Biodiversidade ou diversidade biológica refere-se à totalidade de genes, espécies e ecossistemas do mundo ou de uma região. A biodiversidade é responsável por garantir o funcionamento e a resiliência de ecossistemas. Ela é fonte de recursos genéticos e presta diversos serviços à humanidade, sendo essencial para assegurar a polinização dos nossos alimentos, o abastecimento de água e a fertilidade do solo.
Conservar a biodiversidade contida nos ecossistemas naturais pode contribuir no enfrentamento das mudanças climáticas como uma ação de mitigação, através do sequestro de carbono pelas plantas e solo. E também é considerada uma alternativa de adaptação, pois além dos serviços ecossistêmicos prestados, é nela que podemos encontrar plantas, animais e micro-organismos adaptados às condições adversas e que podem ser úteis para a medicina, alimentação, produção de fibras, madeiras e outros produtos não madeireiros, ou até mesmo com alguma função ecológica especial.
Parte da biodiversidade fica protegida nas chamadas Unidades de Conservação (UCs), que são áreas extensas, com objetivos de conservação das espécies, contribuindo para ações educativas que visam à sensibilização ambiental. Elas se dividem nos grupos:
- Unidades de Proteção Integral: visam preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais;
- Unidades de Uso Sustentável: envolvem a conservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos naturais.
A Agrobiodiversidade é a parte agrícola da biodiversidade, sendo resultado do relacionamento de milhares de anos do ser humano com a natureza, por meio da prática de domesticação de plantas e da agricultura. Muitas espécies que consumimos hoje vieram de ecossistemas nativos brasileiros, como o abacaxi, maracujá, caju, mandioca, abóbora e amendoim. Mais recente, outras espécies têm ganhado escala comercial como o açaí, cupuaçu, pequi, baru, etc, e ainda existem muitas outras espécies da nossa biodiversidade que possuem potencial para serem produzidas nos sistemas agropecuários e consumidos pelos brasileiros e o restante do mundo.
As Plantas Alimentícias Não Convencionais, chamadas de PANCs, são caracterizadas por espécies comestíveis nativas, exóticas ou naturalizadas. Muitas vezes são chamadas de invasoras ou daninhas. Elas já foram muito usadas na alimentação e, hoje, vêm ganhando novamente importância como alternativa alimentar. São espécies ricas nutricionalmente, rústicas e adaptadas, e são parte importante de nossa agrobiodiversidade.
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Reserva Legal
Conheça mais sobre o cerrado e a mata atlântica, as características desses biomas, as leis que os protegem e a importância da reserva legal.
Florestas resilientes
Estudo apoiado pela FAPESP revela fatores que tornam as florestas tropicais mais resilientes a mudanças climáticas. O estudo indica que áreas com alta diversidade funcional – isto é, com maior variedade de grupos de espécies com funções específicas – tendem a manter melhor o funcionamento do ecossistema após eventos climáticos extremos. O mesmo vale para locais de alta redundância funcional – ou seja, com várias espécies desempenhando a mesma função.
Valor das unidades de conservação para a sociedade brasileira
A riqueza biológica, cultural e social é estratégica para o Brasil. Todos nós usufruímos dos benefícios gerados pela natureza. Ganhamos com a regulação do clima nas cidades, os solos férteis e os insetos que polinizam as plantas dos cultivos e contribuem para a produção de alimentos. As unidades de conservação significam a sobrevivência para os centros urbanos.
Reserva Extrativista Chico Mendes
Seu nome é Raimundo Mendes, mas na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no estado do Acre, ele é conhecido como Raimundão. Líder comunitário e extrativista, ele está naquela região antes mesmo da criação da Resex, em 1990, e é um dos grandes exemplos de morador que vive na floresta, usufruindo dos seus recursos sem destruí-la.