Consorciação de culturas com o cajueiro
O consórcio de culturas é uma alternativa de produção sustentável, comumente utilizada por cajucultores de base familiar. Como o cajueiro exige espaçamento amplo, a área das entrelinhas das plantas, que fica descoberta, pode ser utilizada para o cultivo de espécies agrícolas, para a produção de alimentos ou outra finalidade. Em pomares comerciais com clones de cajueiro recomendados pela pesquisa podem ser cultivadas espécies anuais de ciclo curto, nos três primeiros anos de implantação.
Espécies recomendadas para consórcio
As principais culturas recomendadas para a consorciação com o cajueiro são: feijão-caupi, milho e melancia.
Outras espécies agrícolas anuais, como macaxeira, abóbora, batata-doce e gergelim, também podem ser cultivadas, dependendo da sua adaptação ao tipo de sistema de produção do cajueiro (sequeiro ou irrigado) e dos objetivos do consórcio.
Cajueiro e Feijão-caupi
Cajueiro e Macaxeira
Cajueiro e Batata-doce
Cajueiro com Melancia, Milho e Feijão
Em consórcio destinado à produção de silagem para alimentação animal, o milho e o sorgo são as principais espécies agrícolas utilizadas.
Recomenda-se optar por cultivares híbridas de ciclo curto (< 100 dias) para possibilitar o cultivo durante o período chuvoso, que no Nordeste é de 90 a 120 dias. Nesse tipo de consorciação, as espécies agrícolas são plantadas em espaçamentos menores para permitir maior produção de matéria verde.
Cajueiro e Milho
Cajueiro e Sorgo
Espaçamentos
O arranjo de produção consorciada mais utilizado com o cajueiro envolve o plantio de cinco a sete linhas das espécies anuais, nas entrelinhas das plantas. Esse número de linhas e o espaçamento nas entrelinhas variam de acordo com a idade do pomar.
Cuidados na consorciação
O plantio de culturas anuais em consórcio com o cajueiro deve ser realizado no início do período das chuvas, geralmente entre dezembro e março na região Nordeste. É importante seguir outras recomendações da pesquisa para obter bons resultados na consorciação com o cajueiro. Independente da espécie agrícola plantada, deve-se manter, no mínimo, 1 (um) metro de distância do cajueiro, para evitar competição por água e nutrientes na área da copa, onde se concentram as raízes da planta.
Além dos espaçamentos recomendados para a consorciação, é essencial utilizar espécies adequadas para o consórcio e adaptadas ao sistema de cultivo do cajueiro (sequeiro ou irrigado). No primeiro ano do pomar, quando as plantas ainda estão em desenvolvimento, recomenda-se evitar culturas de maior porte, como milho e macaxeira, para não sombrear o cajueiro.
Benefícios do consórcio
O consórcio de culturas agrícolas com o cajueiro proporciona benefícios econômicos sociais e ambientais. Essa alternativa de produção possibilita melhor uso da terra, permite a produção de alimentos para o consumo da família e de animais e pode gerar renda no período de formação do pomar e na entressafra da produção.
Além disso, as plantas de cajueiro se beneficiam com o aproveitamento de resíduos de fertilizantes aplicados nas culturas consorciadas, o que reduz custos com insumos na manutenção do pomar. A consorciação de culturas também auxilia no manejo e controle de plantas daninhas e melhora a estrutura do solo, em função do aumento do volume de matéria orgânica que fica depositada na superfície.
Conheça mais
Sistema de cultivo de cajueiro-anão - Plantio consorciado (Aula 7)
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Publicado: 15/05/2024