Plantio de pequi ao nascimento de um novo filho(a) no povo Kuikuro


O fruto do pequi (Caryocar brasiliense) é algo muito apreciado e utilizado pelos povos do Alto Xingu. Diversas etnias o cultivam e o utilizam, tanto in natura, como sua polpa cozida, castanha assada, óleo e demais produtos e usos.

A importância dessa espécie é percebida nas inúmeras histórias e celebrações que envolvem a planta. Ela possui inclusive uma festa própria (Hugagű, na língua do povo Kuikuro) e também é presença obrigatória na famosa festa do Kuarup (última homenagem a um ente falecido).

A importância e longa relação entre o pequi e os povos do Alto Xingu refletem ainda na grande diversidade de variedades: tanto em termos de tamanho, cor da polpa, gosto e, até mesmo, uma variedade de pequi sem espinho.

Essa variedade sem espinho, que surgiu e foi selecionada naquela região, foi difundida e hoje faz parte de programas de melhoramento para produção de variedades de pequi.

Outro exemplo da importância do pequi é uma tradição dos Kuikuro: quando uma nova criança nasce, os pais plantam diversas sementes desse fruto em uma área que, no futuro, será presenteada a ela.

Quando a criança se tornar adolescente/adulto, as árvores também já terão crescido junto com ela e começado a produzir, servindo para seu consumo e de sua família. Isso se reflete nas extensas áreas de pequi espalhadas por todo o Alto Xingu, os pequisais.

Imagens:
Fábio de Oliveira Freitas
Banco de Imagens
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