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  • Nas condições tropicais do Brasil, pode-se afirmar que os sistemas de integração caracterizam-se por ser uma nova forma de produção rural. Porém, apesar de esse contexto ser recente, os sistemas agrossilvipastoris (ou ILPF) são conhecidos desde a antiguidade, com vários tipos de plantios associados entre culturas anuais e culturas perenes ou entre frutíferas e árvores madeireiras, bem como a criação de animais entre árvores, remontando relatos de vários escritores romanos do século 1 d.C.

    Capítulo: Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 10

    Ano: 2015

  • Os princípios são os seguintes:

    • Diversificação das atividades de produção rural.
    • Ocorrência e proveito de efeitos sinérgicos decorrentes das atividades de produção rural desenvolvidas na mesma área ao longo do tempo.
    • Aumento da viabilidade econômica e da sustentabilidade ambiental de propriedades rurais.

    Capítulo: Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 12

    Ano: 2015

  • O sistema de ILP pode ser adotado de diversas formas, com diferentes composições de espécies agrícolas e forrageiras em dife­rentes arranjos.

    Entretanto, as formas mais comuns têm as seguintes caracte­rísticas: envolvem a consorciação de culturas agrícolas com forrageiras em safra ou safrinha; após a colheita da cultura agrícola, a pastagem tem curta permanência (de 4 meses até, no máximo, 4 anos); com a eliminação sequencial da pastagem, ocorre formação de palhada para o sistema de plantio direto da cultura agrícola subsequente e novo ciclo de rotação.

    Capítulo: Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 19

    Ano: 2015

  • Historicamente, nas terras baixas do Sul do País, as áreas de cultivos de arroz irrigado eram também utilizadas para pecuária de corte, em rotação com pastagens. Também na região Sul, áreas de planalto ocupadas com "campos nativos", com a disponibilidade de herbicidas e semeadoras, foram substituídas por lavouras de soja em plantio direto.

    No Brasil Central, foi lançado o sistema Barreirão, que é composto por um conjunto de tecnologias e práticas de recuperação de áreas de pastagens em degradação, embasadas no consórcio arroz-pastagem.

    Com a expansão do sistema de plantio direto e a maior oferta de máquinas e herbicidas, foram desenvolvidas práticas de dessecação de pastagens e semeadura de soja, resultando no desenvolvimento de sistemas de ILP com rotação lavoura-pastagem.

    Mais recentemente, consolidou-se o sistema Santa Fé, que possibilita a produção consorciada de culturas de grãos, espe­cialmente milho (Zea mays), sorgo (Sorghum bicolor), milheto (Pennisetum glaucum) e arroz (Oryza sativa), com forrageiras tropicais, principalmente as do gênero Urochloa sp. (syn. Brachiaria).

    Todas essas iniciativas proporcionaram, em diversos ambientes, o desenvolvimento de formas de integrar a pecuária à produção de grãos.

    Capítulo: Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 20

    Ano: 2015

  • Sim. Os sistemas de integração são mais complexos, pois, conceitualmente, envolvem mais de uma atividade e nem sempre os produtores têm domínio técnico, capacidade gerencial e operacional, e infraestrutura para todas elas.

    Entretanto, apesar de exigirem alguns requisitos a mais do que os sistemas monoculturais, os sistemas de integração apresentam inúmeras vantagens e benefícios sociais, econômicos e ambientais àqueles que os adotam.

    O potencial de adoção de sistemas de integração em diferentes ecossistemas brasileiros está condicionado a diversos fatores que incluem:

    • Disponibilidade de solos favoráveis.
    • Infraestrutura para produção e armazenamento da produção.
    • Recursos financeiros próprios ou acesso ao crédito.
    • Domínio da tecnologia para produção agrícola e pecuária.
    • Acesso a mercado para compra de insumos e comercialização da produção.
    • Acesso à assistência técnica.
    • Possibilidade de arrendamento da terra ou de parceria.

    Capítulo: Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 24

    Ano: 2015

  • Atualmente, o sistema agropastoril ou ILP é a forma mais adotada nas regiões produtoras brasileiras, possivelmente como forma de intensificar a produção em regiões agrícolas e recuperar áreas com pastagens em alguma fase de degradação.

    Capítulo: Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 26

    Ano: 2015

  • Nos sistemas de ILP, nos quais há rotação entre lavouras e pastagens, certamente haverá redução da ocorrência de determinadas doenças pela interrupção nos ciclos de desenvolvimento dos patógenos. Também haverá redução na ocorrência de doenças em razão da maior presença de inimigos naturais, que são beneficiados pela diversificação do sistema de produção. Além disso, todos os benefícios desses sistemas, no que se refere à qualidade ao solo, proporcionam melhor desenvolvimento das plantas e, consequentemente, maior resistência ao ataque de doenças.

    No caso das doenças do solo, o aumento na diversidade dos microrganismos irá beneficiar o controle. Qualquer alteração no ambiente de produção pode mudar a dinâmica de ocorrência de doenças e causar a redução ou o desaparecimento de determinadas doenças que eram problema, bem como beneficiar o aparecimento de outras que não ocorriam de forma severa. No caso da presença de árvores nos sistemas de IPF, ILF e ILPF, deve-se atentar também para o espaçamento entre as linhas de árvores, que, por alterar a entrada de luz solar e ventilação adequada, pode implicar a ocorrência de umidade em excesso e o favorecimento do desenvolvimento das doenças.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 42

    Ano: 2015

  • A necessidade de recuperação de áreas de reserva em uma propriedade pode implicar custos elevados ao proprietário quando o solo já se encontra degradado, o que é comum em muitas propriedades com solos de baixa capacidade produtiva ou que passaram por severo processo de erosão. Nesses casos, a utilização de lavoura ou pastagem intercalada ao cultivo de árvores nos anos iniciais pode contribuir para minimizar os custos de recuperação e servir como instrumento para recomposição de áreas de reserva legal, matas ciliares e outras áreas de preservação permanente.

