Você chegou à página para falar sobre "Condução e Ajustes". Aqui, você encontrará informações sobre:
- Sistema pecuário com árvores, explicando sobre as árvores e os animais
- Implantação das árvores
- A entrada dos animais nas áreas com árvores
- Manejo das árvores com as operações de corte dos galhos (desrama) ou da árvore toda (desbaste)
- Adubação
- Arranjo e espaçamento
Além disso, temos conteúdos em webstories, áudios e vídeos.
Após a seção "Publicações", você poderá navegar direto para outras seções do HUB, indo ou voltando a outras áreas com conteúdo correspondente.
Sistema Pecuário com árvores
Os Sistemas silvipastoris (combinação das pastagem com as árvores) ou agrossilvipastoris (combinação das lavouras com as pastagens e as árvores) são combinações intencionais de árvores, lavoura, pastagem e gado na mesma área, geridas de maneira integrada. A introdução de árvores nos sistemas pecuários oferece serviços ambientais e possibilita a diversificação da produção pecuária de forma sustentável.
A escolha da espécie arbórea depende do clima da região, do solo da propriedade e da demanda do mercado para os produtos madeireiros.
O número de árvores por hectare varia conforme o uso desejado do produto madeireiro. Para proporcionar conforto térmico aos animais, cerca de 100 plantas por hectare são suficientes.
Para agregar valor ao sistema com produção de madeira, é recomendável ter mais de 150 plantas por hectare.
Plantios com um grande número de árvores (> 300 por ha) requerem mais manejo, como a retirada seletiva de algumas árvores para trazer mais espaço, luz e nutrientes, garantindo que as árvores remanescentes tenham qualidade e não prejudiquem a produção da pastagem. Essa operação é chamada de desbaste.


No contexto da ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), as árvores podem ser plantadas de diferentes maneiras:
Sistema Silvipastoril: As árvores são plantadas simultaneamente com as pastagens já estabelecidas.
Sistema Agrossilvipastoril: As árvores são plantadas simultaneamente com as culturas agrícolas nos primeiros e segundos anos, enquanto a pastagem é introduzida nos anos subsequentes (a partir do segundo ou terceiro ano).
A distância entre as fileiras de árvores e o padrão de plantio (simples, duplo, triplo ou múltiplo) variam de acordo com os objetivos do produtor e o tipo de maquinário disponível na propriedade. Essa distância geralmente varia entre 15 metros (mínimo) e 50 metros (máximo).
Implantação das árvores
- Orientação de plantio de linhas de árvores.
- Em área declivosa deve-se fazer conservação do solo plantando a linha em nível.


Legenda de foto: Preparo de solo em pastagem estabelecida.
- Pastagens já estabelecidas deve-se dessecar com herbicidas e preparar o solo apenas na linha de plantio.
- Em áreas novas, a implantação das árvores deve ser realizada simultaneamente com a pastagem ou com culturas agrícolas.


Legenda da foto: Máquina trabalhando em área para a renovação de pastagem.
Práticas agrícolas recomendadas
- Adubação de plantio e cobertura (1º ano);
- Controle de plantas daninhas (capinas ou controle químico);
- Controle de formigas.
Época de plantio
- Período seco - plantio com gel, necessitando de irrigação e menor mato-competição;
- Período chuvoso - menor necessidade de irrigação e maior controle das plantas invasoras.


- Importante estar atento à adubação de cobertura, bem como ao controle de plantas invasoras com herbicida. Cuidar também do controle de plantas invasoras na linha de árvores no primeiro ano.
A entrada dos animais
A proteção das mudas de árvores com cerca é necessária se o pecuarista colocar animais na área antes dos 18 meses do plantio. Se o crescimento da espécie arbórea for mais lento, esse tempo será maior. Pode ser adotado o critério de diâmetro do tronco a 1,30m de altura (DAP) maior que seis centímetros como regra de entrada dos animais na área.




Manejo das árvores
Desrama: eliminação dos galhos laterais com funções de manter o crescimento ereto da árvore, aumentar a entrada de luz na pastagem e produção de madeira com qualidade (sem nós).
Qual a hora certa de fazer a desrama?
Quando 60% das árvores atingirem seis centímetros de Diâmetro na Altura do Peito (DAP), retirando-se os galhos em pontos abaixo desse diâmetro. É válido destacar que esta é uma recomendação para o caso do eucalipto. Pode-se usar gabarito para facilitar essa prática;
No caso da teca, os bovinos entram quando as árvores estão com 3 metros de altura e entre 3 e 4 cm de DAP, ou seja, a desrama é feita antes dos 6cm do eucalipto.
Como e quando?
As desramas são realizadas anualmente até o quarto ano, dependendo da espécie, podendo ser feita com serrote ou podador de galhos até uma altura aproximada de seis metros, devendo-se manter pelo menos 50% da árvore com copa.
Dica: realizar a desrama rente ao tronco evitando ferimentos na casca e tronco.


