Prevenção, controle e tratamento da mastite


A mastite é uma inflamação da glândula mamária que afeta a qualidade e a produção de leite. A prevenção, através de boas práticas de higiene na ordenha, manejo adequado e saúde do úbere, é fundamental. O controle da mastite envolve o monitoramento regular do rebanho e a identificação precoce de animais infectados, enquanto o tratamento deve ser realizado com o acompanhamento de um médico veterinário, utilizando medicamentos necessários e medidas para o bem-estar animal.
 
Mulher realiza o teste da caneca de fundo escuro para identificação de mastite.
O tratamento da mastite clínica, reconhecida por alterações visíveis no leite ou na glândula mamária, deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico para aumentar as chances de sucesso. O teste da caneca de fundo escuro é um método prático e barato para essa finalidade, permitindo identificar alterações no leite sugestivas de inflamação.

A detecção da mastite subclínica, que não apresenta sintomas visíveis, é essencial para evitar perdas na produção e a disseminação da doença no rebanho. Para isso, a contagem de células somáticas (CCS) realizada em laboratório, oferece um diagnóstico preciso do nível de infecção no animal e no rebanho.

Através do monitoramento regular e da análise dos resultados desses testes, é possível implementar medidas preventivas eficazes, como a correção de falhas no manejo da ordenha e o descarte seletivo de animais com alta CCS, interrompendo o ciclo da doença e garantindo um leite de qualidade. Em ambos os casos, o acompanhamento veterinário é essencial para determinar o tratamento adequado, que pode incluir a administração de antibióticos e a implementação de medidas de manejo para prevenir a reinfecção e a disseminação da doença no rebanho. A atenção integral à saúde do úbere garante a qualidade do leite, o bem-estar animal e a produtividade da propriedade.

Mastite Ambiental


A mastite continua sendo um grande desafio para produtores e a indústria de laticínios em todo o mundo, apesar da ampla implementação de estratégias de controle da doença. Nos países com a pecuária leiteira desenvolvida, nas últimas décadas foi observada uma redução significativa na incidência de mastite causada por micro-organismos, mas também foi observada uma mudança do padrão de infecção em relação aos demais agentes infecciosos.

Escherichia coli e Streptococcus uberis são bactérias que vêm se tornando um desafio crescente em rebanhos com baixa contagem de células somáticas (CCS), sendo causa comums de mastite bovina.

No Brasil, o controle dos agentes infecciosos, Staphylococcos aureus e Streptococcus agalactiae, ainda pode ser considerado um desafio devido a alta prevalência entre rebanhos e animais dentro do rebanho.

Porém, em algumas situações onde os rebanhos não estão infectados por S. agalactiae e com baixa prevalência de S. aureus, os micro-organismos ambientais ganham importância. Mudanças aparentes no comportamento de E. coli e sua capacidade de causar infecção intramamária persistente pode ser resultado de adaptação bacteriana, demonstrando que padrões de patogênese anteriormente não reconhecidos podem estar envolvidos.

Infecções persistentes causadas por E. coli e S. uberis são descritas em várias pesquisas de campo, o que dificulta o controle e prevenção da mastite bovina. Em rebanhos com níveis significativos de infecção subclínica e persistente causadas por E. coli e S. uberis, a possibilidade de disseminação da infecção de uma vaca para outra durante o processo de ordenha precisa ser considerada, pois leva a pensar no padrão de infecção dos patógenos classificados como contagiosos.

Portanto, além dos procedimentos de higiene no momento da ordenha para prevenir as novas infecções intramamárias e a manutenção de um ambiente com baixa pressão de infecção, as perspectivas para novas abordagens para o controle da mastite ambiental são necessárias. Bem-estar animal e melhoria do estado imunológico do rebanho, por exemplo, serão necessários para lidar com os desafios atuais e futuros do controle e prevenção da mastite ambiental.


Vídeos


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Publicações


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Sites e redes sociais


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Diagnóstico da brucelose e tuberculose e coleta de material para diagnóstico de raiva e encefalopatia bovina espongiforme (EEB)

Este curso tem o objetivo de capacitar veterinários na realização de diagnóstico de brucelose e tuberculose segundo normas do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) e coletar material para diagnóstico de raiva e encefalopatia espongiforme bovina (EEB) segundo Programa Nacional de Controle de Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e Programa Nacional de Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB).

✅ Realização: Em breve
Público-alvo: restrito a profissionais formados em medicina veterinária com registro ativo no respectivo conselho de classe (CRMV)

Organizadora: Embrapa Gado de Leite

Duração: 5 dias

Carga horária: 40 horas/aula

Produção higiênica do leite

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Organizadora: Embrapa Gado de Leite

Duração:

Carga horária: 40 horas

Controle Estratégico do Carrapato dos Bovinos de Leite

O curso aborda a vida do carrapato, as recomendações para um controle estratégico, como proceder para realizar o teste de sensibilidade a carrapaticidas, além de ensinar os dez passos para obter sucesso no controle do parasita. 

Organizadora: Embrapa Gado de Leite

Duração: 30 dias

Carga horária: 30h