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Clone BRS 274 JACAJU
Cajueiro-comum
Região: Nordeste
Altura: acima de 5 m
Envergadura: 11 m
Sistema de Cultivo: Sequeiro
Espaçamento: 10 m x 10 m
Produtividade Pedúnculo: 10.000 kg/ha
Produtividade Castanha: 990 kg/ha
Peso médio da amêndoa: 3,6 g
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Aterramento dos galhos
Aterramento dos galhos[168] O aterramento dos galhos é um processo natural de propagação das plantas, denominado de mergulhia e é muito corriqueiro nos cajueiros comuns mais antigos (é o caso do maior cajueiro do mundo, também conhecido como cajueiro de Pirangi, localizado no Rio Grande do Norte, que cobre uma área de aproximadamente 8.500 m2).
Portanto, esse aterramento não mata a planta. É um processo multiplicador que, a partir de ramos do caule original, gera nas proximidades várias outras partes aéreas idênticas que, embora pareçam ser plantas individuais, nada mais são que um conjunto de partes aéreas da mesma planta. Vale salientar, entretanto, que, se separarem essas partes, elas poderão sobreviver, pois possuem raízes próprias. -
Jardim clonal
Jardim clonal[170]Um jardim clonal consiste em um pomar de plantas matrizes geneticamente superiores (produção, qualidade da castanha e do pedúnculo, dentre outros), de um determinado genótipo (clone registrado no Mapa).
[171]Dependendo da intensidade da demanda por propágulo e do sistema de plantio, as plantas dos jardins clonais de cajueiro podem ser distribuídas no sistema quadrangular, com espaçamento variando desde 5 m x 5 m a 7,5 m x 7,5 m.
[172]Recomendam-se dois tipos de poda nas plantas do jardim clonal: a poda de limpeza, para retirada dos galhos doentes e secos, e a poda drástica para escalonamento da produção de propágulos. Esse tipo de poda drástica é exclusivo para jardins clonais, não sendo recomendada para pomares comerciais (produção de frutos).
[173]A poda de escalonamento varia de acordo com os objetivos a serem atingidos. A poda realizada no período de repouso vegetativo do cajueiro, ou seja, logo após a colheita e durante a estação chuvosa induz o surgimento de novos ramos que, após 90 a 120 dias, servirão como garfos para a enxertia por garfagem lateral.
As podas realizadas no início da florada induzem, com 60 a 70 dias, fluxos de ramos florais os quais fornecerão as borbulhas que serão utilizadas para a enxertia em borbulhia. Quando o objetivo é retardar a floração e evitar a frutificação, são recomendas duas podas – a primeira para eliminar as inflorescências, e a segunda para retirar as novas inflorescências. Dessa forma, o lançamento dos ramos produtivos ocorrerá em aproximadamente 100 dias, durante os meses de novembro e dezembro, após o período de floração normal do cajueiro.
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Enxertia
Enxertia[169]São três os fatores que poderão impedir a implantação de novos pomares de cajueiro-anão-precoce enxertado:
- Deficiência de jardins clonais legalmente habilitados para o fornecimento de propágulo de qualidade superior.
- Preço elevado da muda enxertada quando comparado às mudas de pé-franco.
- Baixa eficiência dos enxertadores na maioria dos viveiros.
[177] Como a planta enxertada é a combinação entre enxerto e porta-enxerto, este pode influenciar o desenvolvimento da planta, produzindo na copa enxertada diferentes padrões de crescimento, de vigor, de precocidade, de produtividade e de qualidade do fruto. Por isso a pesquisa procura identificar a melhor combinação/compatibilidade entre enxerto e porta-enxerto, que apresente, entre outras características, crescimento uniforme, maior produtividade, precocidade, castanha e pedúnculo de qualidade, redução da altura e elevado índice de mudas aptas ao plantio. Esta última característica é importante, pois alguns porta-enxertos possuem baixa germinação de sementes e, com determinadas copas, apresentam baixo índice de pegamento da enxertia, fato que resulta em número baixo de plantas aptas ao plantio, com consequente prejuízo para o viveirista.
[184] A enxertia é um método de propagação assexuada que consiste em se obter uma planta a partir da combinação de partes de duas outras plantas chamadas de enxerto, que vai originar a copa da nova planta e o porta-enxerto que fornece o sistema radicular.
[185] As vantagens da enxertia no cajueiro são:
- Assegurar as características da planta matriz e a precocidade na frutificação.
- Reduzir o porte da planta, facilitando a colheita e os tratos culturais.
- Restaurar cajueiros improdutivos pela substituição de copa. As desvantagens da enxertia são:
- Transmitir inúmeros agentes patogênicos – A enxertia pode ser um meio de transmissão de agentes patogênicos quando as borbulhas ou os garfos são retirados de cajueiros doentes ou devido ao manuseio inadequado durante a prática de enxerto. Entre esses agentes podemos citar os fungos Lasiodiplodia theobromae (causador da resinose), Oidium anacardii (causador do oídio) e Colletotrichum gloeosporioides (causador da antracnose).
- A redução da variabilidade genética dos pomares diminui a capacidade das plantas enxertadas de reagirem às adversidades ambientais.
[188] O porta-enxerto ou cavalo é a parte receptora que serve de suporte para o enxerto ou a copa. Numa muda enxertada, o porta-enxerto é responsável pela base e pelo sistema radicular, enquanto o enxerto será a copa.
[189] No cajueiro, o enxerto é o garfo ou a borbulha retirada da planta matriz. Os enxertos são superpostos na fenda ou janela aberta na base do caule (6 cm a 8 cm do colo) do porta-enxerto que, após a regeneração dos tecidos (pegamento), forma uma única planta. O enxerto forma a copa da nova planta.
[190] No caso do cajueiro, o porta-enxerto oriundo de castanha semente apresenta as seguintes características.
Vantagens: alta disponibilidade; elevada taxa de germinação; baixo custo; alto vigor; sistema radicular bem desenvolvido.
