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Na região Sul do Brasil, a modalidade mais importante é a ILP com pastagens anuais de inverno para produção de carne e/ou leite entre abril e setembro, constituídas principalmente por aveia-preta (Avena strigosa) e azevém (Lolium multiflorum) em consórcio, seguidas do cultivo em sucessão de culturas graníferas de verão, como a soja (Glycine max), o milho (Zea mays), o arroz (Oryza sativa) e o feijão (Phaseolus vulgaris). A utilização do sistema de ILP com o cultivo de pastagens anuais de inverno é uma importante alternativa para a rotação de culturas com espécies graníferas de inverno, como o trigo (Triticum aestivum) e a cevada (Hordeum vulgare), proporcionando renda e, ao mesmo tempo, melhoria da qualidade do solo.
Em regiões do Sul do Brasil com clima mais quente, sobretudo no norte e no noroeste do Paraná, a modalidade de ILP que tem crescido recentemente utiliza forrageiras tropicais, como as braquiárias, entre duas safras de soja. Em alguns casos, a forrageira é implantada juntamente com o milho de segunda safra. Em regiões arenosas do noroeste do Paraná, tem sido utilizado o cultivo de soja por 2 anos intercalado com pastagens perenes também por 2 anos.
Em comparação com o sistema de ILP, a utilização de sistemas de ILPF com componente florestal é mais recente e menos frequente na região Sul do Brasil. A principal modalidade envolve o consórcio de espécies para produção de madeira, especialmente o eucalipto (Eucalyptus spp.), com pastagens, em especial destinadas ao gado leiteiro.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 156
Ano: 2015
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Na parte mais fria da região Sul (subtropical), a principal e mais difundida opção é o consórcio entre aveia-preta e azevém no inverno, implantados simultaneamente. Além da facilidade de obtenção de sementes, implantação e manejo, esse consórcio, quando comparado ao cultivo solteiro de aveia-preta ou azevém, possui alta compatibilidade com o cultivo de soja, milho ou feijão em sucessão e proporciona forragem de alta qualidade por um período maior de tempo. Nesse sentido, a aveia, de crescimento mais rápido, permite que o início do pastejo ocorra cedo, enquanto o azevém, por ser mais tardio, possibilita que os animais permaneçam na área por um período maior de tempo, geralmente até o outubro.
Outras espécies forrageiras podem ser inseridas no consórcio de aveia-preta + azevém. Por exemplo, a inclusão do centeio (Secale cereale) permite a entrada dos animais ainda mais cedo na área, aumentando o período de pastejo. Outra opção de consórcio de inverno que pode ser utilizada, principalmente quando o objetivo é a produção de leite, é o consórcio de aveia + azevém + ervilhaca-comum (Vicia sativa). Todavia, em geral, o preço das sementes de ervilha é elevado, o que limita o seu uso em larga escala.
Em regiões do Sul do Brasil onde as condições climáticas permitem o cultivo da segunda safra de milho (principalmente no norte e no oeste do Paraná), o consórcio dessa espécie com forrageiras tropicais, como as braquiárias, permite a produção de grãos, palha, raízes e forragem em uma mesma área e safra. Após a colheita do milho, a forrageira tropical pode ser pastejada e dessecada para o cultivo subsequente de soja, ou então pode ser mantida na área, constituindo pastagem perenizada. O consórcio de milho ou sorgo (Sorghum spp.), para produção de grãos ou silagem, com espécies forrageiras tropicais também pode ser realizado no verão. Após a colheita das espécies graníferas (grãos ou silagem), as forrageiras tropicais podem ser utilizadas para pastejo direto em um período de baixa disponibilidade de forragem (março a maio). Entre as melhores opções de forrageiras para consórcio com milho ou sorgo, tanto no verão quanto no inverno, destacam-se as espécies Urochloa ruziziensis (syn. Brachiaria ruziziensis) e Urochloa brizantha, cultivares Piatã ou Xaraés. Cabe ressaltar que, se o objetivo for a formação de pastagem perenizada, U. brizantha e Panicum maximum devem ser preferidas em relação a U. ruziziensis.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 160
Ano: 2015
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Em vários locais da região Sul do Brasil o uso de variedades precoces de culturas de verão pode ajudar no estabelecimento da pastagem de inverno em sucessão, antecipando a entrada dos animais na pastagem. Além dos benefícios que o menor ciclo proporciona à sanidade do cultivo de verão, que passa menos tempo exposto a insetos-praga e doenças, as temperaturas favoráveis do outono, antes da chegada do inverno, aceleram o estabelecimento do pasto.
