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O impacto do pisoteio por novilhos em pastagens bem manejadas, conforme indicação ocorre na camada superficial do solo, de 0 a 5 cm, com aumento de densidade e diminuição da porosidade. Entretanto, os supostos efeitos negativos desaparecem durante o ciclo da soja, sendo que valores de macroporosidade e densidade de solo na camada superficial retornam à condição inicial. É importante destacar que a produtividade da soja é afetada, minimamente, com a vantagem de aumentar a rentabilidade em razão da receita propiciada pelos bovinos.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 258
Ano: 2015
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O estabelecimento da pastagem deve ser priorizado no primeiro e segundo anos em um sistema de IPF, quando há pouco sombreamento entre as linhas de árvores, pois a germinação e emergência de sementes e o pegamento de mudas forrageiras são normalmente afetados pelo sombreamento. Os principais problemas de produção e persistência da pastagem observados em sistema de IPF em condições de propriedade rural ocorrem por má formação durante essa fase, principalmente por causa da baixa densidade de plantas forrageiras. Uma alternativa também é estabelecer a pastagem no ano anterior ao plantio das árvores. Nesse caso, depois de garantida a boa formação da pastagem, basta realizar o cultivo mínimo (preparo apenas da linha de plantio) para o estabelecimento das mudas de árvores. Deve-se sempre seguir as recomendações de calagem e adubação de um engenheiro-agrônomo para o estabelecimento da pastagem e das árvores. Ambos precisam ser fertilizados anualmente. Sempre que possível, o preparo convencional do solo (uso de arado e grade sucessivamente) deve ser evitado para que não ocorra a degradação do solo e que se estimule a emergência de plantas invasoras na pastagem e nas linhas das árvores.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 264
Ano: 2015
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No primeiro inverno, após a implantação das pastagens na sucessão da cultura do arroz, o início do pastejo poderá ocorrer entre 40 e 60 dias após a semeadura das forrageiras (maio-junho), desde que sejam observadas as recomendações técnicas de incorporação da palhada do arroz, drenagem do terreno e recuperação da fertilidade do solo. Quando não são observadas essas recomendações, o início do pastejo vai ocorrer entre 120 e 150 dias após a semeadura, o que se dará entre agosto e setembro. Nesse primeiro ano, o tempo de pastejo poderá ser de 60 ou de 120 dias ou mais, em razão do manejo empregado pelos produtores. A partir do segundo ano, com a ressemeadura natural das forrageiras de inverno e o retorno de espécies nativas de verão, o período de pastejo ao longo do ano poderá chegar entre 280 e 300 dias. Durante a fase das pastagens de inverno, o pastejo ficará entre 120 e 140 dias.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 274
Ano: 2015
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Sabe-se que as adubações devem ser realizadas nas culturas, e que as forrageiras vão utilizar os resíduos delas quando as culturas forem colhidas. O primeiro aspecto que deverá ser mencionado é que a retirada de nutrientes das culturas é muito maior do que a retirada pelas forrageiras, pelo produto animal. Por outro lado, os animais são catalizadores na ciclagem de nutrientes, via fezes e urina, e melhoram a estruturação do solo por meio da matéria orgânica. Deve ser destacada também a grande incorporação de matéria orgânica ao solo via sistema radicular das forrageiras, principalmente as de inverno. Então, durante a fase pastagem, haverá maior ciclagem de nutrientes e menor retirada, o que tem levado a pesquisa a resultados bastante satisfatórios de adubações nessa fase e redução de adubos colocados no momento da semeadura das culturas em sucessão. Além de reduções de custos das lavouras, o tempo gasto na semeadura é menor, pois as máquinas poderão ter mais autonomia, considerando diminuições de paradas para abastecimento de adubos. Entretanto, é importante mencionar que essas tecnologias deverão ser implantadas de forma escalonada e contínua. Não é possível, num solo pobre, serem esperados efeitos positivos nos primeiros anos do sistema de ILP; é necessário que as práticas ou os processos sejam gradativamente utilizados. Chegará o momento, quando a qualidade do solo melhorar, em que as fertilizações passam ser de sistemas e não de atividades isoladas, ou seja, não por culturas.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 277
Ano: 2015
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Um sistema de integração de produção de leite reúne, em uma mesma área, a produção de leite, animais, madeira e/ou frutos e lavouras. A questão da produtividade pode ser analisada de duas maneiras. A primeira delas é sob a ótica de que a conversão de um sistema tradicional de produção de leite para um sistema integrado pode, teoricamente, reduzir a produção de leite, já que a área destinada à criação dos animais passa a ser restrita em razão da disponibilização de área para as outras atividades. Isso é verdade quando a fazenda a ser convertida está no máximo do seu potencial produtivo. Dessa forma, a renda não é apenas oriunda da venda do leite e de animais, mas da soma desta com a venda da madeira ou de frutos produzidos pelas árvores e dos grãos produzidos na lavoura. Entretanto, as fazendas com sistemas tradicionais de produção de leite não estão, comumente, no seu ponto máximo de produtividade. Quando elas passam a funcionar em sistemas de integração, otimizam a produção de forragem para o ano todo, oferecem melhor ambiente aos animais, reduzindo perdas produtivas por estresse pelo calor, entre outras vantagens, como aumento de tempo de pastejo e consumo, por exemplo. Esses ganhos produtivos, muitas vezes, suprem a ineficiência do sistema anterior, e a queda de produtividade não é detectada na prática. O sistema torna-se mais eficiente e eleva a produtividade.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 281
Ano: 2015
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Raças especializadas em leite são as mais adequadas para esses sistemas, como, por exemplo, Holandesa, Jersey, Girolando, etc. A utilização de gado de baixo potencial produtivo, mestiços com raças de corte ou animais com eficiência produtiva e reprodutiva comprometida, traze um baixo aproveitamento do sistema e, com isso, ineficiência econômica. O sistema de ILPF é misto e complexo e exige conhecimento técnico para sua plena execução. Por outro lado, é um sistema completo que proporciona aos animais uma pastagem produtiva com sombreamento, amenizando o estresse pelo calor. Nesse sistema, é produzida a lavoura, normalmente, milho ou sorgo para silagem. Essa silagem é fornecida aos animais no período de seca, quando a pastagem está com quantidade e/ou qualidade já prejudicadas pela falta de água. Sendo assim, um sistema de ILPF leite, bem conduzido, oferece forragem de qualidade o ano todo em ambiente otimizado. Dessa forma, os animais de raças leiteiras a serem utilizados no sistema precisam responder a esse potencial produtivo da propriedadspane rural.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 282
Ano: 2015
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Sim. Trabalhos desenvolvidos pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e os proprietários do sítio Valão, em Mar de Espanha, MG, em área de sistema de ILPF, apresentaram produtividade acima de 50 t/ha de milho ensilado no primeiro ano e ao redor de 35 t/ha no quarto ano de cultivo. Essa redução na produtividade de milho é explicada pelo sombreamento provocado pelo crescimento do componente florestal, neste caso o eucalipto. A desrama de galhos e o desbaste periódico de árvores podem diminuir esse efeito negativo da presença das árvores no sistema. A periodicidade e intensidade de desrama e de desbaste ainda merecem pesquisas para ajustamento de manejos dos diferentes componentes do sistema. A experiência, até o momento, indica que entre 4 e 5 anos deve-se realizar o primeiro desbaste em áreas com até 400 árvores por hectare. Em áreas com densidades menores (250 plantas por hectare), o desbaste pode ser realizado em idades mais avançadas (7 a 8 anos).
