A soberania alimentar é baseada no direito de um país, ou de um povo, de definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos, respeitando suas culturas e modos de vida tradicionais, para garantir o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos para sua população.
Com relação aos povos e sistemas agrícolas tradicionais (SATs), a soberania alimentar impacta diretamente a segurança e a sustentabilidade das comunidades. Ela influencia positivamente a autonomia e controle local, preservação cultural e diversidade alimentar, preservação ambiental, justiça social e econômica, ou seja, os diferentes aspectos que levam ao desenvolvimento sustentável.
A agrobiodiversidade, variedade de espécies de plantas, animais e microrganismos utilizados na agricultura, está diretamente ligada à soberania alimentar. São dois conceitos interdependentes: a soberania alimentar garante o direito das comunidades tradicionais de controlar suas próprias práticas de cultivo e alimentação, enquanto a agrobiodiversidade é essencial para a resiliência dos sistemas agrícolas desses povos.
Promover a agrobiodiversidade é uma forma de reafirmação da soberania alimentar. Isso envolve o fortalecimento das práticas agrícolas sustentáveis, a valorização das sementes crioulas, a resiliência ecológica e o incentivo de políticas que protejam os territórios e as culturas das comunidades tradicionais. Ao defender seus territórios e suas práticas, os povos tradicionais não apenas garantem sua subsistência e identidade cultural, mas também contribuem para a segurança alimentar global e a conservação da biodiversidade.
Vídeos
Casa de Farinha do Quilombo da Fazenda: ancestralidade e soberania alimentar
Na casa de farinha não se faz só alimento, se faz também um rito, uma transmissão de saberes entre as gerações e também soberania alimentar. A produção da farinha de mandioca representa muito para o povo quilombola dessa região, e, no quilombo da Fazenda, em Ubatuba, não é diferente. Os jovens seguem aprendendo com os mais velhos e mais velhas a plantar, colher, esperar e a produzir uma comida agroecológica e que, além de nutritiva, contribui para dar continuidade à cultura, à memória e ao futuro da comunidade.
Manejo da sociobiodiversidade e da agrobiodiversidade
Este vídeo contém informações sobre: mapas temáticos e levantamentos etnoecológicos para a gestão territorial e ambiental da comunidade quilombola Andorinhas - Sento Sé /BA; Agrobiodiversidade e alimentação tradicional das comunidades Andorinhas (Sento Sé /BA) e Cachoeirinha (BA); Gestão da agrobiodiversidade por mulheres de comunidades tradicionais; Depoimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT); Agrocaatinga.
Kupá - Fortalecimento cultural e resgate de um alimento tradicional do povo Kayapó
Nos anos 2000, Megaron Txucarramãe, grande liderança do Povo Kayapõ e primeiro indígena a assumir o cargo de administrador de um território indígena no Parque Indígena do Xingu, procurou a Embrapa para buscar um alimento que seu povo havia perdido, chamado Kupá. Saiba mais sobre esse resgate alimentar, os sistemas agrícolas tradicionais (SATs) e a importância da preservação cultural.
Agricultura tradicional Guarani Mbya
Neste vídeo você vai conhecer, pelo depoimento de Sérgio Popygua (comunidade indígena Guarani Mbya), a relação com a terra e as formas de plantio na tradição Mbya. Saiba mais sobre as culturas tradicionais agrícolas que estão sendo resgatadas, somadas aos recentes conhecimentos sobre a produção de alimentos, baseada na conservação das florestas locais.
Teia dos Povos, Comunidades Tradicionais e a soberania alimentar
Neste vídeo conferimos uma entrevista com Rosa Santos, pertencente ao quilombo Mucambo, que fica na região norte do estado do Maranhão, e defende a agroecologia nas comunidades. Ela, que também é quebradeira de coco, conta que desde os primeiros encontros da Teia a alimentação é pauta importante, não somente para a garantia do alimento para o evento, mas para garantir a autonomia e a segurança alimentar das comunidades. A Teia dos Povos é uma articulação de comunidades, territórios, povos e organizações políticas, rurais e urbanas.
Comunidades tradicionais e a preservação do meio ambiente
Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, e outras comunidades tradicionais, dependem quase que exclusivamente da natureza para tirar suas subsistências, isto é, alimentos e matéria-prima para artesanatos e objetos do dia a dia. Com o avanço do desmatamento e a chegada de doenças, a saúde e o bem-estar desses povos está ameaçada.