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  • Em geral, os solos arenosos são considerados inaptos para culturas anuais e perenes sob sistemas de manejo tradicionais ou convencionais em todos os níveis tecnológicos de cultivo. No entanto, solos arenosos com algumas particularidades têm apresentado altas produtividades, aliadas à facilidade nas operações de manejo, por causa das suas características físicas e químicas, com a adoção correta e integral dos sistemas conservacionistas de manejo do solo e da água. Nesse aspecto, recomenda-se o sistema de plantio direto (SPD) – caracterizado pelo não revolvimento do solo, pela rotação de culturas e pela cobertura permanente do solo – e os sistemas de integração (ILP, ILF, IPF ou ILPF) associados ao SPD.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 418

    Ano: 2015

  • A braquiária pode ser cultivada na maioria dos solos do Brasil, mas existe uma combinação entre a espécie de braquiária e a fertilidade do solo. De maneira geral, a espécie Urochloa decumbens (syn. Brachiaria decumbens) se desenvolve em solos de baixa a média fertilidade, enquanto a U. ruziziensis (syn. B. ruziziensis) e a U. brizantha (syn. B. brizantha) se desenvolvem em solos de média a alta fertilidade. A espécie U. humidicola (syn. B. humidicola), por sua vez, se adapta a condições de solos alagados, fato que não ocorre com as braquiárias anteriormente citadas. Por serem espécies de clima tropical, têm crescimento reduzido com a diminuição da temperatura e não toleram geadas. Nos sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), várias espécies são utilizadas com sucesso.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 429

    Ano: 2015

  • O aporte de matéria seca e consequentemente de matéria orgânica do solo (MOS), promovido tanto pela parte aérea quanto radicular das braquiárias, em sistema plantio direto (SPD), atua como agente cimentante das partículas individualizadas do solo, promovendo a formação de agregados estáveis. Isso proporciona:

    • Aumento da macroporosidade e a aeração do solo.
    • Aumento da infiltração de água e redução do escorrimento superficial.
    • Redução da susceptibilidade à erosão. Os solos com agregados estáveis são menos suscetíveis à erosão, pois os agregados são mais pesados que as partículas indivi­dualizadas, dificultando o carregamento pela água e pelo vento.

    Além disso, as braquiárias e outras espécies forrageiras que possuem sistema radicular profundo, volumoso, ramificado e agres­sivo, capazes de penetrar as camadas compactadas, ao morrerem e se decomporem, deixam canais (bioporos) por onde as raízes das culturas subsequentes poderão explorar para aprofundar o sistema radicular, aumentando a absorção de água e nutrientes. Esses canais também são importantes para a infiltração de água e para a movimentação de adubos e corretivos aplicados em superfície.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 434

    Ano: 2015

  • Já existem evidências científicas comprovando que o pastejo animal compacta o solo entre 5 cm e 10 cm de profundidade. Essa compactação causada pelo pisoteio pode se agravar em algumas situações, como excesso de lotação animal na área, por exemplo. Porém, a simples presença do animal e a compactação provocada pelo pastejo não são indicativos de que seja necessário revolvimento profundo do solo com arações, gradagens e subsolagens. Em áreas pastejadas por animais e onde será semeada uma cultura produtora de grãos na sequência, ou seja, em sistemas de ILP e ILPF, a simples utilização de hastes sulcadoras na semeadora para deposição do fertilizante já garante que essa camada compactada possa ser eliminada com eficiência. Essa haste, quando bem regulada, realiza a descompactação e ainda posiciona o fertilizante abaixo e ao lado das sementes, realizando, assim, duas operações essenciais numa única operação mecânica. Muitos produtores rurais questionam que o uso da haste aumenta o embuchamento causando problemas no plantio. Porém, quando for utilizar a haste na semeadora, recomenda-se dessecar a braquiária com no mínimo 30 dias antes do plantio, e que essa haste seja regulada de acordo com a profundidade desejada. Seguindo essas recomendações, a chance de uma operação de sucesso aumenta consideravelmente.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 447