    Outro aspecto a ser considerado é que a utilização de sistemas integrados pode contribuir para redução da pressão por abertura de novas áreas, pois aumenta o potencial produtivo das áreas já utilizadas pela agricultura. Além disso, o cultivo de árvores em consórcio com lavoura ou pastagem contribui para redução do desmatamento, já que aumenta o fornecimento de madeira para o comércio e, no caso do uso de espécies nativas, contribui para preservação dessas espécies.

    Contudo, aspectos legais quanto à legislação ambiental que trata de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente deverão ser observados caso a caso, considerando as restrições quanto às legislações federal, estadual e, eventualmente, municipal.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 45

    Ano: 2015

  • Para o produtor, os benefícios são:

    • Estabilidade econômica.
    • Aumento da renda com a diversificação das atividades.
    • Redução de custos em médio e em longo prazo.
    • Redução da vulnerabilidade aos riscos climáticos.
    • Melhoria na qualidade de vida do produtor e de sua família.

    Além disso, ao adotar sistemas de ILP ou de ILPF, o produtor é beneficiado pelo uso mais eficiente dos seus recursos, como terra, máquinas agrícolas e mão de obra, entre outros. Beneficia-se também em aspectos ambientais, com a melhoria da qualidade do solo e da água, a possibilidade de redução de uso de agrotóxicos, a melhoria do ambiente produtivo para produção animal, entre outros.

    Um aspecto importante a ser considerado é a melhoria da imagem dos produtores brasileiros, de uma maneira geral, pois conseguem conciliar o aumento da produção com a preservação ambiental.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 31

    Ano: 2015

  • Sim. Os microrganismos do solo estão presentes tanto na matriz do solo como na rizosfera, onde realizam atividades metabólicas relevantes para o crescimento das plantas. O uso de plantas de coberturas nos sistemas produtivos influencia positivamente a qualidade do solo.

    Assim, há um grande benefício para a atividade microbiológica por causa do aumento da diversidade de plantas no ambiente de produção. A rotação ou o consórcio com diferentes culturas promove no solo um ambiente diversificado para os microrganismos. Os constantes ciclos de desenvolvimento e morte de plantas no solo, com elevado acúmulo de biomassa residual (palhada e raízes mortas) e de matéria orgânica, favorecem o aumento da população e da diversidade de microrganismos, em razão da maior disponibilidade de alimentos e do microclima favorável, quando comparado aos sistemas simples.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 33

    Ano: 2015

  • Considerando que temos a máxima diversidade biológica em sistemas naturais, por causa da variedade de habitat e de alimentos, conclui-se que quanto maior a diversificação dos sistemas de produção, maior será a diversidade biológica nesses sistemas.

    A grande vantagem dos sistemas de integração está em proporcionar microclima favorável aos organismos que vivem no solo e na sua superfície, pela redução dos extremos de temperatura e manutenção da umidade do solo ao longo do tempo.

    Além disso, a disponibilidade de matéria orgânica, nutrientes e energia (resíduos vegetais ou animais) é maior quando comparada a sistemas simples. A cobertura constante da superfície do solo proporciona um ambiente protegido, favorável à sobrevivência dos organismos da fauna invertebrada que vivem na superfície do solo, muitos dos quais são predadores, o que irá contribuir para aumentar o equilíbrio das populações e o controle biológico de pragas.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 34

    Ano: 2015

  • Todos os sistemas de integração – integração lavoura-pecuária (ILP), integração pecuária-floresta (IPF), integração lavoura-floresta (ILF) e ILPF – são desenvolvidos observando os fundamentos do sistema de plantio direto (SPD), ou seja, sem o revolvimento do solo. Esse fato implica maior acúmulo de matéria orgânica, o que resulta em maior disponibilidade e maior eficiência de uso de nutrientes, especialmente no caso do fósforo. Há que se considerar que a melhoria que ocorre na dinâmica da água no solo também é benéfica para a utilização dos adubos e corretivos. Além disso, o constante desenvolvimento de plantas sobre o solo garante melhor sincronismo entre a liberação dos nutrientes e a absorção pelas plantas, evitando perdas por lixiviação ou volatilização. Deve-se destacar ainda o papel das espécies forrageiras, sobretudo das gramíneas tropicais, que são plantas que apresentam alta eficiência na absorção e no uso dos nutrientes e têm como característica um sistema radicular vigoroso e agressivo que favorece a ciclagem de nutrientes no perfil do solo.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 35

    Ano: 2015

  • Sim, talvez este seja um dos efeitos mais marcantes decorrentes do sistema de ILP, pois, nesse sistema, a pastagem se desenvolve de forma vigorosa, com elevada produção tanto da parte aérea quanto do sistema radicular. Ao ser dessecada para a semeadura das culturas subsequentes, haverá a decomposição desse material e liberação gradativa de nutrientes.

    Assim, tanto a palhada na superfície, quanto as raízes da forrageira, são fontes de matéria orgânica do solo. Entre outros benefícios gerados pelos resíduos orgânicos, destacam-se a menor variação e os níveis mais adequados de temperatura e umidade, bem como o fornecimento de energia (carbono) e nutrientes para a maioria das populações microbianas do solo, que favorece a atividade biológica e melhora as relações ecológicas.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 36

    Ano: 2015

  • Sim, os sistemas de ILP, bem como de ILPF, têm como vantagem o uso do SPD, que contribui para a conservação da estrutura. A presença das pastagens é benéfica ao solo, pois, de modo geral, elas têm a capacidade de manter, ou até mesmo aumentar, o teor de matéria orgânica do solo, em contraste com os cultivos anuais. A grande quantidade de resíduos de material orgânico e o abundante sistema radicular das gramíneas, que estão em constante renovação, são benéficos ao solo.

