Importância das práticas pós-colheita

Importância das práticas pós-colheita

A pós-colheita envolve um conjunto de práticas recomendadas pela pesquisa para manter a qualidade dos frutos e assegurar a oferta de produtos que atendam às exigências do consumidor. Na cajucultura, a adoção de procedimentos adequados na pós-colheita garante a manutenção de requisitos de qualidade do caju e de características do clone cultivado e evita perdas na produção. As práticas pós-colheita do pedúnculo destinado ao consumo in natura são realizadas no galpão de embalagem. Essa estrutura deve ser instalada em local de fácil acesso, na propriedade, e oferecer um ambiente fresco, ventilado e iluminado.

Etapas da conservação pós-colheita

Etapas da conservação pós-colheita

Os procedimentos pós-colheita para conservação do pedúnculo para consumo in natura são realizados em diferentes etapas. Além dos cuidados com o manuseio do pedúnculo, desde a chegada dos frutos ao galpão de embalagem até o armazenamento, durante o trabalho na linha de produção recomenda-se não fumar, comer ou beber. Também deve-se evitar o uso de unhas longas ou adereços como anéis e pulseiras, que podem ferir os pedúnculos.

Recepção dos frutos

Recepção dos frutos

As caixas com os cajus colhidos devem ser retiradas do veículo manualmente, com bastante cuidado, assim que chegam ao galpão. Recomenda-se separar, imediatamente, os pedúnculos danificados que deixaram de ser retirados na pré-seleção em campo, e levar para local distante da linha de produção, para evitar que atraiam insetos e roedores ou que contaminem os frutos sadios.

Foto: Carlos Farley Herbster Moura
Foto: Carlos Farley Herbster Moura

Seleção e classificação

Seleção e classificação

Pedúnculos com sintomas de doenças, pragas, deformados (com defeitos ou ferimentos), com formato, cor e tamanho não característicos do clone, verdes ou excessivamente maduros devem ser separados daqueles com padrão de qualidade para o mercado de frutas frescas. Frutos maduros, mas impróprios para o consumo in natura, podem ser destinados à indústria de doces e sucos, desde que não apresentem sinais de deterioração. 

A classificação dos pedúnculos é feita com base no número de cajus por bandeja, que varia de quatro a nove. Os tipos quatro e cinco (4 ou 5 cajus por bandeja) são mais valorizados pelo mercado.

Embalagem

Embalagem

Os cajus para consumo in natura devem ser dispostos em bandejas de isoporenvolvidas com filme plástico de PVC, flexível e autoaderente (12 µ). Esse tipo de embalagem reduz danos por manuseio excessivo nos locais de comercialização. As bandejas devem ser etiquetadas e acondicionadas, em número de três ou quatro, em caixas de papelão tipo peça única, sem tampa, com aproximadamente 39 cm de comprimento, 25 cm de largura e alturas de 5,5 cm  no centro e 8 cm nas bordas. O formato desse tipo de embalagem favorece o encaixe no empilhamento, a paletização e a ventilação entre as caixas. Cada bandeja deve conter entre 550 g e 800 g e a caixa, no mínimo, 1.700g de cajus.
 

Foto: Carlos Farley Herbster Moura

Identificação nas embalagens

Identificação nas embalagens

A etiqueta das bandejas deve conter informações do produtor (nome, endereço, telefone e redes sociais). As caixas de papelão devem conter informações do produto (nome do clone, peso total dos frutos, tipo de classificação e tamanho dos frutos), origem (região de cultivo), data da colheita, condições de conservação (temperatura e umidade relativa recomendadas) e valor nutritivo (teor médio de açúcares, vitamina C e valor calórico). Todas as informações devem ser impressas em alta qualidade.

Foto: Carlos Farley Herbster Moura

Paletização

Paletização

No carregamento dos veículos que transportarão os frutos embalados podem ser utilizados dois tamanhos de palete: 0,92m x 1,12m para 200 caixas, ou 0,92m x 0,92m para 160 caixas. Cada palete tem altura para receber 20 caixas, entretanto, recomenda-se colocar apenas oito ou dez caixas. Os paletes devem ser dispostos dois a dois, perfazendo o total de doze ou quatorze, conforme o tamanho do veículo. Na área próxima aos evaporadores do veículo deve-se colocar paletes com altura de apenas dez caixas. O uso dessas quantidades de caixas nos paletes facilita a circulação de ar frio no ambiente do carregamento. 

 

Resfriamento rápido

Resfriamento rápido

O resfriamento rápido do pedúnculo deve ser feito com ar frio proveniente de ventiladores, utilizando duas filas de paletes por vez, distantes 80cm uma da outra, colocadas contra a parede. Os cajus devem ser resfriados até uma temperatura aproximada de 15 ºC. Recomenda-se tampar os espaços sobre os paletes com lona plástica, cuidado que possibilita a concentração do ar forçado, nas caixas com cajus. O resfriamento rápido reduz a perda de umidade nos frutos embalados.

Armazenamento refrigerado

Armazenamento refrigerado

Armazenado em temperatura ambiente, a vida útil do pedúnculo não ultrapassa 48 horas. Após esse período o produto fica enrugado e fermenta, processo que prejudica a sua qualidade e potencial de mercado. Quando embalados adequadamente e refrigerados em câmara fria, em temperaturas  entre 3 ºC e 5 ºC e umidade relativa de 85% a 90%, a vida útil de pedúnculos vermelhos amplia para cerca de 15 dias e de pedúnculos alaranjados para 20 dias. 

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Publicado: 01/10/2024