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Feijão é um vegetal que pertence à família das leguminosas. Todas as leguminosas possuem uma vagem característica, que se separa em duas partes com as sementes presas à margem de uma delas.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 1
Ano: 2014
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O feijão é bom para a saúde porque ele fornece carboidratos, que proporcionam energia para o dia a dia, além de nutrientes essenciais para uma vida saudável, como proteínas ricas em lisina, vitaminas (principalmente as do complexo B), sais minerais (como ferro, cálcio, potássio e fósforo) e fibras (que ajudam no bom funcionamento do intestino e no controle dos níveis de colesterol e glicose do sangue).A concentração elevada do aminoácido lisina no feijão é considerada de grande valor na complementação das proteínas dos cereais, como o arroz.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 2
Ano: 2014
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Cada 100g de feijão cru contêm, em média:
- Proteína: 22 g
- Carboidrato: 61 g
- Fibra: 4,3 g
- Lipídio: 1,6 g
- Cinza: 3,6 g
- Cálcio: 86 mg
- Fósforo: 247 mg
- Ferro: 7,6 mg
- Vitamina A: 2 µg
- Vitamina B1: 0,54 mg
- Vitamina B2: 0,19 mg
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 3
Ano: 2014
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No Brasil, o feijão é classificado em dois grupos: I e II. Dentro do grupo I, está o feijão-comum, que pertence à espécie Phaseolus vulgaris. No grupo II, encontra-se o feijão-caupi (feijão-de-corda ou feijão-macassar), que pertence à espécie Vigna unguiculata (L) Walp. As demais espécies de feijão não recebem classificação.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 4
Ano: 2014
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A qualidade dos grãos de feijão pode ser julgada sob o aspecto tecnológico de três formas: comercial, culinária e nutricional. Entre as características culinárias desejáveis pelos consumidores estão rápida hidratação, baixo tempo de cozimento, produção de um caldo espesso, bom sabor e textura, grãos moderadamente rachados, casca fina e boa estabilidade de cor. A integridade dos grãos depois de cozidos é importante para a aplicação industrial. Para a qualidade comercial dos grãos, a coloração e o tamanho são os atributos primeiramente avaliados pelos consumidores, apresentando papel decisivo na aceitação do produto.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 5
Ano: 2014
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Os defeitos do feijão podem ser graves ou leves. Os defeitos graves comprometem muito a aparência, conservação e qualidade do grão, fazendo com que os consumidores restrinjam ou evitem sua ingestão. Os defeitos graves são grãos ardidos, mofados, carunchados e atacados por lagartas das vagens, germinados e com impurezas e matérias estranhas. Os defeitos leves, por outro lado, não comprometem tanto a aparência, conservação e qualidade dos grãos que, portanto, podem ser consumidos. Os defeitos leves são grãos amassados, danificados, imaturos, quebrados e partidos (bandinha).
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 6
Ano: 2014
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Esse termo é popularmente utilizado para classificar os grãos de feijão quebrados obtidos durante o beneficiamento do produto. A bandinha do feijão apresenta o custo quatro vezes menor em relação ao grão inteiro e é pouco aproveitada pela indústria brasileira. Apesar do baixo valor comercial, possui propriedades nutricionais semelhantes às do grão inteiro e, por isso, pode ser aproveitada para ração animal ou como matéria-prima na elaboração de farinha de feijão extrusada pela indústria de alimentos. A extrusão é um processo termoplástico em que o atrito e o trabalho mecânico são combinados à alta temperatura durante um curto período de tempo e, com isso, modificam-se as características físicas, químicas e nutricionais, além de reduzir-se a contaminação microbiana (principalmente pela baixa atividade de água) e inativarem-se enzimas do produto final. Assim, pode-se agregar valor a um subproduto da cadeia produtiva do feijão.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 7
Ano: 2014
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Há uma ampla diversidade de tipos de grãos, especialmente no que se refere à forma, ao tamanho e às cores dos grãos. No mercado brasileiro, essa diversidade é bem evidente, sendo cultivados feijões dos tipos Preto, Carioca, Roxinho, Mulatinho, Rosinha, Vermelho, Manteigão, entre outros. Embora exista preferência regional por determinada coloração do tegumento (casca) dos grãos, feijões do grupo Carioca são os mais cultivados no Brasil, representando cerca de 70%.
