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O conteúdo de nutrientes das folhas de leucena (Leucaena leucocephala) é muito variável conforme a variedade, o grau de maturação e o processamento utilizado. Por isso, é importante a análise de laboratório, principalmente quanto ao teor de fibra bruta e proteína, antes de utilizá-la nas formulações. A farinha de folhas de leucena é rica em vitamina A (caroteno), cálcio, potássio e proteína. As proporções de aminoácidos são bem balanceadas e a proteína é de alta qualidade. Com o amadurecimento da planta, aumenta muito o conteúdo de lignina.
A composição média da farinha de folhas de leucena é a seguinte: 29% de proteína bruta, 4,3% de extrato etéreo (gordura), 18,2% de fibra bruta, 2,36% de cálcio, 0,25% de fósforo total e aproximadamente 2.550 kcal de energia digestível por quilo.
Sendo um ingrediente rico em proteína, a farinha de folhas de leucena substitui parte do farelo de soja da dieta. O conteúdo médio de aminoácidos é o seguinte: 1,58% arginina, 0,59% histidina, 1,52% isoleucina, 2,28% leucina, 1,67% lisina, 0,49% metionina, 0,19% cistina, 1,49% fenilalanina, 1,21% tirosina, 1,25% treonina, 0,35% triptofano, 1,42% valina e 1,68% mimosina.
As folhas de leucena apresentam muitos fatores antinutricionais como: mimosina, taninos, saponinas, procianidinas, além de outros. Essas substâncias causam redução do crescimento, perda de apetite, bócio, queda ou arrepiamento dos pelos, salivação excessiva, descoordenação do passo, falha reprodutiva, erupções na pele e redução da digestibilidade.
Por esse motivo não é recomendado fornecer as folhas verdes ou murchas para os suínos. Deve-se fornecê-las na forma de farinha de folhas.
A toxidez pode ser parcialmente eliminada através da secagem ao sol ou em fornos (aquecimento máximo de 70 °C). A suplementação com sulfato ferroso (0,25%) ou sulfato de alumínio também reduz a toxidez, pois o ferro e o alumínio atuam impedindo a absorção da mimosina.
Para o fornecimento das sementes, deve-se fervê-las previamente em álcali por 30 minutos, o que reduz em mais de 70% o conteúdo de tanino.
A farinha de folhas de leucena pode ser incluída em até 5% da dieta de leitões de até 25 kg de peso vivo e até 15% da dieta de suínos em crescimento e terminação. Para fêmeas de reprodução, só pode ser fornecida até duas a quatro semanas antes da cobertura. Caso contrário, pode causar redução na taxa de concepção, redução no tamanho e peso da leitegada, aumento da mortalidade embrionária ou fetal.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 229
Ano: 1998
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A composição da semente de milheto (Penisetum americanum, Schum) é a seguinte: 3.250 kcal de energia digestível, 12,20% de proteína bruta, 6,4% de fibra bruta, 0,05% de cálcio, 0,28% de fósforo, 0,40% de lisina, 0,35% de metionina + cistina e 0,1 5% de triptofano.
Seu conteúdo de energia, devido ao alto teor de fibra, é inferior ao conteúdo de energia do milho. Isso limita sua utilização na alimentação de suínos. No entanto, quando se utilizam ingredientes com alto nível de energia como a soja integral tostada ou extrusada, óleo bruto de soja ou gordura animal para equilibrar o nível de energia da dieta, a semente de milheto pode ser utilizada sem limite na ração dos suínos em qualquer fase. Porém, quando não é utilizado nenhum ingrediente de alta energia para equilibrar o nível de energia da dieta, a utilização da semente de milheto reduz o desempenho dos suínos, sendo essa redução tanto maior quanto maior for o nível de utilização do milheto.
No caso de matrizes em gestação, não é necessário suplementar com ingredientes de alta energia, mas deve-se aumentar a quantidade de ração diária a fim de garantir o consumo mínimo de energia de que necessitam.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 231
Ano: 1998
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O soro de leite integral pode ser fornecido aos suínos nas diferentes fases, misturado à ração, nas quantidades indicadas nas tabelas abaixo e de acordo com o peso vivo do suíno.
