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  • O SPD é recomendado em áreas agrícolas com solo parcial ou adequadamente corrigido, que não necessitem de uso constante de equipamentos para preparo do solo para descompactar o solo, mesmo em situações em que a área foi pastejada por animais antes do plantio de uma nova lavoura.

    Este sistema está sendo largamente empregado na sequência da recuperação ou na reforma de pastagens degradadas feitas, na maioria das vezes, com o preparo convencional com o uso de gradagens, subsolagens e arações. Embora práticas dessa natureza já sejam utilizadas há bastante tempo, a elas vêm sendo agregados avanços tecnológicos com o objetivo de aumentar sua eficiência, ou seja, possibilitar a formação de pastagem de boa qualidade sem queda significativa de produtividade da cultura associada.

    Normalmente, ao ser implementado um modelo de ILP, os custos de uma área degradada são altos inicialmente, mas depois da adoção do SPD reduzem consideravelmente. Mesmo em casos em que a forrageira possa competir com a cultura produtora de grãos, a redução de custos proporcionados pelo SPD não compromete o negócio que, além dos grãos, ainda poderá ser compensado pelo tempo de exploração da pastagem, que terá maior produção e qualidade e compensará possíveis prejuízos que porventura possam ocorrer.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 67

    Ano: 2015

  • Basicamente os sistemas de ILP podem ser agrupados em quatro classes e podem sofrer ajustes conforme as condições regio­nais de clima e de solo.

    • Consorciação de culturas graníferas e forrageiras: cultivo simultâneo de duas espécies, geralmente uma anual graní­fera, como milho (Zea mays) ou sorgo (Sorghum bicolor), e uma forrageira, geralmente perene, como as braquiárias (Urochloa spp. syn. Brachiaria spp.). Em alguns casos, o consórcio pode ser também com pastagens anuais, como milheto (Pennisetum glaucum) e sorgo de pastejo (Sorghum sudanense), e forrageiras perenes. Essa modalidade de ILP é possível graças ao diferencial, no tempo e no espaço, de acúmulo de biomassa ao longo do ciclo das espécies. Enquanto as gramíneas forrageiras tropicais, especialmente as braquiárias, são conhecidas pelo seu lento acúmulo de matéria seca da parte aérea até aproximadamente 50 dias da emergência, a maioria das culturas anuais sofre interferência por competição nesse período. Além disso, práticas culturais, como o arranjo espacial das plantas, o uso de reguladores de crescimento e a aplicação de herbicidas, ajudam a reduzir ainda mais o acúmulo de biomassa das forrageiras durante o período da competição entre as espécies.
    • Sucessão de culturas e forrageiras anuais: estabelecimento de uma segunda cultura simultaneamente ou após a colheita da cultura de verão. Depois da colheita da lavoura consorciada com o capim, o pasto que se forma é vedado, até apresentar condições de utilização na entressafra. Nesse caso, a pastagem formada é considerada a segunda cultura na sucessão. Existem duas variações importantes deste sistema para o caso de inverno seco ou inverno úmido, que ocorrem em grande parte do Cerrado ou no Sul do País, respectivamente.

    É desejável adotar o sistema de plantio direto (SPD) desde o início da implantação de sistemas de ILP. Entretanto, nem sempre isso é possível por causa das condições de solo e de degradação em que a área a ser reformada se encontra. Os solos degradados necessitam correções químicas e físicas em profundidade para eliminar impedimentos na subsuperfície. Compactação, deficiência de nutrientes e alumínio são as principais limitações nesses casos. Especialmente na região do Cerrado, com clima mais seco e solo pobre em fertilidade, e nos locais onde ocorrem veranicos, é desejável a incorporação profunda de corretivos e fertilizantes, como estratégia para promover maior crescimento das raízes das lavouras e capins, que assim podem tolerar maior período de escassez de chuvas. Nessa situação, o preparo convencional com aração e gradagens é o método mais indicado. Dessa forma, a forrageira também terá maior chance de crescer e de manter-se produtiva por um período maior quando iniciar o período seco do ano. Por sua vez, caso não existam esses impedimentos no solo ou a deficiência de nutrientes não for muito acentuada e o clima for mais chuvoso, é possível iniciar o sistema de ILP com o SPD e a aplicação de gesso, calcário ou algum nutriente em superfície.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 52

    Ano: 2015

  • O sistema que melhor atende as suas necessidades é o de reforma ou recuperação de pastagens com lavouras anuais. De acordo com a capacidade de investimento do pecuarista, o técnico deve planejar as áreas que serão recuperadas/reformadas anualmente, de tal maneira que depois de alguns anos o pecuarista tenha todas suas pastagens recuperadas. Desse ponto em diante, o pecuarista já terá aprendido a lidar melhor com o manejo de lavouras, deverá estar mais capitalizado e, possivelmente, terá adquirido alguns equipamentos. Ele poderá passar para um sistema mais intensivo de rotação de lavouras anuais com pastagens perenes.