    Ano: 2015

  • Basta regular a altura de entrada e da saída dos animais na pastagem. Existe uma altura ideal para cada espécie. Esse manejo garante que, após cada ciclo de pastejo, as folhas remanescentes sejam responsáveis pela produção de fotoassimilados, proporcionando a produção de novas folhas e perfilhos a partir das gemas que estão posicionadas na base da planta, garantindo a perenidade da pastagem por mais tempo. Para saber a altura correta, existem algumas estratégias. A Embrapa Gado de Corte desenvolveu uma régua de manejo de pastagens em que é possível encontrar o ponto ideal de entrada e de saída da pastagem. Nos piquetes sob pastejo contínuo, a régua de manejo indica o momento de aumentar ou reduzir a lotação do pasto. Quando o capim atinge a altura máxima, é hora de aumentar o número de animais no piquete. Quando chega à altura mínima, deve-se retirar os animais do pasto e deixá-lo em descanso. A taxa de lotação mais adequada será aquela que mantiver a pastagem numa altura intermediária entre a máxima e a mínima e que permitir o consumo de toda a forragem entre a altura de entrada e a altura de saída num determinado período de tempo. O produtor também pode utilizar uma régua graduada em centímetros e posicioná-la próximo de uma planta, determinando a altura entre a superfície do solo e a última folha expandida na parte superior da planta.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 448

    Ano: 2015

  • Sim. A quantidade de cobertura sobre o solo aliado a uma baixa velocidade de decomposição diminui a incidência de plantas daninhas, por exemplo. Existem evidências de que essa redução da quantidade e diversidade de plantas daninhas na área reduz a necessidade de uso de herbicidas para o controle dessas invasoras. Numa área convencional, há necessidade de aplicação de herbi­cidas específicos para o controle de plantas de folhas largas e estreitas. Já, com cobertura de braquiária, a diminuição da presença e diversidade das plantas faz com que o produtor utilize somente um único produto, reduzindo os custos e aumentando os benefícios ambientais. O mesmo pode acontecer com algumas doenças que se originam do solo, como a Fusarium. A braquiária, por não ser uma espécie hospedeira, diminui a pressão da doença para a cultura que vier na sequência, reduzindo o uso de fungicidas para controle da fusariose em feijoeiro, por exemplo.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 450

    Ano: 2015

  • A melhor forma é pela realização de uma análise financeira, em que fatores econômicos e financeiros, juntamente com os fatores biofísicos, sejam avaliados tendo em conta a dinâmica do sistema de produção. A análise financeira representa um marco conceitual lógico, no qual clima, solo, tecnologia, mercado e outros elementos interagem e definem a continuidade do processo produtivo. A partir da multiplicação da matriz de coeficientes técnicos pelo vetor de preços dos fatores de produção, são identificados os custos de produção do sistema. As receitas são obtidas pela produção estimada de cada cultura, considerando-se as características e necessidades biofísicas de cada espécie, as condições edafoclimáticas locais, os respectivos ciclos e o manejo utilizado. A análise financeira examina os custos e benefícios de acordo com os preços de mercado e determina suas relações com os diferentes indicadores, permitindo refletir a possível viabilidade de um empreendimento ou projeto. Dessa forma, ao realizar a análise financeira, o investidor é informado sobre quando e quanto deve investir ou receber de um projeto sob a forma de receitas, podendo mensurar quando serão realizadas as atividades produtivas e o fluxo real de custos e receitas durante o período da análise e, consequentemente, a avaliação da viabilidade econômico-financeira do investimento.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 457