Desvantagens: variação genética dos porta-enxertos, pois são oriundos de sementes (propagação sexual). A variabilidade genética do porta-enxerto pode aumentar a desuniformidade do pomar.[191] A garfagem em fenda lateral é um método de enxertia em que o enxerto é inserido numa fenda feita lateralmente no porta-enxerto. Faz-se uma incisão oblíqua em forma de fenda lateral no porta-enxerto, localizada 6 cm a 8 cm acima do colo da planta. Escolhe-se um enxerto com diâmetro semelhante, com gema terminal em início de desenvolvimento. Na extremidade oposta a essa gema (na base do enxerto), faz-se uma cunha (cortes em bisel) para inserção na fenda do porta-enxerto. Em seguida, no local da enxertia, faz-se o amarrio com fita de plástico transparente para pressionar as partes enxertadas. Posteriormente, cobre-se o enxerto com saco de plástico transparente, amarrando-o na base da enxertia. As mudas enxertadas por garfagem devem ser mantidas em viveiro coberto com 50% a 70% de sombra por 10 dias após a pega.
[195] Recomenda-se que os garfos sejam oriundos de ramos da periferia da planta que apresentam a brotação das gemas bem no início. Entretanto, os ramos florais também se prestam para esse tipo de enxertia, bastando desbastar o excesso de ramificações que possam ser emitidas para que a muda cresça com haste única.
[196] A partir dos 5 anos de idade, com apenas uma retirada mensal para não estressar a planta, um cajueiro-anão-precoce pode produzir, em média, 200 garfos ou 1.400 borbulhas por ano.
[197] Após a coleta, os ramos fornecedores de propágulos vegetativos devem ser envoltos em tecido de algodão previamente umedecido com água destilada ou filtrada, mas espremido para retirar o excesso, por um tempo máximo de 48 horas. Para um período mais longo, até uma semana, recomenda-se que os ramos sejam envoltos em papel alumínio ou estratificados em vermiculita umedecida com água destilada ou filtrada, na proporção de 10:1 (v:v) e armazenados em caixas de isopor ou semelhante.
[199] A enxertia deve ser realizada logo após a coleta dos propágulos, evitando-se deixar suas partes cortadas expostas ao ar, para não haver oxidação e dessecação da seiva. O material propagativo (garfos, borbulhas e gemas) deve ser coletado, de preferência, no dia da enxertia.
[209] No momento da enxertia, o porta-enxerto é decapitado deixando-o com apenas 3 a 4 folhas. Depois, aos 45 dias após a enxertia, faz-se uma outra decepagem do porta-enxerto, a 2 cm acima do ponto de enxerto, para estimular a brotação.
[210] O porta-enxerto está apto para a enxertia em sacolas plásticas entre 50 e 60 dias após a semeadura, e em tubetes entre 30 e 35 dias após a semeadura.
O porta-enxerto deve apresentar as seguintes características: haste única e ereta, com altura mínima de 16 cm e máxima de 25 cm, diâmetro de 0,45 cm a 0,50 cm na região do enxerto (6 cm a 8 cm a partir do colo) e, no mínimo, seis folhas verdes, normais e isentas de pragas e doenças.
No caso da enxertia por garfagem, os porta-enxertos selecionados são transferidos para o viveiro coberto com sombrite ou material similar. Na enxertia por borbulhia, os porta-enxertos podem permanecer a pleno sol.[211] Para a produção de uma muda enxertada de cajueiro em sacos de plástico são necessários, em média, 110 dias: sendo 50 a 60 dias da semeadura até a época em que o porta-enxerto está pronto para a enxertia, e outros 50 a 60 dias para pegamento do enxerto, desenvolvimento da parte aérea (caule e folhas) a partir do enxerto, decepagem do porta-enxerto e aclimatação da nova planta. Quando a muda é enxertada em tubetes, esse tempo é reduzido de 20 a 30 dias, pois os porta-enxertos podem ser enxertados com 30 a 35 dias após o plantio.
Cuidados básicos
[213] Alguns cuidados básicos precisam ser considerados na produção de mudas enxertadas:
- Irrigação diária, com lâmina d’água entre 8 mm e 10 mm (8 L a 10 L por metro quadrado de canteiro) para sacolas plásticas, e de 5 mm a 6 mm para tubetes.
- Manutenção do substrato sempre úmido, não esquecendo as irrigações necessárias, mas também sem deixar saturar o substrato.
- Controle sistemático de plantas daninhas, tanto no solo como no substrato.
- Controle de pragas e doenças, principalmente a cecídia ou verruga das folhas (causada por Stenodiplosis), a mancha-angular (causada por Septoria anacardii), a resinose (causada por L. theobromae) e o oídio (causada por Oidium anacardii).
- Aplicação da adubação de acordo com as análises do
- substrato ou enriquecê-lo com micronutrientes.
- Eliminação de brotações emitidas pelo porta-enxerto.
[214]Uma planta de tecido lenhoso como o cajueiro não pode ser enxertada em uma planta de tecido herbáceo. O porta-enxerto e o enxerto devem apresentar a mesma consistência de tecidos na área onde as camadas cambiais estarão em íntimo contato. No caso da enxertia, o tecido lenhoso é incompatível com o tecido herbáceo, por haver diferença de ordem fisiológica e estrutural.
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Jardim de sementes
Jardim de sementes[174] Do mesmo modo em que temos o jardim clonal para fornecimento de propágulos (garfos e borbulhas) para a enxertia, também temos o jardim de sementes, que consiste num pomar, com plantas de um mesmo genótipo, do qual serão colhidas as sementes de boa qualidade e isentas de pragas e doenças para serem utilizadas como porta-enxertos. Para atenuar o efeito da endogamia quando se planta um único clone, aconselha-se que se plantem dois ou mais clones por pomar, preferencialmente ordenados por fileiras, mas que se colham as castanhas somente das plantas preestabelecidas para a formação do porta-enxerto. Esse conjunto de plantas, que forma o jardim de semente, deve ser isolado de outros genótipos, por distância mínima de 100 m, para não aumentar a variabilidade das castanhas. Também se recomenda que as sementes utilizadas para formação de porta-enxertos sejam oriundas, de preferência, de jardins de sementes constituídos de plantas que apresentem bom aspecto fitossanitário, vigor vegetativo, porte reduzido e produção mínima, por planta, de 400 g de sementes (70 castanhas) no segundo ano.