    Muitos pecuaristas não querem adotar a atividade agrícola, pois os custos com máquinas são elevados e, como a agricultura não será a atividade principal da propriedade, optam por não colocar essa atividade na recuperação de suas pastagens. Porém, existem estratégias de negócio que podem ser atrativas, como o arrendamento ou a parceria com produtores de grãos que, a depender da região, podem ser muito lucrativos. Existe, ainda, o sistema São Mateus.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 53

    Ano: 2015

    • Para o agricultor: aumento da produtividade e do lucro da atividade, com maior estabilidade de renda por causa da produção diversificada, que reduz a vulnerabilidade aos efeitos do clima e do mercado. Essa nova realidade do produtor permite a ele decidir se aumenta o seu rebanho ou a produção agrícola em um novo patamar tecnológico. Isso é decisivo para a inserção desse produtor no agronegócio. Além disso, a propriedade é valorizada. Uma consideração a ser feita é a de que a pecuária é uma atividade de menor risco em comparação à agricultura. O pecuarista que adota o sistema de ILP aumenta o risco do seu negócio, ao passo que o agricultor tem seus riscos diminuídos.
    • Para o pecuarista: embora o risco com agricultura seja grande, ele pode ser compensado com a possibilidade de recuperação da pastagem. A depender da escolha da cultura produtora de grãos no mercado da região onde se localiza a propriedade, a agricultura paga os custos de implantação da nova pastagem e ainda pode trazer lucro adicional se a venda dos grãos for feita no momento oportuno. Além disso, após uma cultura produtora de grãos, a pastagem tem maior produtividade, proporcionando maior ganho de peso por animal e menor custo com suplementação.
    • Para a pastagem: como o potencial produtivo do solo é melhorado mediante as correções químicas e adubações realizadas para cultivos de lavouras, a produtividade e a longevidade da pastagem são aumentadas. Adequando o manejo da pastagem por meio do controle de lotação animal e da reposição de nutrientes após cada ciclo de pastejo, essa pastagem permanecerá por muito tempo sendo explorada sem a necessidade de uma nova recuperação da área.
    • Para a lavoura: a correção do solo por meio da adição de nutrientes e diminuição do alumínio tóxico proporciona melhoria do ambiente produtivo. Além disso, a pastagem produz muita massa tanto de raízes quanto de parte aérea, aumentando a matéria orgânica, a quantidade de microrganismos benéficos e a porosidade do solo. Esse novo ambiente produtivo diminui a incidência de pragas e doenças com origem no solo. A presença de cobertura permanente no solo traz benefícios no controle da erosão, por causa da proteção mecânica que os resíduos vegetais proporcionam, além de controlar a temperatura do solo e o aumento da infiltração e reduzir a evaporação de água, diminuindo os riscos de perdas de produtividade em casos de regiões com problemas de veranicos.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 56

    Ano: 2015

  • Atualmente a indústria de máquinas e implementos evoluiu bastante, a fim de que o sistema de ILP possa ser implementado em diferentes modalidades de cultivo de grãos e pastagens. Já existem no mercado equipamentos de plantio de cereais e de capim nas linhas e entrelinhas, simultaneamente. Se esse equipamento for utilizado, basta fazer as regulagens para fertilizantes, sementes do cereal e do capim, além dos ajustes para profundidade de deposição de fertilizante e sementes, de execução relativamente simples. Porém, não há necessidade de adquirir um novo equipamento só porque o produtor irá semear a forrageira simultaneamente com a cultura produtora de grãos. Mesmo em máquinas sem a caixa de sementes miúdas, algumas regulagens podem ser realizadas de forma que as espécies sejam implantadas em consórcio sem a competição interespecífica.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 64

    Ano: 2015

  • Os primeiros passos são o diagnóstico da propriedade e o planejamento com antecedência, pois a falta de um planejamento completo pode comprometer a eficiência e os custos do projeto.

    É importante procurar assistência técnica para o planejamento de todas as etapas, obedecendo aos critérios agronômicos e ao zoneamento de risco agroclimático da região, no que se refere à escolha das culturas a serem semeadas e à melhor forma de implantação do sistema de ILP de acordo com os seguintes aspectos: vocação, experiência e preferências do produtor e realidade do mercado local e regional.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 57

    Ano: 2015

  • Nesse caso, as glebas de terra já têm sua fertilidade corrigida. Mesmo assim, pode haver necessidade de algum ajuste, especialmente quanto à gestão pecuária por parte de agricultores. De qualquer maneira, observa-se que esses absorvem com maior facilidade as necessidades gerenciais da pecuária quando comparados aos pecuaristas, que demonstram maior dificuldade em assimilar as exigências no manejo das lavouras. O planejamento tem de ser global.

    Para integrar a pecuária nessas condições, é necessário que o investimento, que pode ser elevado, considere a necessidade de construção de estruturas físicas para os animais (cercas, cochos, bebedouros, curral, etc.). Muitas vezes o agropecuarista já desenvolve essas duas atividades em sua fazenda de maneira complementar, entretanto sem integração entre elas. Nesse caso, o sistema de ILP torna-se bem mais simples, pois parte da estrutura da pecuária e de correção do solo já está pronta. Há necessidade também de avaliar com que animais a propriedade irá trabalhar, além de definir o método de exploração da atividade pecuária (cria, recria, engorda ou produção de leite).

