Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são sistemas de produção que combinam, em diferentes arranjos e desenhos, culturas agrícolas anuais e/ou perenes com árvores, e que podem incluir a criação de animais.
A Agroecologia é a ciência e prática agrícola que busca desenvolver agroecossistemas sustentáveis considerando os aspectos ambientais, sociais, culturais, éticos e econômicos. Ela segue alguns princípios, como: incremento da biodiversidade; a proteção e cobertura do solo; o não uso de agrotóxicos; estratégias de manejo de base ecológica (utilização de insumos orgânicos e processos internos que favorecem a ciclagem de nutrientes) e o "diálogo de saberes” entre o conhecimento tradicional e o científico.
Quando combinamos os princípios de Agroecologia aos SAFs, temos o que chamamos Sistemas Agroflorestais Agroecológicos (ou agroflorestas).
Os SAFs Agroecológicos podem ser implantados em qualquer região do Brasil e alguns princípios básicos devem nortear o seu planejamento e a sua condução. No vídeo a seguir, saiba mais sobre esses princípios agroecológicos: biodiversidade funcional, sucessão ecológica, estratificação, saúde do solo e ciclagem de nutrientes.
A agrofloresta e seus princípios agroecológicos
Quais são os princípios básicos de uma agrofloresta? Quando combinamos a Agroecologia aos SAFs, temos o que chamamos Sistemas Agroflorestais Agroecológicos ou agrofloresta. Nesse vídeo, saiba mais sobre alguns princípios que devem nortear o planejamento e a condução de um SAF agroecológico: biodiversidade funcional, sucessão ecológica, estratificação, saúde do solo e ciclagem de nutrientes.
A aplicação da biodiversidade funcional nos SAFs se dá pelo uso de espécies que cumprem funções estratégicas para que ocorram processos e serviços ecológicos que contribuam para o melhor desenvolvimento e autorregulação do agroecossistema. Chamadas de espécies de serviço, elas podem desempenhar uma ou mais funções, como: fixar nitrogênio no solo, fornecer material orgânico através de podas, atrair polinizadores de diferentes espécies e também predadores naturais.
A sucessão ecológica é um processo natural que acontece quando algumas espécies dão lugar a outras ao longo do tempo, ou seja, quando as plantas de estágios mais iniciais completam seu ciclo e outras de estágios mais avançados da sucessão ocupam seu lugar. Em ambientes naturais, isso acontece de forma lenta por meio da ocupação inicial por plantas menos exigentes em nutrientes e que se desenvolvem em condições de maior luminosidade, temperaturas mais elevadas e baixa umidade, que aos poucos vão criando melhores condições para que espécies mais exigentes e de ciclos mais longos possam se desenvolver em condições mais favoráveis. Nos SAFs, o que buscamos fazer é acelerar e conduzir esse processo de sucessão, por meio do desenho, escolha adequada das espécies e manejos como as podas.
A estratificação refere-se à distribuição vertical das plantas em diferentes níveis ou camadas, imitando a estrutura de uma floresta natural. Algumas plantas necessitam de mais luz e outras de menos: podemos observar isso nos diferentes estratos que compõem uma floresta, ou seja, árvores altas que ocupam o seu dossel (estrato superior), árvores de médio e pequeno porte, arbustos e plantas rasteiras. Usar a estratificação nos sistemas agroflorestais é otimizar o uso da energia solar e do espaço vertical pelas plantas agrícolas e de serviços (biodiversidade funcional), através de diferentes consórcios e arranjos.
Muito mais do que substrato para o crescimento e desenvolvimento das plantas, o solo é um ecossistema complexo, e como outros ecossistemas precisa estar em equilíbrio e saudável para que a vida prospere. Um solo saudável apresenta boas condições físicas, químicas e biológicas, que são alcançadas quando trabalhamos práticas que mantêm o solo coberto e aumentam o seu teor de matéria orgânica, contribuindo com a diversidade de vida.
A ciclagem de nutrientes é uma dinâmica que ocorre naturalmente nos ecossistemas. Por meio dela, nutrientes essenciais para vida transitam entre o ambiente e os seres vivos, criando diferentes ciclos. Alguns exemplos são a fixação biológica de nitrogênio e a decomposição de material orgânico. Nos desenhos agroflorestais são utilizadas espécies que favorecem e potencializam a ciclagem de nutrientes, além de técnicas que aceleram esses processos, como as podas.