[175]A distribuição no campo deve ser feita de forma a reduzir a possibilidade de polinização entre as plantas de um mesmo clone e assim diminuir o efeito da endogamia.
No campo, as plantas poderão ser estabelecidas no espa- çamento de 7 m x 7 m, ou outro espaçamento, a depender principalmente das condições do clima e da topografia do terreno. O arranjo espacial é constituído de uma fileira com o clone recomendado para a colheita das castanhas sementes, ladeada por outro clone, ou por dois outros clones, de forma que possa ocorrer também a polinização cruzada.[176]Atualmente são recomendados os clones para formação de um jardim de sementes denominados Clone do Cajueiro de Pacajus (CCP): CCP 1001, CCP 06 e CCP 76.
[178]As castanhas sementes para o plantio devem ser colhidas diariamente. Durante a sua retirada do pedúnculo, deve ser feita uma seleção prévia por meio da eliminação das danificadas, defeituosas, chochas e que apresentem sintomas de ataque de pragas e doenças. Recomenda-se que as castanhas sementes de cajueiro-anão-precoce apresentem peso próximo da média do clone em questão, pois são essas que apresentarão maior taxa de germinação.
Após a seleção das sementes (pós-colheita), elas deverão ser secas para atingir a umidade ideal de armazenamento (11% a 12%) e serem limpas (retiradas de impurezas) antes de serem armazenadas. Quanto ao armazenamento, resultados de pesquisa concluíram que o seu armazenamento de até 5 meses não apresentou problemas na germinação. Já após 14 meses de armazenamento, em reci- pientes abertos, houve baixa germinação. O recomendável é o armazenamento em câmara fria com 18 °C a 20 °C, o que pode conservar uma boa taxa de germinação por até 3 anos (dependendo do clone). [179] Recomenda-se a utilização de semente de cajueiro somente na formação do porta-enxerto.
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Borbulhia
Borbulhia[193]A borbulhia em placa é um método de enxertia que consiste na justaposição de uma gema (ou borbulha) sobre o porta-enxerto. É em placa, quando a gema é retirada do ramo da planta-matriz (fornecedora de propágulo) na forma de placa elíptica (com casca e um pouco de lenho) e justaposta em uma janela aberta no porta-enxerto, entre 6 cm e 8 cm de altura a partir do colo. Após a justaposição da borbulha na janela, passa-se uma fita de plástico transparente sobre o local, feito preferencialmente de baixo para cima e deixando a gema livre. Para que essa gema não fique exposta ao solo, basta utilizar uma folha do próprio porta-enxerto amarrada no ponto superior da enxertia, onde termina o amarrio. A borbulhia é um método de fácil operação e permite a re- enxertia do porta-enxerto, em caso do não pegamento da borbulha. As mudas propagadas via borbulhia podem ficar expostas a pleno sol, e, por isso, esse método é utilizado na operação de substituição de copa.
[194]Para a realização da enxertia em cajueiro, utilizando-se o método da borbulhia, recomenda-se que as gemas ou borbulhas sejam retiradas de ramos florais com 50% a 70% de flores abertas, pois, segundo pesquisas realizadas, é nessa fase que se consegue as melhores borbulhas, aumentando, assim, a taxa de pegamento da enxertia.
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Viveiro de mudas
Viveiro de mudas[198] Para a produção de mudas com qualidade, recomenda-se que o viveiro fique distante a pelo menos 100 m de pomares ou plantas que sejam hospedeiras de patógenos que possam contaminar as mudas de cajueiro. Na área do viveiro, também recomenda-se um rigoroso controle do mato (plantas daninhas) e que seja evitada a incursão de animais. Deve ser composto de área coberta e área em céu aberto para a rustificação (aclimatação) das mudas. O piso deve apresentar boa capacidade de drenagem para evitar encharcamento próximo aos canteiros. Próximo ao viveiro deverá haver uma fonte de água de boa qualidade, uma vez que as mudas deverão ser irrigadas diariamente. Deve-se evitar a formação de mudas debaixo de árvores, para que não sejam infestadas por fungos e pragas.
[200] As embalagens utilizadas para a produção de mudas de cajueiro na Embrapa Agroindústria Tropical obedecem às recomendações oficiais da Comissão Estadual de Sementes e Mudas (Cesm) que é um órgão colegiado de assessoramento ao Mapa. Portanto, a recomendação em vigência é que as mudas estejam acondicionadas em tubetes ou sacos plásticos com as seguintes características:
- Tubete de plástico de polipropileno preto, com dimensões mínimas de 190 mm de altura, abertura na base interna do cone de 62 mm, abertura de 12 mm na outra extremidade, capacidade de 288 cm3 de substrato e com seis a oito estrias internas.
- Saco de plástico de polipropileno preto não reciclável, preferencialmente sanfonado, medindo 28 cm de altura por 15 cm de largura e espessura de 0,12 mm a 0,15 mm, com furos de 4 mm de diâmetro no terço inferior de ambos os lados do saco.
[201] As mudas formadas em sacos de plástico devem ser organizadas no viveiro a pleno sol, na direção Leste/Oeste (caminhamento do sol). Cada canteiro de mudas deve ter uma largura de até seis sacos, variando o comprimento conforme o total de mudas que se deseja produzir. A distância mínima entre os canteiros deve ser de 50 cm. As mudas produzidas em tubetes são colocadas em canteiros suspensos que devem obedecer ao mesmo critério de distância dos canteiros no solo.
[204] Os porta-enxertos devem ser formados em sacos de plástico de 15 cm de largura, 28 cm de altura e 0,12 mm a 0,15 mm de espessura, de coloração escura, de preferência sanfonados, e com perfurações no terço inferior (máximo de 12 furos). Sacolas de menores dimensões têm apresentado problemas mais frequentes de enovelamento das raízes.