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 286
Ano: 2015
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De fato, com o tempo, o sombreamento aumenta, e os benefícios à pastagem diminuem, e pode até haver diminuição da produção de pastagem. Para resolver esse problema, devem ser realizados desbastes das árvores para aumentar a incidência de luz para o pasto. A experiência até o momento indica que a cada 4 ou 5 anos deve ser realizado um desbaste de 50% das árvores (em áreas com densidades em torno de 400 árvores/ha). Em áreas com densidades menores (250 árvores/ha), os desbastes podem ser realizados entre 7 e 8 anos na mesma proporção.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 288
Ano: 2015
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Não necessariamente. É possível obter silagem de boa qualidade, desde que tenha atenção com o teor de matéria seca (MS) do material a ser ensilado (igual ou superior a 25%) e que seja feita uma compactação adequada. Em alguns casos, o uso de aditivos como o fubá de milho e a polpa cítrica peletizada pode ser realizado, com o objetivo de elevar os teores de MS e de carboidratos solúveis, melhorando o perfil de fermentação e, consequentemente, a qualidade da silagem. O uso de inoculantes bacterianos, embora de fácil aplicação, tem apresentado resultados inconsistentes na melhoria da qualidade da silagem, e seu uso promove aumento significativo no custo da silagem.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 289
Ano: 2015
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Sim, é possível. Recomenda-se a colheita tardia, com o objetivo de aumentar os teores de matéria seca (MS), os quais devem ser superiores a 25%. A colheita deve ser realizada antes da floração (70 a 90 dias de rebrota), permitindo a obtenção de um material com boa proporção de folhas verdes.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 290
Ano: 2015
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Como o plantio da forrageira é realizado junto com a semeadura do milho, não há necessidade de considerar o manejo de estabelecimento da pastagem de forma tradicional. Na implantação do sistema de ILPF, a lavoura, no caso o milho, é o foco da produção devido ao ciclo curto; portanto, é necessário garantir a produtividade do milho para a ensilagem, ou mesmo para grãos a serem vendidos ou mesmo para uso na mistura da ração na própria fazenda. É importante salientar que o correto manejo da calagem e da adubação para a cultura do milho já garantirá os nutrientes necessários para o desenvolvimento da forrageira a ser utilizada para o pastejo.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 292
Ano: 2015
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Em relação à correção da acidez do solo, a calagem de uma área a ser utilizada com o sistema de ILPF é feita com base na recomendação para a cultura (utilizada para a produção de grãos ou de silagem) a ser implantada. No caso de sistema cujo objeto principal será a exploração de leite, o milho ou o sorgo para a silagem são as culturas mais indicadas como recurso forrageiro a ser ensilado e utilizado como volumoso e devem ser fornecidos no cocho aos animais na época da seca, quando a escassez de alimentos volumosos se agrava. Dessa forma, a recomendação de calagem para essas culturas atende perfeitamente tanto à pastagem quanto à espécie arbórea.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 293
Ano: 2015
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O processo de degradação é natural e acontece em qualquer tipo/classe de solo e em qualquer cultura. Porém, ele pode ser de menor intensidade se controlado para não reduzir a disponibilidade de alimento para os animais, tanto em pastejo, quanto na produção de silagem. Nesse caso, a adubação é um dos fatores que podem ajudar na recuperação de uma área em processo de degradação, ou na manutenção da produção de uma área para que ela não entre em processo de degradação. Porém, além da adubação, outros fatores são fundamentais. Talvez o que mais tenha efeito negativo é a taxa de lotação acima da capacidade de suporte da pastagem. Mesmo adubando, há um limite que a cultura utilizada para pastejo consegue suportar, ou seja, não adianta colocar mais adubo do que o recomendado, pois há um limite fisiológico de cada cultura em relação à sua capacidade de suporte. Além da cultura, a classe do solo, o relevo e o clima interferem na resposta que se pode esperar de uma forrageira no fornecimento de alimento para animais em pastejo.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 295
Ano: 2015
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Para garantir bons resultados com o controle químico, é de suma importância a realização do levantamento das espécies daninhas presentes nas áreas de pastagens. Essa informação auxilia na escolha do método mais adequado na tomada de decisão. Auxilia na opção do herbicida mais indicado, possibilitando o controle de maior número possível de espécies infestantes. A rotação de herbicidas e formulações com mecanismos de ação diferentes também é recomendada, pois evita a seleção de plantas daninhas resistentes e/ou tolerantes a determinados produtos.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 299
Ano: 2015
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No caso de arbustos de grande porte e resistentes às aplicações foliares, existem dois métodos para aplicar o herbicida. O primeiro é fazer aplicação no toco. Corta-se o caule das plantas daninhas e aplica-se o produto no local. A operação de corte é feita com enxadão ou foice, e, na aplicação, utiliza-se pulverizador costal manual. Outra forma é cortar o tronco entre 30 cm e 40 cm acima do solo e aplicar o herbicida com pulverizador manual ou pincelando a solução. Há ainda a possibilidade de aplicar herbicidas granulados no solo, ao redor do caule das plantas daninhas. A chuva dissolve o produto, que é absorvido pelo sistema radicular da espécie daninha.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 301
Ano: 2015
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As principais condições a serem consideradas são:
- Clima, solo e topografia favoráveis para a produção grãos, fibra, energia, madeira, entre outros.
- Infraestrutura de máquinas, equipamentos, energia e armazenamento.
- Acesso de insumos e escoamento da produção sem restrição.
- Mercado para compra de insumos e comercialização da produção.
- Recursos financeiros próprios ou acesso ao crédito.
- Domínio da tecnologia de produção em sistema de integração.
- Assistência técnica disponível na região.
- Disponibilidade ou treinamento de mão de obra.
- Possibilidade de fazer arrendamento ou parceria com outros produtores.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 306
Ano: 2015
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Os herbicidas mais comumente utilizados em áreas de pastagens brasileiras são: 2,4-D; 2,4-D + picloram, 2,4-D + aminopiralide; picloram; fluroxipir + picloram; glifosato, triclopir, triclopir + picloram; fluroxipir + triclopir e fluroxipir + aminopiralide. Os herbicidas utilizados em qualquer cultivo devem estar registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O manuseio e a aplicação de herbicidas devem ter sempre o acompanhamento de um engenheiro-agrônomo. Além disso, devem ser seguidas as recomendações de uso correto de cada produto contidas na bula. Na aplicação de herbicidas ou qualquer outro defensivo, é obrigatório o uso de equipamento de proteção individual (EPI).
