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  • O acúmulo de matéria orgânica do solo no sistema de plantio direto (SPD) e nos sistemas de integração, como a integração lavoura-pecuária (ILP) e o sistema de ILPF, bem como o seu potencial para a remoção de CO2, já foram comprovados por vários trabalhos de pesquisa nas diferentes regiões e biomas brasileiros. Solos manejados sob SPD e sistemas integrados passam da condição de fonte de CO2 rumo à atmosfera para a condição de dreno ou assimilação de CO2 para o solo e biomassa. Porém, para que as taxas de sequestro de CO2 sejam elevadas, faz-se necessário associar o SPD e os sistemas integrados com rotação de culturas e culturas de cobertura, como aveia-preta (Avena strigosa Schreb.) nas regiões subtropicais e o milheto (Pennisetum americanum L.) e as braquiárias (Urochloa decumbens syn. Brachiaria decumbens, Urochloa brizantha cv. Marandú, Urochloa humidicola e Urochloa ruziziensis) na região tropical. A utilização de leguminosas é importante para melhorar o balanço de nitrogênio no agroecossistema e incrementar o sequestro de CO2 no solo, pois as dinâmicas do carbono e do nitrogênio estão intimamente associadas. Portanto, incrementar a fixação biológica de nitrogênio (FBN) por meio do uso de leguminosas é uma importante estratégia de manejo.

    A adoção do SPD e dos sistemas de integração, com a produção adequada de resíduos vegetais sobre a superfície do solo, além de armazenar carbono no solo, melhorando a infiltração de água das chuvas, a permeabilidade do solo e sua capacidade de armazenar água disponível (essencial para explorar o potencial de produção dos cultivos), ainda reflete radiação solar de ondas curtas (evita que gerem calor; isso porque a palhada com sua coloração mais clara possui refletividade maior, albedo maior); mantém uma temperatura estabilizada do solo, evitando picos de calor que podem reduzir a eficiência das raízes em absorver água e nutrientes; reduz as perdas de água do solo por evaporação e transpiração, o que resulta, por exemplo, em maior tolerância a veranicos e menor necessidade de irrigação, com economia de 30% a 50% na necessidade de água e de energia.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 362

    Ano: 2015

  • O incremento nos estoques de carbono do solo provenientes da adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) sob sistema de plantio direto (SPD) é maior quando comparados aos de áreas sob SPD sem a presença da pecuária ou quando a forrageira é utilizada somente para produção de palhada.

    A elevação dos níveis de matéria orgânica do solo e a melhoria da qualidade física do solo com a introdução das pastagens em áreas agrícolas demonstram que o sistema de ILP tem potencial para reduzir o impacto ambiental das atividades produtivas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Há maior potencial de estoque de carbono, considerando o papel das forrageiras tropicais nos sistemas de produção, na seguinte ordem decrescente: 1) pastagem permanente com manejo adequado; 2) ILP sob SPD; 3) lavoura em SPD; 4) lavoura em cultivo mínimo; 5) lavoura em preparo convencional do solo.

    Alguns levantamentos revelaram que as taxas de acúmulo de carbono no sistema de ILP sob SPD variaram entre 0,43 t/ha/ano e 0,60 t/ha/ano. A taxa de acúmulo de carbono na conversão do sistema de lavouras sob SPD para o sistema de ILP sob SPD pode ser de 0,8 t/ha/ano a 2,8 t/ha/ano na região do Cerrado. Em sistemas mais complexos, como o ILPF, por conter os componentes forrageiro e florestal, existe grande potencial de aumento na retenção de carbono no solo e na biomassa, bem como na redução de emissões de GEE. Além disso, em sistemas de ILPF, parte do CO2 removido poderá auxiliar na redução de emissões em outros setores além da agricultura, desde que a madeira produzida seja utilizada para a produção de móveis ou para a geração de energia. A produção de energia a partir de árvores plantadas pode substituir o uso de combustíveis fósseis. Essa substituição de uma fonte não renovável de energia (petróleo) por uma fonte renovável (carvão vegetal) pode ser contabilizada como redução de emissão de GEE.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 363

    Ano: 2015

  • Normalmente, o sistema de ILP é implantado por meio da sucessão de cultura anual com forrageira anual ou perene; do consórcio de culturas anuais com forrageiras (ex.: sistema Santa Fé); ou da rotação de cultura anual com forrageira perene (ex.: sistema São Mateus). De uma forma geral, o que se tem é a presença do componente forrageiro (intercalado com culturas anuais) por um período que pode variar de alguns meses (por exemplo, na entressafra seca ou no inverno) a alguns anos, dependendo do sistema adotado na fazenda. Nesse sentido, o componente forrageiro é utilizado para pastejo e produção animal por um período e pode ser transformado em palhada para o SPD da cultura subsequente. O consórcio de milho para produção de grãos com braquiária, por exemplo, tem potencial para gerar um volume entre 10 t/ha e 20 t/ha de matéria seca na superfície do solo logo após a colheita. Além disso, dependendo das condições de fertilidade do solo, pode haver uma contribuição equivalente em biomassa pelo sistema radicular que aumenta o potencial de transformação desse material em carbono do solo. Com esses volumes, é possível manter o equilíbrio entre adição de biomassa e oxidação da matéria orgânica do solo, mantendo um balanço positivo e sucessivos incrementos de carbono ao longo do tempo.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 364