Ao fazer o planejamento da rotação de culturas, prática indispensável para a boa condução dos sistemas de ILPF, é interessante utilizar culturas que permitam maior penetração de luz no solo ao final do ciclo, como é o caso do milho. Isso antecipa o estabelecimento do pasto de inverno e a ocupação da pastagem, sobretudo quando se maneja para a ressemeadura natural das plantas forrageiras de inverno. É relevante avaliar, entre as variedades recomendadas para a sua região, aquelas que aliam precocidade, produtividade e estabilidade de produção.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 162
Ano: 2015
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Para ensilagem na região Sul, as principais opções são o milho e o sorgo durante o verão. Na estação fria, são indicados os cereais de inverno (aveia-branca, trigo, cevada, centeio e triticale), além de aveia-preta e azevém. O milho é a cultura preferencial por combinar as melhores características produtivas e de valor nutritivo. O sorgo, embora possa ter maior produtividade, em geral resulta em forragem de menor valor nutritivo. As espécies de verão são mais produtivas e podem render mais que o dobro, no que se refere à matéria seca acumulada, em relação às de inverno. As espécies de inverno, de maneira geral, resultam em silagens com maior concentração de proteína bruta (8% a 12% PB), enquanto as de milho situam-se entre 7% e 9% PB. Em relação aos nutrientes digestíveis totais (NDT), as espécies de inverno situam-se em 60%, enquanto a silagem de milho aproxima-se de 70%. O uso de gramíneas perenes tropicais geralmente resulta em silagem de baixa qualidade, pela menor concentração de energia e colheita da forragem com excesso de umidade.
Quanto à fenação, são empregados principalmente a aveia-preta e o azevém, geralmente colhidos tardiamente, o que resulta em feno de baixo valor nutritivo.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 164
Ano: 2015
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A indicação ideal de manejo de pastejo é a mensuração da interceptação luminosa (IL) pela pastagem, e os animais devem entrar no pasto com IL de 95% a 100%. Entretanto essa avaliação requer um fotômetro, normalmente não disponível em campo. Assim, a altura do dossel forrageiro serve para indicar o período de entrada dos animais no método de pastejo intermitente (rotacionado) ou mesmo para ajustar carga animal no método de pastejo contínuo, visando propiciar maior acúmulo de forragem total e de lâminas foliares. As indicações de manejo e os resultados médios apresentados foram gerados sem restrições edafoclimáticas significativas.
Quanto ao manejo de espécies anuais de inverno, como a aveia-preta e o azevém, em cultivos solteiros ou consorciados, indica-se o método de pastejo contínuo com ajuste de carga animal para manter as plantas com 20 cm a 30 cm de altura durante todo o ciclo de pastejo. Essa mesma altura serve como referência para a entrada dos animais na área para pastejo intermitente, e os animais devem ser retirados do piquete quando a altura de resteva atingir de 7 cm a 10 cm. Nesse caso, a carga animal instantânea deve ser alta o suficiente para que a forragem seja consumida em períodos curtos (1 a 3 dias). São necessários de 10 a 30 piquetes, para ciclos de pastejo de 30 dias aproximadamente. A capacidade de suporte é de 1,0 UA/ha a 2,0 UA/ha com ganho de peso por área de 200 kg/ha a 400 kg/ha. A cultura semeada em sucessão à pastagem anual normalmente é a soja no sistema de plantio direto, e é indispensável deixar na saída dos animais resíduo de forragem superior a 3,0 t/ha de matéria seca para proteção do solo e controle de plantas daninhas.
Para espécies anuais de verão, como milheto e capim-sudão, no método de lotação contínua com taxa variável, deve ser mantida altura do pasto de 30 cm a 40 cm. No método de lotação intermitente, os pastejos devem ser realizados sempre que as plantas atingirem de 50 cm a 60 cm, retirando os animais da área com resíduo de 10 cm a 20 cm. O primeiro pastejo deve ser intenso, deixando-se um resíduo baixo, de 5 cm a 10 cm, para estimular o perfilhamento das plantas. A capacidade de suporte média é de 3,0 UA/ha a 5,0 UA/ha, com ganho por área de 400 kg/ha a 500 kg/ha. Para espécies de Panicum de porte alto, como o Mombaça, os animais devem entrar na pastagem com altura do pasto próxima a 80 cm e devem ser retirados com 30 cm a 50 cm. Entretanto, para espécies de Panicum de porte baixo, como a cultivar Aruana, indica-se a entrada dos animais com 40 cm a 60 cm e resíduo de 10 cm a 20 cm. A capacidade de suporte pode ser superior a 6,0 UA/ha, com ganhos de peso anuais superiores a 1.000 kg/ha; enquanto as braquiárias, como a cultivar Marandú, geralmente utilizadas em pastejo contínuo, suportam de 1,0 UA/ha a 3,0 UA/ha com ganhos de peso anual de 300 kg/ha a 600 kg/ha.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 165
Ano: 2015
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Se a pastagem for bem manejada, o pisoteio animal não resulta em nível de compactação do solo capaz de prejudicar o desenvolvimento das forrageiras e das espécies para produção de grãos. O que geralmente ocorre em áreas de ILP, especialmente em invernos chuvosos e solos argilosos, é um aumento do grau de compactação limitado à camada superficial do solo (0 a 10 cm), que, no entanto, não atinge níveis críticos para o crescimento radicular das plantas. Entretanto, o uso de mecanismos sulcadores do tipo haste ou facão (“botinha”) para deposição de adubo, em substituição aos discos duplos, é uma prática indicada, principalmente por proporcionar uma profundidade adequada e uniforme de deposição dos fertilizantes e sementes em uma situação em que o solo apresenta maior resistência ao aprofundamento dos mecanismos sulcadores.