Pesquisas mostram algumas diferenças nutricionais e funcionais (presença de compostos com propriedades de proteção à saúde) de feijões de diferentes cores. Por exemplo, feijões brancos não contêm taninos (compostos fenólicos) e, portanto, a sua qualidade proteica é maior. Os teores de outros componentes do grão, como proteínas, fibras e minerais, também podem variar conforme o tipo de feijão. Essa variação nos macronutrientes pode ser menos expressiva do que nos micronutrientes. Por isso, todos os feijões podem ser considerados importantes do ponto de vista nutricional. Assim, a recomendação de consumo de uma determinada cultivar ou tipo de feijão pode ser direcionada às demandas nutricionais ou funcionais da população-alvo.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 8
Ano: 2014
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No comércio varejista nacional, é possível encontrar feijão pré-cozido enlatado ou em embalagem asséptica a vácuo, com tempero tradicional ou adicionado de carnes, como feijoada. No mercado varejista ou institucional (isto é, restaurantes, creches, escolas, presídios, hospitais etc.), também se pode encontrar feijão cozido no vapor e embalado a vácuo, feijão liofilizado (desidratado a vácuo), tanto com tempero tradicional quanto com adição de carnes, e feijão processado por extrusão e por cozimento e desidratado em estufas de secagem. Duas grandes vantagens desses métodos são o prazo de vencimento do produto, que se estende por muitos meses, e a praticidade no preparo. Em outros países da América, por exemplo, o feijão pode ser consumido de outras formas industrializadas, conforme os hábitos culturais da região.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 9
Ano: 2014
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O feijão cru possui certos compostos, chamados fitatos, taninos e lectina (conhecidos como fatores antinutricionais), que provocam sérios problemas à saúde se ingeridos em quantidade. Os fitatos formam complexos com proteínas e íons metálicos, tornando esses compostos indisponíveis biologicamente para seres humanos, enquanto os taninos inibem a ação de proteínas enzimáticas (responsáveis pela digestão de proteínas). A lectina é uma proteína que tem a capacidade de aglutinar as hemácias (formar coágulos) de muitos animais, incluindo as do ser humano. Esses fatores antinutricionais são inativados ou atenuados pelo cozimento do feijão.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 10
Ano: 2014
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Este procedimento é recomendável. Além da já conhecida redução do tempo de cozimento, ocorre redução ou eliminação de quantidade considerável dos compostos – chamados taninos e fitatos –, que diminuem a digestibilidade de certos alimentos, e dos oligossacarídeos, compostos que causam flatulência (formação de gases intestinais).
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 11
Ano: 2014
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O feijão, como dito anteriormente, contém alguns compostos, chamados oligossacarídeos, que causam flatulência. Ao deixar o feijão de molho, uma boa parte desses oligossacarídeos vai para a água do molho. Assim, se essa água for jogada fora e outra nova for usada para cozinhar o feijão, será minimizada a principal causa da flatulência. Entretanto, ao se jogar a água fora, uma pequena parte de outros nutrientes do feijão, como algumas proteínas solúveis e minerais, também poderá ser perdida. Mesmo assim, o alimento ainda será considerado nutritivo. Assim, jogar fora ou não a água do molho fica a critério de cada pessoa e de sua sensibilidade ou tolerância aos compostos antinutricionais. No exterior, já se comercializa um complemento natural da dieta na forma de comprimido constituído de uma enzima (alfa-galactosidase), ausente em nosso sistema digestivo, que auxilia a digestão dos oligossacarídeos, reduzindo ou eliminando os efeitos indesejáveis dos gases intestinais.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 12
Ano: 2014