[205] Usualmente as mudas de cajueiro eram produzidas em sacolas de plástico, com volume e peso de substratos muito elevados, o que conferia uma maior dificuldade de manuseio e transporte. Esses substratos eram produzidos com 50% a 100% de solos hidromóficos, que, quando retirados seguidamente pelos viveiristas, de uma mesma área, formavam verdadeiras crateras, provocando desequilíbrio ambiental e poluição.
Devido ao tamanho, volume e peso dos sacos, a quantidade de mudas transportadas em caminhões era muito limitada e encarecia o frete e o preço final da muda. Com a política de expansão da cultura e a modernização dos pomares e, em especial, do cultivo do cajueiro-anão-precoce, houve um grande aumento na demanda por mudas de cajueiro para várias regiões brasileiras. Para que o transporte dessas mudas em grandes distâncias se tornasse mais eficiente, vários estudos foram realizados, sendo que o resultado da produção de mudas em tubetes de 288 cm3 (19 cm de altura, 62 mm de diâmetro superior, 16 mm de diâmetro inferior e com 8 estrias internas) foi considerado satisfatório. Passou-se, então, dos tradicionais 5,0 kg de solos por mudas para aproximadamente 100 g de solo, além da otimização da área do viveiro, pois, numa mesma área, se pode produzir muito mais mudas em tubetes do que em sacolas plásticas.[206] Os tubetes proporcionam o desenvolvimento radicular das mudas sem o enovelamento da raiz principal, fato comumente observado naquelas produzidas em sacolas, e com maior número de raízes secundárias, as quais têm maior capacidade de absorção de nutrientes e de penetração nos solos e, consequentemente, de estabelecimento no campo desde que em condições normais de umidade. Outras vantagens da produção de mudas em tubetes são o maior rendimento nas operações e a maior eficiência no uso da área, pois os tubetes são mais leves e de mais fácil transporte do que aquelas produzidas em sacolas (uma pessoa pode carregar uma bandeja com 54 mudas de cajueiro em tubetes), e uma simples estrutura metálica com aproximadamente 15 m2 de comprimento pode conter cerca de 1.200 mudas, permitindo uma maior quantidade de mudas produzidas por unidade de área do viveiro. Além de necessitar de menos espaço, também apresenta maiores facilidades operacionais com maior rendimento no plantio, menor custo no transporte e no manejo de viveiro. Entretanto, em mudas com muito tempo de viveiro, dependendo do clone, pode ocorrer a curvatura da raiz pivotante, o que pode acarretar problemas no sistema de plantio, principalmente no de sequeiro.
[207] Não há resultados científicos que possam afirmar se terá os mesmos resultados substituindo o tubete por sacos de plástico com as mesmas dimensões do tubete. Por isso, recomendamos que, antes de qualquer investimento para produção comercial de grandes quantidades de mudas, seja feita uma avaliação comparativa entre os dois recipientes, utilizando-se, em ambos, os mesmos substratos, adubação, irrigação e variedade/clone de cajueiro.
É importante alertar que, mesmo que o custo inicial dos tubetes seja maior do que dos sacos de plásticos, em um empreendimento empresarial e continuado por vários anos, deve-se levar em consideração a relação custo/benefício.
Os tubetes têm maior durabilidade, podem ser reutilizados e são fáceis de manejar e transportar. Além disso, o bom desempenho dos tubetes para produção de mudas de cajueiro dá-se pela existência de estrias em seu interior. Essas estrias evitam o enovelamento da raiz principal, fato comumente observado nas mudas produzidas em sacolas, e com maior número de raízes secundárias, as quais têm maior capacidade de absorção de nutrientes e de penetração nos solos e, consequentemente, de estabelecimento no campo desde que em condições normais de umidade.[208] Não é recomendado usar o mesmo substrato dos sacos de plástico nos tubetes, pois o alto percentual de solo ou areia dos substratos para sacolas tornaria o torrão da muda em tubetes muito pesado, além de proporcionar uma inadequada agregação do torrão.
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- Antracnose
- Bacteriose
- Resinose
- Oídio
- Septoriose
- Mofo-preto
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- Lagarta-dos-cafezais
- Lagarta-da-saia-justa
- Besouro-vermelho-do-cajueiro
- Verruga das folhas
- Lagarta-verde
- Lagarta-de-fogo
- Pulgão
- Traça-da-castanha
- Tripe-da-cinta-vermelha
- Mané-magro
- Véu-de-noiva
- Percevejos dos frutos
- Mosca-branca
- Broca-das-pontas
- Tripes
- Broca-do-tronco
- Broca-da-raiz
- Serra-pau
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xxxxx
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xxxxx
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Ciclo superprecoce
maturação em até xxx dias
Ciclo precocematuração
entre xx e xx dias
Ciclo médio
maturação entre xxx e xxx dias
Ciclo médio-precoce
maturação entre xx e xx dias -
Composição
(xxxxx)
Energia – xxxx
Umidade – xxxx
Proteínas – xxxx
Carboidratos – xxx
Lipídios – xxx
Cinzas – xxxx
Fibra alimentar – xxx
Minerais (de acordo com o caju)Fósforo - xxx
Potássio – xxx
Cálcio – xxx
Magnésio – xxx
Sódio – xxx
Zinco – xxx
Ferro – xxx
Manganês – xxx
Cobre – xxxx
VitaminasC – xxx
E – xxx
A – xxxx
B1 – xxxx
B2 – xxxx
B6 – xxxxx
Fonte: xxxxx -
Apoiadores - caju
Apoiadores - caju
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Adensamento
AdensamentoPor ser uma planta de pequeno porte, alguns clones de cajueiro-anão, desenvolvidos pela pesquisa, possibilitam o cultivo adensado, ou seja, o plantio de um maior número de plantas por hectare. Dentre outras vantagens, o adensamento proporciona maior produtividade nos primeiros anos do pomar; possibilita o retorno do investimento na produção em menos tempo; permite o uso mais eficiente da área e dos recursos utilizados (água, adubos e fertilizantes); e protege o solo de erosão.