    Observando-se esses aspectos, pode-se optar pela espécie forrageira que melhor se adeque às necessidades do agropecuarista, bem como definir o tempo de exploração de cada uma das atividades e as produtividades que poderão ser trabalhadas.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 59

    Ano: 2015

    • Recuperar ou reformar pastagens degradadas: as lavouras são utilizadas a fim de que a produção agrícola pague, pelo menos em parte, os custos da recuperação ou da reforma das pastagens. A pastagem na sequência terá maior produtividade em virtude do aproveitamento dos nutrientes deixados pela cultura produtora dos grãos. Para a maioria dos solos do Brasil, caso não sejam feitas adubações de manutenção, esse método dá resultado nos primeiros 2 ou 3 anos. Após esse período, a pastagem já apresenta acentuada degradação, em razão do esgotamento dos nutri­entes que entraram no sistema via adubação das lavouras. Então, é necessário cultivar lavouras novamente na área para reposição de nutrientes.
    • Melhorar as condições físicas e biológicas do solo com a pastagem na área de lavoura: as pastagens deixam quantidades consideráveis de palha sobre o solo. Além disso, as espécies exploram grandes volumes de solo com suas raízes, que, com a dessecação da parte aérea, aumentam a infiltração de água. Isso tende a aumentar a matéria orgânica, que é fundamental na melhoria da estrutura física, além de ser responsável pela reciclagem de alguns nutrientes essenciais às plantas, como o potássio, por exemplo. A matéria orgânica também aumenta a quantidade de meso-organismos (minhocas e insetos) e microrganismos, por ser fonte de alimento e também de carbono para esses seres vivos. A decomposição das raízes cria uma rede de canalículos no solo de grande importância nas trocas gasosas e na movimentação descendente de íons e de água. Esse novo ambiente criado no solo pelo sistema de ILP é fundamental para impactar positivamente tanto a sua sustentabilidade quanto a produtividade do sistema agropecuário.
    • Recuperar a fertilidade do solo com a lavoura na área de pastagens degradadas: a correção química do solo e a adubação para cultivo de lavouras recuperam a fertilidade do solo, aumentando a oferta de nutrientes residuais para o pasto que aumenta o seu potencial de produção. Vale insistir no fato de que esse condicionamento é temporário, pois a exploração intensiva sem a reposição de nutrientes no pasto e com altas lotações animais é nociva e de pouca rentabilidade.
    • Produzir pasto, forragem conservada e grãos para ali­mentação animal na estação seca: além da produção de silagem e de grãos, o sistema de ILP possibilita que a pastagem produzida no consórcio ou em sucessão seja utilizada durante a estação seca. A correção do perfil do solo proporciona melhor desenvolvimento do sistema radicular da forrageira, que, assim, aprofunda-se no perfil e absorve água em maiores profundidades, conferindo ao pasto maior persistência durante a estação seca. Além disso, há possibilidade de que os resíduos pós-colheita de grãos possam ser utilizados para alimentação dos animais, outro grande benefício indireto que as culturas produtoras de grãos podem fornecer para a pecuária, além da produção de silagem e de feno.
    • Diminuir a dependência de insumos externos: a pastagem recuperada ou reformada passa a contribuir em maior proporção na dieta dos animais, e os grãos produzidos na fazenda são usados na produção da própria ração, diminuindo a necessidade de aquisição no mercado.
    • Reduzir os custos tanto da atividade agrícola quanto da pecuária: como há ganhos em produtividade tanto das lavouras quanto das pastagens, menor demanda por defensivos agrícolas e melhor aproveitamento da mão de obra, entre outros fatores, os custos de produção são reduzidos ao longo dos anos de adoção do sistema de ILP.
    • Aumentar a estabilidade de renda do produtor: o sistema de ILP possibilita a diversificação de culturas e de atividades econômicas na propriedade, conferindo maior estabilidade de renda, pois os riscos inerentes ao cultivo de uma única cultura diminuem. Mesmo em anos de estiagem, durante os quais pode haver perda de produtividade na agricultura, a pecuária pode diminuir os prejuízos. Em outras palavras, tendo somente uma atividade econômica na propriedade, o agropecuarista fica sujeito a prejuízos que, caso aconteçam, podem ser de difícil recuperação em curto tempo.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 55

    Ano: 2015

  • O sistema Barreirão tem o objetivo de recuperar ou renovar pastagem degradada em solo degradado. Para que seja implantado, ele deve ser precedido de uma série de cuidados referentes ao diagnóstico da área, escolha da lavoura e da forrageira, entre outros. Primeiramente é preciso fazer as análises de solo e, com base nela, fazer a correção química e o preparo do solo.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 68

    Ano: 2015

  • Quando se deseja mudar o tipo de capim, faz-se uma grada­gem pesada no período seco para expor o sistema radicular do capim presente na área, de maneira que as plantas morram. Nessa ocasião, são incorporados os corretivos. A principal característica do sistema Barreirão é a aração profunda com arado de aivecas no início do período chuvoso. As razões para o uso desse implemento são as seguintes: fazer o condicionamento físico e químico do solo, rompendo camadas compactadas ou adensadas; inverter a camada de solo revolvida a fim de que haja incorporação profunda de corretivos; e incorporar em profundidade o banco de sementes de plantas daninhas, capins, etc., para que elas não saiam ou para que tenham a emergência retardada competindo menos com a lavoura. Na sequência, são tomados os cuidados com a conservação do solo. Como o condicionamento químico não é imediato, ou seja, demanda tempo de reação dos corretivos e fertilizantes, é esperado melhor desempenho das lavouras nos cultivos subsequentes. Uma maneira de minimizar isso em clima mais seco é fazer as correções preconizadas acima mais no final do período chuvoso anterior, quando os riscos de erosão já são menores, e plantar o capim com que se quer trabalhar, ou o milheto ou o sorgo de pastejo. A forrageira vai estabelecer e poderá, até mesmo, ser usada na entressafra.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 69

    Ano: 2015

  • Consiste na produção consorciada de culturas de grãos, especialmente milho, soja (Glycine max), arroz (Oryza sativa), sorgo e milheto com espécies forrageiras tropicais, principalmente as do gênero Urochloa e Panicum, tanto no SPD quanto no preparo convencional, em áreas de lavoura com solo parcial ou devidamente corrigido.