    O emaranhado de raízes no solo forma uma rede que une partículas ou pequenos agregados para formação de estruturas maiores. Ao longo dos anos, as raízes mortas vão deixando galerias no solo, que servem para crescimento de novas raízes, condução de ar, água ou nutrientes. Por sua vez, o não revolvimento do solo conserva a organização de sua estrutura. Vale ressaltar, ainda, que o pastejo pelo gado, quando bem manejado, contribui para aumentar esses efeitos benéficos do sistema radicular, prevenindo a compactação do solo.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 39

    Ano: 2015

  • Em geral, há uma redução na ocorrência de pragas por causa da maior presença de inimigos naturais, que são beneficiados pela diversificação do sistema de produção. Porém, dependendo do esquema de rotação utilizado, pode ocorrer aumento de alguma praga específica, que não necessariamente é a mesma praga problemática dos sistemas não integrados.

    Portanto é necessário levar em consideração as pragas espe­cíficas de cada cultura no momento de planejar a rotação de culturas. Quanto maior a diversificação de culturas num sistema e o uso de produtos seletivos, maior será a chance de os inimigos naturais contribuírem para o controle de pragas. A diversificação de espécies também irá resultar na diversificação dos defensivos utilizados, o que é importante para obtenção de maior eficiência nos métodos de controle.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 41

    Ano: 2015

  • Sim. Nesses sistemas, a qualidade física do solo é melhorada. Com isso, ocorre melhoria da dinâmica de infiltração de água no solo e a sua capacidade de retenção de água é aumentada. É verificado também o aumento da matéria orgânica do solo, o que permite maior armazenamento de água e maior enraizamento das culturas anuais. Essas melhorias contribuem para o aumento da tolerância do sistema às estiagens e aos veranicos.

    Nos sistemas com presença do componente florestal, existe também o benefício decorrente da presença das árvores, que melhoram o microclima para o cultivo intercalar (lavoura e/ou pasto). Nesse sistema, as temperaturas máximas são mais baixas e as mínimas são mais altas, o que ajuda a combater problemas relacionados à temperatura excessivamente alta e à ocorrência de geadas.

    Além disso, a velocidade do vento é reduzida por causa do efeito de quebra-vento provocado pelas árvores, o que ajuda a minimizar problemas de acamamento e de troca excessiva de calor pelos animais. Por fim, a sombra das árvores diminui a radiação solar que incide sobre o cultivo intercalar e sobre os animais. Isso ajudar a melhorar a ambiência animal e a diminuir o excesso de radiação que incide sobre as plantas, já que elas não conseguem aproveitar toda a radiação incidente.

    De maneira geral, a melhoria provocada pelo microclima também ajuda a reduzir o consumo hídrico do cultivo intercalar e assegura maior tolerância a estiagens e veranicos. Considerando-se todos os aspectos positivos dos sistemas de integração na qualidade do solo, pode-se afirmar que seu uso proporcionará um ambiente com maior resiliência após os impactos das adversidades climáticas sobre as culturas.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 46

    Ano: 2015

  • Quando há compartilhamento do mesmo espaço por dife­rentes componentes, geralmente ocorrem efeitos sinérgicos, os quais resultam em benefícios mútuos entre os sistemas. Por exemplo: a pastagem forma a palhada para a lavoura subsequente; a lavoura favorece o crescimento da pastagem em sequência; a árvore reduz as perdas de água do solo por evaporação, e assim por diante.

    É possível que o pecuarista obtenha maior ganho financeiro com o uso do sistema de ILP do que com a pecuária extensiva, que, na média, é pouco rentável. Mas, como o agricultor tem, na maioria dos casos, maior controle sobre os custos e ganhos, possivelmente detectará mais facilmente os benefícios. De qualquer modo, por mais que se tente determinar quem ganha mais, o fato é que o sistema de ILP é do tipo ganha-ganha: o pecuarista, por exemplo, produz uma arroba de carne com menor custo, podendo chegar a 50% de redução desse custo. O agricultor identifica diretamente o aumento da produtividade das lavouras em sistemas de ILP, quando comparado ao uso de sistemas simples, especialmente em anos com ocorrência de veranicos. Contudo, os ganhos do agricultor com redução de custos são mais indiretos, ou seja, é na redução da necessidade de insumos e consequentemente horas-máquina, por exemplo.

    Por fim, os dois perfis – agricultor e pecuarista – ganham pela melhoria do solo e do ambiente, além de algumas externalidades relacionadas ao sistema ainda não adequadamente valoradas, o que não permite computar financeiramente todos os benefícios.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 47

    Ano: 2015

  • A principal vantagem relaciona-se ao aspecto econômico, pois, com a diversificação das atividades, os riscos de perdas são reduzidos.

    Nos aspectos produtivos das lavouras, a rotação com a pastagem reduz a infestação de plantas daninhas, pragas e doenças e aumenta a matéria orgânica do solo. Destaca-se o fato de que as lavouras são implantadas sobre a pastagem dessecada, ou seja, sobre adequada camada de palha, atendendo uma das principais exigências do sistema de plantio direto (SPD).

    Também haverá substancial redução dos custos de produção das lavouras, por conta da maior eficiência no uso de fertilizantes e menor uso de insumos.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 49

    Ano: 2015

  • Nesse caso, as glebas de terra já têm sua fertilidade corrigida. Mesmo assim, pode haver necessidade de algum ajuste, especialmente quanto à gestão pecuária por parte de agricultores. De qualquer maneira, observa-se que esses absorvem com maior facilidade as necessidades gerenciais da pecuária quando comparados aos pecuaristas, que demonstram maior dificuldade em assimilar as exigências no manejo das lavouras. O planejamento tem de ser global.

    Para integrar a pecuária nessas condições, é necessário que o investimento, que pode ser elevado, considere a necessidade de construção de estruturas físicas para os animais (cercas, cochos, bebedouros, curral, etc.). Muitas vezes o agropecuarista já desenvolve essas duas atividades em sua fazenda de maneira complementar, entretanto sem integração entre elas. Nesse caso, o sistema de ILP torna-se bem mais simples, pois parte da estrutura da pecuária e de correção do solo já está pronta. Há necessidade também de avaliar com que animais a propriedade irá trabalhar, além de definir o método de exploração da atividade pecuária (cria, recria, engorda ou produção de leite).