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 302
Ano: 2015
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O plantio das espécies utilizadas em sistema de ILPF, por exemplo, milho (para produção de silagem ou grãos), Urochloa brizantha cv. Marandú e o componente florestal, via de regra o eucalipto, ocorre no mesmo dia. Após a colheita do milho, e passados 30 a 60 dias, a pastagem está em condições de uso pelo animal. Esse uso poderá ser sob condições de pastejo ou ensilado, para uso na época seca do ano, como alternativa volumosa. Se a opção for para o uso sob a forma de silagem, após o corte, e passados outros 30 a 60 dias, a gramínea poderá ser pastejada. O pastejo, no primeiro ano de implantação do sistema, só poderá ser realizado mediante a proteção das linhas de plantio do eucalipto.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 304
Ano: 2015
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O mais indicado e rentável é utilizar a melhor genética disponível no mercado, quer raças zebuínas ou taurinas. Também poderão ser utilizados animais provenientes do cruzamento industrial (Bos taurus com Bos indicus = F1 ou tri-cross) que apresentam produtividade superior às raças puras, e estes em sistema de ILPF serão beneficiados pelo conforto ambiental e bem-estar proporcionados pela presença do componente florestal.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 311
Ano: 2015
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Em sistema de ILP e ILPF, que produzem forragem de melhor qualidade e quantidade, é mais rentável utilizar animais com melhor desempenho produtivo e boa genética e pode ser em ciclo completo, ou animais comerciais de recria-engorda com terminação em semiconfinamento ou confinamento, em um ciclo mais rápido de produção.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 312
Ano: 2015
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O manejo da pastagem em sistema de ILP ou ILPF necessita de uma atenção especial, em razão do rápido crescimento da pastagem e do alto acúmulo de forragem, o que implica em dificuldades para realizar o controle do pastejo. Nessas condições, o mais recomendado é o pastejo rotacionado, pelo menos com algumas divisões de modo a facilitar o controle do pastoreio, pois o pastejo contínuo resulta em pastejo desuniforme. Para que se tenha um controle do pastejo em sistema de ILP ou ILPF, as áreas principais podem ser cercadas com cercas fixas, e as subdivisões serem feitas com cercas eletrificadas. Como ocorre alternância de pastagens e cultivos com operações de máquinas agrícolas, essas divisões devem ser estabelecidas levando-se em consideração o tamanho dos implementos e maquinários agrícolas. Para cercas eletrificadas, devem-se instalar sistemas de fácil remoção e/ou deslocamento.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 325
Ano: 2015
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O bem-estar animal pode variar entre muito ruim e muito bom. O estresse fisiológico é um dos principais indicadores usados na avaliação do bem-estar animal, pois à medida que o estresse aumenta, o bem-estar diminui. Uma das formas atualmente mais utilizadas para se estabelecer o grau de bem-estar animal de um sistema produtivo baseia-se no conceito das "cinco liberdades", que definem as condições necessárias para se promover esse estado. São elas:
1. Liberdade fisiológica (ausência de fome, sede e desnutrição) – dada pela oferta de alimentos e água em quantidade e qualidade adequadas às condições fisiológicas dos animais.
2. Liberdade ambiental (ausência de desconforto) – quando o ambiente de criação é corretamente planejado e oferece conforto térmico e físico.
3. Liberdade sanitária (ausência de dor, lesões e doenças) – atendida pelo correto manejo sanitário dos animais.
4. Liberdade comportamental (possibilidade de expressar os comportamentos característicos da espécie) – possível em ambientes com espaços e instalações adequados, e também relacionada ao correto manejo do rebanho e formação dos lotes, entre outros.
5. Liberdade psicológica (ausência de medo e estresse) – facilitada por condições do ambiente e pelo manejo correto, que evitem sofrimentos.
Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 328
Ano: 2015
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Desde a década de 1970, os cientistas tentam definir ou conceituar o bem-estar animal. Sumariamente, bem-estar animal (BEA) pode ser considerado o estado de harmonia entre o animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta qualidade de vida do animal. Também se refere à capacidade de o animal conseguir adaptar-se ao ambiente e ao grau de sucesso com que isso acontece. Os principais motivos que levam as pessoas a se preocuparem com o bem-estar de animais de fazenda são: primeiro, inquietações de origem ética; depois, saber qual efeito potencial que o bem-estar acarreta na produtividade e na qualidade dos alimentos; e, por último, as conexões entre bem-estar e barreiras comerciais não tarifárias aos produtos de origem animal.
Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 327
Ano: 2015
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É importante utilizar o semiconfinamento ou confinamento, pois animais jovens apresentam maior dificuldade para o bom acabamento de carcaça quando somente em pastagem, principalmente se tratando de forrageiras tropicais. Em sistema de integração (ILP, integração pecuária-floresta (IPF), integração lavoura-floresta (ILF) ou ILPF), a propriedade tem mais facilidade de produção de silagem e feno, como também de produção de grãos ou subprodutos da agropecuária para utilizar na terminação dos animais. A partir do mês de setembro, há a necessidade de redução da carga animal para iniciar o plantio das lavouras; nesse caso, o semiconfinamento antecipa o abate, e o confinamento retira os animais das pastagens, possibilitando realizar o plantio das lavouras.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 314
Ano: 2015
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Praticamente em todas as regiões do Brasil. Destacam-se propriedades rurais nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão, Bahia e Pará.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 315
Ano: 2015
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De modo geral, os índices de produtividade são semelhantes ou até superiores aos sistemas convencionais. A produção de grãos de soja e milho, por exemplo, em muitos casos são maiores em sistema de ILP, pois o seu cultivo sobre forrageiras proporcionam melhores condições para o sistema de plantio direto (SPD) e, portanto, tem melhor estabilidade produtiva. Por exemplo, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, as produtividades de soja têm sido de 45 sacas/ha a 65 sacas/ha em condições razoáveis a boas. O milho safra tem resultado em produtividades de 90 sacas/ha a 130 sacas/ha em boas condições. Para muitas regiões favoráveis ao milho safrinha, as produtividades têm variado de 60 sacas/ha para condições medianas e 120 sacas/ha para condições mais favoráveis.
A produção animal em bovinos de corte tem sido da ordem de 25 arrobas/ha/ano a 30 arrobas/ha/ano de equivalente carcaça/ha/ano em pastagens, no primeiro ano, após as culturas. Já, em pastagens de segundo e terceiro anos, ocorre uma queda de produção para 15 arrobas/ha/ano a 20 arrobas/ha/ano. Se for realizada a adubação de manutenção, esse decréscimo de produtividade é reduzido. É importante ressaltar que a adubação de manutenção da pastagem tem proporcionado benefícios marcantes à produtividade dos cultivos subsequentes. As pastagens de safrinha permitem de 5 arrobas/ha/ano a 8 arrobas/ha/ano, com variações influenciadas pelas condições climáticas, como chuva ou frio.
