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Monitoramento das pragas
Monitoramento das pragas[295] O monitoramento das pragas do cajueiro deve ser baseado em um sistema de amostragem e frequência de observações específicas para cada praga. Para algumas, o nível de controle ou ação é baseado num sistema de amostragem que preconiza o uso de uma escala de notas que variam em função da quantidade de insetos, sintomas ou injúrias. Para outras, o nível de ação é estabelecido em função da desfolha ou de simples porcentagem de plantas ou órgãos atacados. A amostragem deve ser realizada com o operador deslocando-se em zigue-zague, de modo que a área possa ser percorrida em toda a sua extensão. A entrada do operador na parcela deve ser efetuada em pontos distintos para cada avaliação semanal. Em áreas de 1 ha a 5 ha, deve-se amostrar 10 plantas; áreas de 6 ha a 10 ha, 15 plantas, e áreas de 11 ha a 15 ha, 20 plantas. Para plantios com áreas superiores a 15 ha, recomenda-se dividi-los em talhões menores para proceder a avaliação.
[297] O número ou a frequência da amostragem depende da biologia das pragas. As que têm ciclo biológico muito curto exigem amostragens mais frequentes, como, por exemplo, duas vezes por semana. Normalmente, no cajueiro, a amostragem é efetuada a cada 14 dias, quando nada for encontrado na amostragem anterior, e a cada 7 dias, quando houve presença da praga na amostragem anterior. A própria densidade da praga pode mudar a frequência de amostragem. Tem-se como norma, quando uma praga está próxima de seu nível de controle, avaliá-la mais frequentemente. O mesmo critério deve ser usado nos períodos de infestação crítica das pragas. A frequência também pode ser alterada quando se faz pulverização com defensivo. Para verificar sua eficiência e efeito residual, são feitas amostragens normalmente aos 3, 7, 10 e 14 dias após a pulverização.[298] Existem fórmulas matemáticas para se determinar o melhor número de amostras. Na prática, porém, isso é prefixado em 50 ou 100, em se tratando de unidades como plantas, frutos, folhas, etc. No caso da praga estar ocorrendo em focos, ou extremamente esparsa, pode-se aumentar ou diminuir a área a ser amostrada, para melhor avaliação.
[299] Para melhor acompanhar os eventos fenológicos e prever a ocorrência de pragas ligadas à fenologia da planta, bem como a época de produção, alguns aspectos fenológicos podem ser avaliados pelo sistema de notas, como, por exemplo, a ocorrência de brotação nova (BN), de panícula sem flor (PSF) e de panícula com flor (PCF):
0 = sem ocorrência do estádio desejado (BN, PSF, ou PCF).
1 = 1% a 20% do estádio desejado.
2 = 21% a 40% do estádio desejado.
3 = 41% a 60% do estádio desejado.
4 = 61% a 80% do estádio desejado.
5 = 81% a 100% do estádio desejado.
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Amêndoa de castanha-de-caju
Amêndoa de castanha-de-caju[382] A castanha, o verdadeiro fruto do cajueiro, é constituída basicamente de duas partes: a casca e a semente, que é a parte comestível. A casca é formada pelo conjunto epicarpo, mesocarpo esponjoso e endocarpo, enquanto a semente é uma amêndoa revestida por um tegumento – a película. A proporção entre os componentes da castanha é, em média, 67,5% de casca, 2,5% de película e 30% de amêndoa.
[383] A amêndoa da castanha-de-caju possui alto valor nutritivo e apresenta grande variação em sua composição química (Tabela 1). Dados de nove genótipos produzidos pela Embrapa apontam valores médios de 23% para proteínas e de 45% para lipídeos.
Tabela 1. Composição de amêndoas de castanha-de-caju (100 g). Composição Valor Umidade e matéria volátil (g) 2,1 a 8,4 Cinzas (g) 2,7 a 4,2 Lipídeos totais (g) 39,9 a 47,9 Proteínas – %N x 6,25 (g) 17,5 a 33,8 Carboidratos totais (g) 16,0 a 35,4 Fibra alimentar(1) (g) 3,7 Cálcio(1) (mg) 33 Energia(1) (Kcal) 570 -
Pragas e Doenças20/12/2021 Fonte: Embrapa
Sistema de Produção
"Veja mais detalhes sobre todas as pragas e doenças do caju na Árvore do Conhecimento do Caju. A Árvore do Conhecimento do Caju oferece informações sobre a produção de caju, abrangendo as fases de pré-produção, produção e pós-produção, além do acesso a recursos de informação na íntegra.