Os SAFs Agroecológicos podem ser implantados em qualquer região do Brasil e alguns princípios básicos devem nortear o seu planejamento e a sua condução. Os principais são:
Biodiversidade Funcional
A aplicação da biodiversidade funcional nos SAFs se dá pelo uso de espécies que cumprem funções estratégicas para que ocorram processos e serviços ecológicos que contribuam para o melhor desenvolvimento e autorregulação do agroecossistema. Chamadas de espécies de serviço, elas podem desempenhar uma ou mais funções, como: fixar nitrogênio no solo, fornecer material orgânico através de podas, atrair polinizadores de diferentes espécies e também predadores naturais.
Sucessão Ecológica
A sucessão ecológica é um processo natural que acontece quando algumas espécies dão lugar a outras ao longo do tempo, ou seja, quando as plantas de estágios mais iniciais completam seu ciclo e outras de estágios mais avançados da sucessão ocupam seu lugar. Em ambientes naturais, isso acontece de forma lenta por meio da ocupação inicial por plantas menos exigentes em nutrientes e que se desenvolvem em condições de maior luminosidade, temperaturas mais elevadas e baixa umidade, que aos poucos vão criando melhores condições para que espécies mais exigentes e de ciclos mais longos possam se desenvolver em condições mais favoráveis. Nos SAFs, o que buscamos fazer é acelerar e conduzir esse processo de sucessão, por meio do desenho, escolha adequada das espécies e manejos como as podas.
Estratificação
A estratificação refere-se à distribuição vertical das plantas em diferentes níveis ou camadas, imitando a estrutura de uma floresta natural. Algumas plantas necessitam de mais luz e outras de menos: podemos observar isso nos diferentes estratos que compõem uma floresta, ou seja, árvores altas que ocupam o seu dossel (estrato superior), árvores de médio e pequeno porte, arbustos e plantas rasteiras. Usar a estratificação nos sistemas agroflorestais é otimizar o uso da energia solar e do espaço vertical pelas plantas agrícolas e de serviços (biodiversidade funcional), através de diferentes consórcios e arranjos.
Saúde do Solo
Muito mais do que substrato para o crescimento e desenvolvimento das plantas, o solo é um ecossistema complexo, e como outros ecossistemas precisa estar em equilíbrio e saudável para que a vida prospere. Um solo saudável apresenta boas condições físicas, químicas e biológicas, que são alcançadas quando trabalhamos práticas que mantêm o solo coberto e aumentam o seu teor de matéria orgânica, contribuindo com a diversidade de vida.
Ciclagem de Nutrientes
A ciclagem de nutrientes é uma dinâmica que ocorre naturalmente nos ecossistemas. Por meio dela, nutrientes essenciais para vida transitam entre o ambiente e os seres vivos, criando diferentes ciclos. Alguns exemplos são a fixação biológica de nitrogênio e a decomposição de material orgânico. Nos desenhos agroflorestais são utilizadas espécies que favorecem e potencializam a ciclagem de nutrientes, além de técnicas que aceleram esses processos, como as podas.
Vídeos


Vídeos
Estratos Agroflorestais
Quer entender mais sobre os princípios agroflorestais? Nesse vídeo, Emerson Menezes explica o que são os Estratos Agroflorestais.
Sistemas Agroflorestais Biodiversos: segurança alimentar e nutricional
Saiba mais sobre os pilares em que se sustentam os Sistemas Agroflorestais Biodiversos: segurança alimentar e nutricional dos agricultores e de suas famílias, renda contínua, melhoria ambiental, aumento do potencial de produção de alimentos e da geração de renda.
Áudios e podcasts
Prosa Rural - Benefícios dos SAFs agroecológicos
Esta edição do podcast Prosa Rural apresenta alguns dos principais benefícios dos sistemas agroflorestais agroecológicos. Os SAFs conseguem aliar a produção de alimentos à recuperação dos recursos naturais, entre eles a biodiversidade e o solo. Participa do programa o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Luiz Octávio Ramos Filho.