Os índices de produtividade florestal são fortemente relacionados ao arranjo espacial utilizado para o componente arbóreo e ao manejo silvicultural empregado. Em povoamentos florestais de eucalipto, com aproximadamente 1.600 árvores/ha, obtêm-se produtividade de madeira próxima a 40 m3 por ano; porém, quando se utiliza o eucalipto em sistemas integrados de produção, o número de árvores por hectare será consideravelmente menor, reduzindo, portanto, a produtividade de madeira por hectare, mesmo que a produtividade por árvore seja maior. Em ensaios experimentais com sistema de ILPF conduzido na Embrapa Gado de Corte, utilizando-se o clone H13 (híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis), detectou-se produtividade, média de 6 anos, de 29,5 m3/ha e 18,3 m3/ha para população de 357 árvores/ha e 227 árvores/ha, respectivamente.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 316
Ano: 2015
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O grande gargalo da implantação de sistema de ILPF em propriedades pecuárias é o tempo necessário para o componente arbóreo atingir o tamanho mínimo para suportar a presença do bovino na área. No intuito de contornar esse problema, opta-se por espécies arbóreas que apresentam rápido crescimento inicial, possibilitando o pastejo o quanto antes. Levando-se em consideração esse aspecto, tem-se dado ênfase ao uso de materiais genéticos de eucalipto. As espécies nativas também podem ser utilizadas no sistema, o grande impasse é o tempo necessário para atingirem o tamanho mínimo para suportar os bovinos. Para a escolha da espécie mais indicada para a propriedade, o agricultor/pecuarista deve procurar auxílio de um técnico com conhecimento do sistema.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 319
Ano: 2015
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O efeito das árvores sobre os demais componentes do sistema apresenta grande influência do arranjo espacial adotado. As árvores, por apresentarem sistema radicular mais profundo, conseguem absorver os nutrientes nas camadas mais profundas do solo. Esses nutrientes vão retornar para as camadas mais superficiais por meio da matéria orgânica proveniente das árvores, ficando então disponíveis para as plantas com sistema radicular mais superficial. Em relação à compactação do solo, observa-se maior compactação nas faixas de solo mais próximas às árvores, provavelmente em função do maior pisoteio pelos animais, visto que eles preferem caminhar próximos às linhas de árvores, onde há maior sombreamento. Por apresentar sistema radicular maior e já estabelecido, as árvores apresentam vantagens na absorção de água e nutrientes quando comparadas às culturas agrícolas e forrageiras. Dessa forma, a produtividade de grãos e de forrageira tende a ser menor nas faixas de solo mais próximas às linhas de árvores. Além da competição por água e nutrientes, deve-se levar em consideração a competição por luminosidade; para tanto, as plantas do sub-bosque devem apresentar maior tolerância à redução de luz. Apesar da perda em quantidade, as forrageiras geralmente apresentam maior qualidade nutricional quando sombreadas, compensando em parte a perda de produtividade. Para minimizar os problemas com competição por água, luz e nutrientes, devem-se adotar arranjos espaciais que favoreçam os cultivos do sub-bosque, ou seja, adotar maiores espaçamentos entre renques de árvores. Como mencionado anteriormente, existe redução na produtividade da forrageira, podendo então comprometer o ganho animal. Entretanto, o conforto térmico gerado pela sombra das árvores e o ganho em qualidade da forrageira tende a compensar a redução na disponibilidade de forrageira, o que pode resultar em manutenção ou até aumentar o ganho animal, desde que a lotação seja adequada.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 320
Ano: 2015
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A utilização da pastagem de boa qualidade por 6 a 9 meses antes do plantio das lavouras de grãos poderá produzir 8 arrobas/ha a 12 arrobas/ha de equivalente carcaça de carne, aumentando a rentabilidade da pecuária, como também proporcionar a adequação química e física do solo. A produção de palhada para o plantio direto reduz os riscos climáticos, aumentando a produtividade da soja em 3 sacas/ha a 12 sacas/ha em relação ao sistema tradicional, podendo obter lucro já no primeiro ano de cultivo.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 321
Ano: 2015
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Essas atividades são perfeitamente compatíveis e complementares, pois para condução correta de sistema de ILPF são necessárias práticas corretas para o manejo do solo e das culturas. Nesses sistemas, é possível proporcionar boa alimentação aos animais bem como boas condições de saúde e bem-estar animal, com benefícios para a pecuária de corte. Isso resulta em bons índices de produtividade dos componentes, e essas técnicas estão alinhadas às exigências do programa de boas práticas agropecuárias (BPA), que possui como objetivo produzir alimentos de qualidade e de forma segura para todos os participantes da cadeia produtiva e para o consumidor final, com a obtenção de produtos de melhor qualidade e com benefícios ambientais.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 323
Ano: 2015
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De modo geral, há redução na ocorrência de ecto e endoparasitas, pois, com cultivos e reestabelecimento da pastagem, o ciclo de vida dos parasitas é quebrado. Entretanto, são necessários estudos complementares para uma avaliação do real efeito desses sistemas sobre os ecto e endoparasitas.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 324
Ano: 2015
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Sim, a utilização de cultivos anuais na recuperação de pastagens degradadas facilita a substituição de cultivares forrageiras pelo uso de herbicidas e diminuição do estoque de sementes da mesma no solo.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas
Número da Pergunta: 400
Ano: 2015
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São solos de textura leve, ou seja, com composição granulométrica, nas seguintes classes texturais: areia, areia franca ou francoarenosa. Isso significa que são solos que possuem aproximadamente entre 50% e 100% de areia, 0 e 20% de argila e 0 e 40% de silte.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 402
Ano: 2015
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Não. Os solos arenosos podem ser de diferentes classes, podem estar localizados em diferentes biomas, em diferentes relevos e podem ser oriundos de diferentes materiais de origem. Portanto são solos com uma ampla variação de características.
Entretanto, pelo fato de serem identificados pelas classes texturais com predominância de areia, ou seja, de partículas grosseiras com diâmetro entre 0,02 mm a 2,0 mm, necessitam maiores cuidados para seu adequado manejo e uso sustentável. A ocupação desses solos tem sido, em muitos casos, realizada por meio de sistemas de manejo preconizados para solos de textura média a muito argilosa de outras regiões do País, com sistemas de cultivo agrícola já estabelecidos.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 404
Ano: 2015
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Os solos arenosos são caracterizados fisicamente por terem baixa capacidade de retenção de água e originalmente altas taxas de percolação e de infiltração de água. São solos com maior facilidade de preparo mecânico, porém muito sensíveis ao manejo intensivo por causa da sua estrutura simples ou fraca e pouca consistência. Normalmente são solos com baixa capacidade de troca catiônica (CTC) e baixa fertilidade natural.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 405
Ano: 2015
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Em geral, os solos de textura leve ou superficialmente arenosos apresentam limitações como:
- Baixa fertilidade natural, representados por baixos teores de macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio).
- Baixo pH.
- Baixa capacidade de troca catiônica (CTC).
- Baixa toxidez de alumínio no subsolo.
- Baixos teores de matéria orgânica do solo (MOS).
- Baixa capacidade de retenção de água.
- Alta susceptibilidade à erosão hídrica e eólica.
Dessa forma, são solos com baixa capacidade de uso ou com restrições em sua aptidão.