    Ano: 2015

  • Na implantação de sistemas de integração, o produtor rural deve levar em conta a necessidade de infraestrutura específica para cada tipo de atividade. Para que o produtor de grãos desenvolva a pecuária (carne, leite, etc.), os investimentos estão voltados para a aquisição de animais, instalações (cercas, curral, água, etc.) e mão de obra especializada no trato com os animais. Para o pecuarista produzir grãos, fibras e energia, há a necessidade de investimento mínimo com máquinas, equipamentos, benfeitorias (abrigo de máquinas e de insumos, armazenamento, oficina, etc.) e mão de obra especializada no manejo de máquinas agrícolas e de extrativismo. Para o produtor florestal, são necessários ambos os investimentos. Segundo dados experimentais da Embrapa Gado de Corte, na comparação dos sistemas de ILPF com o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) – recria de bovinos + soja (Glycine max) –, os custos de implantação por hectare foram 19% maiores para ILPF com densidade de 227 árvores de eucalipto/ha, e 27% maiores para ILPF com 357 árvores de eucalipto/ha. Esses resultados preliminares sugerem que o produtor que pretende introduzir árvores no sistema de integração deverá estar preparado para arcar com custos de implantação mais elevados, afora a infraestrutura adicional necessária.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 456

    Ano: 2015

  • Ao ser considerado qualquer sistema de produção, especialmente aqueles mais complexos, em que mais espécies interagem e demandam atenções específicas em momentos diferentes, deve-se ter em mente que diferentes aspectos podem influenciar decisivamente a obtenção dos resultados. De forma geral, é necessário contextualizar o local onde o sistema será instalado. Para isso, é necessário especialmente:

    • Levar em conta a origem da família, a quantidade de pessoas, a disponibilidade de mão de obra familiar, as experiências, a origem da renda, a escolaridade, entre outros fatores socioeconômicos, que são determinantes para o sucesso do projeto, a fim de que o sistema dimensionado seja adequado.
    • Conhecer as características edafoclimáticas do local onde será implantado o sistema (solos, declividade, temperatura, precipitação, altitude, luminosidade), considerando as neces­sidades ecofisiológicas das espécies selecionadas (ciclo de vida, ritmo de crescimento, necessidades nutricionais, água, luz, temperatura, alelopatia, características morfológicas).
    • Conhecer a infraestrutura e a logística da região, os locais onde é possível adquirir os insumos que serão utilizados, se há disponibilidade de máquinas e implementos, os meios de transporte disponíveis e sua qualidade e como a produção da região poderá ser enviada para outros centros, a fim de definir adequadamente os custos de produção e de pós-colheita.
    • Saber onde serão comercializados os produtos, uma vez que a inclusão do componente de mercado, algumas vezes desconsiderada, é de importância reconhecida, refletindo a própria segurança e subsequência do empreendimento. Além disso, é importante conhecer as condições de comer­cialização e os preços, uma vez que questões como certifi­cação e preços diferenciados podem influenciar fortemente na viabilidade financeira do projeto.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 458

    Ano: 2015

  • Não. Em projetos de implantação de ILP, o horizonte tende a ser menor do que em projetos que envolvem também o componente florestal, atingindo a rentabilidade esperada já nos primeiros ciclos de produção, a depender da cultura, do tipo (leite/corte) e da categoria animal (recria ou engorda) empregados. Dado o longo prazo envolvido em projetos de implantação de sistemas de ILPF com componente florestal, o fluxo de caixa pode, ocasionalmente, ser negativo nos primeiros anos por causa do descompasso entre despesas com o sistema integrado e a sua capacidade de geração de receitas. Logo, o produtor rural deve estar preparado financeiramente para superar os eventuais momentos de fluxo de caixa negativo, seja por meio de recursos próprios seja por meio de empréstimos e financiamentos.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 459