    Observando-se esses aspectos, pode-se optar pela espécie forrageira que melhor se adeque às necessidades do agropecuarista, bem como definir o tempo de exploração de cada uma das atividades e as produtividades que poderão ser trabalhadas.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 59

    Ano: 2015

  • Os primeiros passos são o diagnóstico da propriedade e o planejamento com antecedência, pois a falta de um planejamento completo pode comprometer a eficiência e os custos do projeto.

    É importante procurar assistência técnica para o planejamento de todas as etapas, obedecendo aos critérios agronômicos e ao zoneamento de risco agroclimático da região, no que se refere à escolha das culturas a serem semeadas e à melhor forma de implantação do sistema de ILP de acordo com os seguintes aspectos: vocação, experiência e preferências do produtor e realidade do mercado local e regional.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 57

    Ano: 2015

  • A introdução de árvores no sistema de ILP irá causar alterações no microclima da área produtiva e maior diversificação de culturas no ambiente. Nesse caso, os ganhos imediatos são associados ao potencial econômico da nova atividade introduzida na área.

    Para evitar sombreamento excessivo, as condições ideais são as seguintes: espaçamentos maiores entre linhas e alinhamento das árvores, preferencialmente no sentido leste-oeste, quando o declive do terreno permitir.

    Há também um significativo ganho relacionado ao conforto animal, especialmente na produção leiteira. As pastagens produzidas sob sombreamento não excessivo podem apresentar, em alguns casos, maior digestibilidade, com maior teor de proteínas e menor de fibras, quando comparadas às pastagens em pleno sol.

    Além disso, as árvores contribuem para aumentar o bem-estar e o conforto térmico dos animais, inclusive para raças zebuínas (Nelore, Gir, Guzerá, etc.), bem adaptadas ao calor. As árvores diminuem os extremos de temperatura no ambiente. Por causa do sombreamento, as temperaturas elevadas são reduzidas assim como os efeitos do frio, pela barreira natural contra o vento. A barreira física proporcionada pelas árvores também contribui para reduzir os efeitos de geadas sobre a pastagem.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 50

    Ano: 2015

  • Por se tratar de um conceito novo de "sistemas de produção sustentáveis", a média de tempo entre o conhecimento da técnica/sistema até a sua efetiva adoção por parte do produtor é muito maior do que a de uma cultivar, por exemplo, ou de um novo insumo, justamente por exigir planejamento de médio e longo prazo.

    Certamente são muitos os entraves para ampla adoção, entre os quais se destacam:

    • Receio de envolvimento com a produção de algo novo. Por exemplo, seria bastante complexo, em vários aspectos (técnico, infraestrutura, comercialização, acesso ao crédito, entre outros), para um pecuarista iniciar a produção de soja, principalmente no que se refere ao gerenciamento do novo modelo de negócio.
    • Superado o receio, ao decidir pela adoção dos sistemas de ILP ou IPF, ILF e ILPF, pode haver algumas dificuldades locais, como falta de mão de obra qualificada, disponibilidade de insumos antes não utilizados, mas principalmente a necessidade de adaptação de todos os envolvidos, desde proprietário e funcionários até o concessor de crédito. Como uma forma de solucionar essas dificuldades, pode-se indicar, pelo menos na fase de aprendizado, a associação entre os produtores, ou seja, o pecuarista e o agricultor, por meio de arrendamentos ou parcerias.

    Capítulo: Benefícios da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 51

    Ano: 2015

  • O sistema que melhor atende as suas necessidades é o de reforma ou recuperação de pastagens com lavouras anuais. De acordo com a capacidade de investimento do pecuarista, o técnico deve planejar as áreas que serão recuperadas/reformadas anualmente, de tal maneira que depois de alguns anos o pecuarista tenha todas suas pastagens recuperadas. Desse ponto em diante, o pecuarista já terá aprendido a lidar melhor com o manejo de lavouras, deverá estar mais capitalizado e, possivelmente, terá adquirido alguns equipamentos. Ele poderá passar para um sistema mais intensivo de rotação de lavouras anuais com pastagens perenes.

    Muitos pecuaristas não querem adotar a atividade agrícola, pois os custos com máquinas são elevados e, como a agricultura não será a atividade principal da propriedade, optam por não colocar essa atividade na recuperação de suas pastagens. Porém, existem estratégias de negócio que podem ser atrativas, como o arrendamento ou a parceria com produtores de grãos que, a depender da região, podem ser muito lucrativos. Existe, ainda, o sistema São Mateus.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 53

    Ano: 2015

  • Para o agricultor que tem interesse na produção pecuária, dois sistemas podem atender perfeitamente esse objetivo: o sistema de sucessão de culturas com forrageiras anuais ou o sistema de rotação de culturas com pastagens perenes.

    Caso ele tenha pouco interesse na pecuária e queira apenas intensificar o uso das glebas na entressafra, a sucessão com pastagens anuais é o mais indicado. Para esse sistema, existem muitos negócios na modalidade de parceria, em que as pastagens são alugadas ao pecuarista na entressafra. Nesse caso, o produtor não terá envolvimento com a pecuária e não terá de dispor de recursos para aquisição dos animais.

    Quando o interesse pela pecuária aumenta, o sistema de rotação de culturas com pastagens perenes passa a ser interessante. O agropecuarista deverá estar bem assessorado para decidir sobre as estratégias de condução, tanto da parte agrícola quanto da pecuária, em especial na definição do modelo de rotação pastagem-lavoura, que mais se adequa ao seu negócio. Muitos agricultores não aderem à pecuária em virtude das adaptações que devem ser feitas nas áreas para os animais, como a instalação de cochos, bebedouros e cercas nas áreas que, além do custo, trazem problemas operacionais no cultivo agrícola nos anos seguintes. Além disso, a escolha dos animais, a mão de obra no manejo e a necessidade maior de recursos humanos para o trabalho trazem custos adicionais ao negócio. Porém, ao longo dos anos, a verticalização do negócio irá suprimir esses custos e aumentar as receitas de forma significativa.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 54

    Ano: 2015

  • Sim, é possível. Dependendo do objetivo, da modalidade de consorciação, do método de implantação e da população de plantas de braquiária, as perdas de rendimento no milho podem ser minimizadas ou até mesmo não existir.