As principais causas de degradação dos solos arenosos referem-se ao manejo ou ao preparo mecânico intensivo, eventualmente associados às queimadas, que originam pulverização das camadas superficiais e, em alguns casos, compactação subsuperficial. Apresentam, naturalmente, severas limitações físicas, químicas e hídricas para as plantas cultivadas. Entretanto, quando bem manejados, com práticas conservacionistas adequadas e sustentáveis, podem se tornar produtivos e economicamente viáveis.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 406
Ano: 2015
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Sim, existem riscos de degradação extrema. É possível até mesmo que seja desencadeado um processo de desertificação ou arenização pelo uso inadequado, que tem início com a perda da matéria orgânica do solo (MOS). Isso ocorre pela sua fragilidade, por serem solos em que a erosão é mais intensa, com perdas de solo significativas logo nos primeiros anos de uso sob sistemas de preparo intensivo e monocultivo e, eventualmente, queimadas. Tais problemas podem se tornar mais graves em regiões com alterações nos padrões de clima, podendo culminar num processo de desertificação.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 409
Ano: 2015
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Porque os solos arenosos são, historicamente, considerados solos marginais e de baixa aptidão agrícola. Com a possibilidade da adoção de novas tecnologias de manejo preconizadas por sistemas de produção sustentáveis, os solos arenosos passaram a despertar maior interesse econômico por parte dos produtores rurais e pesquisadores, que hoje buscam mais informações tecnológicas para aproveitar o potencial produtivo dessas áreas.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 412
Ano: 2015
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Não é mais difícil, porém o manejo da fertilidade não deve seguir as mesmas recomendações indicadas para solos argilosos. Além disso, o conhecimento da composição granulométrica, incluindo o fracionamento da areia, é fundamental, pois há grande variação com predominância de areia fina em algumas regiões. A aplicação de calcário em solos arenosos, tanto para correção de acidez quanto para reposição de cálcio e magnésio, deve ser feita a lanço, em área total, seguindo as recomendações de calagem vigentes. Porém, a diferença é que essa operação deve ser mais frequente e com doses menores. Para se construir fertilidade de solos anerosos, deve-se ter em mente que são solos com maiores possibilidades de perdas por lixiviação de alguns nutrientes, baixa capacidade de retenção de elementos e restrição hídrica mais frequente. Por sua vez, o manejo do fósforo em solos arenosos é menos crítico, pois a fixação é menor em comparação a solos argilosos.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 413
Ano: 2015
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A generalização das recomendações que consideram os solos de textura leve como similares aos demais tipos de solos, com a adoção parcial dos princípios dos sistemas conservacionistas, como o SPD, e com o uso de algumas práticas consagradas, como a correção com a utilização de calcário dolomítico ou calcítico em excesso e de formulações de fertilizantes não indicadas, tem como consequência a rápida degradação físico-química desses solos. Ressalta-se ainda que, do ponto de vista ambiental, muitas dessas áreas onde predominam solos arenosos com grande potencial para serviços ambientais normalmente correspondem às áreas de recarga de aquíferos e de afloramento de aquíferos superficiais. Portanto, caso não se observem precauções no manejo desses solos, pode ocorrer a contaminação de reservatórios subterrâneos de água.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 419
Ano: 2015
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Sim. E melhora muito, quando comparado a solo submetido a cultivos sequenciais de uma só cultura, por exemplo, no verão somente soja, ou durante o ano todo só feijão, e quando comparado a rotações de culturas graníferas, a chamada rotação grão-grão. A rotação grão-grão não altera nem diminui a matéria orgânica do solo. Na prática, uma das melhores opções para se elevar esse atributo no solo é o estabelecimento sistemático da rotação lavoura-pastagem. No sistema ILP, as braquiárias melhoram a biologia do solo principalmente em razão do expressivo aumento do teor de matéria orgânica do solo, como pouquíssimas espécies fazem. A abundância e agressividade das raízes das forrageiras tropicais e a constante emissão de novas raízes promovem a deposição de altas quantidades de matéria orgânica na superfície e no perfil do solo e a sua consequente "aração biológica", numa profundidade que dificilmente seria alcançada por equipamentos convencionais. Além disso, as braquiárias promovem ambiente propício para as micorrizas, ou dos fungos micorrízicos arbusculares, que, associados às raízes das plantas, atuam como "um sistema radicular adicional", absorvendo nutrientes de um volume maior de solo. Essa capacidade é muito importante no caso do nutriente fósforo, que tem baixa mobilidade no solo. Estudos realizados na Embrapa Cerrados demonstram que os sistemas de ILP são benéficos para a comunidade micorrízica, tanto no aspecto quantitativo (pelo aumento de esporos por grama de solo no período em que há pastagem pura ou consorciada no campo) quanto no aspecto qualitativo, ou seja, no aumento do número de espécies de fungos micorrízicos arbusculares quando o solo é cultivado por culturas graníferas. Outras melhorias na biologia do solo são decorrentes do aumento da matéria orgânica, as quais se citam:
- Maior competitividade entre os microrganismos do solo, ou seja, o solo torna-se mais supressivo ou saudável. Isso significa que os fitopatógenos que habitam o solo sofrem competição pelos microrganismos benéficos, que, por sua vez, têm suas populações restabelecidas ou aumentadas, como, por exemplo, espécies de Trichoderma.
- Maior atividade biológica do solo e melhor quociente metabólico do solo.
- Maior quantidade de insetos e invertebrados benéficos e melhor distribuição da fauna no solo.
- Redução de inóculos de pragas e doenças, inclusive com quebra de seus ciclos; entre outros.
