Esses distúrbios nem sempre são causados pela ausência de nutrientes no solo, mas também por fatores que dificultam sua absorção, como umidade inadequada, temperaturas extremas ou danos nas raízes. O excesso de nutrientes pode gerar fitotoxidez e deformações. Os sintomas muitas vezes se confundem com os de doenças causadas por vírus ou patógenos. A prevenção por meio de adubação adequada, especialmente após análise de solo ou no manejo hidropônico, é essencial, pois o controle após o surgimento dos distúrbios é difícil. Outros fatores, como insetos e uso incorreto de agrotóxicos, também podem causar sintomas semelhantes. Devido à complexidade dos fatores envolvidos, é necessário diagnóstico preciso com apoio técnico para o manejo adequado.
Distúrbios relacionados ao clima
Enrolamento do folíolo
O enrolamento fisiológico dos folíolos é um distúrbio comum em todas as regiões brasileiras produtoras de tomate, frequentemente confundido com viroses, mas que se difere por ocorrer de forma generalizada no campo ou em linha de plantas. As margens dos folíolos, da base até a metade da planta, enrolam-se para cima, podendo até se tocar. Esse distúrbio é mais comum durante a frutificação, especialmente sob condições que afetam a absorção de água, como seca prolongada ou solo excessivamente úmido. O excesso de adubação nitrogenada, plantios adensados e poda severa também podem contribuir para o problema. Embora não reduza significativamente a produtividade, diferentes cultivares podem ser mais afetadas. Uma mutação recessiva chamada "folded-leaf" (gene fl), relacionada à resposta da planta ao hormônio auxina, também está associada ao enrolamento dos folíolos.
Rachaduras
As rachaduras nos frutos de tomate, tanto radiais quanto concêntricas, estão associadas a desequilíbrio hídrico e variações bruscas de temperatura, ocorrendo principalmente quando há chuvas perto da colheita seguidas de estiagem. Elas comprometem a aparência dos frutos e podem facilitar a entrada de patógenos, resultando em podridões. As rachaduras são menos comuns em lavouras com adequado suprimento de água, especialmente com cultivares resistentes a esse distúrbio. Em algumas cultivares, há maior propensão genética para rachaduras concêntricas.
Nos frutos verdes bem desenvolvidos ou próximos da maturação, surgem cicatrizes superficiais concêntricas ao redor do ponto de inserção peduncular, conhecidas como rachaduras cuticulares ou "rain check". Essas rachaduras ocorrem devido ao aumento repentino da rigidez do fruto, causado por chuvas constantes que reduzem a transpiração e levam ao suprimento excessivo de água, rompendo a cutícula. Deficiências nutricionais e cultivares sensíveis também favorecem o surgimento dessas rachaduras.
A água absorvida pelas rachaduras ou pela porosidade do tecido corticoso pode formar manchas amarronzadas, resultando em ombro-escuro ou "russeting". Esses distúrbios afetam a qualidade do fruto tanto na colheita quanto na pós-colheita, pois o rompimento da película protetora faz com que o fruto perca água facilmente, ficando com a pele áspera ou enrugada.
Nos frutos verdes bem desenvolvidos ou próximos da maturação, surgem cicatrizes superficiais concêntricas ao redor do ponto de inserção peduncular, conhecidas como rachaduras cuticulares ou "rain check". Essas rachaduras ocorrem devido ao aumento repentino da rigidez do fruto, causado por chuvas constantes que reduzem a transpiração e levam ao suprimento excessivo de água, rompendo a cutícula. Deficiências nutricionais e cultivares sensíveis também favorecem o surgimento dessas rachaduras.
A água absorvida pelas rachaduras ou pela porosidade do tecido corticoso pode formar manchas amarronzadas, resultando em ombro-escuro ou "russeting". Esses distúrbios afetam a qualidade do fruto tanto na colheita quanto na pós-colheita, pois o rompimento da película protetora faz com que o fruto perca água facilmente, ficando com a pele áspera ou enrugada.
Ombro-amarelo
O ombro-amarelo é um distúrbio de causa ainda não bem definida, mas frequentemente ocorre quando há altas temperaturas antes do início do amadurecimento dos frutos, e o baixo teor de potássio no solo pode contribuir para seu surgimento. Esse distúrbio é mais comum em tomates destinados ao processamento industrial, especialmente em cultivares sensíveis, quando os frutos são expostos ao sol.