    Há vários trabalhos técnicos publicados que demonstram que, dependendo da taxa de semeadura da forrageira, pode não haver perdas de rendimento de grãos no milho e, ainda assim, produzir boa quantidade de palha para a cultura subsequente.

    Em alta densidade de plantas forrageiras, o produtor pode optar pela utilização de subdoses de determinados herbicidas de ação graminicida, seletivo à cultura do milho, a fim de evitar ou reduzir as perdas de rendimento de grãos da cultura. A efetividade desses produtos sobre a braquiária dependerá do herbicida, da dose, do estádio de desenvolvimento do capim no momento da aplicação, da espécie forrageira e da cultivar da cultura anual. Doses abaixo do recomendado podem não surtir o efeito esperado; já as doses acima da indicada podem acarretar a morte da forrageira.

    A semeadura do capim na entrelinha da cultura é outra estratégia possível de ser adotada para evitar perdas de rendimento de grãos no milho. Nessa situação, o produtor deve alternar as sementes nas caixas, na mesma semeadora, sendo uma com milho e outra com capim, sempre respeitando a recomendação do equipamento para discos e demais componentes. Essa opção gera um distanciamento entre linhas da cultura de milho que deve ser observado de acordo com a expectativa de estande final de plantas e colheita. Em virtude da distância entre as plantas, o efeito da competição entre as espécies é minimizado. Porém, é necessário que o produtor fique atento com relação à escolha da espécie forrageira, pois forrageiras com hábito de crescimento cespitoso (como as cultivares BRS Piatã, Mombaça, Marandú e Xaraés) não promovem boa cobertura da área, no mesmo intervalo de tempo, quando comparadas a espécies de crescimento mais decumbentes (Urochloa ruziziensis syn. Brachiaria ruziziensis) semeadas em espaçamentos mais amplos.

    A semeadura defasada da forrageira, também, pode ser adotada como estratégia para minimizar a competição entre as duas espécies. Nessa modalidade de implantação, o capim é semeado após o estabelecimento da cultura. Esse método apresenta as seguintes desvantagens: necessidade da realização de duas operações de semeadura; uso de maior quantidade de sementes, quando a semeadura da forrageira é realizada a lanço; além de maior probabilidade de má formação de estande, principalmente quando realizada no período de safrinha, em virtude da restrição hídrica e de temperaturas menos favoráveis ao seu desenvolvimento. Cabe ao produtor escolher a estratégia que melhor se adéque à sua realidade e ao seu objetivo final.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 62

    Ano: 2015

  • A grande dificuldade está em ajustar um sistema de ILP sem planejamento prévio, pois se trata de um sistema mais complexo que o monocultivo e exige uma forma de gerenciamento da propriedade diferente do tradicional, mas que é possível de ser implementada. Dessa maneira, o produtor ou o pecuarista deve enxergar a propriedade como um novo empreendimento, gerenciando as atividades de acordo com as metas a serem atingidas. Para que cada atividade possa ser feita com o máximo potencial possível, os recursos humanos que atuam na propriedade devem ser constantemente capacitados e valorizados, pois, assim, poderão desempenhar suas funções com dinamismo e competência. A otimização de máquinas, insumos e mão de obra é possível desde que o gerenciamento das atividades possa ser feito e conduzido por um cronograma de atividades bem planejado, sempre com o acompanhamento técnico e respeitando os critérios econômicos, sociais e ambientais.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 63

    Ano: 2015

  • É desejável adotar o sistema de plantio direto (SPD) desde o início da implantação de sistemas de ILP. Entretanto, nem sempre isso é possível por causa das condições de solo e de degradação em que a área a ser reformada se encontra. Os solos degradados necessitam correções químicas e físicas em profundidade para eliminar impedimentos na subsuperfície. Compactação, deficiência de nutrientes e alumínio são as principais limitações nesses casos. Especialmente na região do Cerrado, com clima mais seco e solo pobre em fertilidade, e nos locais onde ocorrem veranicos, é desejável a incorporação profunda de corretivos e fertilizantes, como estratégia para promover maior crescimento das raízes das lavouras e capins, que assim podem tolerar maior período de escassez de chuvas. Nessa situação, o preparo convencional com aração e gradagens é o método mais indicado. Dessa forma, a forrageira também terá maior chance de crescer e de manter-se produtiva por um período maior quando iniciar o período seco do ano. Por sua vez, caso não existam esses impedimentos no solo ou a deficiência de nutrientes não for muito acentuada e o clima for mais chuvoso, é possível iniciar o sistema de ILP com o SPD e a aplicação de gesso, calcário ou algum nutriente em superfície.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 66

    Ano: 2015

  • Quando se deseja mudar o tipo de capim, faz-se uma grada­gem pesada no período seco para expor o sistema radicular do capim presente na área, de maneira que as plantas morram. Nessa ocasião, são incorporados os corretivos. A principal característica do sistema Barreirão é a aração profunda com arado de aivecas no início do período chuvoso. As razões para o uso desse implemento são as seguintes: fazer o condicionamento físico e químico do solo, rompendo camadas compactadas ou adensadas; inverter a camada de solo revolvida a fim de que haja incorporação profunda de corretivos; e incorporar em profundidade o banco de sementes de plantas daninhas, capins, etc., para que elas não saiam ou para que tenham a emergência retardada competindo menos com a lavoura. Na sequência, são tomados os cuidados com a conservação do solo. Como o condicionamento químico não é imediato, ou seja, demanda tempo de reação dos corretivos e fertilizantes, é esperado melhor desempenho das lavouras nos cultivos subsequentes. Uma maneira de minimizar isso em clima mais seco é fazer as correções preconizadas acima mais no final do período chuvoso anterior, quando os riscos de erosão já são menores, e plantar o capim com que se quer trabalhar, ou o milheto ou o sorgo de pastejo. A forrageira vai estabelecer e poderá, até mesmo, ser usada na entressafra.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 69

    Ano: 2015

  • Consiste na produção consorciada de culturas de grãos, especialmente milho, soja (Glycine max), arroz (Oryza sativa), sorgo e milheto com espécies forrageiras tropicais, principalmente as do gênero Urochloa e Panicum, tanto no SPD quanto no preparo convencional, em áreas de lavoura com solo parcial ou devidamente corrigido.