É importante que o produtor esteja ciente que esse sistema de cultivo exige maior atenção com as práticas de manejo, como podas constantes para evitar o entrelaçamento e sombreamento das plantas; uso contínuo de irrigação; e métodos de adubação específicos para plantios adensados, para evitar competição entre plantas por água e nutrientes. Além disso, cultivos adensados aumentam o risco de incidência de pragas e doenças.
Encontrado na página: Escolha e preparo da área
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Registro nacional de cultivar
Registro nacional de cultivar[215] O Decreto Lei nº 5.153, de 23 de julho de 2004 (BRASIL, 2004), que regulamenta o sistema de produção de mudas no Brasil só permite que sejam produzidas, para comercialização, mudas provenientes de materiais que tenham o Registro Nacional de Cultivar (RNC).
[216] Não deve ser solicitado o registro de uma planta cultivada em quintal, pois nem sempre uma planta bonita e produtiva num quintal corresponde a uma planta produtiva em campo, quando necessita competir com nutrientes, água e luminosidade com outras plantas. Uma planta isolada pode aproveitar todo o seu potencial, mas em competição com outras pode não ter a agressividade necessária para desenvolver suas aptidões produtivas e de qualidade. Entretanto, é melhor primeiro testar esse material em campo, na forma de pequeno pomar, e só então decidir a solicitação do registro.
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Viveiristas credenciados
Viveiristas credenciados[217] Adquirir mudas em viveiristas credenciados é um bom indicativo de qualidade, mas não uma certeza. Sempre é recomendável a compra de mudas em estabelecimentos credenciados, pois são fiscalizados e cobrados em termos de padrões de qualidade. Também é recomendável que sejam preferidos os viveiristas que tenham ética na produção, pois as fiscalizações são pontuais e detectam somente a verdade daquele momento, expressa no rótulo ou na aparência morfológica das mudas. Entretanto, outras ações como nutrição, manejo de água e fitossanitário, composição de substratos e tecnologia de produção podem embutir problemas que só serão visíveis posteriormente, quando muitas das vezes a muda já se encontra no campo, acarretando prejuízos permanentes por toda a vida do pomar. Para se ter certeza da qualidade das mudas que se está comprando é necessário que se faça um acompanhamento da produção ou se conheça os antecedentes de quem está produzindo.
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Muda ideal
Muda ideal[218] Uma boa muda de cajueiro deve apresentar as seguintes características:
- Altura de enxertia entre 6 cm e 8 cm do colo do porta-enxerto.
- Boa cicatrização entre as partes enxertadas.
- Caule único e ereto, com, no mínimo,
- 15 cm de altura e seis folhas bem formadas.
- Ter, no mínimo, 4 meses de idade, contados a partir da semeadura da castanha, que vai dar origem ao porta-enxerto.
- Ser isenta de pragas e doenças.
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Produção de mudas
Produção de mudas[220] Para se estabelecer como produtor e ou como comerciante de mudas de cajueiro, o interessado deve conhecer e se adequar às normas de produção e comercialização de sementes e mudas regidas por Lei Federal (Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, regulamentada pelo Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004 (BRASIL, 2004)). Portanto, o primeiro passo para quem quer ser produtor de mudas de cajueiro é se inscrever no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) e credenciar seu estabelecimento (viveiro). Essa etapa é amplamente orientada pela superintendência do Mapa em sua cidade.
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Compra de sementes e mudas
Compra de sementes e mudas[221]A comercialização de sementes na Embrapa é restrita para formação de porta-enxerto, principalmente para viveiristas credenciados e entidades de pesquisa. Esses materiais podem ser adquiridos no campo experimental de Pacajus, da Embrapa Agroindústria Tropical.
[222] A forma de pagamento dos materiais comercializados pela Embrapa é à vista e é feito por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU – boleto bancário com código de barras específico), que é enviado eletronicamente; e, após confirmação de pagamento, o material fica disponível para retirada ou coleta no Campo Experimental de Pacajus, em Pacajus, CE, sendo acompanhados de termo de conformidade e nota fiscal eletrônica.
[223] As mudas podem ser compradas em empresas que as comercializam ou diretamente de produtores viveiristas. As sementes e os propágulos podem ser adquiridos em empresas que possuam jardins clonais, jardins de sementes ou campos de plantas legalmente constituídos. Para mais segurança, recomenda-se que o comprador verifique se o vendedor está inscrito no Mapa para essa atividade e se os propágulos e sementes comercializados são procedentes de campos de planta ou jardins clonais com Registro Nacional de Cultivares (RNC) e inscritos no Mapa.
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Etapas da substituição de copa
Etapas da substituição de copaA adoção da substituição de copa em pomares de cajueiro envolve três etapas: decapitação das plantas, seleção das brotações e enxertia. Realizar cada etapa no momento recomendado, com uso de ferramentas adequadas, é essencial para garantir resultados eficientes com a técnica.
Encontrado na página: Substituição de copa
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Métodos de substituição de copa
Métodos de substituição de copaA substituição de copa em cajueiro pode ser feita por três métodos distintos, conforme a necessidade do pomar: substituição total; substituição seletiva; e substituição em fileiras alternadas. Na escolha do método, o produtor deve avaliar as condições das plantas, as vantagens e desvantagens da adoção da técnica e a sua capacidade de investimento.
Encontrado na página: Substituição de copa
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Cuidados na substituição de copa
Cuidados na substituição de copaPara adoção da técnica, o produtor deve avaliar as plantas do pomar com base nos seguintes critérios:
- Sanidade das plantas: os cajueiros devem estar livres de pragas e doenças.
- Porte das plantas: somente cajueiros com tronco até 1,10 m de perímetro, medidos próximo ao solo, devem ter a copa substituída.