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O feijão biofortificado é aquele que passou por melhoramento genético convencional com a finalidade de enriquecer os grãos com nutrientes específicos. O feijão biofortificado possui teores de micronutrientes, ferro e zinco superiores aos teores médios encontrados em outros feijões comerciais. Esses minerais têm papel fundamental na saúde humana, auxiliando, por exemplo, na prevenção de anemia e no fortalecimento da imunidade. Vale destacar que não basta o feijão ter maiores quantidades de minerais para ser considerado biofortificado. Essas quantidades devem estar biodisponíveis, ou seja, devem estar numa forma que possa ser disponibilizada para o aproveitamento pelo organismo humano. Uma recomendação, já adotada popularmente na ingestão da feijoada, é consumir o feijão junto com alimentos ricos em vitamina C, como a laranja, que melhoram a absorção do ferro de origem vegetal.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 13
Ano: 2014
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O consumidor brasileiro tem o saudável hábito de utilizar o caldo de feijão na alimentação, podendo consumi-lo até mesmo como entrada da refeição, para abrir o apetite. Ele dá preferência ao caldo mais consistente ou grosso, que é um importante atributo de qualidade, garantindo a preferência do consumidor por uma marca de feijão em detrimento de outras. Além do seu sabor, o caldo resultante do cozimento de feijão concentra alguns nutrientes, como minerais, que migram dos grãos para a água de cocção durante o processo. Neste caso, o consumo dos grãos cozidos junto com o caldo retém esses minerais perdidos e garante o aproveitamento mais completo dos nutrientes do alimento.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 14
Ano: 2014
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Durante o período de armazenamento do feijão, podem ocorrer dois tipos aparentemente distintos de defeito textural: aquele em que os grãos não amolecem o suficiente, porque os grãos embebidos não se tornam macios durante um tempo de cozimento razoável e aquele em que o feijão não consegue absorver uma quantidade suficiente de água durante a etapa do molho. De um jeito ou de outro, o grão com esse defeito não cozinha, pode boiar na água do molho ou na panela e causar prejuízo econômico à dona de casa, que gasta mais tempo e gás de cozinha tentando amolecer esses grãos inutilmente. Esses defeitos são causados quando os grãos são armazenados por um longo período em condições de alta umidade do ar (acima de 75%) e de temperaturas elevadas (de 30 °C a 40 °C). Além da dificuldade no cozimento e do prejuízo da textura do grão cozido, esses defeitos comprometem, em parte, a qualidade nutricional do feijão, reduzindo a disponibilidade de proteínas, por exemplo.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 15
Ano: 2014
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Durante o armazenamento, os compostos presentes na casca (tegumento) do grão podem sofrer oxidação ou outras mudanças químicas que formam novos compostos, o que altera sua cor. As causas exatas do escurecimento não são bem conhecidas, mas parecem resultar de uma combinação de ambiente, genética e alterações químicas que ocorrem dentro do tegumento. O escurecimento é acelerado pela exposição à luz e altas temperatura e umidade durante o armazenamento.
A cor do grão é um atributo externo de grande importância na aceitação comercial de uma cultivar, tanto no mercado atacadista (onde pode influenciar o preço do produto), como no varejista. Os grãos mais escuros são menos aceitos e podem ser rejeitados devido à associação, por parte dos consumidores, da cor escura do grão com um produto velho e mais difícil de cozinhar. Para eles, grãos com coloração mais clara são tidos como macios, resultando em preparo rápido, produção de caldo espesso, bom sabor e textura agradável. Sabe-se, entretanto, que nem sempre um feijão escuro está velho demais ou vai demorar muito para cozinhar. Isso depende também da cultivar e das condições de armazenamento do produto. Porém, na dúvida, o mercado continua usando como critério de escolha a coloração do tegumento do grão.