    Os principais objetivos desse sistema são:

    • Produzir forrageira para a entressafra e palhada em quan­tidade e qualidade para o SPD.
    • Aumentar a produtividade da cultura de milho e das pastagens e, com isso, baixar os custos de produção, tor­nando a propriedade agrícola mais competitiva e sustentável.
    • Viabilizar o plantio direto em várias regiões com a geração de palhada em quantidade adequada.

    Os principais benefícios são:

    • Bom desenvolvimento inicial da cultura do milho, exercendo com isso alta competição sobre as forrageiras, a fim de evitar redução significativa nas suas capacidades produtivas de grãos.
    • Apresenta a vantagem de não alterar o cronograma de atividades do produtor e não exigir equipamentos especiais para sua implantação.
    • Efeito supressor da palhada de braquiária em plantas daninhas e em fungos de solo.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 70

    Ano: 2015

  • O sistema São Mateus é indicado para a região do Bolsão Sul-Mato-Grossense, tendo como base a utilização do sistema de ILP com a antecipação da correção química e física do solo e do cultivo de soja em plantio direto para amortizar os custos da recuperação da pastagem. Tal sistema de produção proporciona a diversificação das atividades e dilui os riscos de frustrações, ampliando a rentabilidade e a margem de lucro da propriedade rural.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 76

    Ano: 2015

  • Sim. Culturas que podem servir tanto para produção de grãos e silagem, como o milho e o sorgo, quanto para pastejo direto, como o milheto e o sorgo pastejo, podem ser boas opções para alguns modelos de ILP.

    Para a região Sul do Brasil, o trigo (Triticum aestivum) de duplo propósito pode ser uma boa opção para produtores de leite que optarem pelo uso dessa espécie. Para as condições do bioma Cerrado, o sorgo pastejo e o milheto podem ser excelentes opções, consorciadas ou não com braquiárias. Vale ressaltar que as cultivares de duplo propósito foram melhoradas ao longo dos anos para permitirem essa aptidão. São cultivares específicas e o produtor/pecuarista deve procurar nas empresas produtoras de sementes quais são os materiais disponíveis para duplo propósito na sua região.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 72

    Ano: 2015

  • As etapas de implantação do sistema São Mateus são as seguintes:

    • No período do inverno e da primavera, deve-se realizar a limpeza e adequação da área, o terraceamento, a correção das deficiências químicas do solo com a aplicação de calcário, gesso e adubos, observando-se as recomendações técnicas de aplicação e a correta incorporação ao solo, visando à construção de camada corrigida com 20 cm a 30 cm.
    • No início do período chuvoso, deve-se implantar pastagem temporária de braquiária (cv. Marandú, BRS Piatã ou Xaraés, por exemplo, com 4 kg/ha a 6 kg/ha de sementes puras viáveis), visando tanto à adequação física do solo pelo desenvolvimento das raízes da forrageira quanto à formação da cobertura de palha para o plantio direto da soja, a fim de que haja tempo necessário para a solubilização dos adubos e corretivos, com a reação química no solo e neutralização da acidez.
    • Uso da pastagem por 6 a 9 meses, com início de pastejo aos 60 a 70 dias após a emergência até o mês de setembro, considerando cuidadosamente a capacidade de suporte da forrageira. Nesse período, pode-se obter elevada produção de carne, entre 10 arrobas/ha a 13 arrobas/ha de equivalente-carcaça, na recria e engorda de animais, resultando numa pecuária mais precoce e rentável. A produtividade de carne obtida nesse período poderá amortizar parcial ou totalmente os custos da adequação química adequada.
    • Produção de palhada para o plantio direto da soja: logo após o início das chuvas (outubro), deve-se proceder à dessecação da pastagem com herbicida e, cerca de 20 dias depois, efetuar a semeadura, no SPD, da soja sobre a palhada da pastagem dessecada (4 t/ha a 6 t/ha de massa de matéria seca). Para o sucesso dessa operação, o produtor deve contar com acompanhamento técnico e dedicar atenção especial aos procedimentos de dessecação, escolha de cultivares de soja, semeadura, adubação e inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio (rizóbios). A inoculação do rizóbio é indispensável em áreas de primeiro cultivo de soja, visando ao adequado suprimento de nitrogênio para as plantas, que pode ser efetuado por meio do aumento da dose de inoculante, da pulverização na faixa de semeadura ou da inoculação prévia da área com a semeadura con­sorciada da pastagem com grãos de soja. Recomenda-se, também, a inoculação de rizóbio mesmo em áreas de cultivos tradicionais de soja, por proporcionar ganhos de rendimento de grãos de soja.
    • Após a colheita da soja, deve-se semear imediatamente a pastagem que será utilizada na pecuária nos próximos 2 anos, retornando à soja no terceiro ano. A definição do período de tempo dos ciclos de lavoura e com pecuária em cada talhão da propriedade é variável e depende dos objetivos e da estrutura disponível em cada local. De modo geral, para obtenção dos melhores resultados, não se deve exceder o período de 3 anos seguidos com soja ou com pastagem.