Ressalta-se que o aumento de matéria orgânica do solo é importante em qualquer solo tropical, mas é ainda mais importante e necessário em áreas de produção de silagem, pois, nesses locais, a retirada de material do campo, por meio da colheita, é muito maior, e o retorno de matéria orgânica ao solo, por meio da parte aérea das plantas colhidas para silagem, ou seja, da "palhada", é mínimo. Além disso, o trânsito de máquinas com maior carga nas áreas de silagem pode ocasionar adensamento do solo mais severo que em áreas em que se colhem grãos. Esses problemas de exaustão do solo sob cultivos para silagem podem ser corrigidos com a inserção da braquiária em consórcio com o milho ou o sorgo, em uma modalidade de ILP, como o Sistema Santa Fé, por exemplo.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 435
Ano: 2015
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A braquiária semeada no início de março e pastejada de abril a outubro proporciona as melhores condições para alimentação do gado na entressafra e semeadura da soja em sucessão, com período de 8 meses. No entanto, um período em torno de 20 meses proporciona melhores condições à propriedade física do solo e ainda, nesse período maior, é possível ter a rotação de culturas, com soja e milho safrinha.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 437
Ano: 2015
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Já existem evidências científicas comprovando que o pastejo animal compacta o solo entre 5 cm e 10 cm de profundidade. Essa compactação causada pelo pisoteio pode se agravar em algumas situações, como excesso de lotação animal na área, por exemplo. Porém, a simples presença do animal e a compactação provocada pelo pastejo não são indicativos de que seja necessário revolvimento profundo do solo com arações, gradagens e subsolagens. Em áreas pastejadas por animais e onde será semeada uma cultura produtora de grãos na sequência, ou seja, em sistemas de ILP e ILPF, a simples utilização de hastes sulcadoras na semeadora para deposição do fertilizante já garante que essa camada compactada possa ser eliminada com eficiência. Essa haste, quando bem regulada, realiza a descompactação e ainda posiciona o fertilizante abaixo e ao lado das sementes, realizando, assim, duas operações essenciais numa única operação mecânica. Muitos produtores rurais questionam que o uso da haste aumenta o embuchamento causando problemas no plantio. Porém, quando for utilizar a haste na semeadora, recomenda-se dessecar a braquiária com no mínimo 30 dias antes do plantio, e que essa haste seja regulada de acordo com a profundidade desejada. Seguindo essas recomendações, a chance de uma operação de sucesso aumenta consideravelmente.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 447
Ano: 2015
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A braquiária pode ser cultivada na maioria dos solos do Brasil, mas existe uma combinação entre a espécie de braquiária e a fertilidade do solo. De maneira geral, a espécie Urochloa decumbens (syn. Brachiaria decumbens) se desenvolve em solos de baixa a média fertilidade, enquanto a U. ruziziensis (syn. B. ruziziensis) e a U. brizantha (syn. B. brizantha) se desenvolvem em solos de média a alta fertilidade. A espécie U. humidicola (syn. B. humidicola), por sua vez, se adapta a condições de solos alagados, fato que não ocorre com as braquiárias anteriormente citadas. Por serem espécies de clima tropical, têm crescimento reduzido com a diminuição da temperatura e não toleram geadas. Nos sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), várias espécies são utilizadas com sucesso.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 429
Ano: 2015
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Os atributos são as características inerentes do solo, identificadas no campo ou analisadas em laboratório. Os atributos estão relacionados a características que melhor expressam a formação (gênese) do solo. Eles fornecem informações essenciais para o manejo e uso agrícola dos solos e podem ser classificados em três grandes grupos:
- Químicos: compreendem elementos químicos que podem ou não ser nocivos aos vegetais, incluindo os nutrientes essenciais para as plantas, como cálcio, magnésio, enxofre, nitrogênio, fósforo, potássio, boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, entre outros.
- Físicos: compreendem porosidade, agregação, densidade do solo, entre outras características, como a textura do solo (fator esse que não pode ser alterado por condicionador de solo algum).
- Biológicos: compreendem a matéria orgânica do solo, os microrganismos e a fauna do solo.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 432
Ano: 2015
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O aporte de matéria seca e consequentemente de matéria orgânica do solo (MOS), promovido tanto pela parte aérea quanto radicular das braquiárias, em sistema plantio direto (SPD), atua como agente cimentante das partículas individualizadas do solo, promovendo a formação de agregados estáveis. Isso proporciona:
- Aumento da macroporosidade e a aeração do solo.
- Aumento da infiltração de água e redução do escorrimento superficial.
- Redução da susceptibilidade à erosão. Os solos com agregados estáveis são menos suscetíveis à erosão, pois os agregados são mais pesados que as partículas individualizadas, dificultando o carregamento pela água e pelo vento.
Além disso, as braquiárias e outras espécies forrageiras que possuem sistema radicular profundo, volumoso, ramificado e agressivo, capazes de penetrar as camadas compactadas, ao morrerem e se decomporem, deixam canais (bioporos) por onde as raízes das culturas subsequentes poderão explorar para aprofundar o sistema radicular, aumentando a absorção de água e nutrientes. Esses canais também são importantes para a infiltração de água e para a movimentação de adubos e corretivos aplicados em superfície.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 434
Ano: 2015
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O armazenamento de água no solo é maior em decorrência, principalmente, da aração biológica e do aumento do teor de matéria orgânica promovidos pela braquiária em rotação. Estudos desenvolvidos na Embrapa Arroz e Feijão mostraram que há uma redução de até 30% da necessidade de água de irrigação quando se cultivam espécies graníferas sobre densa palhada de braquiária. Para esse resultado, é preciso que todo o solo esteja coberto de palhada, ou seja, a quantidade de palhada sobre o solo está diretamente ligada à cobertura plena da superfície. Quanto menos palhada, mais solo descoberto, mais perda de água. Assim, considerando-se estudos sobre cobertura de solo por palhadas, as quantidades variam de acordo com a espécie utilizada e, sobretudo, com o clima da região. Locais com altas temperaturas e alta umidade, como no Cerrado, durante o verão, são propícios para a decomposição acelerada das palhadas, e, por isso, maiores quantidades são necessárias para obtenção de benefícios ao solo. Tendo isso considerado, estudos relatam que são necessários de 7 t/ha a 10 t/ha de matéria seca de palhada para que se tenha uma cobertura plena do solo.
Nesse contexto, diversos estudos explicam que a velocidade de decomposição dos resíduos culturais é que vai determinar o tempo de permanência da cobertura morta na superfície do solo. Quanto mais rápida for a sua decomposição, maior a velocidade de liberação dos nutrientes, diminuindo, entretanto, a proteção do solo. Por isso, ressalta-se que os restos culturais produzidos pelas diversas culturas anuais exploradas no Bioma Cerrado, como a soja, milho, sorgo, arroz, feijão ou das plantas daninhas, dificilmente atingem quantidade e longevidade suficientes para assegurar a proteção plena da superfície do solo. Associado à quantidade de palhada, deve-se considerar a velocidade de decomposição do material. Estudos relatam que, em um período de 90 dias após a primeira chuva, as massas das palhadas de milho, arroz e soja foram reduzidas em 63%, 65% e 86%, respectivamente, de sua massa inicial e, nessa mesma ordem e período, resultaram em cobertura do solo de 30%, 38% e 7%, na região do Cerrado. Também nesse bioma, o cultivo do milheto (Pennisetum glaucum) é bastante difundido, e apesar de que, quando semeada de outubro e novembro, pode atingir até 15 t/ha de matéria seca, mas limitar-se a cerca de 5 t/ha na safrinha; sua decomposição é rápida, tendo sido observado que 44% da palhada se decompôs em 73 dias. Por outro lado, foi verificado, em estudos na Embrapa Arroz e Feijão, que a palhada de U. brizantha cultivar Marandu, associada aos restos culturais do milho, ou seja, na ILP, ultrapassaram 17 t/ha de matéria seca, mantendo a proteção plena da superfície do solo por mais de 107 dias.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 439
Ano: 2015
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Quando a braquiária é cultivada durante o verão, ela produz sementes que podem permanecer no solo e se tornar planta infestante nas culturas em sucessão. Mas a braquiária pode ser controlada com herbicidas específicos para culturas anuais, como milho, sorgo, feijão e soja, sem danificar essas culturas. A dessecação tem mais eficiência quando realizada sobre folhas novas, e por isso prioriza-se dessecar após o pastejo por animais, pois eles se alimentam das folhas velhas da braquiária quando ocorre o chamado "superpastejo". Mesmo que eles se alimentem das folhas novas da braquiária, pode-se esperar uma rebrota, se necessário, para então dessecar. No que se refere à dose de herbicida dessecante, ressalta-se que ela é variável de acordo com a espécie de braquiária a ser dessecada, a altura da pastagem e a formulação do produto comercial. De modo geral, a U. ruziziensis é dessecada com dose menor que a U. brizantha, por exemplo. Além disso, é importante respeitar o intervalo entre a dessecação da braquiária e a semeadura da cultura de verão seguinte. Esse intervalo varia entre uma a quatro semanas, de acordo com a quantidade de massa de braquiária presente na área e que será dessecada: quanto mais massa, maior o intervalo.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 444
Ano: 2015
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A braquiária pode ser um importante aliado contra algumas espécies e raças de nematoides. A decomposição da cobertura vegetal sobre o solo aumenta a matéria orgânica e, com isso, muitos microrganismos benéficos às plantas se multiplicam e ocupam grandes volumes de solo. Assim, a velocidade de multiplicação, quando o teor de matéria orgânica é elevado, diminui o espaço e aumenta a competição com os nematoides, que, por sua vez, têm sua multiplicação reduzida. Já existem comprovações científicas sobre algumas espécies de braquiária utilizadas como cobertura do solo no SPD que reduzem a população de Rotylenchulus reniformis. Porém, deve-se ressaltar que muitas vezes os produtores adquirem sementes de braquiária com grandes quantidades de impurezas, principalmente solo. É justamente nesse solo que vem junto das sementes onde os nematoides podem estar e, a partir de então, se multiplicarem na área.