Capítulo: O Feijão na Alimentação Humana
Número da Pergunta: 16
Ano: 2014
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Pelo fato de ser cultivado em quase todos os estados brasileiros, o feijoeiro é submetido a condições climáticas bastante distintas. Assim, a chuva, a temperatura do ar e a radiação solar podem, em diferentes intensidades, afetar a produtividade do feijoeiro.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 17
Ano: 2014
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Fotoperíodo é o período, em horas, compreendido entre o nascer e o pôr do sol. O feijoeiro pode ser considerado uma planta insensível ao fotoperíodo.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 18
Ano: 2014
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A temperatura do ar é um dos elementos climáticos de maior importância para o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade do feijoeiro. Em geral, para que a cultura do feijoeiro consiga atingir rendimentos potenciais elevados, os valores de temperatura do ar deverão estar em torno de 29 °C, de dia, e 21 °C, de noite. Temperaturas do ar próximas de 35 °C poderão provocar perdas de produtividade, principalmente se a cultura estiver sob suprimento de água limitado.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 19
Ano: 2014
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Altas temperaturas podem provocar abortamento de flores e de vagens, redução do número de grãos por vagem vingada, crescimento vegetativo exagerado, autossombreamento, aumento no tamanho do entrenó, maturação desuniforme com vagens maduras e vagens em formação na mesma planta, grãos com menor massa seca e distribuição desuniforme das vagens na planta. Além disso, ocorre redução do ciclo da planta, com menos tempo para o enchimento dos grãos.
Baixas temperaturas logo após a semeadura podem impedir, reduzir ou atrasar a germinação das sementes e a emergência das plântulas. Além disso, o ciclo da planta se alonga, provocando também baixo crescimento vegetativo, reduções na altura da planta, crescimento de ramificações e, consequentemente, diminuição no número de vagens por planta, reduzindo a produtividade.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 20
Ano: 2014
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Normalmente, a fase fenológica mais crítica em relação às altas temperaturas se estende do estádio imediatamente anterior à floração até o início da formação das vagens. Nesta fase, a incidência de altas temperaturas, principalmente noturnas, pode provocar alto índice de abortamento de flores e de vagens, chegando a afetar o processo de fecundação. Nessa situação, o rendimento de grãos é bastante prejudicado.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 21
Ano: 2014
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Para maximizar o rendimento de grãos em condições de altas temperaturas, deve-se utilizar cultivares tolerantes, distribuir adequadamente as plantas na área e supri-las com nutrientes e água em quantidades adequadas para suportar as maiores taxas de crescimento. Em geral, deve-se reduzir a adubação nitrogenada e o número de plantas por unidade de área para reduzir o autossombreamento na cultura.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 22
Ano: 2014
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Sim. A soma térmica, ou graus-dia, é o acúmulo diário de temperaturas que se situam acima da condição mínima e abaixo da máxima exigidas pela planta. Ela expressa a disponibilidade energética do meio. Sua estimativa permite definir as fases fenológicas da cultura e oferece informações para o melhor planejamento dos tratos culturais.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 23
Ano: 2014
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A importância da radiação solar varia com as fases fenológicas do feijoeiro. A fase vegetativa, por exemplo, apresenta baixa resposta à radiação solar. Já as fases reprodutiva e de maturação apresentam ganhos na produtividade com níveis crescentes de radiação solar.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 24
Ano: 2014
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Sim. Plantas que possuem um ângulo foliar adequado permitem que maior quantidade de radiação atinja as folhas inferiores, fazendo com que elas sejam mais eficientes fotossinteticamente.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 25
Ano: 2014
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De maneira geral, o estresse hídrico não causa prejuízos muito severos à produtividade quando ocorre na fase vegetativa da planta. Entretanto, o feijoeiro é muito sensível ao estresse hídrico na fase reprodutiva.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 26
Ano: 2014
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Sim. A minimização é possível com base na observação das épocas de semeadura que proporcionam menor risco de ocorrência de estresse hídrico durante o ciclo da cultura, principalmente durante a fase reprodutiva, e na identificação, por meio do zoneamento agroclimático, das regiões com menor chance de ocorrência de veranicos.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 27
Ano: 2014
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O zoneamento agroclimático consiste no detalhamento de áreas e períodos mais apropriados ao cultivo do feijoeiro no intuito de reduzir as possibilidades de exposição da cultura a riscos climáticos.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 28
Ano: 2014
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A classificação é feita com base na relação entre a quantidade de água que a planta irá consumir em condições normais e o total necessário para garantir sua máxima produtividade. Quando essa relação, no estádio de floração, for menor ou igual a 0,50, a cultura do feijoeiro está exposta a alto risco climático; quando for de 0,50 a 0,60, a exposição é de médio risco; e, quando for igual ou maior que 0,60, a cultura do feijoeiro está exposta a baixo risco climático.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 29
Ano: 2014
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O zoneamento agroclimático do feijoeiro auxilia os produtores na tomada de decisão, principalmente quanto às épocas de semeadura mais apropriadas e quanto ao ciclo das cultivares a serem utilizadas. Adicionalmente, o zoneamento pode ser usado na política governamental para a cultura como instrumento orientador do crédito e do seguro agrícola, conforme os níveis de risco climático e da tecnologia empregada.