    Ano: 2015

  • Não necessariamente. No caso do emprego da mão de obra já existente na propriedade rural, incluindo a familiar, podem ser necessários treinamentos para adequação das habilidades existentes às novas habilidades demandadas. Isso é ainda mais importante de ser considerado nos sistemas que incluem a criação de animais, visto que questões como manejo e bem-estar animal devem ser sempre observadas. Atividades de preparo de área, plantio, manutenção e colheita das espécies são realizadas sem custos extras da mão de obra. Contudo, a especialização da mão de obra pode ser requerida no caso de execução de algumas tarefas específicas que podem, alternativamente, ser terceirizadas (ex.: desbastes de árvores, inseminação dos animais, etc.). A participação da mão de obra nos custos totais é alta, principalmente nas propriedades da agricultura familiar, nas quais, normalmente, representam de 70% a 85% dos custos totais. Ainda assim, quando comparados a sistemas exclusivos, os sistemas integrados tendem a reduzir a ociosidade da mão de obra, diluindo sua participação relativa nos custos totais dos diversos produtos gerados.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 460

    Ano: 2015

  • A estratégia de ILPF contempla uma grande variedade de sistemas de produção agropecuária sustentável que podem ser adotados por qualquer perfil de produtor rural. Não importa o tamanho da propriedade (pequena, média ou grande), ou o tipo (familiar ou empresarial), ou o ramo de atividade (lavoura ou pecuá­ria ou floresta). Contudo, algumas ressalvas são importantes: é necessário considerar a maior complexidade em relação ao negócio, a maior exigência em relação à infraestrutura e a necessidade de mão de obra qualificada. Dessa forma, sistemas de integração em áreas muito reduzidas podem apresentar custos de produção elevados, o que pode inviabilizar a atividade. Considerando as necessidades específicas dos pequenos produtores, existem soluções alternativas para a integração da produção adequadas a esse perfil e que não demandam grande escala de produção. Por exemplo, o componente florestal em sistemas de ILPF pode abranger espécies arbóreas/arbustivas para alimentação animal (ex.: leucena), produção de flores, chás, frutas e outros produtos de alto valor comercial. No caso dos animais, o produtor pode optar por trabalhar com pequenos ruminantes (ex.: ovinos e caprinos) ou bovinocultura de leite. Entre as lavouras, o milho para consumo animal ou humano, por exemplo, pode ser uma alternativa, entre outras culturas anuais.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 461

    Ano: 2015

  • Teoricamente, não há motivos para que os custos de produção de sistemas de integração sejam maiores que aqueles de sistemas exclusivos. Sendo o custo de produção resultante da soma de custos fixos e variáveis, há uma tendência de redução do custo de produção em sistemas de integração em razão da diluição de custos fixos (ex.: menor ociosidade de mão de obra e infraestrutura) para todos os produtos gerados. Além disso, espera-se melhor aproveitamento de efeitos residuais de itens que compõem o custo variável, como, por exemplo, a adubação, que, ao ser realizada para a cultura, beneficia igualmente a pastagem que a sucederá. Por sua vez, um produto específico (ex.: soja) poderá apresentar custo de produção inferior em sistemas exclusivos, em comparação com os sistemas de integração, caso aqueles trabalhem com alta eficiência técnico-econômica e alta escala de produção. Na prática, cada propriedade rural experimentará custos de produção diferenciados, e é difícil sua generalização. O importante é que o produtor rural garanta sempre boa eficiência técnica em todas as atividades que fazem parte do seu sistema integrado, assegurando-lhes, também, bons resultados financeiros.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 463

    Ano: 2015

  • O controle de custos em sistemas de integração pode ser feito da mesma maneira em que é feito nos sistemas de produção, nos quais há diversificação, sem integração. Nessa situação, os custos variáveis e fixos associados exclusivamente a um dos produtos da integração, como, por exemplo, a pecuária, devem ser alocados apenas para essa atividade. Os custos compartilhados (ex.: mão de obra, administração, etc.) devem ser rateados proporcionalmente ao quanto cada produto demandou do item. A título de ilustração, se a mão de obra despende 15%, 35% e 50% do tempo lidando com as árvores, lavoura e pecuária, respectivamente, os salários, encargos e outros benefícios sociais devem ser alocados nessas proporções para cada uma dessas atividades. No caso de itens que possuem efeito residual positivo nas culturas adjacentes ou subsequentes, como a adubação, cabe ao produtor rural decidir se alocará os custos apenas na cultura principal a qual se destina o item, ou se dividirá, com base em algum critério particular, entre todos os beneficiários do item. Outra possibilidade de controle de custos é o uso de centro de custos, nos quais são controladas as operações agropecuárias, entre elas o estabelecimento das culturas, da pastagem e/ou das árvores, tratos culturais, manejo animal, colheita, etc.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 464