    Capítulo: Implantação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

    Número da Pergunta: 77

    Ano: 2015

  • espaçamento ideal das árvores

    O espaçamento varia de acordo com os seguintes fatores: espécie arbórea, espécie forrageira e estratégia de implantação e de manejo do sistema (pastejo rotativo, realização de desbastes, etc.). O espaçamento ideal é aquele que não impede o acúmulo de forragem em quantidade e qualidade, ao longo do ciclo do sistema com pecuária, e que proporcione a produção do componente florestal selecionado. A manutenção de um “espaçamento ideal” depende de desbastes e da relação desses com a cobertura de copa das árvores no terreno. De modo geral, será necessário realizar desbastes (retirar árvores inteiras) quando a cobertura de copa das árvores tiver entre 30% e 35%, e assim manter um ambiente luminoso que permita a produção de forragem suficiente para um bom desempenho animal no sistema.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 89

    Ano: 2015

  • Os principais passos são:

    • Definir quais são os produtos esperados das árvores (madeira fina para lenha, carvão, celulose, moirões de cerca, ou madeira grossa para serraria, laminação, faqueados). Para isso, é fundamental planejar o sistema que será adotado, ou seja, o espaçamento entre renques, o espaçamento entre árvores no renque e a quantidade de linhas de árvores em cada renque.
    • Selecionar corretamente as espécies de árvores que serão plantadas na área, que devem ser adaptadas ao clima e ao solo do local onde serão plantadas.
    • Contratar a produção de mudas para que estejam prontas na época correta para o plantio na região onde serão plantadas.
    • Aprender como e quando realizar o plantio e os tratos cul­turais necessários para o bom desenvolvimento das árvores.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 85

    Ano: 2015

  • O ideal é utilizar renques de linha simples ou de múltiplas linhas (2, 3, ou mais). Essa forma de distribuição permite o trânsito de máquinas e implementos, além de favorecer o manejo do rebanho e a colheita da madeira. É importante lembrar que a distância entre os renques deve ser calculada para permitir que os implementos transitem sem dificuldades. Por exemplo, é necessário considerar a largura da barra de um pulverizador, a largura da plantadeira, a largura da plataforma da colheitadeira, etc.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 87

    Ano: 2015

  • A prioridade na escolha da espécie arbórea dependerá do interesse do produtor rural. Se o objetivo é produzir madeira, a escolha das espécies deverá recair sobre espécies madeireiras, especialmente se tal escolha tem como motivo atender ao mercado. Se a escolha é o produto não madeireiro, o produtor deverá saber que produto deverá obter da árvore (fruto, resina, látex, semente, forragem, óleo essencial, casca, etc.) e escolher as espécies adequadas para a produção esperada.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 93

    Ano: 2015

  • Os tratos culturais necessários para o adequado desenvolvimento e manejo das árvores estão resumidos na Tabela 2.

    Tabela 2. Tratos culturais necessários para a correta implantação do sistema de ILPF de acordo com a idade das árvores.

    O que pode ser feito?

    Idade do plantio das árvores

    Coroamento

    Controle químico na faixa de plantio com produtos não seletivos (usando proteção para as mudas)

    Capina manual

    Cultivos anuais (lavouras) na entrelinha quando for renque com mais de uma linha de árvores ou também entre os renques

    Gradagem na entrelinha quando for renque com mais de uma linha de árvore ou dos lados da linha de plantio da árvore quando for somente uma linha

    0 a 3 meses

    plantio

    Roçada nas entrelinhas ou entre plantas na linha

    Cultivos anuais intercalares

    3 a 24 meses

    A primeira desrama deve ser feita quando a grossura das árvores na altura de 1,30 m do solo (o chamado diâmetro a altura do peito – DAP) atingir 6 cm

    Depende do crescimento das árvores

    O desbaste deve ser feito sempre que a cobertura de copa atingir 30%

    Depende do crescimento das árvores e do espaçamento utilizado

    Fonte: adaptado de Porfírio-da-Silva et al. (2009).

    PORFÍRIO-DA-SILVA, V.; MEDRADO, M. J. S.; NICODEMO, M. L. F.; DERETI, R. M. Arborização de pastagens com espécies florestais madeireiras: implantação e manejo. Colombo: Embrapa Florestas, 2009. 48 p. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/132912/1/2014-reimp-Cartilha-Arborizacao-2014.pdf>.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 97

    Ano: 2015

  • A primeira desrama deve ser realizada quando 60% das árvores monitoradas na amostragem tiverem atingido 6 cm de diâmetro a altura do peito (DAP). Não é recomendável que se faça a desrama antes de atingir tal diâmetro, pois isso pode atrasar o crescimento da árvore. A medida do DAP das árvores é obtida a 1,30 m da base do tronco, e a desrama deve ser feita desse ponto para baixo. Certamente as árvores não crescem iguais, por isso, quando 60% das árvores tiverem atingido 6 cm de DAP, algumas delas já terão ultrapassado essa medida, então deve ser desramada da altura que apresentar os 6 cm de diâmetro.