Capítulo: Clima
Número da Pergunta: 30
Ano: 2014
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O potencial de rendimento é a capacidade máxima de rendimento que um determinado genótipo possui, enquanto rendimento potencial é o rendimento máximo que uma determinada cultivar pode apresentar em uma determinada situação. Por exemplo, uma determinada cultivar possui um potencial de rendimento de 6.000 kg de grãos por hectare. Porém, quando semeada em um solo com deficiência de fósforo, ela somente tem um rendimento potencial de 2.500 kg de grãos por hectare, ou seja, nessa situação de deficiência de fósforo, 2.500 kg de grãos é o rendimento máximo que esta cultivar pode alcançar.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 31
Ano: 2014
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Em geral, o principal componente determinante do rendimento de grãos do feijoeiro é o número de grãos por unidade de área, que depende do número de vagens por planta, do número de grãos por vagem e do número de plantas por unidade de área, o que não significa que, aumentando a quantidade de plantas por unidade de área, aumentará proporcionalmente o rendimento de grãos. Obviamente, esses componentes podem ser compensados entre si, porém os maiores rendimentos de grãos são alcançados por uma determinada cultivar quando se obtém o maior número de grãos por unidade de área.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 32
Ano: 2014
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Índice de colheita é a proporção da biomassa total acumulada nos grãos. Deve-se manejar a cultura de modo a permitir o acúmulo máximo de biomassa e o "desvio" da maior proporção possível desta biomassa para os grãos. Por exemplo, se o acúmulo de biomassa total é limitado por algum fator (água, luz, nutrientes, etc.), seguramente o rendimento de grãos será menor, pois a biomassa disponível para ser "desviada" para os grãos é limitada pela disponibilidade de biomassa total.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 33
Ano: 2014
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Sim. Mesmo que a cultura seja implantada em regiões de alta luminosidade (trópicos), pode ocorrer "falta" de luz, pelo menos aparentemente. A falta de luz pode ocorrer, por exemplo, quando o número de plantas por unidade de área for elevado e houver condições adequadas de água e nutrientes aliadas a altas temperaturas.
Nessas condições, pode ocorrer maior crescimento vegetativo da cultura, provocando um "fechamento" excessivo, não permitindo que a luz solar chegue até as folhas do terço inferior das plantas. Assim, a luz solar (radiação) somente incidirá nas folhas da parte superior das plantas, folhas que normalmente ainda não estão completamente maduras e que nem sempre são autossuficientes na produção de fotoassimilados (compostos resultantes da fotossíntese).
Nessa situação, torna-se visível o desenvolvimento anormal (estiolamento) das plantas acompanhado de aumento dos entrenós e crescimento vegetativo exuberante (favorecido ainda mais por alta temperatura), resultando em poucas vagens e grãos por planta.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 34
Ano: 2014
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As causas são diversas. Normalmente, cerca de 60% a 80% das flores são abortadas, porém algumas situações aumentam ainda mais o percentual de abortamento de flores, de vagens e de grãos. De maneira geral, a planta autorregula o número de vagens e de grãos que ela pode ter basicamente pela disponibilidade de nutrientes e, principalmente, pela disponibilidade de carboidratos. Assim, se ocorrer falta de carboidratos durante a floração, o percentual de flores abortadas aumenta; se ocorrer falta de carboidratos na fase de formação de vagens, há um abortamento excessivo de vagens.