A oferta adequada de forragem constitui o principal fundamento para prevenir a compactação excessiva da camada superficial do solo pelo pisoteio animal. Na prática, a oferta de forragem é definida e monitorada pela altura de manutenção do pasto, como citado anteriormente. É muito comum o produtor manejar a pastagem em alturas inferiores às adequadas, ou seja, com uma baixa oferta de forragem. Nesse caso, além da maior intensidade de pisoteio pela maior carga animal por área, a menor disponibilidade de forragem obriga os animais a se movimentarem mais na área, levando a uma maior compactação do solo. Alturas de manejo do pasto inferiores às adequadas aumentam a compactação do solo pelos animais também por reduzirem de forma acentuada o efeito de dissipação da pressão aplicada pelas patas dos animais, por causa da baixa cobertura do solo pelas plantas. Além disso, o pastejo intenso reduz a área foliar das plantas e, consequentemente, o crescimento das raízes, o que também facilita o processo de compactação do solo pelo pisoteio. Além do manejo adequado da pastagem, a compactação do solo em sistemas de ILP pode ser minimizada pela:
- Retirada dos animais da área pelo menos 15 dias antes da semeadura da cultura subsequente. Esse intervalo permite que o solo recupere em parte sua estrutura física original em razão dos ciclos de umedecimento e secamento e do crescimento das raízes das forrageiras.
- Adoção de sistemas de rotação de culturas.
- Distribuição adequada dos cochos e bebedouros, reduzindo áreas de concentração animal.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 168
Ano: 2015
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As sementes devem ser de boa qualidade, com valor cultural (VC) superior a 50%, preferencialmente em torno de 80%, livres de impurezas e sem torrões de terra que possam levar junto alguns patógenos como nematoides e outros. As formas de semeadura das forrageiras no consórcio com milho e arroz são as seguintes:
- Misturadas ao adubo químico na plantadeira, se a semeadura for simultânea e as sementes maiores, como as de braquiárias.
- Distribuídas a lanço em plantadeiras com terceira caixa.
- Distribuídas a lanço se em solo gradeado com plantio do milho ou arroz no mesmo dia e se as sementes forem muito miúdas, como, por exemplo, as forrageiras do gênero Panicum sp.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 202
Ano: 2015
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O arranjo florestal no sistema de ILPF é feito por intercalação da espécie arbórea, que é plantada em renques separados em faixas ou aleias, onde se cultivam lavouras por cerca de 3 anos. Daí até ao final do ciclo da espécie arbórea, a pastagem que será formada no terceiro ano pelo consórcio com milho será utilizada para a pecuária de corte ou leite. Nesse arranjo, o manejo inicia-se com os cuidados na aquisição e no manejo das mudas do viveiro ao plantio, que devem apresentar bom estado sanitário e vigor.
Na área onde serão plantadas as mudas da espécie arbórea, devem ser identificados os formigueiros e cupinzeiros e deve ser aplicado o defensivo de combate. Ao longo do primeiro ano, devem-se fazer vistorias periódicas na área, a fim de verificar a presença ou não de pragas. É importante que, no primeiro ano, a área seja mantida livre de espécies invasoras para que as mudas alcancem o crescimento esperado. Nesse mesmo ano, devem-se realizar as adubações de cobertura. Nos anos seguintes, apenas a realização de roço manual ou mecânico é suficiente para manter o desenvolvimento da espécie arbórea. Caso a finalidade seja também produzir plantas para postes e/ou madeira para serraria, deve-se fazer a desrama no segundo ano até a altura do peito. Esse manejo facilita o melhor desenvolvimento das lavouras e da pastagem por receberem mais irradiação solar. Até o sétimo ano, pode ser feita a retirada total das árvores, se a finalidade for produzir para o mercado de celulose, lenha e/ou carvão vegetal. Se o objetivo for também a produção para o mercado de postes e/ou madeira, até o sétimo ano devem ser retiradas apenas as árvores que não servem para essa finalidade, mantendo apenas aquelas que servirão para o mercado de celulose, lenha e/ou carvão vegetal.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 199
Ano: 2015