    Outras desramas serão necessárias no futuro, e devem ser feitas retirando os galhos até a metade da altura total das árvores. Para cortar os galhos, é necessário utilizar ferramentas adequadas para a poda florestal, como o serrote curvo, o podão ou a tesoura, os quais devem estar bem afiados.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 98

    Ano: 2015

  • A melhor estratégia é a adoção de sistemas agrossilvipastoris com cultivo de espécies agrícolas nas entrelinhas das árvores. Nesse caso, o crescimento das árvores é maior pelo efeito residual dos fertilizantes e da correção do solo realizada na área. Entretanto, com pastagem formada e produtiva, a utilização de cercas eletrificadas é a prática mais recomendada até que as árvores cresçam o suficiente para suportar o peso do corpo de um animal adulto.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 101

    Ano: 2015

  • Sim, o uso de espécies de árvores nativas é possível. Sua viabilidade técnica e econômica depende da observação dos procedimentos mínimos e do atendimento aos requisitos técnicos. Exemplos podem ser observados em áreas de produtores rurais em diferentes regiões do Brasil e nas Unidades da Embrapa nas diferentes regiões. É importante que, antes do plantio, o produtor rural procure orientações no órgão estadual competente (secretarias estaduais de meio ambiente) para comunicar sobre o plantio e, na etapa posterior, próximo ao momento do abate das árvores, obter a liberação para as etapas de corte, transporte e comercialização da madeira.

    Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 92

    Ano: 2015

  • As principais opções para boi safrinha podem ser visualizadas na ilustração a seguir.

    Consórcio Centro-Oeste e Sudeste

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 110

    Ano: 2015

  • É possível consorciar milho ou sorgo com praticamente todas as cultivares de capim disponíveis no mercado. As culturas de milho e de sorgo, em razão da maior capacidade de competição com as gramíneas forrageiras (Urochloa spp., syn. Brachiaria spp. e Panicum maximum) na fase inicial de estabelecimento, têm sido as mais adotadas nos consórcios cultura anual-pasto. O consórcio de culturas de grãos com forrageiras tem por objetivo antecipar o estabelecimento das pastagens em sistemas de ILP e, desse modo, o uso da forrageira para produção de palha para o SPD ou para a alimentação animal. Entre as alternativas para minimizar essa competição, citam-se: plantio defasado (sobressemeadura), subdoses de herbicidas para reduzir a competição da forrageira com a cultura de grãos e modificações no arranjo de plantas. No entanto, pela maior facilidade de manejo, os produtores de grãos utilizam mais frequentemente o consórcio de milho ou sorgo com Urochloa ruziziensis. Ressalte-se a necessidade de diversificação das espécies forrageiras no consórcio, a fim de evitar problemas com insetos-pragas, doenças e nematoides. Nas regiões em que a pluviosidade permite uma segunda safra (verão/outono), normalmente cultiva-se soja na primeira safra e, na segunda safra, milho e/ou sorgo consorciados com braquiária. Naquelas em que as condições climáticas não permitem uma segunda safra, o consórcio de milho com forrageiras no verão é a alternativa mais adotada pelos produtores. A sobressemeadura de gramíneas forrageiras em soja, entre os estádios de desenvolvimento R5 e R7, é uma alternativa com uso crescente, sobretudo com cultivares de soja precoce.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 107

    Ano: 2015

  • Por ser muito susceptível às cigarrinhas-das-pastagens, os pecuaristas não usam a U. ruziziensis para o estabelecimento de pastagens. Apenas quando a área foi arrendada para sojicultores, a sobressemeadura dessa forrageira tem sido adotada com duplo propósito: cobertura de solo para SPD e alimentação animal durante o período da seca. As opções de consórcio no contexto da pecuária são as mesmas utilizadas pelos produtores de grãos. Contudo, a preferência é por forrageiras mais usadas nas fazendas de pecuária: as braquiárias (Urochloa brizantha cvs. Marandú, Xaraés, Piatã) e os capins do gênero Panicum (P. maximum cvs. Tanzânia, Mombaça, Massai).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 108

    Ano: 2015

  • A intensificação do uso dos fatores de produção merece destaque. Com esse sistema, é possível manter a área produzindo o ano todo, por exemplo: soja na primeira safra de verão, milho consorciado com uma gramínea forrageira e, depois da colheita, alimentação animal na estação da seca. Com essa diversificação de atividades, há uma redução de risco de produção e financeiro (diluição dos custos), além da possibilidade de manutenção de mão de obra definitiva nas propriedades. As fazendas que adotam a rotação lavoura-pasto como estratégia de produção agrícola, além das melhorias na qualidade do solo e da redução da incidência de doenças e plantas daninhas, podem se beneficiar da melhor estabilidade de produção de forragem para alimentar o rebanho durante o ano todo. No período das chuvas, em razão da melhoria da fertilidade do solo pelas lavouras, as pastagens são mais produtivas. Por sua vez, no período da seca, além da palhada e dos subprodutos de colheita, os pastos recém-estabelecidos permanecem verdes e com qualidade e quantidade para conferir ganhos de peso positivos, em vez de perda de peso, que, nesse período do ano, é comum na maioria das fazendas da região.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 111

    Ano: 2015

  • Considerando sistemas bem manejados, citam-se como exem­plos de impactos positivos do sistema de ILP na modalidade boi safrinha:

    • Ganhos de produtividade de soja de 10% a 15% quando em sucessão a pastagens de maior produtividade e adubadas.
    • No sistema de ILP com pastagem de curta duração (apenas na estação da seca), tem-se observado ganho de peso, em equivalente-carcaça, entre 6 arrobas/ha e 12 arrobas/ha.
    • Ciclagem de nutrientes (a ciclagem de nitrogênio, fósforo e potássio estimada em fazendas do oeste baiano, em equivalente-fertilizante, foi de 60 kg/ha/ano de ureia, 95 kg/ha/ano de superfosfato simples e 85 kg/ha/ano de cloreto de potássio, respectivamente).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 112

