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Fases de desenvolvimento
Fases de desenvolvimentoO ciclo de desenvolvimento da batata-doce do plantio até a colheita das raízes tuberosas compreende três fases num período que varia de 90 a 150 dias. A duração do ciclo depende da cultivar e das condições ambientais. As três fases de uma cultivar, com maturação em quatro meses, em condições tropicais são apresentadas na Tabela 1.
A formação da raiz tuberosa pode começar quatro semanas após o plantio, embora o mais comum seja entre 4 a 6 semanas, dependendo da cultivar e das condições ambientais. A presença de condições ambientais favoráveis durante o primeiro mês após o plantio é de vital importância para o início da formação das raízes tuberosas. Sete semanas após o plantio, 80% das raízes tuberosas estarão formadas e entre 8 a 2 semanas após o plantio a planta deixará de formar novas raízes tuberosas. Depois disso, toda a energia é direcionada para o engrossamento das raízes tuberosas. Quando são formadas muitas raízes tuberosas por planta, normalmente o peso da raiz é baixo, enquanto poucas raízes por planta normalmente resultam em raízes maiores.
O crescimento da planta regularmente alcança o máximo da metade para a fase final do ciclo. Nessa fase, a parte aérea é bastante vistosa. Depois disso, a densidade foliar diminui, porque a planta transloca os fotoassimilados para as raízes tuberosas, em detrimento da formação e manutenção das folhas. Além disso, as os carboidratos produzidos nas folhas são transportados para as raízes tuberosas.
Semana
Estádio de desenvolvimento
Características
1
I - Estádio de estabelecimento
Plantio
2
I - Estádio de estabelecimento
Rápido crescimento das raízes
3
I - Estádio de estabelecimento
Crescimento lento das ramas
4
I - Estádio de estabelecimento
Crescimento lento das ramas
5
II - Estádio intermediário (formação de raízes tuberosas)
Início do desenvolvimento das raízes tuberosas
6
II - Estádio intermediário (formação de raízes tuberosas)
Intenso crescimento das ramas
7
II - Estádio intermediário (formação de raízes tuberosas)
Aumento expressivo da área foliar
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II - Estádio intermediário (formação de raízes tuberosas)
Aumento expressivo da área foliar
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III - Estádio final (Aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Redução contínua da taxa de crescimento das ramas
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Redução contínua da taxa de crescimento das ramas
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Rápido aumento das raízes tuberosas
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Rápido aumento das raízes tuberosas
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Translocação de fotoassimilados das folhas para as raízes tuberosas
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Translocação de fotoassimiliados das folhas para as raízes tuberosas
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Redução da área foliar / amarelecimento e queda de folhas verdes
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Redução da área foliar / amarelecimento e queda de folhas verdes
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III - Estádio final (aumento do tamanho das raízes tuberosas)
Colheita
Tabela 1. Fases de desenvolvimento da batata-doce
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Estresses abioticos
Estresses abioticosApesar da batata-doce ser uma planta de origem tropical e se adaptar bem a diversos ambientes, a produtividade pode ser reduzida por diversos fatores abióticos, especialmente se eles ocorrerem do início da formação das raízes tuberosas até seu crescimento (enchimento) total. Assim, a temperatura, a disponibilidade hídrica e luminosa são os fatores que mais interferem na produtividade e na qualidade da batata-doce.
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Agua
Agua1. Seca
A exigência hídrica da batata-doce é de cerca de 500 mm para um ciclo de 110 a 140 dias (Chukwu, 1995), porém a produtividade de raízes tuberosas é afetada pela quantidade, época e distribuição da água. Para colheitas satisfatórias a demanda semanal por água na fase inicial (até aproximadamente 30 dias após o plantio) e final (de 90 a 120 dias após o plantio) é de 20 mm. Por outro lado, do período que vai dos 30 aos 90 dias a demanda de água é de 40 mm por semana, sendo o período crítico dos 40 aos 55 dias após o transplantio. Quando a disponibilidade de água no solo for inferior a 20% há declínio na produtividade (Nair et al. 1996). Além disso, irrigações inferiores a 50% da taxa de evaporação cumulativa do tanque Classe A tendem a reduzir a produtividade (Chowdhury, 1996).
A fase de início da formação das raízes tuberosas é o período mais sensível ao déficit hídrico, devido ao efeito causado no número de raízes tuberosas, que é reduzido quando a umidade do solo é inferior a 21% (80% da capacidade de campo). A redução da produtividade também está relacionada com as mudanças fisiológicas e bioquímicas nas folhas, uma vez que sob déficit hídrico há redução do potencial hídrico foliar (Gajanayake;Reddy, 2016), o que reduz a condutância estomática, a interceptação da radiação, a fixação de CO2, a produção e a redistribuição de carboidratos, interferindo no número e no peso das raízes tuberosas. Além disso, o estresse hídrico pode aumentar o tempo necessário para a formação de 50% das raízes tuberosas.
2. Alagamento
O encharcamento do solo ocorre em lavouras implantadas em solos com pouca drenagem (siltosos ou argilosos), compactados, ou em locais com chuvas pesadas e causa a redução da disponibilidade de oxigênio na região da rizosfera, o que reduz a formação das raízes tuberosas, afetando o número, o tamanho e o diâmetro além de estimular excessivamente o crescimento vegetativo em função da diminuição do dreno principal. As consequências do encharcamento na produtividade são piores quando ele ocorre na fase final de desenvolvimento e a capacidade das cultivares em tolerar esse estresse está relacionada com a quantidade de raízes tuberosas.
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Radiação
RadiaçãoLavouras de alta produtividade de batata-doce necessitam de altos níveis de radiação para suportar o crescimento e a formação das raízes tuberosas. Em sistemas de cultivo não irrigado, instalados no período chuvoso, a disponibilidade de radiação pode ser influenciada por períodos nublados ou de chuva. Quando o plantio é feito em associação com culturas mais altas em sistemas consorciados, como o caso do milho, ocorre o sombreamento e, consequentemente, a redução da radiação. Nessas situações há redução na produção total de matéria seca produzida, principalmente das raízes tuberosas. A planta pode suportar sombreamento médio de 25% sem grandes prejuízos na produtividade, mas em sombreamento acima de 40% há redução na produção total e na biomassa de raízes tuberosas, além de atrasar o início da formação das raízes de armazenamento. O efeito da sombra é menor sobre o crescimento da parte aérea em comparação com as raízes tuberosas.
Assim, nessas condições, as cultivares que produzem maior quantidade de raízes tuberosas (drenos) e menor crescimento da parte aérea apresentam menor redução da produtividade de raízes tuberosas. Sob sombreamento há redução do número de cloroplastos por unidade de área foliar, o que limitará a produção de matéria seca pelo menor potencial fotossintético. Além disso, a sombra reduz a atividade do câmbio e restringe o desenvolvimento do parênquima e a capacidade de dreno, que por sua vez reduzirá o potencial fotossintético e a produtividade. Assim, a sombra pode interferir tanto na fase inicial (menor número de raízes de armazenamento), quanto na fase final da cultura (redução do tamanho e do peso das raízes de armazenamento).