A agrobiodiversidade é definida na Convenção da Diversidade Biológica como um termo amplo que inclui todos os componentes da biodiversidade que têm relevância para a agricultura e alimentação. Envolve ainda a diversidade entre e dentro de espécies (animais, plantas e micro-organismos), que são necessários para sustentar as funções chaves dos agroecossistemas, suas estruturas e processos.
Esse conceito engloba também os conhecimentos tradicionais e as estruturas culturais dos sistemas agroalimentares, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). A agrobiodiversidade é utilizada pelas comunidades locais, povos indígenas e agricultores familiares. Estas diferentes comunidades manejam, conservam, e utilizam os seus diferentes componentes. A agrobiodiversidade é essencial para a segurança alimentar, preservação ambiental e autonomia dos povos indígenas, agricultores familiares e comunidades tradicionais.
- Perda do acesso e permanência aos territórios tradicionais;
- Abandono das práticas agrícolas tradicionais;
- Substituição de sementes crioulas por variedades comerciais;
- Mudanças de hábitos alimentares e culturais;
- Uso excessivo de monoculturas;
- Perda de conhecimentos tradicionais;
- Falta de políticas públicas que integrem a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.
- Redução de opções econômicas para comunidades tradicionais;
- Menor resiliência das roças e ecossistemas às mudanças;
- Dependência de poucos cultivos, menos comida saudável e aumento de doenças;
- Perdas culturais e de conhecimentos tradicionais.
- Garantia de acesso e uso da agrobiodiversidade em territórios tradicionais;
- Conservar sementes, variedades e raças crioulas nas comunidades;
- Promover sistemas diversificados, como agroflorestas e agroextrativismo sustentável;
- Apoio ao registro, resgate e valorização dos saberes tradicionais;
- Implementar tecnologias agroecológicas e manejo sustentável;
- Incentivar políticas públicas que apoiem a geração de renda com produtos agroecológicos.
A união entre diversidade biológica e cultural é o que mantém a autonomia e a segurança alimentar dos povos tradicionais. Preservar a agrobiodiversidade é garantir o futuro das comunidades e do meio ambiente.
Mais informações sobre agrobiodiversidade:
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Você sabia?
Você sabia?
Você sabia que a Floresta Amazônica é considerada uma grande floresta manejada? A ocupação indígena na Amazônia pré-colombiana é um exemplo cada vez mais reconhecido pela ciência da dimensão dos impactos humanos ao longo do tempo, a exemplo das Terras Pretas de Índio (TPI). Esses solos antrópicos resultam do manejo dos grandes assentamentos humanos do passado.
A agricultura de corte e queima (“coivara”), alternada com o pousio para regeneração da vegetação nativa, vem sendo utilizada há mais de dez mil anos por diversas populações tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caiçaras), pois utiliza as cinzas provenientes da queima da biomassa como fonte de nutrientes para um ou mais ciclos de cultivo. Após esses ciclos de cultivo, “abandonam” a área por um determinado tempo para que o solo se recupere a partir do banco de sementes armazenado no solo e da chuva de sementes da vegetação existente ao redor, formando um “mosaico” de clareiras enriquecidas pela atividade humana.
Publicado: 07/04/2025
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Biodiversidade, Agrobiodiversidade e Agroecologia
Usar a biodiversidade adequadamente, aproveitando sua capacidade de gerar produtos e serviços, é produzir considerando a conservação e o manejo de espécies de plantas, animais e microrganismos nativos.
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