Outros temas importantes para abordar ao longo do ano


Mastite contagiosa - A mastite é um problema recorrente em todas as estações, exigindo atenção constante com a higiene e o manejo. A contaminação ocorre normalmente durante a ordenha.

Problemas de casco - Problemas de casco podem ocorrer em qualquer época do ano, especialmente em animais confinados ou em pisos inadequados.

Doenças infecciosas - Doenças como a brucelose (que tem vacina) e a tuberculose (esta não tem vacina) exigem atenção e medidas preventivas durante todo o ano. Há várias medidas, como o descarte, a quarentena, a vacinação, etc.
 
Vacinação - É preciso estar atento ao calendário de vacinação para a sua região.

Tripanossomose – Esta doença tem alta ocorrência no país e pode reduzir a produção de leite e levar animais a óbito. Não há vacina e o controle deve ser feito o ano inteiro. É preciso evitar o uso de agulhas e seringas contaminadas, fazer controle de moscas hematófagas e realizar o tratamento do rebanho onde há animais positivos. O produtor precisa ter o cuidado de comprar animais de propriedades livres da doença.

Desnutrição - A falta de acesso a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente pode levar à desnutrição, afetando a saúde e a produção dos animais.

Problemas reprodutivos – É preciso fazer um bom controle reprodutivo o ano inteiro para identificar animais com problemas. Em alguns casos, os animais podem ser tratados e, em outros, será preciso fazer o descarte.

Método reprodutivo – O ano inteiro é preciso atenção para realizar a técnica reprodutiva bem feita para não perder o cio das vacas e reduzir o intervalo de partos. Cada rebanho adota uma determinada estratégia de reprodução, que pode ser monta natural, inseminação artificial, transferência de embriões (TE) ou fertilização in vitro (FIV). No caso da monta natural, é preciso solicitar exame andrológico e sanitário do touro a ser adquirido. Além disso, é preciso controlar os acasalamentos para evitar cruzamentos consanguíneos. Ou seja, o touro não pode acasalar com filhas e netas, o que poderia gerar bezerros com deformações físicas diversas.

Escolha de touros e vacas – O produtor precisa ter conhecimentos e atenção na escolha dos animais destinados à reprodução, uma vez que as bezerras que irão nascer serão as futuras vacas de leite da propriedade ou vendidas para outros produtores. Ou seja, o produtor precisa fazer o melhoramento genético do seu rebanho. Para isto, o produtor pode contar com os sumários de touros e vacas que a Embrapa Gado de Leite publica anualmente.

Clostridioses – As principais clostridioses que acometem os bovinos são a “manqueira” (carbúnculo sintomático) e o botulismo. Para prevenir as clostridioses, utiliza-se vacinas específicas. No caso do botulismo, além da vacinação, é preciso cuidar da nutrição equilibrada de minerais, fornecendo sal mineral de boa qualidade à vontade no cocho.

Raiva bovina – Esta doença é causada por um vírus que é transmitido pelos morcegos hematófagos. É uma enfermidade transmitida ao ser humano (zoonose) e causa óbito. Os animais doentes se isolam do rebanho, ficam sensíveis à luminosidade (fotofobia) e procuram ficar em locais escuros. Em caso mais avançado, os bovinos ficam babando, com paralisia dos membros posteriores e “pedalando” até virem a óbito. Em caso de suspeita da doença, é obrigatório avisar ao órgão de defesa sanitária local para que o profissional possa colher material para identificação do vírus em laboratório especializado e fazer o registro da doença. Para prevenir, é preciso vacinar anualmente o rebanho e o controle dos morcegos é feito pelo órgão competente de cada estado. Os cachorros também precisam ser vacinados, pois podem adquirir o vírus e transmitir a doença aos bovinos. 

IBR e BVD – A BVD (diarreia bovina vírus) acomete animais de todas as faixas etárias e pode causar diarreia e aborto, com redução da produção de leite e crias. Estas doenças são viroses e podem ser transmitidas por animais comprados de rebanhos infectados ou por materiais contaminados utilizados em inseminação artificial e transferência de embriões. O produtor deve vacinar os animais aos três meses, com reforço um mês depois e revacinar anualmente.

Tricomonose – É uma doença transmitida durante a monta natural pelo touro contaminado. Nas vacas, a doença se manifesta pela repetição do cio e abortos nos três primeiros meses da gestação. Com isto, aumenta o intervalo de partos. A prevenção é feita pela aquisição de touros livres da doença. Uma vez identificada a doença no rebanho, já que não há vacina, é preciso separar o touro do rebanho e descansar as vacas por três cios consecutivos.

