & Tobago, Venezuela, Guiana, Suriname, Peru, Paraguai, Argentina e Brasil.
Ciclo de vida: Os adultos desta praga são mariposas com uma envergadura de 40 a 45 mm, apresentando uma coloração pardo-escura, com margens mais escuras na asa anterior e três linhas sinuosas transversais. Conhecidas como "broca-do-coleto", as fêmeas depositam ovos, individualmente ou em fileiras, no caule e nas hastes da planta, especialmente próxima à base. As lagartas têm cabeça distinta do corpo, três pares de pernas torácicas e cinco pares de falsas pernas abdominais. Elas são rosadas, com pontuações escuras ao longo do corpo. A fase de pupa ocorre dentro das hastes ou nas proximidades do orifício de saída. O ciclo, desde o ovo até o adulto, tem uma duração média de 57 dias.
Danos: As lagartas recém-eclodidas penetram nos tecidos vegetais do caule, geralmente na região do coleto e das hastes, causando danos nos vasos condutores da planta, que levam ao retardo do crescimento, queda das folhas e redução da produção. A região atacada fica intumescida, com rachaduras e um orifício de saída, contendo excrementos de cor amarelada. As ramas atacadas podem murchar completamente e secar, soltando-se facilmente da planta. Eventualmente, atacam ainda as raízes tuberosas da batata-doce, abrindo galerias à medida que se alimentam dos tecidos do órgão.
Complexo de Besouros Crisomelídeos
Os besouros da família Chrysomelidae se alimentam essencialmente de material vegetal, como folhagens, tanto adultos como também em fase de larva, causando grande impacto econômico e ecológico. Os crisomelídeos estão agrupados em 12 subfamílias, das quais três, Cassidinae, Eumolpinae, Galerucinae possuem espécies associadas à batata-doce.
Estes besouros apresentam ciclo de vida e comportamento similares e causam os mesmos tipos de danos à cultura, o que dificulta a identificação do impacto isolado de cada uma das espécies.
Danos: Os adultos se alimentam das folhas, deixando-as perfuradas, algumas vezes com aspecto parecidos com um renda, porém, sem afetar a produção da cultura. A importância econômica deste grupo se deve à fase imatura, cujas larvas fazem pequenos furos na pele da raiz para se alimentarem dos tecidos, cavando galerias que se irradiam por toda a superfície do órgão, reduzindo seu valor comercial. Porém, vale destacar que, ao contrário de E. postfasciatus, os danos dos crisomelídeos tendem a ser mais superficiais e muitas vezes, não inviabilizam o consumo da raiz, bastando para isso, retirar a parte atacada.
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Eliminação de Restos
Eliminação de Restos
A não eliminação dos restos de cultura e de plantas hospedeiras alternativas contribuem para a manutenção de altos níveis populacionais de nematoides no solo, o que afeta a sanidade das lavouras subsequentes.
Publicado: 17/04/2024
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Seleção de Material
Seleção de Material
O uso de mudas ou ramas não infectadas por nematoides é essencial para evitar o contágio. Bem como o corte das ramas bem acima da linha do solo, o que reduz consideravelmente as chances de contaminação por nematóides e outras pragas de solo.
Publicado: 17/04/2024
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Rotação de Culturas
Rotação de Culturas
Em algumas regiões, populações de Meloidogyne são significativamente reduzidas pela rotação com gramíneas, seguido de uma cultivar resistente de outra cultura. Muitas outras sucessões empregando plantas não hospedeiras e cultivares resistentes são potencialmente úteis. Associado à rotação de culturas, ou utilizado isoladamente, o uso de plantas antagonistas é uma alternativa de controle.
Neste sentido, plantas do gênero Crotalaria podem ser utilizadas no controle de várias espécies de fitonematoides, com destaque para o nematoide-das-galhas, atuam como planta-armadilha, permitindo a penetração dos juvenis em suas raízes, mas, impedindo o seu desenvolvimento até a fase adulta.
Dentre as plantas utilizadas em rotação com a cultura da batata-doce para o nematoide-das-galhas incluem: milheto e milho com resistência a Meloidogyne, brachiarias etc.Publicado: 17/04/2024
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