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O grande gargalo na introdução desses sistemas em propriedades cujo foco é a produção de grãos é o medo do efeito negativo dos animais em pastejo quanto à compactação do solo e à falta de palha para cultivo de grãos em sucessão. Precisa haver grande convencimento técnico e capacitação no que se refere aos efeitos benéficos dos animais no sistema de produção, e a intensidade de pastejo é o ponto-chave para conciliar a produção animal com a vegetal. Se esse ponto for observado, haverá, sem dúvida, benefícios dos animais como catalisadores dos processos de ciclagem de nutrientes, assim como melhoria da agregação ao solo por causa do acúmulo de matéria orgânica na superfície e do elevado crescimento de raízes de plantas forrageiras.
Outros gargalos são a pouca experiência e a falta de infraestrutura para trabalhar com animais. A introdução do componente animal nas propriedades requer a adequação de aguadas e cercas, o que demanda montantes expressivos de investimentos. Além disso, a necessidade de aquisição de animais no início das atividades com pecuária é outra barreira à implantação de sistemas de integração.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 171
Ano: 2015
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No Sul do Brasil, a questão das parceiras entre agricultores e pecuaristas é crucial para a viabilização do sistema de ILP em larga escala. No Planalto do Rio Grande de Sul, em Santa Catarina e no Paraná, é comum o cultivo de grãos no verão e a implantação das forrageiras de inverno pelos agricultores, e estas últimas são arrendadas para pecuaristas que usam a pastagem para a engorda de animais. Geralmente o pagamento é feito em porcentagem do ganho de peso alcançado no período que os animais permanecem nas pastagens arrendadas (cerca de 50% a 70% do ganho de peso). Algumas parcerias preveem a pesagem dos animais somente no momento da saída das áreas arrendadas, e o agricultor, dono das terras, obtém o montante de 15% a 20% do peso total na saída dos animais. Nessa mesma região, há parcerias em que o pecuarista é dono das terras e arrenda as áreas para cultivo de grãos, notadamente a soja. Nesse caso, geralmente os contratos de arrendamento têm duração de 5 a 10 anos e preveem o pagamento de um valor fixo por ano de uso da terra.
Na metade Sul do Rio Grande do Sul, onde o bioma Pampa é predominante, em torno de 70% das lavouras são trabalhadas em arrendamento, no qual o arrendatário é o agricultor, e o pecuarista o proprietário. Esse modelo é o mais complexo do ponto de vista do sistema de ILP, pois, na maioria dos casos, o agricultor, sob recomendação técnica, quer a área liberada o mais cedo possível na primavera, para acelerar a implantação do arroz irrigado. Por sua vez, o pecuarista quer usar o máximo da pastagem, o que, às vezes, torna a parceria pouco profícua para o adequado manejo do sistema de ILP. É importante enfatizar que, antes de serem implementadas, as parcerias devem ser exaustivamente negociadas e registradas em um contrato que deve explicitar todas as obrigações de cada parte, a fim de que o sistema de ILP seja implementado e manejado adequadamente e traga benefícios para ambas as partes.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 173
Ano: 2015
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Neste bioma, que ocorre no Estado do Maranhão, as atividades predominantes são a pecuária de corte e leite e a produção de madeira para lenha, carvão e celulose. Como as pastagens encontram-se quase totalmente degradadas ou em processo de degradação, os sistemas indicados são:
- Sistema agropastoril ou ILP: é o mais indicado na recuperação ou renovação de pastos para atividade de bovinocultura e ovinocultura, por meio do consórcio de milho ou arroz (Oryza sativa) com forrageiras na mesma área.
- Sistema agrossilvipastoril ou ILPF: nesse caso, o componente florestal pode incluir espécies nativas ou exóticas (para produtos madeireiros e não madeireiros) e é feito por meio do cultivo intercalado de espécie florestal com lavouras e pasto na mesma área.
- Sistema silvipastoril ou IPF: é o mais indicado em locais onde a pecuária é feita em pastagem cultivada, em áreas que não se prestam ao cultivo de grãos, em que os componentes pecuário e florestal (nativa ou exótica) são feitos na mesma área, por meio da intercalação em faixas ou não (baixa densidade) de espécie arbórea na área de pastagem, que, além de produzir carne e leite, passa a produzir produtos madeireiros e ainda promove o bem-estar animal pela sombra que a espécie arbórea proporciona.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 182
Ano: 2015
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Em relação aos sistemas exclusivos de lavoura ou pecuária, a inserção do componente florestal pode provocar redução de produtividade de culturas graníferas e de forragem, em especial após o terceiro ano da implantação. Se o foco do produtor for a produção de grãos e/ou de produtos de origem animal, é necessário planejar a inserção das florestas de modo que a quantidade de plantas por área seja baixa (inferior a 600 árvores/ha) e, sobretudo, realizar os manejos de desbaste e de poda, reduzindo o sombreamento e o consumo de água e nutrientes pelas árvores. Esse manejo é importante para que o produtor tenha o benefício microclimático produzido pela floresta e a renda proporcionada pela madeira e, ao mesmo tempo, obtenha altas produtividades de grãos e/ou produto animal no sistema, alcançando a sinergia entre as atividades.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 178
Ano: 2015
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No Cerrado nordestino, que abrange o sudoeste do Piauí, o sul e o leste do Maranhão e o oeste da Bahia, onde a produção de grãos é a principal atividade rural, os sistemas mais adotados são:
- Sistema agropastoril ou ILP: composto pelos componentes agrícola e pecuário na mesma área por meio do consórcio de milho (Zea mays) com forrageiras para atividade de bovinocultura e ovinocultura em pasto, na entressafra, e soja (Glycine max) em semeadura direta depois do pastejo.