O sintoma mais evidente é a presença de manchas amarelas irregulares ao redor do pedúnculo do fruto, que, em casos mais graves, podem se tornar esbranquiçadas e enrugadas, assemelhando-se à escaldadura ou queima de sol. No entanto, na queima de sol, as manchas são mais esbranquiçadas e ocorrem apenas no lado exposto ao sol.
Um corte na região afetada revela anomalias internas no tecido, que adquire uma consistência similar ao isopor. Para reduzir a ocorrência do ombro-amarelo, é recomendada a escolha de cultivares menos sensíveis, com adubação balanceada baseada em análise de solo.
O sintoma mais evidente é a presença de manchas amarelas irregulares ao redor do pedúnculo do fruto, que, em casos mais graves, podem se tornar esbranquiçadas e enrugadas, assemelhando-se à escaldadura ou queima de sol. No entanto, na queima de sol, as manchas são mais esbranquiçadas e ocorrem apenas no lado exposto ao sol.
Um corte na região afetada revela anomalias internas no tecido, que adquire uma consistência similar ao isopor. Para reduzir a ocorrência do ombro-amarelo, é recomendada a escolha de cultivares menos sensíveis, com adubação balanceada baseada em análise de solo.
Queima de sol ou escaldadura
A queima de sol ou escaldadura ocorre quando a superfície do fruto, já bem desenvolvido, é aquecida pela exposição direta ao sol, geralmente após a destruição da folhagem por doenças. A área afetada torna-se esbranquiçada e enrugada, podendo ser posteriormente coberta por fungos saprófitos ou outros de importância secundária.
Para prevenir a escaldadura, é essencial escolher cultivares que proporcionem boa cobertura foliar dos frutos e adotar o controle eficiente de doenças e pragas que danificam a folhagem. No caso da produção de tomates para processamento industrial, o uso de cultivares com maturação uniforme também ajuda a reduzir a ocorrência desse problema.
Para prevenir a escaldadura, é essencial escolher cultivares que proporcionem boa cobertura foliar dos frutos e adotar o controle eficiente de doenças e pragas que danificam a folhagem. No caso da produção de tomates para processamento industrial, o uso de cultivares com maturação uniforme também ajuda a reduzir a ocorrência desse problema.
Baixo pegamento de frutos
O baixo pegamento de frutos no tomate ocorre quando as temperaturas não estão dentro da faixa ideal de 14 °C a 17 °C. Temperaturas noturnas acima de 20 °C e diurnas superiores a 30 °C, comuns em cultivo protegido, assim como excesso de frio, comprometem a produção de pólen, a polinização e a fertilização, resultando em menor número de frutos por penca. Desbalanço nutricional e variações entre cultivares também contribuem para o problema.
Sob condições de grande variação de temperatura, o pegamento de frutos ocorre de maneira desigual e sem sincronia, o que causa uma maturação não concentrada. Isso pode ser problemático quando a colheita é mecanizada, como na produção de tomate para processamento industrial. Além disso, cultivares com flores que apresentam uma leve protrusão do estigma (fora do cone de anteras) são mais propensas a esse distúrbio.
Sob condições de grande variação de temperatura, o pegamento de frutos ocorre de maneira desigual e sem sincronia, o que causa uma maturação não concentrada. Isso pode ser problemático quando a colheita é mecanizada, como na produção de tomate para processamento industrial. Além disso, cultivares com flores que apresentam uma leve protrusão do estigma (fora do cone de anteras) são mais propensas a esse distúrbio.
Fruto-oco
O fruto-oco é um distúrbio caracterizado pela presença de frutos com lóculos vazios, manifestando-se externamente por frutos ocos e de forma quinada. Quando cortados transversalmente, esses frutos apresentam pouca ou nenhuma semente e a mucilagem que as envolve, tornando-os deformados e mais leves. Esse distúrbio pode ser causado por altos níveis de nitrogênio, baixos níveis de potássio, e temperaturas extremas, que afetam a polinização, fertilização e o desenvolvimento normal das sementes.
