As dietas da fase de engorda visam promover o crescimento rápido e eficiente dos peixes até o peso ideal de abate. Nessa fase, os peixes já têm o sistema digestivo totalmente desenvolvido, o que facilita a absorção de nutrientes e a aceitação da ração. A alimentação corresponde a cerca de 90% da nutrição total ao longo do ciclo de criação. Por isso, a escolha da ração deve considerar tanto o custo quanto a eficiência de conversão alimentar, ou seja, quanto da ração é transformada em peso pelos peixes. Monitorar esses fatores torna o cultivo mais econômico e sustentável, com bons resultados em produtividade.
Conversão alimentar
A conversão alimentar mede a eficiência com que os peixes transformam a ração em ganho de peso, calculada dividindo a quantidade de ração fornecida pelo ganho de peso no período. Quanto menor a conversão, mais eficiente é o processo, pois menos ração é necessária para cada quilo ganho. Uma conversão de 1,5 é considerada boa, significando que, para o peixe ganhar 1 kg, ele consome 1,5 kg de ração. Na fase de recria, a conversão é mais baixa (1,0 a 1,2) devido ao crescimento acelerado dos peixes. Para garantir precisão, é importante evitar sobras de ração e registrar o consumo diário de alimento.
Densidade
Na fase de engorda, a densidade de estocagem dos peixes deve ser planejada cuidadosamente, pois influencia diretamente o crescimento, a saúde e a eficiência do cultivo. A densidade ideal varia de acordo com fatores como o peso final desejado, a estrutura do sistema de cultivo e a espécie criada.
Para viveiros escavados, é comum utilizar uma densidade que possibilita uma produção máxima de 8.000 a 10.000 kg por hectare. Em barragens e represas, onde as condições podem ser diferentes, a densidade recomendada é um pouco menor, entre 6.000 e 8.000 kg por hectare. Essas diretrizes ajudam a garantir um equilíbrio entre o espaço disponível e a necessidade de oxigênio, além de facilitar o manejo alimentar e a qualidade da água, fatores essenciais para o bom desempenho dos peixes.
A ração na fase da engorda
A ração extrusada é essencial na engorda dos peixes, pois seu processo de fabricação com altas temperaturas, umidade e pressão cria péletes flutuantes, facilitando o controle do consumo e reduzindo a perda de nutrientes. Durante a extrusão, o amido é gelatinizado, melhorando sua digestão e tornando a nutrição mais eficiente.
Na fase final, os péletes são ajustados com maior granulometria e menor teor de proteína, adequando-se ao sistema digestivo já desenvolvido dos peixes, que convertem os nutrientes de forma mais eficiente. Essa formulação também é mais econômica e mantém o crescimento adequado. Além disso, a estabilidade da ração na água evita resíduos, preserva a qualidade do cultivo e contribui para uma engorda sustentável e eficiente, garantindo o peso ideal de abate.
Publicações
Rações e manejo alimentar de peixes: tanque-rede
Rações e manejo alimentar de peixes: tanque-rede
Aqui você aprenderá sobre manejo alimentar, incluindo: qualidade da ração,tipo de ração ideal para cada fase, arraçoamento, armazenamento da ração, registro do consumo de ração e cálculo da conversão alimentar.
Publicado: 12/02/2025
Rações para organismos aquáticos: tipos e formas de processamento
Rações para organismos aquáticos: tipos e formas de processamento
A publicação aborda de forma didática a classificação das rações para organismos aquáticos, destacando os diferentes critérios utilizados na categorização. São apresentados aspectos como o processamento da ração, incluindo peletização, extrusão e floculação, além da composição nutricional da dieta e a seleção dos ingredientes.
Publicado: 10/02/2025
Manual de piscicultura familiar em viveiros escavados
Manual de piscicultura familiar em viveiros escavados
Aprenda tudo sobre piscicultura familiar em viveiros escavados, desde o planejamento até a comercialização. Entenda a importância da aclimatação para evitar a mortalidade dos peixes na chegada e garanta uma produção eficiente e sustentável.
Publicado: 30/01/2025