    Os principais objetivos desse sistema são:

    • Produzir forrageira para a entressafra e palhada em quan­tidade e qualidade para o SPD.
    • Aumentar a produtividade da cultura de milho e das pastagens e, com isso, baixar os custos de produção, tor­nando a propriedade agrícola mais competitiva e sustentável.
    • Viabilizar o plantio direto em várias regiões com a geração de palhada em quantidade adequada.

    Os principais benefícios são:

    • Bom desenvolvimento inicial da cultura do milho, exercendo com isso alta competição sobre as forrageiras, a fim de evitar redução significativa nas suas capacidades produtivas de grãos.
    • Apresenta a vantagem de não alterar o cronograma de atividades do produtor e não exigir equipamentos especiais para sua implantação.
    • Efeito supressor da palhada de braquiária em plantas daninhas e em fungos de solo.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 70

    Ano: 2015

  • Não. Hoje existem consórcios de culturas que são exploradas com espécies leguminosas, como o guandu-anão (Cajanus cajan) – sistema Santa Brígida – e o estilosantes (Stylosanthes spp.), por exemplo. Elas podem ser consorciadas com o milho e com as braquiárias, em cultivos simultâneos ou defasados. Já existem produtores trabalhando com o consórcio de milho com braquiárias na linha de cultivo e com guandu na entrelinha, por exemplo, visando à produção de pasto com maior quantidade de proteína no período de outono-primavera. Porém, a viabilidade e a escolha da espécie devem ser pensadas de acordo com cada situação e, para isso, as recomendações de um técnico devem sempre ser consideradas.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 71

    Ano: 2015

  • Sim. Culturas que podem servir tanto para produção de grãos e silagem, como o milho e o sorgo, quanto para pastejo direto, como o milheto e o sorgo pastejo, podem ser boas opções para alguns modelos de ILP.

    Para a região Sul do Brasil, o trigo (Triticum aestivum) de duplo propósito pode ser uma boa opção para produtores de leite que optarem pelo uso dessa espécie. Para as condições do bioma Cerrado, o sorgo pastejo e o milheto podem ser excelentes opções, consorciadas ou não com braquiárias. Vale ressaltar que as cultivares de duplo propósito foram melhoradas ao longo dos anos para permitirem essa aptidão. São cultivares específicas e o produtor/pecuarista deve procurar nas empresas produtoras de sementes quais são os materiais disponíveis para duplo propósito na sua região.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 72

    Ano: 2015

  • Sim. O consórcio de milho com capim pode ser feito tanto para produção de grãos quanto para produção de silagem. A diferença é que, no caso de silagem, como a colheita ou o corte ocorrem mais cedo na cultura, a forragem encontra-se menos desenvolvida do que quando se colhe o milho seco, por isso é necessário maior tempo de vedação da área para o adequado estabelecimento da pastagem.

    Atualmente, entende-se que a introdução de braquiária em áreas de silagem é de extrema importância, pois nessas áreas a exportação de nutrientes do solo, ou do campo, é máxima e o retorno via decomposição de palhada da cultura de grãos é mínimo, pois a maioria da parte aérea da planta é retirada da área. Assim, é necessário que seja tomada uma medida de reposição de nutrientes, principalmente de matéria orgânica do solo. Nesse sentido, a braquiária supre essas necessidades, pois produz grande quantidade de raízes, melhorando o solo e grande quantidade de parte aérea, podendo ser utilizada para pastejo ou cobertura do solo no SPD.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 73

    Ano: 2015

  • O sistema Santa Brígida é o consórcio triplo entre milho, braquiária e uma espécie leguminosa – nos casos de ILP, especialmente o guandu-anão.

    Os objetivos principais desse sistema são:

    • Produzir forragem mais rica em proteína.
    • Aumentar o aporte de nitrogênio no solo, via fixação bioló­gica do nitrogênio (FBN), e, com isso, reduzir a necessidade de fertilizante nitrogenado mineral no cultivo em sucessão.

    Os principais benefícios são:

    • Oportunidade de inserir leguminosas nas pastagens por meio do consórcio com a cultura do milho, de modo que a implantação siga, basicamente, as premissas dos sistemas de produção convencional de milho, acrescentando-se as espécies forrageiras (gramínea e leguminosa).
    • Implantação das forrageiras via consórcio com milho ou sorgo na época das chuvas, viabilizando a produção de fitomassa no período de estiagem no Cerrado. A produção da pastagem de primeiro ano é elevada e as plantas per­manecem verdes e fotossinteticamente ativas durante os 12 meses.
    • Melhoria na qualidade das pastagens, quando, no consórcio, também se cultivam braquiárias.
    • Diversificação das palhadas para o SPD.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 74

    Ano: 2015

  • A implantação do sistema Santa Brígida segue, basicamente, as premissas dos sistemas de produção convencional de milho, acrescentando-se a espécie leguminosa.

    Dessecação da área

    Obedece às recomendações convencionais. Porém deve-se respeitar o fato de, no SPD, a dessecação ser feita por, pelo menos, duas a três semanas antes da semeadura do milho e/ou da leguminosa. Esse procedimento evita que exsudatos com moléculas do dessecante passem da planta-alvo para as raízes das culturas principais.