Algumas cultivares com propensão genética ao fruto oco podem ter a mucilagem bem formada, mas ela não adere à parede do fruto, não preenchendo toda a cavidade. Além disso, o uso de telados com malhas finas pode resultar em polinização insuficiente, devido à redução da força do vento e à mínima movimentação das plantas, comprometendo o pegamento dos frutos, que se tornam deformados e quinados. Em algumas propriedades, a polinização das flores de tomate tem sido feita com o auxílio de mamangavas.
Algumas cultivares com propensão genética ao fruto oco podem ter a mucilagem bem formada, mas ela não adere à parede do fruto, não preenchendo toda a cavidade. Além disso, o uso de telados com malhas finas pode resultar em polinização insuficiente, devido à redução da força do vento e à mínima movimentação das plantas, comprometendo o pegamento dos frutos, que se tornam deformados e quinados. Em algumas propriedades, a polinização das flores de tomate tem sido feita com o auxílio de mamangavas.
Frutos amarelos ou manchados
Os frutos de tomate podem apresentar coloração amarela ou manchas quando amadurecem sob temperaturas acima de 30 °C, que inibem a síntese do licopeno (responsável pela cor vermelha) e favorecem a produção de carotenoides, que conferem a cor amarelo-alaranjada. Isso prejudica a qualidade visual dos frutos tanto para consumo in natura quanto para a indústria.
Além disso, os frutos que amadurecem sob essas condições podem apresentar distúrbios como coloração irregular e necrose interna. Se um corte superficial sobre as manchas revela vasos escurecidos, o distúrbio é chamado de "gray wall", que também pode ser causado por outros fatores, como presença de patógenos (especialmente vírus e bactérias), solo excessivamente úmido, deficiência de potássio, e temperaturas e luminosidade baixas.
Esse sintoma pode ser confundido com o amarelecimento causado por mosca-branca, que também resulta em maturação irregular dos frutos. A prevenção desse distúrbio envolve o plantio em condições ambientais favoráveis à planta, condução adequada da lavoura, e o uso de cultivares menos sensíveis a essa anomalia.
Além disso, os frutos que amadurecem sob essas condições podem apresentar distúrbios como coloração irregular e necrose interna. Se um corte superficial sobre as manchas revela vasos escurecidos, o distúrbio é chamado de "gray wall", que também pode ser causado por outros fatores, como presença de patógenos (especialmente vírus e bactérias), solo excessivamente úmido, deficiência de potássio, e temperaturas e luminosidade baixas.
Esse sintoma pode ser confundido com o amarelecimento causado por mosca-branca, que também resulta em maturação irregular dos frutos. A prevenção desse distúrbio envolve o plantio em condições ambientais favoráveis à planta, condução adequada da lavoura, e o uso de cultivares menos sensíveis a essa anomalia.
Murcha-d'água
A murcha-d'água é um distúrbio que ocorre principalmente em plantas com crescimento vegetativo acelerado, tanto em campo quanto em cultivo protegido. Embora fatores nutricionais possam influenciar, o distúrbio é causado por altas temperaturas e solo encharcado, que reduzem a oxigenação, inibindo a respiração das raízes. Isso compromete a capacidade das raízes de absorver água, resultando em menor suprimento de água para a parte superior da planta via xilema, o que provoca o murchamento das folhas do topo da planta.
Esse sintoma é frequentemente confundido com o ataque inicial da murcha-bacteriana ou de outras doenças vasculares. Se o problema persistir por vários dias, pode ocorrer o amarelecimento das folhas mais velhas, colapso da medula do caule e morte do topo da planta. A prevenção e controle desse distúrbio envolvem irrigação adequada e boa drenagem do solo.
Esse sintoma é frequentemente confundido com o ataque inicial da murcha-bacteriana ou de outras doenças vasculares. Se o problema persistir por vários dias, pode ocorrer o amarelecimento das folhas mais velhas, colapso da medula do caule e morte do topo da planta. A prevenção e controle desse distúrbio envolvem irrigação adequada e boa drenagem do solo.
Deficiências nutricionais
Deficiência de fósforo
A deficiência de fósforo em tomateiros é causada pela falta desse nutriente ou por fatores que dificultam sua disponibilidade para a planta. Esse distúrbio é facilmente identificado em mudas, que apresentam a parte inferior das folhas arroxeadas. Em plantas adultas, a deficiência é mais difícil de diagnosticar, pois os sintomas podem ser confundidos com os causados por deficiência de outros minerais, mas é caracterizada pelo retardamento do crescimento das plantas.