    Ano: 2015

  • Nem sempre o bom planejamento leva ao sucesso, por causa das falhas que podem ocorrer em sua execução. O controle antecipado de formigas e cupins é fundamental, bem como a escolha da espécie/clone adequada para o solo e clima da região de instalação do sistema. Para não colocar em risco o sucesso do projeto, os seguintes aspectos não podem apresentar falhas de execução: preparo de solo adequado (recomenda-se o cultivo mínimo), época de plantio (início das chuvas), correção de solo e adubações conforme análise de solo e necessidade da(s) espécie(s)/clone(s), replantios feitos até 30 dias após a implantação, prevenção de problemas causados pela deriva de herbicidas utilizados principalmente na cultura agrícola nos primeiros anos do sistema, controle de plantas indesejáveis e monitoramento de formigas e de cupins após a implantação.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 134

    Ano: 2015

  • O sistema de integração, nas suas diversas modalidades, é uma estratégia que, em princípio, adapta-se a qualquer tamanho de propriedade, desde que as condições edafoclimáticas não sejam restritivas. Basta lembrar que o plantio consorciado de milho com capim-jaraguá [Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf] e capim-colonião (Panicum maximum Jacq.), nas décadas de 1950 e 1960, foi prática comum na implantação manual de pasto nas "roças de toco"; portanto, factível de ser adotada na pequena propriedade. Contudo, em propriedades caracterizadas pelo uso intensivo de máquinas agrícolas e insumos (corretivos, fertilizantes, herbicidas, pesticidas), a escala de produção pode ser determinante da viabilidade econômica do sistema. Assim, é necessário planejamento eficiente, gestão competente e envolvimento de equipe multidisciplinar (multicompetências).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 129

    Ano: 2015

  • Sim. O estabelecimento da pastagem na fase de pós-colheita da soja é possível desde que as condições climáticas sejam favoráveis. A evolução do melhoramento da soja visando obter cultivares de ciclo cada vez mais precoce tem favorecido essa modalidade de ILP. A semeadura da forrageira pode ser feita a lanço ou utilizando semeadoras próprias para o enterrio das sementes. No caso da semeadura a lanço, dependendo da cobertura do solo o uso de sementes peletizadas e tratadas é fundamental para a germinação. Nessa modalidade de sucessão, a utilização do consórcio da forrageira com culturas como o milheto ou o sorgo forrageiro (Sorghum bicolor) pode antecipar o uso da área e enriquecer a qualidade do pasto.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 117

    Ano: 2015

  • Existem vários herbicidas com ação graminicida que podem ser aplicados com o propósito de suprimir o crescimento das gramíneas forrageiras (capins). Os mais estudados pela pesquisa e em uso pelos produtores são: atrazine, nicossulfuron e mesotrione. A aplicação de atrazine, embora possa ser feita em pré-emergência da cultura do milho solteiro, em semeadura simultânea de milho com capim não é recomendada, pois pode afetar a germinação e o estabelecimento da espécie forrageira (capim). A dose desses herbicidas a ser utilizada depende, principalmente, da espécie ou cultivar de forrageira e do estádio de desenvolvimento (número de folhas e perfilhos). Assim, recomenda-se consultar um engenheiro-agrônomo com conhecimento na área.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 124

    Ano: 2015

  • Atualmente, a U. ruziziensis é a forrageira mais utilizada para formação do pasto de safrinha no Centro-Oeste brasileiro. Em 2013, foi lançada pela Embrapa a cultivar de U. brizantha BRS Paiaguás, que tem mostrado ser uma excelente opção de forrageira para os pastos de safrinha. O maior acúmulo de forragem e seu maior valor nutritivo durante o período seco, além das facilidades de manejo com características semelhantes às da U. ruziziensis e Urochloa decumbens, fazem essa cultivar possuir um grande potencial de uso no sistema boi safrinha. Em menor escala, agropecuaristas com maior experiência na tecnologia têm utilizado ainda cultivares Marandu e Piatã, de U. brizantha, e as cultivares Mombaça e Massai, de P. maximum.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 113

    Ano: 2015

  • Devem ser considerados alguns fatores importantes para a manutenção da sustentabilidade, da produtividade e da adoção da tecnologia pelos produtores: mercado para os produtos a serem obtidos (madeira, grãos e carne); infraestrutura adequada para o manejo dos animais; proteção e manejo de aguadas e subdivisão em piquetes de forma adequada; momento de entrada dos animais no sistema (o qual será regulado pela grossura das árvores e altura das plantas forrageiras); e densidade das árvores e taxa de lotação dos animais e administração do empreendimento. Assim, na elaboração do planejamento de um projeto de ILPF, quatro perguntas básicas devem ser respondidas: 1) O quê? (Qual raça? Qual espécie?); 2) Por quê? (finalidade e vantagens); 3) Como implantar? (escolha da área, preparo do solo, arranjos, espaçamentos, adubação, etc.); e 4) Como manejar? (cuidados zootécnicos, tratos culturais e silviculturais, proteção florestal – prevenção ao fogo, colheita e corte das árvores, etc.).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 131

    Ano: 2015

  • A braquiária (U. ruziziensis) é muito susceptível à cigarrinha-das-pastagens. Contudo, nessa região, não se tem observado ataque desse inseto em milho consorciado com essa braquiária. Ao contrário do esperado, estudos da Embrapa Milho e Sorgo (CRUZ et al., 2010) demonstraram que o dano causado pela cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta) foi maior em milho solteiro do que em consórcio com braquiárias (U. decumbens, U. brizantha e U. ruziziensis). E quanto mais a espécie de braquiária era susceptível à cigarrinha, menor era o dano ao milho.