Proporções diárias de ração (kg) e soro de leite integral (litros) para suínos em crescimento e terminação
Peso vivo suíno (kg) 100% ração 80% ração/20% soro 70% ração/30% soro ração soro ração soro 25-35(1) 1,50 1,20 4 1,05 7 35-45(1) 1,90 1,50 6 1,35 8 45-55(1) 2,20 1,75 7 1,55 10 55-65(2) 2,60 2,10 8 1,80 12 65-75(2) 2,90 2,30 9 2,05 13 75-85(2) 3,20 2,55 10 2,25 14 85-95(2) 3,50 2,80 11 2,45 15 (1) Número de dias de fornecimento: 15
(2) Número de dias de fornecimento: 12
Até 55 kg de peso vivo, a ração fornecida com soro deve conter no mínimo 15% de proteína, 0,82% de lisina, 0,70% de cálcio e 0,60% de fósforo total. Dos 55 kg de peso vivo até o abate, a ração deve conter 13% de proteína, 0,60% de lisina, 0,60% de cálcio e 0,50% de fósforo total.
O premix de vitaminas e microminerais deve ser aumentado na mesma proporção da substituição da ração por soro. Por exemplo, se o soro substitui 30% da dieta, o premix deve ser aumentado em 30%.
Proporções diárias de ração (kg) e soro de leite integral (litros) para matrizes em gestação
Dias de gestação 100% ração 75% ração/25% soro 50% ração/50% soro ração soro ração soro 1-90 2,00 1,50 7 1,00 14 91-105 2,50 1,90 9 1,25 18 106 2,50 2,00 7 1,50 14 107 2,50 2,10 6 1,75 11 108 2,50 2,20 4 2,00 7 109 2,50 2,30 3 2,25 4 110-114 2,50 2,40 2 2,40 2 A ração fornecida com soro até o 105° dia de gestação deve conter 12% de proteína, 0,43% de lisina, 1,0% de cálcio e 0,80% de fósforo total. Do 106° dia até o parto, deve ser fornecida ração com 13% de proteína, 0,47% de lisina, 0,75% de cálcio e 0,60% de fósforo.
O premix de vitaminas e microminerais deve ser aumentado na mesma proporção da substituição da ração por soro de leite, como indicado para animais em crescimento e terminação.
Outra forma de fornecimento é dar ambos, ração e soro, à vontade, em comedouros separados.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 234
Ano: 1998
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As beterrabas possuem um teor de energia metabolizável, quando expresso na base matéria seca, equivalente ao da batata-inglesa, conforme demonstra a tabela a seguir.
Concentração de nutrientes na batata inglesa e beterrabas forrageira e açucareira
Parâmetro Batata-inglesa Beterraba Açucareira Forrageira Matéria seca (%) 21,9 23,2 14,6 Digestibilidade da matéria orgânica (%) 89 91 92 Fibra bruta (%) 0,6 1.2 0,8 Proteína bruta (%) 2,0 1,3 1,2 Energia metabolizável (kcal/kg) 636 722 456 Lisina (%) 0,11 0,06 0,04 Metionina+Cistina (%) 0,06 0,05 0,01 Cálcio (%) 0,01 0,05 0,04 Fósforo (%) 0,05 0,04 0,03 Sódio (%) 0,01 0,02 0,06 O fator limitante de maior inclusão de beterrabas na alimentação de suínos é seu alto teor de água. A digestibilidade da matéria orgânica nas beterrabas situa-se ao redor de 90% e grande parte dos carboidratos é composta de pectina, de difícil aproveitamento pelo suíno, em comparação com o amido.
O valor biológico da proteína das beterrabas é muito baixo, porque a fração nitrogenada é composta por 50% de amidos e nitratos, sendo assim não proteico metade do nitrogênio, portanto não aproveitável pelo suíno.
Também o teor de cinzas não é favorável para o suíno, porque existe alta concentração de potássio e sódio em detrimento do cálcio e fósforo.
O uso da beterraba forrageira é indicado para suínos acima de 50 kg de peso vivo, não devendo ultrapassar o limite de 7 kg por animal/dia. A substituição deve ser feita de modo a manter o balanço de nutrientes da ração.
A beterraba açucareira, pelo fato de ter os nutrientes muito diluídos pela água que contém, não deve ser fornecida aos leitões e suínos em crescimento. É adequada para suínos em terminação (4 kg ao dia), matrizes em gestação (10 kg ao dia) e lactação (3 kg ao dia) e reprodutores (6 kg ao dia), desde que as dietas sejam adequadamente balanceadas.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 244
Ano: 1998
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Existem dois tipos de cevada: com casca e sem casca. A diferença na concentração de energia metabolizável é grande e deve ser levada em consideração no balanceamento da ração. Existe, igualmente, grande diferença na digestibilidade da matéria orgânica, como mostra a tabela a seguir.