Condições como baixas temperaturas, compactação do solo, solos ácidos ou salinos e adubação inadequada favorecem a manifestação dessa deficiência. A melhor forma de evitá-la é realizar uma adubação bem equilibrada no plantio, com base na análise do solo.
Condições como baixas temperaturas, compactação do solo, solos ácidos ou salinos e adubação inadequada favorecem a manifestação dessa deficiência. A melhor forma de evitá-la é realizar uma adubação bem equilibrada no plantio, com base na análise do solo.
Deficiência de nitrogênio
A deficiência de nitrogênio em tomateiros é caracterizada principalmente pelo amarelecimento das folhas mais velhas, além de retardamento no crescimento da planta. Solos muito arenosos são especialmente propensos a essa deficiência, pois a água da chuva e a irrigação lixiviam o nitrogênio aplicado no solo.
Por outro lado, o excesso de nitrogênio também é prejudicial, pois promove um crescimento vegetativo excessivo, criando um ambiente favorável para doenças e tornando as plantas mais vulneráveis a danos mecânicos causados pelo vento, máquinas e equipamentos. Para evitar esse problema, é importante realizar adubações nitrogenadas com fórmulas adequadas e balanceadas, tanto no plantio quanto em cobertura.
Por outro lado, o excesso de nitrogênio também é prejudicial, pois promove um crescimento vegetativo excessivo, criando um ambiente favorável para doenças e tornando as plantas mais vulneráveis a danos mecânicos causados pelo vento, máquinas e equipamentos. Para evitar esse problema, é importante realizar adubações nitrogenadas com fórmulas adequadas e balanceadas, tanto no plantio quanto em cobertura.
Deficiência de magnésio
A deficiência de magnésio em tomateiros é caracterizada por clorose (amarelecimento) entre as nervuras das folhas mais velhas, um sintoma que ocorre devido à translocação de nutrientes para os frutos, sendo mais visível no início da frutificação. Esse distúrbio pode ser facilmente confundido com sintomas de algumas viroses, especialmente aquelas causadas por crinivírus.
A correção do solo com calcário dolomítico é a medida mais eficaz para prevenir e corrigir a deficiência de magnésio.
A correção do solo com calcário dolomítico é a medida mais eficaz para prevenir e corrigir a deficiência de magnésio.
Deficiência de boro
A deficiência de boro em tomateiros se manifesta nos frutos, que desenvolvem cavidades secas e cicatrizadas, expondo a placenta e as sementes, um distúrbio conhecido como lóculo-aberto. Frutos afetados por esse problema são deformados e não têm valor comercial.
Esse distúrbio pode ser evitado com adubação balanceada e manejo adequado da irrigação. Solos com pH alto e excesso de nitrogênio dificultam a absorção e a translocação de boro pela planta. Como medida emergencial, pode-se aplicar bórax a 0,25% de forma foliar para corrigir a deficiência.
Esse distúrbio pode ser evitado com adubação balanceada e manejo adequado da irrigação. Solos com pH alto e excesso de nitrogênio dificultam a absorção e a translocação de boro pela planta. Como medida emergencial, pode-se aplicar bórax a 0,25% de forma foliar para corrigir a deficiência.
Deficiência de cálcio
A deficiência de boro em tomateiros se manifesta nos frutos, que desenvolvem cavidades secas e cicatrizadas, expondo a placenta e as sementes, um distúrbio conhecido como lóculo-aberto. Frutos afetados por esse problema são deformados e não têm valor comercial.
Esse distúrbio pode ser evitado com adubação balanceada e manejo adequado da irrigação. Solos com pH alto e excesso de nitrogênio dificultam a absorção e a translocação de boro pela planta. Como medida emergencial, pode-se aplicar bórax a 0,25% de forma foliar para corrigir a deficiência.
Esse distúrbio pode ser evitado com adubação balanceada e manejo adequado da irrigação. Solos com pH alto e excesso de nitrogênio dificultam a absorção e a translocação de boro pela planta. Como medida emergencial, pode-se aplicar bórax a 0,25% de forma foliar para corrigir a deficiência.