Potencial de industrialização do pedúnculo
O pedúnculo do cajueiro tem alto potencial de aproveitamento industrial, podendo ser matéria prima para a fabricação de uma diversidade de produtos como sucos, concentrados, doces, compotas, geleia, néctares, cajuína e outras bebidas. Além disso, a fibra de caju, obtida do pedúnculo, após a extração do suco, pode ser utilizada na elaboração de alimentos destinados aos mercados vegetariano e vegano (produtos Plant-based).
Qualidade da matéria prima
Os pedúnculos destinados ao processamento industrial devem estar completamente maduros e sadios, ser doces e apresentar baixa adstringência (travo). Além desses requisitos de qualidade, devem ser colhidos com as mãos, acondicionados em caixas de colheita adequadas e transportados a baixa velocidade para o local de processamento. Esses cuidados evitam danos fícicos e a perda de textura e suco nos pedúnculos e ajudam a garantir matéria prima de qualidade para a indústria.
Etapas pré-processamento industrial
O processamento do pedúnculo pode ser feito por minifabricas e indústrias de médio e grande porte. Para evitar contaminações e a perda de pedúnculos, é necessário adotar procedimentos adequados tanto nas etapas que antecedem o processamento industrial (recepção dos cajus, pesagem, lavagem, descastanhamento e seleção), como nas etapas para elaboração de produtos industriais com essa matéria prima.
Aproveitamento industrial do pedúnculo
A industrialização do pedúnculo é uma alternativa para agregar valor à produção e gerar renda para os produtores de caju. Existe uma diversidade de produtos derivados do pedúnculo com processos industriais bem definidos, já disponíveis no mercado, como o suco integral com alto teor de polpa, a cajuína e a polpa de caju congelada, mas o potencial de aproveitamento do caju não se esgota nos produtos já comercializados. Há uma vasta possibilidade de aproveitamento do pedúnculo na elaboração de novos produtos industriais, que move a pesquisa científica na busca novas alternativas para o aproveitamento industrial dessa matéria prima, com o objetivo de reduzir o uso de aditivos químicos, aumentar a vida de prateleira, melhorar a qualidade das embalagens e reduzir custos no processamento industrial.
Suco integral
Bebida não fermentada e não diluída, obtida por desintegração e prensagem do pedúnculo. O produto contém aditivos e conservantes e passa por processo de pasteurização, engarrafamento a calor e resfriamento das garrafas até 30 °C. Dependendo do tipo de equipamento utilizado, o rendimento pode ser de 75% a 85%, ou seja, a cada tonelada de pedúnculo processada, serão produzidos de 750 kg a 850 kg de suco. Os clones de cajueiro-anão mais recomendados para a produção de sucos são o CCP 76, CCP 09 e BRS 226, em função da doçura (ºBrix), acidez e baixo teor de taninos.
Cajuína
O suco de caju clarificado, ou cajuína, é uma bebida não fermentada e não gaseificada, obtida do pedúnculo. A cajuína deve ter coloração variando do incolor ao amarelo translúcido, sabor levemente ácido e aroma próprio. O processo de produção envolve as seguintes etapas: prensagem ou extração do suco, clarificação, filtragem, pré-aquecimento, engarrafamento, tratamento térmico, resfriamento, rotulagem e armazenamento. Os clones de cajueiro-anão mais recomendados para a produção de cajuína são o CCP 76, CCP 09 e BRS 226, devido aos seus atributos de qualidade.
Polpa de caju congelada
Produto não fermentado, não concentrado e não diluído, obtido pelo esmagamento do pedúnculo, por processo agroindustrial. Quando congelada em condições recomendadas de temperatura e em embalagens adequadas, pode ser conservada por até um ano. O congelamento preserva as características do caju (cor, aroma e sabor) e seus atributos nutricionais.
Subprodutos do pedúnculo com processos em desenvolvimento

Doce de caju em calda
Obtido do pedúnculo do caju inteiro ou em pedaços, com ou sem pele, por meio de cozimento em água, com adição de açúcar, é envasado em embalagens de vidro ou pástico hermeticamente fechadas. Embalagens de vidro devem ser submetidas a tratamento térmico adequado, antes de serem utilizadas.

Geleia de caju
Obtida do suco filtrado, por processo de cozimento. Deve-se usar quantidades adequadas de açúcar, pectina e ácido cítrico até alcançar o nível de doçura (°Brix) recomendado para que ocorra o processo de geleificação durante o resfriamento. Após adição da pectina, o tempo de cozimento em tacho aberto deve ser de 20 minutos, para garantir o ponto de geleia.

Néctar de caju
Bebida não fermentada e não gaseificada, destinada ao consumo direto (pronta para beber). O produto é obtido pela dissolução em água potável da polpa ou suco integral do caju, adicionado de açúcar e ácido cítrico. No processo industrial são adicionados também conservantes, de acordo com normas e padrões vigentes.

Xarope de caju
Produzido de forma artesanal, o xarope de caju é obtido por meio da concentração do suco integral clarificado, com adição de açúcar e ácido cítrico, por cozimento em tacho aberto. Recomenda-se acondicionar, preferencialmente, em embalagens de vidro.

Refrigerante de caju
Bebida obtida pela dissolução em água potável do suco de caju e outros ingredientes (sacarose, açúcar invertido, frutose, glicose ou seus xaropes), com adição de aromas artificiais, corante natural, aditivos e dióxido de carbono, para conferir efervescência e padrão de refrigerante.

Fermentado de Caju (“vinho” de caju)
Bebida com teor alcóolico de 10° a14ºG.L, em volume, obtida pela fermentação do suco clarificado de pedúnculos de boa qualidade. O produto obedece ao mesmo padrão de fabricação e vida de prateleira de outras bebidas fermentadas.
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