    Ano: 2015

  • Sim, pois existe um efeito interativo entre o grande potencial de sequestro de carbono (pelos elevados acúmulos de biomassa forrageira, biomassa florestal, acúmulo de matéria orgânica do solo, maior eficiência de fertilizantes) e, consequentemente, a capacidade que esses sistemas têm de compensar as emissões de metano oriundas da fermentação entérica de bovinos, gerando um balanço positivo de carbono no sistema. Ou seja, a quantidade de carbono sequestrada no solo e em biomassa em sistemas integrados é muito maior do que a quantidade de carbono emitida por bovinos criados em sistemas extensivos convencionais.

    Pastagens produtivas e manejadas adequadamente, além de propiciarem condições favoráveis para aumentos significativos no desempenho animal, também podem compensar grande parte do carbono emitido pela atividade, tornando-se um componente importante no balanço de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Como exemplo, a emissão anual de metano de uma novilha de corte da raça Nelore pode ser anulada pelo acúmulo de carbono no solo em áreas de pastagens onde se adota o uso de práticas de manejo adequadas, sobretudo de reposição da fertilidade.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 367

    Ano: 2015

  • Na 15ª Conferência das Partes (COP-15), realizada no ano de 2009, em Copenhague, Dinamarca, com o intuito de informar as Partes da Convenção, o governo brasileiro indicou um compromisso nacional voluntário, mais conhecido como Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas – em inglês, Nationally Appropriate Mitigation Actions (Nama) –, com potencial da redução das emissões de GEE entre 36,1% e 38,9% em relação às emissões brasileiras projetadas até 2020. Para tanto, está implantando diferentes ações em diversos setores da economia.

    No caso específico da agricultura, os compromissos se referem à expansão da adoção ou do uso de tecnologias que podem ser adotadas para mitigar emissões de GEE e, em contrapartida, promover a retenção ou remoção de CO2 na biomassa e no solo. A esse conjunto de tecnologias denominou-se "agricultura de baixa emissão de carbono", entre as quais se encontram os sistemas integrados. Esses compromissos foram ratificados na lei que institui a Política Nacional sobre Mudanças do Clima – PNMC (BRASIL, 2009).

    Em 2010, foi publicado o Decreto nº 7.390, que regulamenta artigos da Lei nº 12.187 (BRASIL, 2010). Para efeito dessa regulamentação, no caso específico da agricultura ficou estabelecido que fosse constituído o Plano Setorial para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, também denominado Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC).

    BRASIL. Decreto nº 7.390, de 9 de dezembro de 2010. Regulamenta os arts. 6º, 11 e 12 da Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 dez. 2010. Seção 1, p. 4.

    BRASIL. Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 dez. 2009. Seção 1, p. 109.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 369

    Ano: 2015

  • Sim. Segundo as normas do sistema financeiro, uma das linhas de crédito do Programa ABC é chamada de ABC Integração, cujo foco é a implantação e o melhoramento de sistemas de ILP, ILF, IPF ou ILPF e sistemas agroflorestais (SAFs).

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 373

    Ano: 2015

  • Pastagens tropicais estabelecidas em sistemas de integração apresentam maior valor nutritivo e elevadas produtividades, prin­cipalmente nos primeiros anos após a implantação. Uma vez que grande parte da emissão de metano por ruminantes é determinada pela qualidade da dieta, bovinos mantidos nessas pastagens emitirão menos metano por quilo de produto produzido (carne, leite), aumentando sua eficiência na conversão de pasto em proteína de alta qualidade. Dessa forma, as emissões individuais tendem a ser menores em sistemas de integração do que em sistemas extensivos com baixo nível tecnológico. Além disso, a criação de bovinos em pastagens produtivas pode impactar positivamente outros coeficientes técnicos, como taxa de natalidade, idade ao abate e mortalidade. O aumento da taxa de natalidade de 55% para 68%, a redução na idade de abate de 36 para 28 meses e a redução na mortalidade até 1 ano de 7% para 4,5% permitiriam que, em 2025, a produção de carne brasileira aumentasse 25,4% e, ao mesmo tempo, as emissões de metano em relação ao equivalente-carcaça produzido reduzissem em 18%. Os sistemas de integração podem ainda contribuir com a produção de grãos para alimentação animal em que parte da dieta é baseada em concentrados, como, por exemplo, confinamentos e semiconfinamentos, bastante comuns nas regiões subtropicais e temperadas.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 366

    Ano: 2015

  • Sim, as emissões de metano podem ser reduzidas com as seguintes medidas: adequado manejo de pastagens, uso de leguminosas fixadoras de nitrogênio em consórcio com capins e melhoramento genético vegetal e dos rebanhos, buscando, respectivamente, forrageiras com melhor valor nutritivo e animais mais eficientes para produção. Outra forma de redução de emissões de metano, porém com efeitos mais individuais, é o uso de aditivos ruminais antimetanogênicos.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 368

    Ano: 2015