    Ano: 2015

  • Sim. Contudo, quando se consideram as diferentes exigências em relação ao tamanho das áreas a serem destinadas à preservação ambiental (80% na região da Amazônia Legal; 35% na região do Cerrado da Amazônia Legal e 20% na região dos Campos Gerais e demais regiões do País), definidas pela Lei nº 12.651/2012, conhecida como o Novo Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 2012), e o perfil socioeconômico do produtor, essa alternativa tende a ser mais efetiva para os pequenos produtores. Isso porque, de acordo com o artigo 66 do novo código, em sistemas agroflorestais (SAFs) e como alternativa para recomposição de Reserva Legal, é possível a implementação de consórcio de espécies nativas e exóticas, e a proporção destas últimas não pode passar de 50% da área a ser recuperada (BRASIL, 2012). Entretanto, para que a exploração econômica dessas áreas seja realizada, é necessária a elaboração de um plano de manejo florestal sustentável, além da submissão e da aprovação desse plano perante o órgão estadual competente.

    No caso das Áreas de Preservação Permanente (APPs), o uso é mais restrito e, segundo o artigo 8º, a intervenção nessas áreas somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nessa lei, as quais serão avaliadas pelo órgão competente (BRASIL, 2012). Em situações específicas (artigos 61-65), as atividades agrossilvipastoris (ou ILPF) consolidadas em APPs podem ser mantidas, mas medidas compensatórias e mitigatórias precisam ser adotadas (recuperação de faixas variáveis de APP, adoção de boas práticas agronômicas, etc.) (BRASIL, 2012). Um importante efeito da exploração econômica sustentável de áreas de Reserva Legal é a possível diminuição da pressão econômica sobre APPs. A perspectiva de obtenção de retorno financeiro com áreas de Reserva Legal é fundamental para a mudança de percepção em relação a esses espaços, que, em muitas situações, são vistos apenas como regiões improdutivas, e a adequação ambiental só representa custos para o produtor.

    BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 maio 2012. Seção 1, p. 1.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 472

    Ano: 2015

  • Diversos modelos de sistemas de integração têm sido ava­liados, principalmente nos últimos 10 anos, em diferentes regiões do Brasil com características edafoclimáticas, geopolíticas e socioeconômicas diversas, tendo em comum a mesma metodologia de análise financeira. É possível observar, por meio da análise dos resultados, os seguintes aspectos:

    • Os custos de implantação dos sistemas de produção di­luem-se nos primeiros 3 a 5 anos, e tendem a estabilizar-se à medida que as relações biofísicas entre os diferentes componentes também se estabilizam.
    • As receitas tendem a superar os custos, gerando fluxo de caixa positivo, nesse mesmo período, entre 3 e 5 anos da implantação.
    • Considerando-se a utilização de espécies que podem de­mandar manejo pontual para a obtenção da produção, como espécies madeireiras, por exemplo, podem ocorrer picos de custos, seguidos igualmente por picos de receitas, mantendo o sistema financeiramente estável.
    • A mão de obra tem se mostrado como um importante componente do custo de produção desses sistemas de produção. Esse aspecto é ainda mais destacado quando se considera a remuneração da mão de obra familiar utilizada nas mesmas condições de remuneração daquela contratada.
    • Sistemas em que há maior emprego de mão de obra familiar, a despeito das mesmas condições de remuneração, mostram-se mais lucrativos.
    • A diversificação da produção promove, de forma geral, estabilização na receita, uma vez que variações negativas nos preços de um produto podem ser compensadas por variações positivas nos preços de outro.
    • Sistemas extremamente diversos (mais de dez espécies) apresentam alto grau de dificuldade para planejamento e con­dução, o que resulta em baixa produtividade e altos custos.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 473