Escolha da raça e graus de sangue em cruzamentos – Para cada sistema de produção e clima há recomendações para a escolha da raça e cruzamentos mais propícios. Esta decisão é fundamental para obter maior lucro e bem-estar dos animais. Para regiões quentes, por exemplo, há raças mais adequadas, como o Guzerá e Sindi, e Girolando com maior grau de sangue de Gir. Para regiões frias do país, o Holandês puro ou o 7/8 podem ser boas opções. 

Dieta por categoria animal – Cada categoria animal precisa ter uma dieta específica. Para os bezerros, é essencial a ingestão de colostro nas primeiras horas de vida, o que garante a imunidade inicial dos bovinos. Os bezerros precisam ter acesso a forrageiras para favorecer o desenvolvimento do rúmen. É preciso que o bezerro consuma cerca de 6 a 8 litros de leite por dia e concentrado específico para a fase de cria. Outo ponto importante é a redução gradual da oferta de leite e o desmame quando a bezerra consumir 1,5 kg de concentrado por três dias consecutivos, quando terá cerca de 100 kg de peso vivo e 60 a 70 dias de idade. Na fase de recria, as bezerras e novilhas precisam ter boa nutrição em qualidade e quantidade. Desta forma, irão ter bom desenvolvimento do aparelho reprodutivo e chegar ao momento da reprodução o mais breve possível. Já na fase de produção de leite, as vacas precisam receber dieta balanceada de acordo com o nível de produção, separadas por lotes.

Produção de leite de qualidade – O leite é um alimento completo que é consumido in natura e utilizado em inúmeros produtos, como queijo, bolo, biscoito e sorvete. A qualidade do leite que sai das propriedades influencia o processamento na indústria e, consequentemente, os derivados que vão para a prateleira dos supermercados. Por isso, a indústria bonifica (ou penaliza) o produtor de acordo com o nível de qualidade do leite que chega às suas plataformas de recebimento. A pesquisa já produziu muito conhecimento sobre técnicas para produção de leite com qualidade, que já estão ao alcance do produtor.

Cria de bezerras – As bezerras representam o futuro da propriedade leiteira e necessitam cuidados especiais para que tenham uma vida com saúde, alta produtividade e longevidade. Os cuidados precisam iniciar com a mãe durante a gestação e parto e seguem após o nascimento, com a cura do umbigo, consumo do colostro de qualidade, alimentação concentrada e volumosa, ambiente e sanidade. Uma falha nesta fase pode repercutir em toda a vida adulta do animal.

Febre do leite – Esta doença metabólica ocorre geralmente em vacas recém-paridas de alta produção pela falta de cálcio no sangue. A origem desta enfermidade está na dieta deficiente em cálcio durante a gestação. Para prevenir, é preciso oferecer uma dieta balanceada que forneça a quantidade suficiente em cálcio durante a gestação, época em que a exigência é grande neste elemento, tanto para formação do bezerro quanto para a produção de colostro. O animal recém-parido com esta doença fica deitado e pode vir a óbito se não for tratado com rapidez e adequadamente com cálcio injetável, aplicado lentamente na veia com até 60 gotas por minuto. 

Problemas de casco – Terrenos irregulares e com pedras podem favorecer o surgimento de problemas de casco, como laminite e dermatite digital. É preciso realizar práticas preventivas, como o uso de pedilúvio, o casqueamento e uma alimentação equilibrada (excesso de energia ou de proteína podem provocar problemas nos cascos).

Acidose ruminal - Ocorre normalmente pela ingestão, em curto espaço de tempo, de uma grande quantidade de alimentos altamente fermentáveis e ricos em carboidratos, que provoca uma grande produção e acúmulo de ácidos no rúmen dos bovinos. Esta doença metabólica tem maior ocorrência em alguns momentos específicos: vacas primíparas, lactação precoce, sob estresse calórico, falha nos cálculos e no fornecimento da dieta.

Cetose ruminal – É uma doença metabólica que ocorre em vacas no período de transição (3 semanas antes e 3 semanas após o parto) provocada pelo balanço energético negativo provocado pela alta demanda da glândula mamária para a produção de leite. Animais com cetose podem perder o apetite, reduzir a produção de leite, apresentar corpos cetônicos no sangue, leite e urina, apresentar fezes secas e escuras, relutância em caminhar e andar em círculo. Como prevenção, dentre outras medidas, é preciso evitar vacas magras ou obesas no parto, evitar mudanças bruscas na alimentação no período de transição, fornecer proteína e energia adequadas neste período, bem como forragem com bons níveis de fibra (mínimo de 18%).

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