Isso afetará a realização de um bom manejo, o qual pode maximizar os benefícios de cada planta do sistema. Quanto maior o número de espécies, mais complexo será o sistema, exigindo mais conhecimento sobre a dinâmica e o manejo.
Isso afetará a realização de um bom manejo, o qual pode maximizar os benefícios de cada planta do sistema. Quanto maior o número de espécies, mais complexo será o sistema, exigindo mais conhecimento sobre a dinâmica e o manejo.
É importante considerar as condições do solo, regime de chuvas e relevo do local para identificar as culturas e as espécies com maior aptidão para compor a biodiversidade funcional. Observar as espécies nativas que se desenvolvem bem no local é uma boa estratégia para escolher as espécies de serviço.
O próximo passo após a definição do objetivo é escolher as espécies de serviço e as de produção que serão utilizadas nos consórcios. Para nortear essa escolha é importante se atentar aos seguintes fatores:
- Características e aptidão do local: é importante considerar as condições do solo, regime de chuvas e relevo do local para identificar as culturas e as espécies com maior aptidão para compor a biodiversidade funcional. Observar as espécies nativas que se desenvolvem bem no local é uma boa estratégia para escolher as espécies de serviço.
- Conhecer os princípios e as espécies: isso afetará a realização de um bom manejo, o qual pode maximizar os benefícios de cada planta do sistema. Quanto maior o número de espécies, mais complexo será o sistema, exigindo mais conhecimento sobre a dinâmica e o manejo.
- Recursos materiais: a quantidade e o tipo de recursos materiais disponíveis para o agricultor influenciam as decisões sobre quais espécies serão plantadas e como elas serão manejadas. Alguns exemplos: o acesso a máquinas, implementos, ferramentas, a disponibilidade de mudas, sementes, outros propágulos, adubos, irrigação, entre outros.
- Mão de obra: a disponibilidade e as habilidades dos agricultores podem afetar a seleção das espécies. Em geral, a demanda por trabalho pode aumentar quanto maior a diversidade de espécies. Por outro lado, algumas espécies podem exigir manejos mais frequentes ou podem ter a madeira mais dura, sendo mais difíceis para o trabalho de poda do que outras.
- Tamanho da Área: o tamanho da área de um SAF depende de vários fatores, como o objetivo do sistema, as espécies envolvidas, as condições climáticas, a disponibilidade de recursos e a escala de produção desejada. Sistemas em áreas menores podem ser trabalhados mais intensamente utilizando maior diversificação de espécies, enquanto áreas maiores tendem a ter consórcios mais simplificados e arranjos espaciais que facilitem a mecanização e redução de manejos.
- Mercado: ao escolher as espécies é importante considerar a facilidade e as oportunidades para a comercialização dos produtos, nos diferentes estágios de desenvolvimento do sistema.
- Ciclo de Vida e Estratificação: ao desenhar um sistema agroflorestal, é essencial considerar a estratificação e sucessão ecológica das espécies envolvidas. Esses conceitos ajudam a definir quais plantas devem ser selecionadas para cada “camada” do sistema e como elas podem interagir ao longo do tempo. Alguns técnicos e agricultores usam tabelas que classificam as espécies em relação ao estrato e ciclo de vida.
Exemplo de planejamento considerando os ciclos de vida e estratos:
% de sombra | Até 6 meses | 1 a 3 anos | 3 a 10 anos | 10 a 20 anos | 20 a 50 anos | + de 50 anos | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Emergente |
15% |
Milho ou sorgo |
Mamão ou mamona |
Periquiteira ou fumo bravo ou eucalipto |
Mutamba, tamanqueiro, carvoeiro, cajá-mirim |
Aroeira, eucalipto, cinamomo, mandiocão, carvoeiro |
Aroeira, jatobá, ipê roxo ou pau rei |
Alto |
35% |
Feijão de corda ou caupi |
Mandioca, guandu ou banana nanica |
Ingá de metro ou banana prata |
Abacate, aroeira pimenteira, jatobá |
Indaiá ou manga |
Copaíba |
Médio |
45% |
Berinjela + mudas de árvores |
Mudas de árvores |
Urucum ou pitanga |
Citrus |
Citrus |
Sapoti |
Baixo |
80% |
Abóbora + mudas de árvores |
Inhame ou gengibre + mudas de árvores |
Açafrão, taioba, café ou helicôneas |
Café ou helicôneas |
Jabuticaba ou café |
Jabuticaba ou café |


Desenho agroflorestal
O desenho agroflorestal é uma representação visual do planejamento do sistema, onde se dispõem espacialmente os consórcios considerando os espaçamentos, densidades, estratos e ciclos de vida das espécies escolhidas.


Áudios e podcasts
Prosa Rural - Como planejar a implantação de uma agrofloresta
Esta edição do podcast Prosa Rural é sobre "como planejar a implantação de uma agrofloresta". O convidado do programa é o pesquisador Paulo Cardoso, da Embrapa Solos /UEP Recife. Ele afirma que o sistema agroflorestal pode trazer muitos benefícios para o agricultor, para a sociedade e para o meio ambiente: diversidade de produtos agroflorestais produzidos organicamente; potencial de aumento de renda; cobertura viva e morta permanente do solo; proteção contra erosão, entre outros benefícios. Escute o podcast e saiba mais detalhes sobre as etapas para implantação de um SAF!
Publicações

Kit Elaborador de Sistemas Agroflorestais (KESAF)
Kit Elaborador de Sistemas Agroflorestais (KESAF)
O Kit Elaborador de Sistemas Agroflorestais (KESAF - https://dea.fau.usp.br/downloads/) foi criado para apoiar famílias de agricultores que tenham intenção de implantar um sistema agroflorestal (SAF) em sua propriedade e que precisem escolher o consórcio de espécies e o desenho do sistema em esquema de linhas e entrelinhas.
Publicado: 28/08/2023