    Ano: 2015

  • Existem muitas definições de Transferência de Tecnologia (TT). Por exemplo, a TT pode ser considerada como um componente do processo de inovação, no qual diferentes estratégias de comunicação e interação são utilizadas por grupos de atores com o objetivo de dinamizar arranjos produtivos, mercadológicos e institucionais, por meio do uso de soluções tecnológicas. De forma simplificada, a TT também pode ser definida como qualquer processo pelo qual o conhecimento básico, a informação e as inovações se movem de um meio acadêmico, de um instituto de pesquisa ou de um laboratório para a aplicação prática por um indivíduo ou por empresas. Portanto, a TT é processo que só se completa com a efetiva utilização de um conhecimento ou uma tecnologia por um usuário.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 476

    Ano: 2015

  • De acordo com a Embrapa, soluções tecnológicas são o con­junto de conhecimentos técnicos testados e validados que assumem o sentido de utilidade para a sociedade. Abrange o conjunto de produtos, processos e serviços da Embrapa em atendimento às demandas produtivas e tecnológicas da população ou do público a que se destinam.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 477

    Ano: 2015

  • É um processo interativo e dialógico que possibilita adaptar soluções tecnológicas já desenvolvidas a contextos específicos, a partir da troca entre saberes tradicionais ou conhecimentos tácitos e conhecimentos científicos. O enfoque interativo permite que tecnologias e conhecimentos já desenvolvidos sejam inter­pretados e adaptados, mediante realidades específicas e valores particulares.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 478

    Ano: 2015

  • Os técnicos multiplicadores são aqueles que foram capa­citados e que permanecem nesse processo continuado em contato permanente com a rede de TT, e sua função principal é assumir o protagonismo regional e local na execução de ações de TT para aumento da adoção de sistemas de integração por parte dos produtores rurais. Também exercem papel fundamental na validação de tecnologias e no feedback para a pesquisa.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 483

    Ano: 2015

  • O sistema de ILPF vem sendo adotado em graus diversos nos biomas brasileiros, em uma área estimada em mais de 2 milhões de hectares. Observações de campo sugerem que a maior parte dessa área seja com o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP). As áreas de culturas agrícolas, pastagens e agropecuária totalizam 224,9 milhões de hectares. Destes, pode-se estimar como áreas aptas para os diversos modelos de integração cerca de 67,8 milhões de hectares, ou seja, a superfície já disponível para ser utilizada, sem a necessidade de incorporação de novas áreas. Considerando que a cana-de-açúcar tem uma previsão de expansão de área, até 2017, de 6,7 milhões de hectares e que plantios florestais, em sua maioria com eucalipto (Eucalyptus spp.), para atender à demanda nesse mesmo período, exigiriam o cultivo de outros 6 milhões de hectares, ainda haveria uma superfície de cerca de 55 milhões de hectares com potencial para ser utilizada com o sistema de ILPF, nas suas diferentes modalidades.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 484