Soluções para o produtor

Gabarito de Desrama: ILPF
Ferramenta para identificar o momento adequado para a 1ª desrama de árvores em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Clique no botão para baixar gabarito.

Aplicativo Arbopasto
O aplicativo Arbopasto auxilia o produtor a escolher as espécies de árvores mais adequadas à cada pastagem. Nele, são disponibilizadas informações de 51 espécies arbóreas nativas da Amazônia Ocidental, de forma rápida e intuitiva. Está disponível para dispositivos móveis com sistema operacional Android, IOS, Windows Phone e Web.

Cálculo de densidade arbórea
Ferramenta para cálculo de densidade arbórea para diferentes arranjos de renques simples ou múltiplos em ILPF.
Desbaste: retirada de árvores nas linhas de plantio com funções de diminuir a competição entre as árvores, favorecer a incidência de luz para o desenvolvimento da pastagem e da cultura agrícola, reduzir a competição por água e nutrientes e proporcionar às árvores remanescentes um bom desenvolvimento para agregar qualidade à madeira.
Quando?
Para saber o momento certo de realizar o desbaste, recomenda-se acompanhamento constante. Quando há redução da produção da pastagem e/ou diminuição nas taxas de crescimento das árvores, a orientação é retirar algumas árvores.
Como e quanto?
Inicialmente devem ser cortadas as árvores bifurcadas, quebradas e dominadas. Posteriormente, as demais, para abertura do espaçamento (retirada de 33 a 50% das árvores). O manejo das árvores em áreas de integração é estratégico para garantir o equilíbrio desse sistema de produção.


Web stories
Um Web Story é uma forma visual e interativa de aprender. Você vai deslizar ou clicar nas telas para avançar e explorar conteúdos como imagens, vídeos e textos curtos. Cada tela foca em um ponto específico, tornando a experiência rápida e envolvente. Basta seguir as instruções na tela para navegar. Aproveite essa maneira dinâmica de se informar!
Adubação
Para garantir a eficiência da adubação das árvores no sistema ILPF, é fundamental seguir critérios como análise de solo e análise foliar. Isso ajuda a determinar com precisão as necessidades nutricionais e o momento ideal para aplicação.
A adubação pode ocorrer de duas maneiras principais:
1ª adubação: realizada após o crescimento inicial das raízes e da copa, o que ocorre, geralmente, em torno de 1,5 a 2 meses após o plantio inicial. Recomenda-se uma dose contendo ⅓ de nitrogênio e potássio, além de boro.
2ª adubação: feita aproximadamente entre 6 a 8 meses após o plantio, quando a copa das árvores tem cerca de 100 a 120 centímetros de diâmetro. Neste estágio, também recomenda-se uma dose com ⅓ da quantidade de nitrogênio e potássio, além de boro.
3ª adubação: em solos pobres ou arenosos, pode ser necessária uma terceira adubação de cobertura entre 20 a 24 meses após o plantio, para assegurar o desenvolvimento saudável das árvores.
Arranjo e Espaçamento
O interesse do produtor em como usar os produtos das árvores determina como elas serão plantadas na propriedade. Se forem para biomassa, serraria ou outros usos, isso afeta o arranjo e o espaçamento delas.
O pesquisador Maurel Behling, da Embrapa Agrossilvipastoril, sugere estratégias para integrar o eucalipto na produção, seja para gerar renda adicional ou substituir outras fontes de renda na propriedade. Vamos conhecer as estratégias.


Estratégia de adição/composição de renda
- Na estratégia de adição/composição de renda, as árvores bem manejadas têm pouco impacto na produtividade das outras culturas, mantendo seus benefícios ambientais e contribuindo para a diversificação e segurança econômica.
- Com arranjos como linhas simples ou duplas em quincôncio, as árvores ocupam menos de 5% da área, principalmente a seção dos troncos, permitindo que a pastagem cresça bem sob sua copa, graças à poda regular dos galhos.
- O número de árvores no plantio é semelhante ao número final no corte, usando clones de alta qualidade e manejo cuidadoso. Para espécies não madeireiras, são usadas mudas selecionadas.
- Essa estratégia é mais segura em crises de mercado madeireiro, sendo ideal para madeiras nobres ou produtos florestais não madeireiros em áreas com logística desafiadora, como em Mato Grosso, Pará e Goiás, respeitando as condições do solo e clima da região.