Concentração nutricional da cevada com e sem casca
Parâmetro Cevada Com casca Sem casca Matéria seca (%) 87,0 87,0 Digestibilidade da matéria orgânica (%) 82 92 Fibra bruta (%) 5,9 2,2 Proteína bruta (%) 10,4 11,8 Energia metabolizável (kcal/kg) 2.930 3.250 Lisina (%) 0,36 0,39 Metionina+Cistina (%) 0,36 0,47 Cálcio (%) 0,08 0,08 Fósforo (%) 0,34 0,34 Inclusão da cevada na dieta de suínos de acordo com as diversas fases
Fase Limite de inclusão da cevada (%) Com casca Sem casca Pré-inicial _ 18,0 Inicial 10,0 18,0 Crescimento Livre Livre Terminação Livre Livre Reposição Livre Livre Gestação Livre Livre Lactação Livre Livre A inclusão em rações balanceadas só deve ser feita depois de moído o grão de cevada. A moagem é necessária para possibilitar a digestão dos nutrientes presentes nos grãos.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 246
Ano: 1998
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A inclusão da batata crua inibe o consumo, deprime a taxa de crescimento e a eficiência de uso da dieta, e aumenta a exigência diária de proteína suplementar originária de outros alimentos. Isso significa que a batata crua não é recomendada como ração de suínos. Mas pode ser adicionada cozida à ração de qualquer categoria de suíno e em qualquer nível, desde que se mantenha o nível nutricional da dieta. O valor da energia digestível da batata inglesa cozida varia de 3.750 kcal/kg a 3.950 kcal/kg de matéria seca.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 247
Ano: 1998
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O resíduo de cervejaria apresenta composição variável, pois depende dos cereais empregados no preparo da cerveja e de sua composição. A composição química aproximada do resíduo de cervejaria, em valores expressos na base da matéria natural (15,95% de matéria seca), é a seguinte:
Componentes Análise Proteína bruta (%) 4,45 Fibra bruta (%) 5,55 Extrato etéreo (gordura) (%) 0,94 Cinza (%) 4,09 Cálcio (%) 0,04 Fósforo (%) 0,09 Energia digestível (suínos) (kcal/kg) 809 Energia metabolizável (suínos) (kcal/kg) 787 A seguir, são apresentadas duas sugestões de fórmulas de ração com resíduo de cervejaria. O ideal, porém, é procurar um técnico para fazer a análise do material de que se dispõe, de modo a garantir uma formulação mais adequada e econômica.
Ingrediente (kg) Crescimento Terminação Milho 65,20 69,70 Farelo de soja 29,00 25,50 Calcário 2,70 2,40 Fosfato bicálcico 2,80 2,10 Núcleo com vitaminas e minerais 0,30 0,30 Total 100,00 100,00 Quantidade de resíduo de cervejaria 2 kg de resíduo para
1 kg de ração2 kg de resíduo para
1 kg de raçãoO consumo mínimo de ração seca por animal/dia deve ser de 1,8 kg na fase de crescimento e de 2,3 kg na fase de terminação. Com esses níveis de consumo de ração seca, o consumo de resíduo de cervejaria é livre.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 248
Ano: 1998
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Do ponto de vista da composição nutricional, o feno-de-rami contém até 20% de material inerte e não aproveitável pelo suíno, o que limita seu uso nas dietas por ser muito baixo seu valor nutritivo. Em climas tropicais, a alternativa mais viável para o uso de feno-de-rami na dieta de suínos é a inclusão de gordura ou óleo a fim de suprir a deficiência energética do rami. O alto conteúdo de cinzas desse alimento, porém, inviabiliza o uso de gorduras ou óleos pela excessiva formação de compostos não absorvíveis (formação de Ca-K), em nível intestinal. A inclusão do feno-de-rami nas dietas para leitões deve ser evitada.
Nas dietas para suínos em crescimento e terminação, a inclusão de até 20% de feno-de-rami pode oferecer possibilidade de equilíbrio nutricional desde que associada a ingredientes adequados.
Para fêmeas em gestação, o nível de inclusão nas dietas pode chegar a 45%, pois a essa categoria de animal podem ser fornecidas dietas com nível de energia mais baixo. Nesse caso, o consumo aumenta devendo ser calculados os demais nutrientes para consumo total diário.
Para fêmeas em lactação, a inclusão na dieta não é aconselhável porque essa categoria necessita da máxima densidade energética e nutricional possível na ração a fim de atender as exigências nutricionais para produção de leite.
A utilização do rami sob forma de pastagem é uma possibilidade para fêmeas em gestação, desde que o manejo da pastagem seja feito de modo adequado, impedindo que os animais destruam a plantação.
Capítulo: Alimentos Alternativos
Número da Pergunta: 249
Ano: 1998