    Ano: 2015

  • A URT de sistemas de integração objetiva reproduzir sistemas de produção diversificados de grãos, fibra, carne, leite, lã, produtos florestais madeireiros e não madeireiros, entre outros, realizados na mesma área, em plantio consorciado, em sucessão ou rotação, porém em escala reduzida. Os sistemas devem ser planejados e implantados de forma a maximizar a utilização dos ciclos biológicos das plantas, dos animais e de seus respectivos resíduos, assim como efeitos residuais de corretivos e nutrientes, minimizar/aperfeiçoar a utilização de agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas, equipamentos e mão de obra. Com esse propósito, a URT serve como cenário que induz ao desenvolvimento de uma estratégia produtiva adaptada às peculiaridades de cada sítio. Em vez de ser o único modelo para a região, é uma referência tecnológica de uso dos recursos da região de forma integrada e sustentável. Ao estabelecer exemplos de funcionamento dos sistemas de produção e das tecnologias mais adequadas às condições locais, favorece a adoção de novas técnicas, atitudes e/ou comportamentos, fato que implica em mudanças na visão dos produtores e técnicos e sua relação com o meio de produção.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 488

    Ano: 2015

  • A metodologia para realizar essa implementação consiste em:

    • Selecionar uma propriedade (pública ou privada), dentro de um polo agroeconômico relevante do Estado, que tenha condições favoráveis a realizações de eventos de Transferência de Tecnologia (TT), cujo proprietário demande URT em sistema de ILPF e seja ávido por tecnologias e tenha boa credibilidade e respeito entre seus pares.
    • Formar um grupo gestor da URT composto pelo proprietário rural, por pesquisadores e analistas da Embrapa que atuarão na URT, técnicos da propriedade selecionada e potenciais parceiros locais, como professores de instituições de ensino superior da região, consultores autônomos e demais técnicos locais.
    • Elaborar, em consonância com o grupo gestor da URT, o projeto da unidade e acompanhar sua implantação que deverá ser realizada pela propriedade selecionada.
    • A partir do 2º ano de implantação, elaborar em consonância com o grupo gestor da URT, no final do ano agrícola an­terior, e gerenciar o plano anual de trabalho (PAT) que deverá ser desenvolvido na URT da fazenda selecionada no ano agrícola subsequente. Nesse PAT, deverão estar contempladas todas as atividades técnicas de preparo de solo, semeadura e/ou plantio, manejo integrado de pragas e doenças (lavoura, forragens e silvicultura), manejo de pastagens e do rebanho bovino (pecuária), manejo do componente florestal, colheita (lavoura e silvicultura) e venda e/ou abate de animais. Ainda deverão estar contempladas todas as atividades de TT planejadas para o ano agrícola.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 489

    Ano: 2015

  • URTs de ILPF no Brasil

    Existem URTs distribuídas por todos os estados do território nacional, compreendendo uma grande rede de Transferência de Tecnologia (TT) com capilaridade suficiente para disseminar os conceitos dos sistemas de integração (ILP, integração pecuária-floresta (IPF), integração lavoura-floresta (ILF) e ILPF), transferir os conhecimentos e as tecnologias necessárias e adequadas a cada ecorregião, promovendo a inovação e a sustentabilidade agropecuária.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 490

    Ano: 2015

  • A rede de fomento à integração lavoura-pecuária-floresta, ou rede de fomento ILPF, é uma parceria público-privada que busca fortalecer e oferecer suporte aos sistemas de integração. O objetivo principal da rede é incentivar o aumento da adoção de sistema de ILPF em diferentes regiões do Brasil. Constituída pela união de esforços da Embrapa e de instituições privadas, ela foi estabelecida mediante a assinatura de um acordo de cooperação geral, datado de 25 de abril de 2012. Atualmente, a rede é composta pela Embrapa e por algumas empresas privadas parceiras. Outras instituições poderão compor a rede e se tornar parceiras dessa política, desde que adiram ao acordo geral de cooperação. Após firmada a parceria, poderão eleger as ações, as atividades e os projetos que desejem patrocinar, desde que se alinhem com a perspectiva conceitual e as orientações estratégicas e prioridades da programação de P&D e Transferência de Tecnologia (TT) da Embrapa.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 493