Estratégia de substituição de renda
Na estratégia de substituição de renda, as árvores impactam consideravelmente na produtividade dos demais componentes, além de fornecer serviços ecossistêmicos, precisando compensar a renda perdida por eles.
- Na prática, as árvores ocupam pelo menos 15% da área (em faixas), com foco na produção de diversos produtos madeireiros (fina e grossa).
- O número inicial de árvores é muito maior que no final do ciclo, exigindo uma ou duas retiradas planejadas de árvores do ambiente, de forma a liberar mais espaço, antes do corte final.
- É crucial plantar as árvores em quincôncio (forma de losango) para reduzir as tensões de crescimento devido à competição lateral.
- Esta estratégia é audaciosa, mas tem pouca resiliência comercial em crises do mercado madeireiro, sendo mais adequada para mercados consolidados e de boa logística, como nichos específicos.
- Atualmente, não é a melhor opção para teca em sistemas ILPF em estados como Mato Grosso, Pará, Goiás, entre outros, mas pode ser interessante para sistemas com eucalipto focados na produção de biomassa para usinas de etanol de milho.


Podcast

A árvore na ILPF
A árvore na ILPF
Cerca de 15% da área com sistemas integrados no Brasil é feita em configurações com árvores. São mais de 2,5 milhões de hectares. O eucalipto é a espécie mais utilizada, mas há também muitas experiências com outras espécies madeireiras e não madeireiras, nativas e exóticas, sendo feitas em todo o país. O pesquisador Maurel Behling fala sobre as diferentes configurações possíveis, os cuidados que devem ser levados em conta no planejamento e plantio, o manejo de condução das árvores, além de opções de espécies que podem ser usadas.
Publicado: 26/06/2024

Estratégia e cuidados na implantação de sistemas integrados
Estratégia e cuidados na implantação de sistemas integrados
O que o produtor deve levar em conta na hora da escolha da configuração que adotará? Quais espécies deve utilizar? Quais aspectos dentro e fora da porteira ele precisa observar para tomar suas decisões? Todas essas questões pertinentes ao planejamento e a implantação dos sistemas ILPF são partes fundamentais para garantir que o produtor terá sucesso na produção e obterá as vantagens de um sistema integrado.
Publicado: 26/06/2024
Vídeos
Uso de árvores nativas em ILPF
Vídeo mostra utilização espécies nativas na arborização de pastos em sistema silvipastoril.
Palestras sobre ILPF
Veja uma série de vídeos contendo palestras temáticas relacionadas à ILPF, conduzidas em diferentes ocasiões por pesquisadores da Embrapa.
Componente florestal na ILPF: aprendizados e desafios
Palestra ministrada por Diego Barbosa Alves Antonio(Embrapa) e Alexandre de Azevedo Olival(Unemat) durante o Dia de Vivência em ILPF com foco na Agricultura Familiar no Portal da Amazônia.
Manejo de eucaliptos em sistemas ILPF
Manejo de eucaliptos em sistemas ILPF.
Manejo de árvores no sistema ILPF
O pesquisador José Ricardo Pezzopane, da Embrapa Pecuária Sudeste, fala sobre importância do desbaste de árvores em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O manejo das árvores garante o equilíbrio desse sistema de produção.
Fundamentos para escolha, implantação e condução do componente florestal na ILPF
O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Maurel Behling aborda nesta apresentação dúvidas comuns sobre o uso de árvores em sistemas ILPF. A escolha da espécie, espaçamento, configuração e condução são temas apresentados.
Publicações

Softwares para manejo de espécies de eucalipto, em monocultivo e no sistema ILPF, em áreas de ocorrência de geadas.
Encontre informações sobre softwares para manejo de eucalipto. Clique no botão para baixar documento.

Manejo de copa do componente florestal na ILPF
Encontre informações sobre manejo de copa das árvores. Clique no botão para baixar documento.

ILPF: implantação e manejo de árvores
Encontre informações sobre implantação e manejo de árvores. Clique no botão para baixar documento.