- Idade das plantas: cajueiros mais velhos não sobrevivem ao corte ou emitem brotações pouco vigorosas e em número insuficiente para a enxertia.
- Vigor das plantas: cajueiros devem apresentar desenvolvimento compatível para a idade.
Encontrado na página: Substituição de copa
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Vantagens da substituição de copa
Vantagens da substituição de copa- Aumento da produtividade e qualidade da castanha e do pedúnculo.
- Redução do porte das plantas, facilitando a colheita e os tratos culturais.
- Baixo custo, em comparação com a implantação de novos pomares.
- Rejuvenescimento das plantas.
- Uniformização das plantas do pomar.
- Dispensa o uso de irrigação, mesmo em anos de baixa ocorrência de chuvas.
Encontrado na página: Substituição de copa
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Tempo para produção mudas enxertadas
Tempo para produção mudas enxertadas
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Controle biológico
Controle biológico[300] No agroecossistema do caju, é encontrada uma fauna rica de insetos benéficos (predadores e parasitoides) e microrganismos entomopatogênicos (fungos, vírus, nematoides) controladores naturais dos artrópodes (insetos e ácaros) a eles associados. Para toda praga importante do cajueiro já foi constatado pelo menos um inimigo natural, cujos níveis naturais de controle, a depender da praga e dos seus estádios de desenvolvimento, podem chegar a 90% de mortalidade, como é o caso do minador-da-folha (Phyllocnistis sp.). No entanto, o controle biológico aplicado ainda é incipiente. Foram feitos estudos usando o vírus da lagarta-dos-cafezais e um fungo no controle da broca-da-raiz. Toda a dificuldade advém do fato de que as pragas do cajueiro apresentam comportamento aleatório – não ocorrendo todos os anos, nem em todos os locais – e da impossibilidade de manter os organismos benéficos em estoque, o que implica custos elevados. No entanto, existe outra linha de controle biológico, ainda pouco explorada, que é a conservação da fauna benéfica em cada ecossistema. Preservada ou estimulada, essa fauna ajudaria a manter as pragas em densidade baixa, reduzindo assim seus surtos e os desequilíbrios advindos do clima. Essa técnica envolve práticas agronômicas adequadas que fortalecem as plantas, como a manutenção de áreas de refúgio a distâncias compatíveis, introdução de plantas que favoreçam a fauna benéfica e o uso racional de defensivos agrícolas, procurando usá-los seletivamente, evitando o desequilíbrio.
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Óleo de amêndoa de castanha-de-caju
Óleo de amêndoa de castanha-de-caju[384] A composição em ácidos graxos (%) do óleo de amêndoas de castanha-de-caju (Tabela 2) apresenta elevados teores de ácido oleico e linoleico, semelhantes ao do azeite de oliva. Além disso, destaca-se o alto teor de ácido linolênico, também conhecido como ômega 6 (ω6), que é um ácido graxo essencial, ou seja, não é produzido pelo organismo humano e deve ser adquirido por meio de ingestão na dieta. Por ser um produto de origem vegetal, a quantidade de colesterol é praticamente inexistente.
Tabela 2. Composição em ácidos graxos (%) do óleo da amêndoa de castanha-de-caju. Componente % Ácido palmítico (C16:0) 7,9 a 9,7 Ácido palmitoleico (C16:1) 0,2 a 0,4 Ácido esteárico (C18:0) 6,3 a 9,3 Ácido oleico (C18:1) 57,7 a 67,1 Ácido linoleico (C18:2) 17,6 a 21,9 Ácido linolênico (C18:3) 0,1 a 0,9 Ácido araquídico (C20:0) 0,4 a 2,1 Total de ácidos graxos insaturados 78,6 a 85,4 Total de ácidos graxos saturados 14,6 a 21,4 [385] O óleo da amêndoa da castanha- de-caju é líquido à temperatura ambiente, com densidade de 0,905 a 0,915 (a 20 °C), cor amarelo-clara e índice de refração 82 a 85 (a 40 °C). Ele pode ser utilizado da mesma forma que os demais óleos comerciais; no entanto, por possuir elevado teor de ácidos graxos insaturados e sabor suave, é especialmente indicado como óleo para saladas. Estudos mostram que o óleo extraído a frio da amêndoa de castanha-de-caju permanece estável por pelo menos seis meses à temperatura ambiente (28 °C).
[386] A extração do óleo gera um subproduto chamado torta, que é rico em proteínas. A partir da torta, pode-se elaborar um doce tipo paçoquinha (Tabela 3). O processo de obtenção é bastante simples, consistindo basicamente em pesagem, moagem e homogeneização dos ingredientes, prensagem, moldagem, corte e embalagem.
Tabela 3. Formulação para obtenção de doce tipo paçoquinha de amêndoa de castanha-de-caju (ACC). Ingrediente Quantidade (g/100 g) Torta ACC 59,5 Açúcar 25,0 Sal 0,5 Farinha de mandioca 5,0 Gordura vegetal 10,0 -
Rendimento industrial da castanha-de-caju
Rendimento industrial da castanha-de-caju[388] O rendimento industrial (relação percentual entre peso de amêndoas sobre peso de castanhas) varia de acordo com fatores como umidade, estado fitossanitário, nível de impurezas e de matérias estranhas, presença de cajuí e, principalmente, tamanho das castanhas. Quanto maior a castanha, menor o rendimento: grandes (18%), médias (20%), pequenas (22%) e miúdas (25%). Geralmente, utiliza-se como parâmetro técnico o rendimento médio de 23%, que é considerado um bom percentual.
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Minifábricas
Minifábricas[389] O Modelo Agroindustrial Múltiplo de Processamento de Castanha-de-caju é uma alternativa de agregação de valor à amêndoa da castanha-de-caju e foi direcionada para atender às necessidades dos pequenos produtores familiares, tradicionalmente fornecedores de castanha-de-caju in natura para as grandes indústrias. Com a introdução das minifábricas, com os modernos e eficientes equipamentos e processos desenvolvidos, as pequenas comunidades puderam beneficiar suas próprias castanhas e ainda adquirir matéria- prima de pequenos produtores vizinhos.