Fatores adversos, como alta temperatura e/ou estresse hídrico durante a fase de floração, favorecem a produção elevada de flores, porém aceleram as taxas respiratórias, causando elevada demanda por carboidratos, com consequente redução no vingamento de flores e vagens.
Cabe ressaltar que, durante o estágio reprodutivo do feijoeiro-comum, pode estar ocorrendo formação de novas folhas, novas flores, além de vagens em diferentes fases de crescimento, estabelecendo-se elevada competição por carboidratos entre os diversos pontos de crescimento da planta.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 35
Ano: 2014
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Normalmente, o vingamento da primeira florada é maior em relação ao das floradas posteriores pelo fato de que as primeiras vagens vingadas estabelecem uma preferência (dominância) na utilização dos carboidratos disponíveis, em detrimento das flores e vagens mais jovens. Isso significa que os carboidratos são direcionados preferencialmente para as primeiras vagens formadas. No caso de não haver disponibilidade suficiente de carboidratos para todas as flores e vagens, as mais jovens abortam.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 36
Ano: 2014
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A ocorrência de grãos mais leves significa que houve falta de "alimento". Em geral, as sementes mais leves são encontradas nas últimas vagens formadas, provenientes das últimas floradas, pelo fato de as primeiras vagens formadas serem abastecidas de carboidratos antes das vagens subsequentes. Em algumas situações, as primeiras vagens também podem apresentar grãos mal formados, principalmente, se, na floração e no início da formação de vagens, as plantas dispuserem de uma oferta de carboidratos e nutrientes tão grande que produza um número de vagens vingadas superior ao que a planta pode sustentar posteriormente.
Assim, à medida que a demanda por carboidratos aumenta, durante o enchimento dos grãos, as folhas fotossinteticamente ativas não conseguem suprir plenamente os grãos em crescimento, envelhecendo antecipadamente, e os grãos ficam mais leves do que o esperado.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 37
Ano: 2014
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Índice de área foliar é a relação entre a área de folha e a unidade de área do solo. Trata-se de informação importante pelo simples fato de que são as folhas as principais responsáveis pela captação e transformação da energia luminosa em biomassa.
Em geral, o índice de área foliar máximo (em torno de 3 a 3,5), é atingido pela cultura na fase de início de enchimento de grãos. O ideal é que, nessa fase, as folhas consigam captar o máximo possível da radiação solar disponível, sem haver autossombreamento e sem luz chegando ao solo na entrelinha de semeadura. A distribuição das plantas por unidade de área é o principal fator a ser manejado para adequar o índice de área foliar, favorecendo a captação e transformação da energia luminosa em biomassa e posteriormente em grãos.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 38
Ano: 2014
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Sim. Normalmente, é possível manejar o ambiente para se obter a melhor resposta da cultura do feijoeiro em uma determinada condição. As ferramentas disponíveis são as características da cultivar escolhida, o tipo de planta, a época de semeadura e o arranjo populacional. Conhecendo antecipadamente o comportamento normal do ambiente (normais climatológicas) e as características da cultivar de feijão, pode-se semear na melhor época possível, observando a melhor distribuição possível de plantas na área, com o objetivo de maximizar a atividade e a eficiência fotossintética e a utilização dos nutrientes e da água disponíveis.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 39
Ano: 2014
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A maior parte da massa seca dos grãos é composta de carboidratos (cerca de 65%) e nitrogênio. A maior parte do nitrogênio é estocada nas folhas sob a forma de proteínas que, com o início da formação das vagens e dos grãos, são mobilizadas e translocadas para esses órgãos. Normalmente, 80% do nitrogênio encontrado nos grãos é proveniente do nitrogênio estocado na parte vegetativa da planta, e o restante é proveniente do nitrogênio que é assimilado após a floração.