- Sistema agrossilvipastoril ou ILPF: mais indicado para regiões onde há demanda por produtos madeireiros. É composto pelos componentes agrícola, pecuário e florestal na mesma área, por meio do cultivo intercalado de espécie florestal com lavouras, pastagem e pecuária. Neste sistema, o componente lavoura restringe-se aos três primeiros anos de implantação do componente florestal; a partir daí, entra o componente pecuário. No sétimo ano, é programada a colheita da espécie arbórea quando se destina a produção de lenha e carvão.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 181
Ano: 2015
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Os modelos descritos na resposta da pergunta anterior também são os mais indicados para a Caatinga, o Agreste e a Zona da Mata. Para as fazendas de pecuária de corte ou leite situadas nessas sub-regiões, um dos sistemas mais recomendados é o agrossilvipastoril, ou ILPF, no qual se consorcia a gliricídia (Gliricidia sepium) com milho e capim-braquiarão (Urochloa brizantha syn. Brachiaria brizantha). Esse sistema pode ser utilizado na recuperação de pastagens degradadas ou na formação de novas pastagens. O sistema tem início com o plantio do milho em toda a área, em consórcio com o capim-braquiarão. Logo após a emergência do milho e do capim, a gliricídia é plantada em linhas afastadas de 6 m, espaçadas em 1,5 m dentro da linha, por meio de mudas. Após a colheita do milho, o sistema passa a ser pastejado pelos animais em lotação rotacionada. Recomenda-se um esquema de 7 dias de uso e 35 dias de descanso na estação chuvosa e de 7 dias de uso e 49 dias de descanso na estação seca. Para isso, serão necessários seis piquetes para a estação chuvosa e oito na estação seca.
A recuperação de pastagens também pode ser feita em um sistema agropastoril – o de milho com algumas espécies do gênero Urochloa para áreas de precipitações acima de 800 mm anuais, ou a espécie Urochloa mosambisensis para áreas com precipitações abaixo desse limite.
O milho é plantado juntamente com o capim nos sistemas Santa Fé ou Barreirão. Após a colheita do milho, tem-se o pasto recuperado. Esses sistemas têm sido recomendados para áreas lavoureiras do Agreste nordestino com predominância da cultura do milho, como é o caso do norte da Bahia e sul de Sergipe. Nessas condições, a gramínea é utilizada após a colheita do milho, para pastejo de animais até o início da próxima estação chuvosa. Nesse ponto, o pastejo é suspenso e a rebrota do capim é dessecada para servir de palhada para um novo ciclo de cultivo milho-capim em plantio direto.
Outro sistema de integração recomendado é o silvipastoril, que é indicado para propriedades produtoras de coco situadas na baixada litorânea, de solos arenosos, por meio do consórcio do coqueiro com a gliricídia, que é cultivada entre as linhas dos coqueiros, em fileiras espaçadas em 2 m entre fileiras e 0,5 m dentro da fileira. Nesse sistema, os animais (bovinos ou ovinos) são colocados para pastejo direto da gliricídia e das gramíneas nativas (geralmente o capim-gengibre – Cymbopogon martinii var. sofia Bruno) existentes na área. Em coqueirais espaçados em 7 m entre plantas de coco, caberiam três filas de gliricídia em cada entrelinha. As filas (ou renques) de gliricídia devem ser cultivadas em apenas um sentido e não cruzadas para permitir a colheita dos cocos. Esse sistema acarreta um maior trabalho para a colheita dos cocos, mas aumenta o rendimento do coqueiral com adição de renda pela venda dos animais.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 183
Ano: 2015
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As opções são:
- Nas condições da região produtora de grãos do Cerrado nordestino, os consórcios de culturas no sistema de ILP mais indicados no período das chuvas são os plantios de milho com forrageiras e, na safrinha, o consórcio de milho precoce, sorgo forrageiro (Sorghum bicolor) e milheto (Pennisetum americanum) com gramíneas forrageiras.
- Nas condições da pré-Amazônia maranhense, por ser uma região onde a pecuária predomina, as opções mais indicadas são o consórcio de milho com forrageiras em terras altas e arroz com forrageiras em terras de baixadas no período das chuvas.
- Nas sub-regiões da Caatinga e do Agreste, os componentes mais utilizados em cultivos simultâneos são: feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.), feijão-caupi, milho e mandioca (Manihot esculenta), e forrageiras como gramíneas e componentes arbustivos. Portanto, os consórcios de cultura em ILP são os mais praticados nesta sub-região.
- Nas sub-regiões do Agreste e da Zona da Mata, a opção mais adequada é o consórcio do milho com Urochloa decumbens ou Urochloa ruziziensis.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 187
Ano: 2015
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Nas sub-regiões onde a pecuária é a atividade predominante, como a pré-Amazônia maranhense, onde o sistema de ILP é mais usado para recuperar/renovar pastagens degradadas, as opções mais indicadas são o consórcio de milho com forrageiras em terras altas e o de arroz com forrageiras (áreas de baixadas sujeitas à inundação periódica nos períodos de chuvas). A cultura do milho nesse sistema pode ser para produção de grãos ou silagem. Na Caatinga, no Agreste e na Zona da Mata, a opção para situação prévia de pecuária é a mesma para a situação prévia de agricultura. Na maioria das situações, o sistema de ILP é usado para recuperação da pastagem degradada.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 188
Ano: 2015