Poda de formação
As podas de formação ou implantação são realizadas, em média, a partir dos seis meses após o plantio no campo, quando as plantas já apresentam uma estrutura com ramos maduros. Isto faz com que o corte seja em tecido já lignificado, facilitando a rápida brotação vegetativa.
Estas podas orientam o crescimento dos ramos, quanto ao número e distribuição na copa, adequando o tamanho das plantas à densidade do pomar. Consistem em cinco a seis operações, em que a primeira é feita a uma altura de 60 cm a 80 cm do solo, com o corte abaixo do nó, induzindo uma brotação em pontos alternados que resultam em uma base da copa mais equilibrada.
Após a brotação, devem ser selecionados três ramos, que formarão a base da copa, com os demais sendo eliminados. As podas seguintes seguem o mesmo princípio, com seleção de três ramos equidistantes, orientados para a parte externa da copa.
Os locais de cortes, a cada poda, deverão ser tratados com uma pasta à base de fungicida.
Poda de produção
As podas de produção são realizadas normalmente depois da colheita, e incluem as atividades de limpeza, levantamento de copa, abertura central, poda lateral e a poda de topo, para manter a altura da planta em um limite adequado aos tratos culturais e colheita.
As podas de produção têm como função, também, o estímulo às novas brotações, com formação de material vegetativo para o manejo do ciclo produtivo seguinte. A copa é renovada com as brotações vegetativas, que é acompanhada pela emissão de novas raízes, garantindo um sistema radicular adequado à absorção de água e nutrientes. As plantas com a nova estrutura de copa apresentam ramos uniformes em idade e capacidade produtiva, adequado ao início do manejo da floração e produção de frutos na mangueira.
Tratos culturais
O uso da cobertura morta tem o objetivo de proteger o solo ao redor da planta das altas temperaturas, além de evitar perdas excessivas de umidade. No entanto, é importante evitar que a área sob a copa da mangueira permaneça com vegetação natural para não haver competição por água e nutrientes, bem como para não servir de hospedeira de pragas e doenças que causam problemas para a cultura. Recomenda-se a roçagem periódica da vegetação espontânea, já que o uso de herbicidas na linha de plantio só é permitido uma vez ao ano e nunca entre a floração e a colheita. O uso de um tutor para conduzir o caule das mudas verticalmente é adequado até as plantas alcançarem uma estrutura robusta.
Práticas culturais
A desfolha na mangueira é praticada com a finalidade de melhorar a coloração dos frutos, característica utilizada para qualificar a manga, principalmente aquelas de origem americana, e exigida pelos principais mercados. A desfolha para melhorar a coloração dos frutos deve ser feita próxima à fase final da maturação, em torno de 60 dias antes da colheita, eliminando as folhas que os sombreiam. Essa prática deve ser feita com bastante cuidado, principalmente na parte da copa direcionada para o poente, pois frutos muito expostos em época de temperaturas elevadas e baixa umidade do ar acabam necessitando de proteção a fim de evitar a queima causada pelo sol.
O arejamento também tem o objetivo de promover a qualidade dos frutos pela entrada de luz no interior da copa, induzindo cor, ventilando e evitando condições adequadas aos problemas fitossanitários.