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Cozimento
Cozimento[398] O cozimento da castanha-de-caju tem as seguintes finalidades:
- O endurecimento da casca, tomando-a friável, para permitir sua abertura por impacto, no processo mecanizado.
- A expansão da casca da castanha, criando uma folga entre a casca e a amêndoa, deixando-a solta para que, no ato do corte/quebra, ela não fique presa na casca e saia inteira.
- A colagem dos cotilédones entre si, assegurando maior percentual de amêndoas inteiras.
- A colagem da película sobre a superfície da amêndoa, o que lhe servirá de proteção contra a contaminação com LCC, o qual pode manchar a amêndoa.
- O sistema de corte semimecanizado permite que a abertura ocorra por meio de um corte reto e liso, sem rasgar ou dilacerar a casca, evitando assim que o LCC, que é corrosivo, espirre sobre o cortador.
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Autoclave e Corte
Autoclave e CorteCorte mecanizado
[396] O corte mecanizado, utilizado nas grandes fábricas brasileiras, foi adaptado do processo Sturtevant, de origem inglesa. As castanhas previamente limpas e selecionadas são submetidas à umidificação por imersão em água em grandes silos, por 5 minutos. Em seguida, são drenadas e ficam em repouso por até 72 horas, quando devem estar com 11% de umidade. Logo após, são levadas para fritura em banho de líquido da casca da castanha (LCC) quente, em temperatura de 200 °C a 220 °C, para tornar a casca mais friável (quebradiça). Nesse banho quente, é extraído cerca de 40% do LCC das castanhas. Para abrir as castanhas (decorticação), elas são arremessadas por pratos giratórios em alta rotação contra chapas montadas na face vertical da máquina, sofrendo um impacto que quebra a casca e libera a amêndoa. As amêndoas com película são levadas para a estufa para posterior despeliculagem, seleção, classificação e embalagem.
[401] Uma dupla de cortadores bem treinados, em oito horas de trabalho, corta entre 140 kg e 160 kg de castanha das classes média ou grande. Entretanto, a produção da mesma dupla cai para menos de 60 kg no caso de castanhas pequenas e miúdas. Portanto, o rendimento depende do tamanho e da qualidade da castanha.
Corte mecanizado
[400] No sistema semimecanizado, os operários trabalham em duplas, um de cada lado da máquina. O cortador opera a máquina mediante movimento simultâneo num pedal e numa alavanca, prendendo a castanha e acionando as lâminas que cortam e separam as duas metades da casca. Colocado à sua frente, o outro operário (tirador) separa a amêndoa da casca, com o uso de faca ou canivete com ponta.
[402] A Embrapa desenvolveu uma máquina pneumática decorticadora de castanha-de-caju (PI 0604152-3A de 19/6/2008), que tem por objetivo a obtenção de amêndoas por meio de impacto pneumático e corte direcionado entre duas lâminas, uma superior e outra inferior, com conformação adequada. O equipamento construído em material metálico (alumínio ou aço) é composto de cilindro, suporte para fixar a alavanca com o garfo do cilindro e bucha do eixo de proteção. A função pneumática é responsável pelo movimento da faca superior para impacto e corte da castanha- de-caju.
[397] As castanhas previamente limpas e selecionadas são submetidas a uma autoclavagem com vapor úmido saturado, utilizando-se pressão a 10 psi (pound square inch) por 15 a 20 minutos. Após o resfriamento, o corte de cada castanha é feito em máquinas de operação manual, providas de navalhas ajustáveis, separando a amêndoa da casca. As amêndoas com película são levadas para a estufa, para posterior despeliculagem, seleção, classificação e embalagem.
Secagem ao Sol
[399] A necessidade de secagem ao sol das castanhas autoclavadas depende do processo de autoclavagem empregado. Naqueles em que as castanhas não aumentam de peso, ou seja, não absorvem água durante o cozimento, basta esperar a castanha esfriar o suficiente para permitir sua manipulação. Por sua vez, naqueles em que a castanha absorve umidade, recomenda-se que elas sejam levadas ao sol para facilitar a operação de decorticação.