Outra consideração a ser feita é a respeito do fator de multiplicação dos nematoides no solo em razão de cultivos. Estudos mostram que o fator de reprodução de Pratilenchus brachiurus em solo cultivado com determinado cultivar de milheto é mais que o dobro se comparado a U. ruziziensis (3,4 e 1,5, respectivamente). Dessa forma, o produtor deve sempre ficar atento a recomendações importantes. Adquirir sementes de forrageiras de qualidade e procedência, com alto valor cultural e livre de impurezas, é a garantia de sucesso e a forma mais eficiente de evitar a proliferação de nematoides na área.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 446
Ano: 2015
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Para o manejo do potássio, devem-se parcelar as aplicações e evitar altas doses somente no sulco, a fim de evitar danos às sementes por efeito salino. Além disso, a aplicação a lanço em área total pode ser uma boa opção. Para o manejo do nitrogênio, as doses devem ser mais altas em solos arenosos (faixa mais alta das tabelas) e deve-se realizar o parcelamento para evitar perdas. O enxofre e o boro também apresentam altas perdas por lixiviação em solos arenosos, e a alternativa de manejo seria a realização de aplicações mais frequentes.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 416
Ano: 2015
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Deve-se aplicar gesso agrícola (sulfato de cálcio), pois isso diminui, em menor tempo, a saturação de alumínio nas camadas mais profundas do solo. Desse modo, criam-se condições para que o sistema radicular das plantas se aprofunde no solo e, consequentemente, o efeito de veranicos sejam minimizados. Deve ficar claro, porém, que o gesso não neutraliza a acidez do solo e deve ser utilizado em áreas onde a análise de solo, na profundidade de 30 cm a 50 cm, indique a saturação de alumínio maior que 20% e/ou quando a saturação do cálcio for menor que 60% (cálculo feito com base na capacidade de troca efetiva de cátions). A dose de gesso agrícola (15% de enxofre) a ser aplicada deve ser de 700 kg/ha para solos de textura arenosa. O efeito residual dessa dosagem é de, no mínimo, 5 anos.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 414
Ano: 2015
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Os sistemas de integração são baseados na diversificação da atividade de produção rural, que proporciona a possibilidade de ter o solo coberto com plantas vivas na maior parte do ano. Esses sistemas também se beneficiam dos efeitos sinérgicos entre as atividades de produção rural desenvolvidas na mesma área ao longo do tempo. A rotação com pastagens em solos agrícolas é outro princípio que deve ser considerado para o manejo sustentável por causa do papel fundamental do sistema radicular agressivo e abundante, característico das espécies forrageiras tropicais.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 420
Ano: 2015
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Não. Mesmo com a adoção de sistemas de integração e do SPD em solos arenosos, recomenda-se sempre a construção e a manutenção permanente de terraços para a conservação desses solos, em virtude de suas características e sensibilidade aos fatores de erosão. O que pode ser feito em alguns casos é o redimensionamento dos terraços, considerando a presença da pastagem em ILP e das árvores em ILPF, que auxiliam na contenção da enxurrada. Além disso, outras técnicas conservacionistas devem ser adotadas de maneira sistêmica e integrada, com o objetivo de manter e melhorar a capacidade produtiva desses solos.
Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos
Número da Pergunta: 423
Ano: 2015
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Sim. Resultados da pesquisa afirmam há anos os seguintes benefícios da ILP, especificamente da rotação lavoura-pastagem com espécies de braquiária:
- Redução de população de espécies de Fusarium e Rhizoctonia, causadores das podridões radiculares em soja, feijão e outras culturas.
- Redução da germinação do fungo causador do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) em diversas culturas. Estudos da Embrapa Arroz e Feijão mostram que uma densa palhada de braquiária dificulta a incidência de mofo-branco em feijão. Os mecanismos de controle são a barreira física, que diminui o contato dos esporos do fungo que habitam o solo com as plantas e, principalmente, o aleloquímico, pois, a partir do terceiro ano do cultivo de braquiária em uma área, a germinação dos escleródios causadores do mofo é bastante reduzida. Assim, em uma área infestada, um bom manejo para a diminuição da infestação é adotar a rotação com pasto de braquiária.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 436
Ano: 2015
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Sim. Na ILP, especificamente na rotação lavoura-pastagem, há uma quebra do ciclo das espécies daninhas, ou seja, a palhada de braquiária diminui a germinação de muitas espécies daninhas, como amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla); caruru (Amaranthus hybridus); capim-colchão (Digitaria horizontalis); buva (Conyza spp.); entre outras. A redução da germinação ocorre por um ou dois motivos associados: pela barreira física da palhada e (ou) mecanismos químicos (alelopáticos) no solo. Além disso, o consórcio de braquiária com a cultura do milho reduz a infestação e suprime o crescimento de plantas daninhas no sistema de produção, pois a forrageira é um fator a mais de competição sobre as plantas daninhas. Nesse sentido, em estudo realizado em Piracicaba, SP, a U. decumbens foi a forrageira que menos reduziu a infestação de plantas daninhas e a U. brizantha foi a forrageira mais eficiente em reduzir a infestação de corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), apesar de não ter suprimido o crescimento do caruru-roxo (Amaranthus hybridus). Com a redução da população ou infestação de plantas daninhas na área, a necessidade de uso de herbicidas pós-emergentes nas lavouras de grãos na ILP é reduzida.