    Semeadura e adubação

    A braquiária pode ser semeada imediatamente antes da cultura do milho, em áreas que não apresentem infestação de plantas daninhas de folha estreita, ou em pós-emergência da cultura do milho. A quantidade de sementes de guandu-anão obedece às recomendações convencionais no que se refere à quantidade de quilos por hectare, contudo é desejável que se obtenha uma população final entre quatro e cinco plantas por metro linear ou entre oito e dez plantas por metro linear. No caso da produção de milho com espaçamento reduzido, a semente do guandu-anão pode ser misturada ao fertilizante, desde que sua incorporação não seja muito profunda, estabelecendo-se o consórcio na mesma fileira do milho. Esse mesmo procedimento pode ser usado para espaçamentos maiores de milho (0,8 m a 1,0 m), porém é recomendável a adição de uma fileira da leguminosa centralizada nas entrelinhas do milho.

    Para fazer esse consórcio triplo de maneira mais prática, deve-se misturar superfosfato simples com as sementes de guandu-anão e braquiária e semeá-las nas entrelinhas do milho em profundidade de 2 cm a 3 cm. A adubação do milho deve ser feita de acordo com as recomendações convencionais, especialmente a aplicação do nitrogênio em cobertura.

    Consórcio

    O consórcio pode ser estabelecido via semeadura simultânea ou defasada, ou seja, as leguminosas podem ser semeadas em operação distinta, cerca de 10 a 15 dias após a emergência das plantas de milho.

    A escolha entre o consórcio simultâneo ou defasado deve considerar:

    • O espaçamento entre linhas de milho, pois, à medida que se diminui o espaçamento, o fechamento da cultura ocorre mais rapidamente. Nesse caso, a semeadura do guandu-anão pode ser realizada no mesmo dia que o milho, uma vez que a capacidade de competição pela leguminosa, que já é baixa, é ainda mais suprimida pelo sombreamento proporcionado pelo milho em espaçamento reduzido.
    • A infestação da área por plantas daninhas de folhas largas. Nesse caso, recomenda-se que seja adotada alguma prática de controle precoce das plantas daninhas antes da implantação do consórcio, para garantir que a emergência das plantas de guandu-anão ocorra após a aplicação dos herbicidas. Em áreas muito infestadas por plantas daninhas, folhas estreitas e largas, não é recomendável fazer o consórcio simultâneo do milho com a leguminosa. Nesse caso, recomenda-se fazer um manejo precoce das plantas daninhas, com herbicida pós-emergente, e imediata semeadura das leguminosas em pós-emergência do milho. A colheita do milho não deve ser tardia, pois podem ocorrer dificuldades operacionais em razão do volume de massa verde, tanto de guandu quanto de braquiária, que tendem a crescer vigorosamente após a senescência do milho, por causa da entrada de radiação solar nas entrelinhas da cultura. Essa medida deve evitar embuchamentos na colhedora pela forrageira.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 75

    Ano: 2015

  • O sistema São Mateus é indicado para a região do Bolsão Sul-Mato-Grossense, tendo como base a utilização do sistema de ILP com a antecipação da correção química e física do solo e do cultivo de soja em plantio direto para amortizar os custos da recuperação da pastagem. Tal sistema de produção proporciona a diversificação das atividades e dilui os riscos de frustrações, ampliando a rentabilidade e a margem de lucro da propriedade rural.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 76

    Ano: 2015

  • As etapas de implantação do sistema São Mateus são as seguintes:

    • No período do inverno e da primavera, deve-se realizar a limpeza e adequação da área, o terraceamento, a correção das deficiências químicas do solo com a aplicação de calcário, gesso e adubos, observando-se as recomendações técnicas de aplicação e a correta incorporação ao solo, visando à construção de camada corrigida com 20 cm a 30 cm.
    • No início do período chuvoso, deve-se implantar pastagem temporária de braquiária (cv. Marandú, BRS Piatã ou Xaraés, por exemplo, com 4 kg/ha a 6 kg/ha de sementes puras viáveis), visando tanto à adequação física do solo pelo desenvolvimento das raízes da forrageira quanto à formação da cobertura de palha para o plantio direto da soja, a fim de que haja tempo necessário para a solubilização dos adubos e corretivos, com a reação química no solo e neutralização da acidez.
    • Uso da pastagem por 6 a 9 meses, com início de pastejo aos 60 a 70 dias após a emergência até o mês de setembro, considerando cuidadosamente a capacidade de suporte da forrageira. Nesse período, pode-se obter elevada produção de carne, entre 10 arrobas/ha a 13 arrobas/ha de equivalente-carcaça, na recria e engorda de animais, resultando numa pecuária mais precoce e rentável. A produtividade de carne obtida nesse período poderá amortizar parcial ou totalmente os custos da adequação química adequada.
    • Produção de palhada para o plantio direto da soja: logo após o início das chuvas (outubro), deve-se proceder à dessecação da pastagem com herbicida e, cerca de 20 dias depois, efetuar a semeadura, no SPD, da soja sobre a palhada da pastagem dessecada (4 t/ha a 6 t/ha de massa de matéria seca). Para o sucesso dessa operação, o produtor deve contar com acompanhamento técnico e dedicar atenção especial aos procedimentos de dessecação, escolha de cultivares de soja, semeadura, adubação e inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio (rizóbios). A inoculação do rizóbio é indispensável em áreas de primeiro cultivo de soja, visando ao adequado suprimento de nitrogênio para as plantas, que pode ser efetuado por meio do aumento da dose de inoculante, da pulverização na faixa de semeadura ou da inoculação prévia da área com a semeadura con­sorciada da pastagem com grãos de soja. Recomenda-se, também, a inoculação de rizóbio mesmo em áreas de cultivos tradicionais de soja, por proporcionar ganhos de rendimento de grãos de soja.
    • Após a colheita da soja, deve-se semear imediatamente a pastagem que será utilizada na pecuária nos próximos 2 anos, retornando à soja no terceiro ano. A definição do período de tempo dos ciclos de lavoura e com pecuária em cada talhão da propriedade é variável e depende dos objetivos e da estrutura disponível em cada local. De modo geral, para obtenção dos melhores resultados, não se deve exceder o período de 3 anos seguidos com soja ou com pastagem.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 77