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Seleção e Classificação
Seleção e ClassificaçãoSeleção
[408] A seleção é feita manualmente sobre mesas fixas ou providas de esteiras (12 m de comprimento) e com boa iluminação, por onde as amêndoas que saem da despeliculagem passam de uma a três vezes, para sofrerem uma primeira separação quanto a sua integridade física (inteiras e quebradas), cor (alvas e escurecidas) e avarias (Tabela 4). Após a seleção, as amêndoas são classificadas de acordo com padrões internacionais.
Tabela 4. Identificação de efeitos em amêndoas de castanha-de-caju. Tipo Característica Ardida Alteração na coloração normal, odor e/ou sabor resultante do processo de fermentação Danificada Dano causado por insetos, roedores, agentes mecânicos e outros Impurezas Detritos da casca ou da película da amêndoa Matérias estranhas Detritos de qualquer natureza não oriundos da castanha-de-caju Mofada Amêndoa que apresentar mofo visível a olho nu Rançosa Amêndoa que apresentar cor, odor e/ou sabor alterados por causa da oxidação de sua fração oleosa Arroxeada Presença de cor azulada ou levemente arroxeada na amêndoa Brocada Amêndoa que, independentemente da sua coloração, apresentar uma ou mais depressões, pontos pretos ou escurecidos Imatura Amêndoa que não atingiu o seu estágio de desenvolvimento fisiológico completo, apresentando-se enrugada e com densidade menor que a normal Manchada Amêndoa que apresentar manchas superficiais de qualquer natureza Película Ardente Amêndoa que apresentar película com mais de 2 mm de diâmetro fixa na sua superfície Raspada Amêndoa com parte de sua camada superficial removida Queimada Amêndoa escurecida pelo aquecimento excessivo durante o processamento Fonte: Brasil (2009).
Classificação
[409] A classificação da amêndoa da castanha-de-caju é realizada, para efeito de exportação, de acordo com três critérios bem definidos: integridade física, tamanho e cor. No Brasil, os padrões são fixados pela Instrução Normativa nº 62/2009, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2009), de acordo com as exigências dos mercados importadores que classificam as amêndoas em classes conforme Tabela 5, as quais recebem denominação abreviada em inglês. Para as amêndoas inteiras, as classes são definidas pelo número de amêndoas por libra-peso (453,59 kg), mantendo espaço entre uma classe e outra com o objetivo de padronização.
Existem outras classificações de ACC adotadas de acordo com as exigências de cada país. Por exemplo, o padrão adotado pelo mercado norte-americano é o da AFI (Association of Food Industries), que mantém também intervalos de contagens de amêndoas (Tabela 5).
Quanto maior a integridade física e o tamanho, e quanto mais clara for a cor, maior será o valor comercial do produto.
As normas estabelecem tolerância de 5% a 10% nas avaliações, as quais são feitas por amostragem. Para o tamanho, uma amostra de amêndoas inteiras de um menor grau não deve conter mais de 10% de amêndoas do grau superior. Isso justifica os intervalos de número de amêndoas entre classes consecutivas.Tabela 5. Classificação das amêndoas da castanha-de-caju. Classe Números de amêndoas por libra-peso Brasil Association of Food Industries (AFI) Inteira superespecial (SLW) Até 180 140 a 180 Inteira especial (LW ou W210) 181 a 210 180 a 210 Inteira (W240) 220 a 240 220 a 240 Inteira (W280) 260 a 280 - Inteira (W320) 300 a 320 300 a 320 Inteira (W450) 400 a 450 400 a 450 Inteira pequena (SW) 451 a 550 - Classe Característica Inteira misturada (W3, WM, W4
e W5)Amêndoas inteiras que não obedecem a uma calibragem Banda (S) Cotilédones separados, inteiros ou com fratura transversal de até 1/8 do seu tamanho original Batoque (B) Amêndoa com fratura transversal em um ou em ambos os cotilédones Pedaço grande (P) Aquele que ficar retido na peneira de malha 1/4 de polegada, confeccionada em fio 16 SWG Pedaço médio (PM) Aquele que vazar na peneira de 1/4 de polegada e ficar retido na peneira de malha 4 Pedaço pequeno (SP) Aquele que vazar na peneira de malha 4 e ficar retido na peneira de malha 7 (fio 20SWG) Pedaço superpequeno (SSP) Aquele que vazar na peneira de malha 7 e ficar retido na peneira de malha 8 (fio 20SWG) Grânulo (G) Aquele que vazar na peneira de malha 8 e ficar retido na peneira de malha 10 (fio 24 SWG) Xerém (X) Produto que vazar na peneira de malha 10 e ficar retido na peneira de malha 14 (fio 26 SWG) Farinha (F) Produto que vazar na peneira de malha 14 Fonte: Association of Food Industries (2013)
[410] Existem equipamentos eletrônicos utilizados para classificar amêndoas de castanha-de-caju. Depois que as máquinas fazem a triagem, esses equipamentos separam as amêndoas por volume ou peso. O dispositivo funciona por sistema de visão digital (câmera CCD), que determina o volume do produto e envia um sinal para um microprocessador, o qual, acionando um ejetor, distribui as amêndoas para as classes a que pertencem.