Os carboidratos necessários para o enchimento de grãos, ao contrário, são provenientes da atividade fotossintética "corrente", ou seja, da atividade fotossintética que está se realizando naquele momento. Por esse motivo, quanto maior for o tempo de duração da área foliar verde após a floração, maior será o rendimento de grãos.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 40
Ano: 2014
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Esse é o principal fator porque é no processo fotossintético que se dá a incorporação do carbono proveniente do CO2 em esqueletos de carbono (carboidratos), sem os quais as plantas não cresceriam. Na realidade, não só o cultivo do feijoeiro, mas toda a atividade agrícola se resume a como captar e transformar eficientemente a energia luminosa em biomassa por meio da fotossíntese. Se não for planejada adequadamente a melhor forma de captar essa energia luminosa, os cultivos em geral e, em consequência, também o feijoeiro não terão boa produtividade.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 41
Ano: 2014
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Taxa de crescimento corresponde à quantidade de biomassa acumulada pela planta ou por determinadas partes da planta em função do tempo. Taxa de desenvolvimento corresponde às mudanças de fases fenológicas que ocorrem durante a vida da planta em função do tempo. O conhecimento de ambas as taxas e da maneira como elas são afetadas por fatores do ambiente, principalmente água, luz e temperatura, permite manejar, de forma mais adequada, a cultura para maximizar o rendimento de grãos.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 42
Ano: 2014
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Esse período do desenvolvimento da planta é extremamente importante para determinar o potencial de rendimento de grãos, uma vez que tudo o que ocorre após essa fase irá manter ou reduzir esse potencial. Portanto, se a planta sofrer qualquer tipo de estresse nessa fase, haverá redução do potencial de rendimento de grãos, e nada poderá ser feito para aumentá-lo. No máximo, pode-se manter esse potencial, sem jamais aumentá-lo.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 43
Ano: 2014
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A descrição do desenvolvimento do feijoeiro está muito bem caracterizada em fases fenológicas. A Tabela 1 mostra o detalhamento da fenologia do feijoeiro, que está dividida em duas fases: vegetativa (V) e reprodutiva (R).
Tabela 1. Fases fenológicas do feijoeiro.
Fase vegetativa Estádio Classificação (características gerais) V0 Germinação (emergência da radícula ou raiz primária) V1 Emergência (cotilédones expostos acima da superfície do solo) V2 Folhas primárias (um par de folhas simples unifoliares totalmente expandidas(1)) V3 Primeira folha trifoliolada (primeira folha trifoliolada totalmente expandida(1)) V4
Terceira folha trifoliolada (terceira folha trifoliolada totalmente expandida(1))
Fase reprodutiva Estádio Classificação (características gerais) R5 Pré-floração (emissão do primeiro botão ou racemo floral) R6 Floração (primeira flor aberta) R7 Formação das vagens (primeira vagem exposta – "canivete") R8 Enchimento das vagens (crescimento das sementes na primeira vagem. Sementes podem ser detectadas ao tato) R9 Maturação (vagens secas e com coloração amarelada) (1) Uma folha é considerada totalmente expandida quando os bordos dos folíolos da folha do nó imediatamente acima não mais se tocam.