Tanto pela palhada quanto pelo consórcio, a redução de plantas daninhas na área resulta, ao longo dos anos, na diminuição do banco de sementes de plantas indesejáveis nas lavouras.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 440
Ano: 2015
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Com certeza. Na estação seca da região do Cerrado, praticamente, não se observa crescimento de forrageiras. Entretanto, no início das chuvas, dependendo da fertilidade do solo, a rebrota, normalmente, é suficiente para proporcionar uma boa cobertura do solo. Dessa forma, com umidade no solo, e após cada pastejo, há uma nova produção de perfilhos e folhas, bem como de raízes. Essas novas estruturas são a garantia de que a braquiária possa continuar sendo utilizada como forragem no ano seguinte, nos casos em que a forrageira for utilizada por mais de um ano. A melhor estratégia é definir a taxa de lotação de acordo com o resíduo pós-pastejo desejado. Se a braquiária for utilizada apenas no ano em que foi implantada, o resíduo pós-pastejo e a formação dos novos perfilhos e folhas garantem boa cobertura vegetal para o sistema de plantio direto (SPD). Em ambas as situações, para que esses benefícios possam ocorrer de forma satisfatória, é importante que o produtor obedeça à altura de manejo da pastagem. Utilizando uma régua de manejo ou mesmo utilizando outras estratégias de avaliação, o produtor deve obedecer à altura de entrada e de saída da pastagem. Ao adotar esse manejo, é possível produzir forragem de qualidade e quantidade e ainda proporcionar cobertura vegetal para o SPD. Além disso, esse manejo adequado é um dos fatores das boas práticas agropecuárias (BPA), preconizada pela ILP e ILPF.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 442
Ano: 2015
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O que ocorre em geral no sistema de ILP, especificamente na rotação lavoura-pastagem, é o melhor uso dos recursos, incluindo dos fertilizantes. Porém, em alguns casos, no longo prazo, pode haver uma redução da necessidade de uso de fertilizantes. Por exemplo, em estudo realizado na Embrapa Arroz e Feijão, observou-se elevada produção de feijão de inverno, em torno de 2.800 kg/ha, após safra de verão de milho com guandu-anão ou apenas milho, sem aplicação de nitrogênio em cobertura no feijoeiro. A alta produtividade de feijão nessas condições pode ser explicada não só pela contribuição das palhadas produzidas no verão anterior, mas, principalmente, pelo fato de a área ter sido mantida sob pastagem nos 3 anos anteriores à cultura de verão, na chamada rotação lavoura-pastagem. Outro exemplo diz respeito ao fósforo em cultivo de soja. Estudos realizados pela Embrapa Cerrados indicaram melhor eficiência de uso de fósforo pelas plantas em sistemas de rotação lavoura-pastagem do que em culturas anuais, uma vez que a produtividade do primeiro cultivo com soja, após um ciclo de 9 anos de pastagem de U. humidicola foi superior ao sistema exclusivo de culturas anuais (13° cultivo de soja) para um mesmo teor de fósforo no solo. Isso evidencia a maior eficiência do uso desse nutriente quando a pastagem foi inserida na rotação. Em outro estudo, observou-se que a produtividade de soja após um ciclo de 3 anos de pasto de U. brizantha cultivar Marandu foi de 17% (510 kg/ha) superior ao obtido no sistema de lavoura contínua, ressaltando, inclusive, que essa maior produtividade de grãos foi obtida em área que recebeu menores quantidades de fertilizantes, em média 45% a menos, durante os 17 anos de cultivo. Os pesquisadores afirmam que a maior eficiência no uso dos nutrientes do solo pelas culturas de grãos na ILP, em comparação ao cultivo solteiro, resulta em economia de fertilizantes e, consequentemente, na redução dos custos de produção, mas ressaltam que esses benefícios nem sempre são facilmente obtidos em curto prazo.
Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 449
Ano: 2015
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Ao ser considerado qualquer sistema de produção, especialmente aqueles mais complexos, em que mais espécies interagem e demandam atenções específicas em momentos diferentes, deve-se ter em mente que diferentes aspectos podem influenciar decisivamente a obtenção dos resultados. De forma geral, é necessário contextualizar o local onde o sistema será instalado. Para isso, é necessário especialmente:
- Levar em conta a origem da família, a quantidade de pessoas, a disponibilidade de mão de obra familiar, as experiências, a origem da renda, a escolaridade, entre outros fatores socioeconômicos, que são determinantes para o sucesso do projeto, a fim de que o sistema dimensionado seja adequado.
- Conhecer as características edafoclimáticas do local onde será implantado o sistema (solos, declividade, temperatura, precipitação, altitude, luminosidade), considerando as necessidades ecofisiológicas das espécies selecionadas (ciclo de vida, ritmo de crescimento, necessidades nutricionais, água, luz, temperatura, alelopatia, características morfológicas).
- Conhecer a infraestrutura e a logística da região, os locais onde é possível adquirir os insumos que serão utilizados, se há disponibilidade de máquinas e implementos, os meios de transporte disponíveis e sua qualidade e como a produção da região poderá ser enviada para outros centros, a fim de definir adequadamente os custos de produção e de pós-colheita.
- Saber onde serão comercializados os produtos, uma vez que a inclusão do componente de mercado, algumas vezes desconsiderada, é de importância reconhecida, refletindo a própria segurança e subsequência do empreendimento. Além disso, é importante conhecer as condições de comercialização e os preços, uma vez que questões como certificação e preços diferenciados podem influenciar fortemente na viabilidade financeira do projeto.
Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 458
Ano: 2015
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A adoção de sistemas de integração apresenta, em contrapartida, a adoção de práticas sustentáveis de condução da atividade agropecuária. Dessa forma, é possível identificar outros efeitos positivos, advindos da atividade produtiva, não necessariamente restritos ao âmbito econômico-financeiro. Nesse sentido, pode-se destacar a melhoria da paisagem, em virtude da disposição espacial e temporal das culturas, a melhoria no bem-estar animal, tanto em relação ao manejo quanto ao microclima proporcionado pela sombra das árvores, a melhoria nas condições ambientais da propriedade, especialmente em relação às propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, a oferta de água e a qualidade do ar. Além disso, pode-se considerar a melhoria na qualidade de vida do produtor. Nesse sentido, pode-se destacar a necessidade de constante qualificação para a condução de um sistema complexo, com diversos efeitos positivos sobre o dia a dia na propriedade, como adoção de ferramentas de gestão, melhor planejamento e controle da atividade, melhoria na qualidade dos postos de trabalho gerados em razão do melhor ambiente de trabalho e da menor exposição a produtos que representam risco à saúde. Tomados em conjunto, esses elementos, além de melhorarem a condição de vida do produtor, tendem a aumentar o valor de mercado da propriedade.
Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 466
Ano: 2015
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O produtor rural pode optar pelo Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que é uma linha de crédito rural oficial, instituída em 17 de agosto de 2010 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a qual foi inserida já no Plano Safra 2010–2011 com valor disponibilizado de R$ 2 bilhões. As linhas de crédito do Programa ABC têm a finalidade de financiar a recuperação de áreas e pastagens degradadas, a implantação de sistemas de ILP, ILF, IPF ou ILPF, bem como a adoção de sistema de plantio direto (SPD), florestas plantadas, fixação biológica de nitrogênio (FBN), entre outros.
Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 468
Ano: 2015