Desde o início do desenvolvimento desse modelo, a Embrapa Agroindústria Tropical participou diretamente da implantação de cerca de 80 minifábricas nos seguintes estados: Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Rio Grande do Norte e Bahia.Vários fatores conferem vantagens para o sucesso do beneficiamento da castanha-de-caju nas minifábricas, entre os quais se destacam:
- Os equipamentos garantem alta produtividade e qualidade da amêndoa produzida.
- A Embrapa capacita técnicos para monitorar o funciona- mento das minifábricas, contribuindo para que as associa- ções comunitárias e cooperativas rurais possam gerar seus próprios recursos e disputar lugar no mercado.
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DOENÇAS 22/11
Artigo: Oídio e antracnose do cajueiro – doenças que exigem manejo preventivo para redução de prejuízos
Apesar da elevada importância socioeconômica, a produtividade da cajucultura nordestina é limitada por fatores fitossanitários, dentre os quais se destaca a incidência de doenças fúngicas que constituem entraves à exploração eficiente, seja pelos danos diretos na fisiologia e na integridade física ou indiretamente na interação com ...
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DOENÇAS 22/06
Prosa Rural - Oídio do cajueiro: o melhor manejo é a prevenção
O Prosa Rural desta semana fala sobre uma doença que vem devastando pomares de cajueiro em todas as principais regiões produtoras do país nos últimos anos: o oídio do cajueiro. O pesquisador Marlon Valentim, da Embrapa Agroindústria Tropical, explica o que é a doença e a atenção que o produtor deve ter para proteger a plantação.
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DOENÇAS 29/06
Oídio: principal doença do cajueiro exige manejo preventivo para redução de prejuízos
“Depois que o fungo se instala é muito difícil controlar a doença. Então, é necessário utilizar produtos para proteger as panículas, que são os órgãos mais suscetíveis, que vão gerar os maturis e frutos novos”, explica o pesquisador Marlon Valentim, da Embrapa Agroindústria Tropical.
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Tipos de processamento
Tipos de processamento[395] A diferença entre os os processos mecanizado e semimecanizado no beneficiamento da castanha-de-caju reside no tratamento térmico e no corte da castanha. Enquanto no processo mecanizado as castanhas são torradas em banho de líquido da casca da castanha (LCC) quente e quebradas por impacto mecânico em máquinas automatizadas, no processo semimecanizado elas são cozidas em autoclave a vapor e cortadas, uma a uma, por navalhas, em máquinas de operação manual.
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Despeliculagem
DespeliculagemDesidratação ou Estufagem
[403] Após o corte da castanha, as amêndoas apresentam um teor de umidade entre 6% e 9%, com a película firmemente aderida à superfície da amêndoa, de difícil remoção. Para facilitar a retirada da película, as amêndoas são desidratadas em estufas, durante 8 a 10 horas, a uma temperatura entre 60 °C e 70 °C, até que atinjam um teor de umidade de cerca de 3%. Nessa condição, a película fica quebradiça, o que facilita sua soltura.
As amêndoas são espalhadas em camada fina sobre bandejas, as quais podem ser colocadas individualmente, como prateleiras sobrepostas dentro da estufa ou podem ser montadas sobre um carrinho, para facilitar sua movimentação.[404] Algumas indústrias de castanha-de-caju no Brasil estão utilizando estufas de três estágios, em que as amêndoas são conduzidas sobre esteiras, num sistema contínuo fechado com gradação de temperatura, até a finalização do processo de estufagem. Esse equipamento representa um avanço em relação à estufa convencional, geralmente de natureza estática, e que demanda longo tempo de processo. As estufas de multiestágios operam com temperaturas em torno de 85 °C, e o processo é realizado em quatro horas e meia, com grande economia de mão de obra e tempo.
Umidificação
[405] Balde fofador é um equipamento no qual as amêndoas com película são submetidas a um jato de vapor superaquecido e de baixa umidade, que causa um choque físico sobre a película e força sua desintegração e a consequente liberação da superfície da amêndoa, facilitando a despeliculagem. Algumas fábricas utilizam um despeliculador que já possui um ciclone, no qual o choque físico sobre a película é dado pelo ar comprimido.
[406] A maioria das indústrias de pequeno porte utiliza o rolador ou o despeliculador de escovas para a remoção da película. O rolador consiste em um cilindro de tela metálica, movido manual ou mecanicamente, onde as amêndoas são parcialmente despeliculadas ao serem atritadas na parte interna do cilindro quando ele é acionado em movimentos giratórios em torno de seu eixo horizontal.
O despeliculador de escovas consiste em uma tela metálica fixada sobre uma base de mesa sobre a qual o operador, empregando escovas de cerdas macias de nylon, fricciona as amêndoas em movimentos circulares.
Após passarem por esses equipamentos, aproximadamente 70% das amêndoas estão totalmente despeliculadas. As amêndoas com restos de película ainda aderidos à sua superfície podem ser reprocessadas no balde fofador ou em um despeliculador provido de ciclone, onde recebem injeção de vapor superaquecido ou ar comprimido, os quais passam pelas fendas da película, arrastando os pedaços ainda existentes sobre a amêndoa.
A despeliculagem também pode ser feita manualmente, pela simples torção da amêndoa entre os dedos ou por raspagem, empregando pequenos estiletes.[407] As amêndoas “duras” ou “difíceis” são aquelas que, após serem submetidas ao processo de despeliculagem, ainda não foram totalmente despeliculadas, apresentando pedaços de película firmemente aderidos à superfície. A ocorrência dessas amêndoas “duras” parece sofrer influência genética, mas é agravada por problemas na operação de desidratação, principalmente pela desuniformidade do aquecimento, geralmente provocada por má circulação do ar dentro da estufa e falta de homogeneização na distribuição das amêndoas nas bandejas. As superfícies das amêndoas que ficam em contato com as outras amêndoas não recebem o mesmo calor que as superfícies livres; portanto, a película não seca o suficiente para se desprender. As amêndoas duras precisam ser reprocessadas e, pelo fato de serem submetidas a uma nova secagem e raspagem com estiletes, ficam mais escuras e arranhadas, por isso têm o seu valor comercial reduzido.