Para a classificação da fase vegetativa, são consideradas folhas do caule principal. Plantas de feijão em um dado campo e/ou parcela não estarão na mesma fase de desenvolvimento ao mesmo tempo, e, por isso, cada fase é definida quando 50% ou mais das plantas de um determinado campo e/ou parcela a atingirem.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 44
Ano: 2014
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Conhecendo-se as fases fenológicas do feijoeiro, é possível associá-las a situações bem específicas, como: recomendações de adubações de cobertura; tratamentos fitossanitários; observação de algum evento importante, seja ele biótico (pragas e doenças associadas à cultura do feijoeiro) ou abiótico (exigência hídrica, fotoperiódica, de calor ou frio); determinação de períodos críticos, os quais apresentam maior impacto se o feijoeiro for submetido a algum tipo de estresse; e elaboração e utilização de zoneamento agrícola, possibilitando melhor escolha de locais e épocas de semeadura para cada genótipo.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 45
Ano: 2014
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As plantas de feijão podem apresentar crescimento determinado e indeterminado, que é definido fundamentalmente pelas características da parte terminal do caule e dos ramos laterais. Se, ao atingir a fase reprodutiva, o caule e os ramos laterais terminarem em uma inflorescência, a planta é de hábito de crescimento determinado. Nesse caso, a floração inicia-se do topo para a base da planta. Se o caule e os ramos laterais terminarem em um meristema vegetativo ou uma gema vegetativa quando do início da floração, a planta é de hábito de crescimento indeterminado. Plantas de feijão com este hábito de crescimento iniciam sua floração da base para o topo e prosseguem seu desenvolvimento vegetativo mediante a emissão de novos nós, ramos e folhas.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 46
Ano: 2014
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Com base nas características de crescimentos determinado e indeterminado, bem como no número de nós, no comprimento do caule, no número e comprimento dos ramos laterais, na capacidade de subir ou não em tutores e na tendência de se prostrarem ou não, os genótipos de feijoeiro podem ser classificados em quatro principais tipos de hábitos de crescimento (I, II, III e IV). Os genótipos do tipo I são de hábito de crescimento determinado, aspecto arbustivo, porte pequeno e ereto, caule pouco ramificado e ciclo precoce; os do tipo II possuem hábito de crescimento indeterminado, aspecto arbustivo, porte ereto e caule com ramificação pouco desenvolvida e em número reduzido; os do tipo III são de hábito de crescimento indeterminado, com tendência a se prostrar ou a subir em tutores, e com caule com ramificação bem desenvolvida e numerosa; e os do tipo IV apresentam hábito de crescimento indeterminado, são prostrados ou trepadores na presença de tutores, apresentam caule com forte dominância apical, com ramificação pouco desenvolvida e em número reduzido, e com período de florescimento mais amplo. Podem também ocorrer hábitos intermediários entre os hábitos de crescimento indeterminados II/III e III/IV. A maioria dos genótipos cultivados no Brasil pertence aos hábitos de crescimento dos tipos I, II e III.
Capítulo: Fisiologia
Número da Pergunta: 47
Ano: 2014
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São três os métodos de preparo do solo empregados para o feijoeiro: preparo convencional, cultivo mínimo e plantio direto. A escolha de um deles deve estar relacionada às condições físicas, à declividade (grau de inclinação), à classe do solo e à quantidade de resíduo vegetal e de plantas daninhas presentes na área. No âmbito de cada método, podem ser empregados diversos sistemas de preparos ou sequências de operações.
Capítulo: Preparo do Solo e Semeadura
Número da Pergunta: 48
Ano: 2014
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Os principais aspectos que devem ser analisados são:
- Teor de umidade do solo: deve ser adequado para a realização da operação, isto é, nem muito seco, nem muito úmido.
- Presença de restos culturais e de plantas daninhas na área: é importante para determinar a sequência de utilização de arados, grades e roçadoras ou da aplicação de herbicidas.
- Profundidade de mobilização do solo e capacidade de trabalho: devem ser consideradas na escolha do tipo de equipamento.
- Período de preparo: deve ser determinado considerando os dias disponíveis para realização do preparo do solo ou do controle químico de plantas daninhas a fim de dimensionar os equipamentos e planejar os trabalhos.
- Presença e localização da compactação no solo: auxilia na escolha e na regulagem do equipamento adequado para romper a camada compactada.
- Cultivo irrigado: na presença de irrigação e de camadas de solo sem compactação superficial, pode-se dispensar o preparo profundo do solo.
Capítulo: Preparo do Solo e Semeadura
Número da Pergunta: 49
Ano: 2014
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Quando o preparo é feito com o solo muito úmido, ocorrem danos físicos em sua estrutura, principalmente no sulco onde trafegam as rodas do trator, facilitando a aderência de solo nos órgãos ativos dos implementos a ponto de inviabilizar a operação. Por sua vez, o preparo com o solo muito seco exige maior número de operações para o destorroamento e maiores gastos de combustível e de tempo.
Capítulo: Preparo do Solo e Semeadura
Número da Pergunta: 50
Ano: 2014