Importância das práticas pós-colheita
A pós-colheita envolve um conjunto de práticas recomendadas pela pesquisa para manter a qualidade dos frutos e assegurar a oferta de produtos que atendam às exigências do consumidor. Na cajucultura, a adoção de procedimentos adequados na pós-colheita garante a manutenção de requisitos de qualidade do caju e de características do clone cultivado e evita perdas na produção. As práticas pós-colheita do pedúnculo destinado ao consumo in natura são realizadas no galpão de embalagem. Essa estrutura deve ser instalada em local de fácil acesso, na propriedade, e oferecer um ambiente fresco, ventilado e iluminado.
Etapas da conservação pós-colheita
Os procedimentos pós-colheita para conservação do pedúnculo para consumo in natura são realizados em diferentes etapas. Além dos cuidados com o manuseio do pedúnculo, desde a chegada dos frutos ao galpão de embalagem até o armazenamento, durante o trabalho na linha de produção recomenda-se não fumar, comer ou beber. Também deve-se evitar o uso de unhas longas ou adereços como anéis e pulseiras, que podem ferir os pedúnculos.
Recepção dos frutos
As caixas com os cajus colhidos devem ser retiradas do veículo manualmente, com bastante cuidado, assim que chegam ao galpão. Recomenda-se separar, imediatamente, os pedúnculos danificados que deixaram de ser retirados na pré-seleção em campo, e levar para local distante da linha de produção, para evitar que atraiam insetos e roedores ou que contaminem os frutos sadios.
Seleção e classificação
Pedúnculos com sintomas de doenças, pragas, deformados (com defeitos ou ferimentos), com formato, cor e tamanho não característicos do clone, verdes ou excessivamente maduros devem ser separados daqueles com padrão de qualidade para o mercado de frutas frescas. Frutos maduros, mas impróprios para o consumo in natura, podem ser destinados à indústria de doces e sucos, desde que não apresentem sinais de deterioração.
A classificação dos pedúnculos é feita com base no número de cajus por bandeja, que varia de quatro a nove. Os tipos quatro e cinco (4 ou 5 cajus por bandeja) são mais valorizados pelo mercado.
Embalagem
Os cajus para consumo in natura devem ser dispostos em bandejas de isopor, envolvidas com filme plástico de PVC, flexível e autoaderente (12 µ). Esse tipo de embalagem reduz danos por manuseio excessivo nos locais de comercialização. As bandejas devem ser etiquetadas e acondicionadas, em número de três ou quatro, em caixas de papelão tipo peça única, sem tampa, com aproximadamente 39 cm de comprimento, 25 cm de largura e alturas de 5,5 cm no centro e 8 cm nas bordas. O formato desse tipo de embalagem favorece o encaixe no empilhamento, a paletização e a ventilação entre as caixas. Cada bandeja deve conter entre 550 g e 800 g e a caixa, no mínimo, 1.700g de cajus.
Identificação nas embalagens
A etiqueta das bandejas deve conter informações do produtor (nome, endereço, telefone e redes sociais). As caixas de papelão devem conter informações do produto (nome do clone, peso total dos frutos, tipo de classificação e tamanho dos frutos), origem (região de cultivo), data da colheita, condições de conservação (temperatura e umidade relativa recomendadas) e valor nutritivo (teor médio de açúcares, vitamina C e valor calórico). Todas as informações devem ser impressas em alta qualidade.
Paletização
No carregamento dos veículos que transportarão os frutos embalados podem ser utilizados dois tamanhos de palete: 0,92m x 1,12m para 200 caixas, ou 0,92m x 0,92m para 160 caixas. Cada palete tem altura para receber 20 caixas, entretanto, recomenda-se colocar apenas oito ou dez caixas. Os paletes devem ser dispostos dois a dois, perfazendo o total de doze ou quatorze, conforme o tamanho do veículo. Na área próxima aos evaporadores do veículo deve-se colocar paletes com altura de apenas dez caixas. O uso dessas quantidades de caixas nos paletes facilita a circulação de ar frio no ambiente do carregamento.
Resfriamento rápido
O resfriamento rápido do pedúnculo deve ser feito com ar frio proveniente de ventiladores, utilizando duas filas de paletes por vez, distantes 80cm uma da outra, colocadas contra a parede. Os cajus devem ser resfriados até uma temperatura aproximada de 15 ºC. Recomenda-se tampar os espaços sobre os paletes com lona plástica, cuidado que possibilita a concentração do ar forçado, nas caixas com cajus. O resfriamento rápido reduz a perda de umidade nos frutos embalados.
Armazenamento refrigerado
Armazenado em temperatura ambiente, a vida útil do pedúnculo não ultrapassa 48 horas. Após esse período o produto fica enrugado e fermenta, processo que prejudica a sua qualidade e potencial de mercado. Quando embalados adequadamente e refrigerados em câmara fria, em temperaturas entre 3 ºC e 5 ºC e umidade relativa de 85% a 90%, a vida útil de pedúnculos vermelhos amplia para cerca de 15 dias e de pedúnculos alaranjados para 20 dias.
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Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita do Pedúnculo do Cajueiro
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Publicado: 01/10/2024