    Ano: 2015

  • Os sistemas de integração que contêm o componente florestal podem ser classificados da seguinte forma:

    • Sistema silvipastoril ou integração pecuária-floresta (IPF): sistema de produção que integra, por meio de consórcio, os componentes pecuário (pastagem e animal) e florestal (árvores e/ou arbustos).
    • Sistema silviagrícola ou integração lavoura-floresta (ILF): sistema de produção que integra os componentes florestal e agrícola pela consorciação de espécie(s) arbórea(s) e/ou arbustiva(s) com cultivo(s) agrícola(s), anuais ou perenes.
    • Sistema agrossilvipastoril ou integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF): sistema em que é feito, na mesma área, o silvipastoril seguido do silviagrícola, ou vice-versa. Por exemplo, em um consórcio de soja com árvores, pratica-se o sistema silviagrícola. Se, depois da soja (ou outra lavoura), for plantada uma forrageira entre as linhas de árvore e for colocado o gado para pastejo, o sistema é o silvipastoril. Então, na mesma área ocorre, num momento, o sistema silviagrícola e, no outro, o silvipastoril.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 78

    Ano: 2015

  • Sistema silviagrícola ou integração lavoura-floresta (ILF): sistema de produção que integra os componentes florestal e agrícola pela consorciação de espécie(s) arbórea(s) e/ou arbustiva(s) com cultivo(s) agrícola(s), anuais ou perenes.
  • Sistema agrossilvipastoril ou integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF): sistema em que é feito, na mesma área, o silvipastoril seguido do silviagrícola, ou vice-versa. Por exemplo, em um consórcio de soja com árvores, pratica-se o sistema silviagrícola. Se, depois da soja (ou outra lavoura), for plantada uma forrageira entre as linhas de árvore e for colocado o gado para pastejo, o sistema é o silvipastoril. Então, na mesma área ocorre, num momento, o sistema silviagrícola e, no outro, o silvipastoril.
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  • Vários procedimentos devem ser considerados. Os principais são os seguintes:

    Econômicos

    • Analisar a adequabilidade da espécie arbórea na região e fazer estudo do mercado, com a finalidade de identificar as espécies com produtos economicamente promissores para a região.
    • Estudar o mercado regional para assegurar a aquisição de insumos e a viabilidade de comercialização dos produtos do sistema (principalmente para produtos madeireiros e não madeireiros).
    • Estabelecer planejamento plurianual em médio e longo prazo com base nos princípios da rotação e diversificação de culturas.
    • Analisar a capacidade de investimento e/ou buscar fontes de financiamento acessíveis para a aquisição de animais, máquinas, mudas florestais, etc.
    • Implantar o sistema mais viável e adequado à realidade da região e do tipo de propriedade rural.

    Técnicos

    • Capacitar pessoas para a compreensão de dois aspectos essenciais: motivos para combinar árvores com lavouras e/ou com pastagens e forma de combinar lavouras (cultivos anuais e/ou forrageiras), pecuária (gado) e árvores (para produtos e/ou serviços).
    • Procurar profissionais experientes para assistência técnica e/ou consultoria.
    • Diagnosticar as áreas com maior potencial de resposta, setorizar a propriedade e iniciar o sistema aos poucos (20% a 30% da propriedade).
    • Fazer o preparo do solo, analisar o tipo de solo, realizar a correção e adubação do solo e os tratos culturais (dessecação das pastagens, etc.).
    • Definir o número de linhas por faixa ou renque de árvore.
    • Definir a distância entre as faixas ou renques (largura das aleias ou ruas), por exemplo, pela dimensão de equipamentos disponíveis (com razões dessas dimensões, uma vez, duas vezes, etc.).
    • Demarcar as linhas de plantio das árvores antes do plantio da lavoura.
    • Plantar as árvores em nível e a jusante de terraços (se houver).
    • Plantar as lavouras com afastamento das linhas de árvore em, pelo menos, 1 m de cada lado.
    • Planejar a entrada de animais preferencialmente após o estabelecimento das árvores.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 79

    Ano: 2015

  • O Brasil possui elevada pluviosidade e alta incidência luminosa durante todo o ano na maioria das regiões. Assim, a distribuição das árvores deverá ser em renques perpendiculares ao sentido pendente ou ao declive do terreno, que é uma forma eficiente de impedir a erosão do solo e a perda de água por escorrimento superficial. Além disso, as árvores dispostas em renques perpendiculares ao sentido da declividade do terreno atuam como estruturas que orientam o trânsito de máquinas e implementos, o sentido do plantio de lavouras e forrageiras, o caminhamento do rebanho, minimizando a formação de sulcos de escoamento superficial das águas de chuva no sentido da declividade do terreno, de modo que haja maior infiltração da água das chuvas.

    O espaçamento entre os renques de árvores (linhas simples ou linhas múltiplas) são maiores do que o utilizado nos monocultivos de árvores. A distância entre as árvores, o número de linhas de árvores que forma o renque, bem como a distância entre os renques, podem ser ajustados previamente de acordo com o interesse estabelecido por produtos das árvores.

    Para mais detalhes, é recomendada a consulta ao documento de Porfírio-da-Silva et al. (2009).

    PORFÍRIO-DA-SILVA, V.; MEDRADO, M. J. S.; NICODEMO, M. L. F.; DERETI, R. M. Arborização de pastagens com espécies florestais madeireiras: implantação e manejo. Colombo: Embrapa Florestas, 2009. 48 p. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/132912/1/2014-reimp-Cartilha-Arborizacao-2014.pdf>.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 82

    Ano: 2015

  • Podem ou não ser mais onerosos em virtude da dependência de fatores, tais como: local de implantação, preços das mudas, insumos, mão de obra, máquinas agrícolas, etc. A implantação de sistemas com árvores pode ser de maior escala do que a do monocultivo agrícola, da pastagem pura ou mesmo do sistema de ILP. Porém, os sistemas de integração com componente florestal têm grande potencial de ganhos econômicos em médio e em longo prazo.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 84

    Ano: 2015