[413] Na despeliculagem ocorre maior percentagem de quebra de amêndoas, pois nessa fase as amêndoas encontram-se em estado de muita fragilidade e quebradiças, por causa do seu baixo teor de umidade ao saírem da estufa. A quebra de amêndoas na despeliculagem pode chegar a 25%, levando-se em consideração que algumas delas já se encontravam quebradas ou trincadas desde a etapa do corte, mas estavam aparentemente inteiras em razão da película, que mantinha todas as partes unidas.
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EVENTO 27/11
Caju Conecta reúne produtores e pesquisadores de quatro estados
Produtores do Piauí, técnicos de Roraima, pesquisadores do Ceará e cajucultores do Rio Grande do Norte estiveram reunidos em Apodi (RN) para a primeira edição do Caju Conecta, um encontro de atores da cadeia produtiva do caju.
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SUSTENTABILIDADE 19/09
Agência UFC: Bagaço de caju é utilizado para produzir hidrogênio em processo inédito e sustentável
O bagaço de caju, resíduo farto da agroindústria nordestina, tornou-se matéria-prima para produção de hidrogênio, em um processo inédito e de baixo custo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Universidade Federal do Ceará.
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ENTRETENIMENTO 28/06
Mocidade irá falar sobre a história do caju no Carnaval 2024
A Mocidade Independente de Padre Miguel anunciou a divulgação foi feita por meio das redes sociais com cerca de um mês de atraso em relação às outras escolas de samba. A demora ocorreu devido a uma decisão judicial relativa às eleições da Mocidade, que foi revertida judicialmente.
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Rendimento
Rendimento[412] No processo mecanizado (por impacto), o rendimento de amêndoas inteiras, em relação à quantidade total de amêndoas beneficiadas, pode chegar a 75% na operação de decorticação e variar de 55% a 60% no final do processo. No processo semimecanizado, o rendimento sobe para mais de 85% no corte e 70% no final do processo.
[414] São vários os fatores que contribuem para a obtenção de amêndoas inteiras:
- Tamanho da castanha.
- Secagem adequada da castanha.
- Umidade da amêndoa durante a despeliculagem.
- Eficiência na despeliculagem.
- Eficiência na classificação da castanha.
No caso do processo semimecanizado, fatores específicos, tais como boa autoclavagem, regulagem adequada das lâminas de corte e habilidade do operador da máquina de corte manual também influenciam o rendimento de amêndoas inteiras.
No processo mecanizado, é também importante a regulagem do sistema centrífugo de abertura da castanha. -
Pasta de amêndoa de castanha-de-caju
Pasta de amêndoa de castanha-de-caju[420] A pasta de ACC é obtida basicamente pela moagem das amêndoas com os demais ingredientes até que o produto apresente aparência homogênea (Tabela 6). A forma de consumo da pasta de ACC é semelhante à do creme de amendoim (peanut butter), pura no pão e em biscoitos ou em recheios de bolos, coberturas, entre outros.
Tabela 6. Formulação básica para elaboração de pasta de amêndoa de castanha-de-caju. Ingrediente Quantidade (%) Amêndoas de castanha-de-caju torradas 89,9 Sal 0,1 Açúcar 8,0 Lecitina de soja 2,0 Fonte: Lima (2006).
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Líquido da Casca da Castanha (LCC)
Líquido da Casca da Castanha (LCC)[421] LCC é a sigla para líquido da casca da castanha, um líquido de natureza cáustica e bastante corrosivo, presente nos alvéolos do mesocarpo esponjoso da casca da castanha-de-caju. É constituído de uma mistura de fenóis vegetais, dos quais os principais são o ácido anacárdico (cerca de 90%) e o cardol (10%). Apesar de ser um fenol, é popularmente conhecido como “óleo da castanha”. Esse líquido representa de 12% a 25% do peso da castanha in natura.
O LCC e seus derivados, obtidos por diferentes reações químicas, podem ser utilizados na fabricação de tintas, vernizes e esmaltes especiais, isolantes elétricos, inseticidas, fungicidas, pigmentos, plastificantes, antioxidantes, adesivos e aglutinantes para placas aglomeradas e compensados navais. Seu principal uso industrial dá-se na elaboração de resinas fenólicas e pós de fricção para confecção de lonas de freio para automóveis.[422] No processo mecanizado, o LCC é extraído no banho de LCC quente (cerca de 200 °C) a que as castanhas são submetidas antes da decortificação.
No processo semi-mecanizado, o LCC é extraído pela prensagem das cascas a frio ou aquecidas a 80 °C, com auxílio de vapor. O produto, chamado de “óleo de prensa”, difere, na sua estrutura física e química, do LCC comercializado pelas indústrias mecanizadas, que é descarboxilado durante o aquecimento das castanhas-de-caju no processo de fritura, provocando a eliminação do CO2 (gás carbônico).
O óleo de prensa precisa ser descarboxilado, pois, em seu estado natural, pode provocar explosão nos tambores pelo aumento da temperatura e expansão de seu volume, em virtude da lenta formação de CO2 pela decomposição do ácido anacárdico.[423] A descarboxilação do LCC consiste na transformação do ácido anacárdico em cardanol por aquecimento (emprego de vapor), liberando CO2, vapor d’água e compostos voláteis.
O processo é realizado em tanques com injeção de vapor, com posterior filtração para separação das impurezas. A mistura de cardanol e cardol é a matéria-prima para a elaboração da grande variedade de produtos derivados do LCC.[424] A casca residual pode ser aproveitada como combustível de caldeiras para a geração de energia, nas próprias fábricas de beneficiamento de castanha. Quando sua produção for maior que a necessidade de combustível na fábrica, ele pode ser vendido para outras indústrias, como, por exemplo, a indústria de cimento.