Alguns povos tradicionais utilizam plantas de mandioca originadas por semente (reprodução sexual), o que permite a mistura genética de diferentes variedades, formando novos tipos.


Essa forma de manejo é forte na cultura de algumas etnias indígenas, como para o povo Waujá, que habita o Território Indígena do Xingu.

Esta é uma prática tradicional que acontece na implantação da roça.

Antes de cultivarem as novas plantas de mandioca (por propagação vegetativa), eles “constroem” a casa do Kukurro.

Ali eles reúnem diferentes variedades de mandioca e formam uma estrutura que parece uma pequena casa, abrigo.

Segundo eles, ali vai residir o espírito dono da mandioca, chamado Kukurro, por onde trará energia para as outras plantas de mandioca da roça crescerem.

Eles identificam na roça as plântulas de mandioca originadas a partir de sementes, as levam para perto da casa do Kukurro e cuidam delas.

Depois que as plântulas crescem, eles testam para ver se gostam das características do novo tipo de mandioca: se gostarem, dão um nome e incorporam à coleção, promovendo a diversidade de variedades.

Saiba mais sobre a tradição do povo Waujá que interfere na diversidade da mandioca (Manihot esculenta). Assista ao documentário "Casa do Kukurro".

Imagens:
Celso Viviani
Fábio de Oliveira Freitas
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