    Ano: 2015

  • Várias políticas públicas em torno desse tema foram criadas no Brasil, como, por exemplo, o Plano Setorial para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, também denominado Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), o Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), programas governamentais nacionais e estaduais (Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas da Amazônia – Pradam, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – Pisa, Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal – PPCDAm, Plano de Ação para Prevenção e Controle dos Desmatamentos e das Queimadas no Cerrado – PPCerrado, Integra São Paulo, etc.) e a Política Nacional de ILPF.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 494

    Ano: 2015

  • É a Lei Federal no 12.805, sancionada em 29 de abril de 2013, que institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) (BRASIL, 2013). Os objetivos dessa legislação incluem: melhorar de forma sustentável a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das atividades agropecuárias, por meio da aplicação de sistemas integrados de exploração de lavoura, pecuária e floresta em áreas já desmatadas, como alternativa aos monocultivos tradicionais; mitigar o desmatamento e contribuir para a manutenção das áreas de preservação permanente e reserva legal; e fomentar novos modelos de uso da terra, conjugando a sustentabilidade do agronegócio com a preservação ambiental. Além disso, essa lei visa estimular atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, assim como atividades de transferência de tecnologias voltadas para o desenvolvimento de sistemas de produção que integrem, entre si, ecológica e economicamente, a pecuária, a agricultura e a floresta. Outro objetivo da lei é promover a recuperação de áreas de pastagens degradadas, por meio de sistemas produtivos sustentáveis, principalmente por diferentes modalidades de sistema de ILPF e apoiar a adoção de práticas e de sistemas agropecuários conservacionistas que promovam a melhoria e a manutenção dos teores de matéria orgânica no solo e a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) (BRASIL, 2013).

    BRASIL. Lei nº 12.805, de 29 de abril de 2013. Institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e altera a Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 abr. 2013. Seção 1, p. 1.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 495

    Ano: 2015

  • A Política Nacional de ILPF anseia diversificar a renda do produtor rural e fomentar novos modelos de uso da terra, conjugando a sustentabilidade do agronegócio com a preservação ambiental, bem como difundir e estimular práticas alternativas ao uso de quei­madas na agropecuária, com vistas a mitigar seus impactos negativos nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, reduzir seus danos sobre a flora e a fauna e a emissão de GEE.

    Por fim, a lei pretende fomentar a diversificação de sistemas de produção com inserção de recursos florestais, visando à exploração comercial de produtos madeireiros e não madeireiros por meio da atividade florestal, à reconstituição de corredores de vegetação para a fauna e à proteção de matas ciliares e de reservas florestais, ampliando a capacidade de geração de renda do produtor, além de estimular e difundir sistemas agrossilvipastoris aliados às práticas conservacionistas e ao bem-estar animal (BRASIL, 2013).

    BRASIL. Lei nº 12.805, de 29 de abril de 2013. Institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e altera a Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 abr. 2013. Seção 1, p. 1.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 496

    Ano: 2015

  • Sim, a intensificação do uso do solo por meio do sistema de ILPF proporciona resultados produtivos e econômicos expressivos em qualquer tipo de propriedade rural e por qualquer tipo de produtor rural, desde que seja adotado adequadamente. No caso específico da pequena propriedade rural, um exemplo importante de sistema de integração são os sistemas silvipastoris, ou IPF, utilizados na pecuária de leite. Nesses sistemas, o conforto térmico proporcionado pela presença do componente florestal pode promover ganhos e melhoria na produção de leite. Outra alternativa são os arranjos de sistemas agroflorestais (SAFs) com configurações envolvendo espécies fruteiras, espécies florestais madeireiras e não madeireiras, cultivos agrícolas e/ou criações de animais. Para condições de pequena propriedade rural, existem outras modalidades de sistema de ILPF, como a adoção do sistema Santa Fé de ILP com consórcio de milho (Zea mays) com braquiárias nas áreas de produção de silagem, produção de ovinos em sistemas silvipastoris com diferentes espécies florestais madeireiras e não madeireiras, reforma de pastagens degradadas com lavouras em parceria com agricultores, etc.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 499

    Ano: 2015