A mandioca ocupa uma posição determinante na alimentação dos brasileiros e no desenvolvimento da economia do Brasil em toda sua história. Domesticada há milhares de anos pelos povos indígenas, essa raiz foi descrita pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como uma cultura central para o século 21.
O crescente interesse econômico mundial pela mandioca considera o papel dessa raiz na segurança alimentar e nutricional da humanidade, principalmente para consumidores de renda mais baixa, a boa adaptação às mudanças climáticas, além da sua versatilidade de usos. Assim, tornou-se uma das culturas mais importantes do mundo e com grande potencial de crescimento.
De acordo com dados da FAO, a Nigéria foi o maior produtor de mandioca em 2023, com mais de 62 milhões de toneladas produzidas, seguida da República Democrática do Congo, Tailândia e Gana. O Brasil ocupa a quinta posição, com 18,5 milhões de toneladas produzidas.
A mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, com destaque para as regiões Norte, Sul e Nordeste, que concentraram mais de 77% da produção de 2023, segundo a pesquisa Produção Agrícola Municipal - PAM, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os estados, o Pará é o maior produtor, seguido do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Considerando o valor bruto da produção, a mandioca ficou em sétimo lugar na agricultura nacional (atrás da soja, cana-de-açúcar, milho, café, algodão e laranja), contribuindo com 19,2 bilhões de reais em 2023.
No Norte e Nordeste a produção é principalmente artesanal e orientada para o consumo humano e animal, sob a forma de farinha, raízes frescas e parte aérea (folhas). Já no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além da farinha, a mandioca é destinada em grande escala à produção de fécula para abastecer a demanda crescente pelo produto em diversos ramos da indústria, como o de papeis, alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil, farmacêutica e outros.
A mandioca tem forte presença na agricultura familiar, sendo utilizada para subsistência, alimentação animal e fonte de renda para pequenos produtores por meio da comercialização da raiz. Dados do Censo Agropecuário 2017, o mais recente realizado pelo IBGE, revelaram que 90% das propriedades com cultivo de mandioca eram menores que 50 hectares. Além disso, a agricultura familiar representou 76% da área colhida com a cultura naquele momento.