[411] A classe de amêndoas mais nobre e cara é a SLW1, amêndoa inteira de tamanho super especial (2,7 g, em média) é de primeira qualidade (tipo 1), produto que admite até 180 amêndoas por libra-peso (453,59 kg) e apresenta coloração marfim-pálido ou alva. No entanto, a amêndoa mais comercializada internacionalmente é a classe W320, produto que apresenta entre 300 a 320 amêndoas inteiras por libra-peso, de tamanho pequeno (1,5 g, em média) e, portanto, de preço mais acessível. -
Embalagem
Embalagem[416] Embora tenha de ser desidratada até um teor de cerca de 3% de umidade para facilitar a despeliculagem, a amêndoa da castanha-de-caju deve ser embalada com umidade entre 4,0% a 4,5%, pois abaixo desse valor a amêndoa fica muito suscetível à quebra. Por sua vez, acima de 5% de umidade pode ocorrer o desenvolvimento de fungos que tornam o produto impróprio para o consumo.
[417] A embalagem para amêndoas de castanha-de-caju deve ter boa barreira contra gases, luz e vapor de água. Além disso, caso seja flexível, deve apresentar boa soldabilidade. Quando se objetiva a exportação da amêndoa (em seu estado natural), pode-se utilizar latas com capacidade de 18 L, que acondicionam 25 libras (11,34 kg) de amêndoas, ou embalagens flexíveis metalizadas ou laminadas com folhas de alumínio, com capacidade de 50 libras ou 22,68 kg de amêndoas (bag-in box), acondicionadas dentro de caixas de papelão.
Quando se objetiva o mercado interno, geralmente o produto é comercializado na forma processada, ou seja, frito e salgado. Nesse caso, as embalagens mais recomendadas são as laminadas flexíveis, as embalagens rígidas em politereftalato de etileno (PET) e as embalagens metálicas, com capacidades de acondicionamento variadas. Os materiais laminados são compostos por camadas que proporcionam, cada uma individualmente, a proteção para um tipo de problema, oferecendo ótimos resultados quando usados em conjunto.
Uma composição básica de laminados dessa natureza, para amêndoas de castanhas de caju, seria:
a) externamente – polipropileno biorientado (BOPP) metalizado, que proporciona boa barreira contra gases, vapor de água e, por causa da metalização, reduz a penetração de luminosidade;
b) internamente – polietileno, que fornece boa barreira contra vapor de água e possui ótima soldabilidade.
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Fritura e Salga
Fritura e Salga[418] Para o processo de fritura da amêndoa da castanha-de-caju, recomenda-se a utilização de óleo de boa qualidade, que possibilite maior número de ciclos de reutilização. O processo consiste na imersão das amêndoas em óleo bem aquecido em cestos apropriados. O tempo de fritura varia de três a seis minutos. Após a fritura, deve-se remover imediatamente o excesso do óleo numa centrífuga e realizar a salga a seco, com as amêndoas ainda quentes, utilizando-se sal refinado de boa qualidade, na quantidade de 2% em relação ao peso do produto.