    CRUZ, I.; FIGUEIREDO, M. de L. C.; GONTIJO NETO, M. M.; SILVA, R. B. da Danos da cigarrinha-das-pastagens, Deois flavopicta Stal (Homoptera: Cercopidae) em milho consorciado com braquiárias. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2010. 10 p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular técnica, 144).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 128

    Ano: 2015

  • As principais razões para que sejam aplicados desbastes são as seguintes:

    • Reduzir o número de árvores de forma que as remanescentes tenham mais espaço para o desenvolvimento da copa e das raízes, a fim de promover o incremento diamétrico do tronco e reduzir o tempo necessário para alcançar uma determinada dimensão comercial.
    • Melhorar as condições fitossanitárias do plantio, removendo árvores mortas e doentes que possam ser fontes de conta­minação.
    • Reduzir a competição entre árvores, evitando o estresse, que pode facilitar a incidência de pragas e doenças.
    • Remover árvores com má formação do tronco, de forma que o crescimento seja concentrado somente nas melhores árvores.
    • Favorecer as árvores mais vigorosas e com boa forma, que deverão permanecer até o corte final.
    • Propiciar retorno financeiro intermediário pela venda da madeira oriunda dos desbastes.
    • Aumentar a disponibilidade de luz no sistema de integra­ção e reduzir a competição entre as árvores e os cultivos agrícolas.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 139

    Ano: 2015

  • Quando as espécies florestais atingirem um tamanho em que não serão prejudicadas pelo gado, em razão da movimentação do rebanho, aproximação das mudas de árvores para coceira, etc. No caso específico de eucalipto, recomenda-se a introdução de gado quando as plantas estiverem com, pelo menos, 6 cm de diâmetro medidos a altura do peito (1,3 m de altura a partir do solo). Além do desenvolvimento da espécie arbórea, a altura do capim também deve ser considerada (ex.: Mombaça – 90 cm, Tanzânia – 70 cm, Marandú – 25 cm, Xaraés – 30 cm). Uma vez colocado o gado na área em que há espécies florestais (arbóreas), é importante verificar a ocorrência de descascamento do tronco das plantas pelos animais, evitando o anelamento e a possível morte da árvore.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 141

    Ano: 2015

  • A perda de produtividade da pastagem consorciada com árvores em relação à pastagem solteira pode ser evitada de acordo com a quantidade de árvores implantadas por hectare. Em geral, densidades acima de 150 árvores por hectare diminuem a produtividade de matéria seca da pastagem, porém, em alguns casos, a qualidade da forragem melhora (teores de proteína bruta e digestibilidade). Assim, após a definição da(s) espécie(s) florestal(ais) a ser(em) utilizada(s) – finalidade do componente florestal: se são espécies de produto e/ou de serviço –, deve-se definir o espaçamento (densidade de árvores/hectare) inicial, intermediário e final do sistema. De posse dessas informações, é possível definir as práticas de podas de galhos (desramas) e desbastes (abate seletivo de árvores), visando à manutenção da pastagem dentro do sistema.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 142

    Ano: 2015

  • Em monocultivos, é comum realizar a primeira desrama na idade de fechamento do dossel, que ocorre, frequentemente, entre 2 e 4 anos de idade, em espécies de rápido crescimento como o eucalipto. Para sistemas de integração, o momento dessa intervenção pode ser antecipado, uma vez que, ao crescer em espaçamentos amplos, as árvores produzem copas mais densas, com maior quantidade de galhos grossos, havendo a necessidade de sua remoção mais cedo, se o objetivo for reduzir o núcleo nodoso e produzir maior proporção de madeira livre de nós de alta qualidade e de maior valor agregado. Árvores conduzidas para a produção de energia devem ser desramadas observando se essa prática trará benefícios efetivos ao sistema, como aumento da disponibilidade de luz e maior facilidade de acesso e movimentação dos animais.

    Quando o objetivo for a madeira serrada, a desrama é prática obrigatória. O momento da aplicação da desrama irá depender do objetivo de produção (diâmetro do núcleo enodado preestabelecido), do diâmetro dos galhos na base do tronco e da qualidade do sítio, pois, quanto maior a velocidade de crescimento, mais cedo se inicia o entrelaçamento das copas e o consequente fechamento do dossel e a mortalidade dos galhos nas posições mais baixas da copa. Deve-se procurar remover os galhos até a altura aproximada de 6 m, que compreende a maior parte da porção comercializável de alto valor de mercado de uma árvore. Deve-se procurar atingir essa altura de desrama no menor número de operações para reduzir custos. No entanto, devem-se evitar remoções drásticas principalmente na porção mediana da copa, onde se encontram as folhas mais ativas na fixação de carbono.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 138

    Ano: 2015

  • Um dos desafios do sistema de ILPF é o controle da competição por luz entre as espécies florestais e os cultivos agrícolas e pastoris. Essa competição pode ser reduzida pela seleção de espécies, adequação da configuração de plantio e aplicação de tratamentos silviculturais como a desrama, que, além de agregar valor à madeira, propicia maior entrada de luz no sistema. Além de propiciar a melhoria na qualidade da madeira para a serraria, a desrama favorece a movimentação dos animais, facilita as atividades de colheita e implantação das culturas agrícolas, permite maior disponibilidade de radiação nas entrelinhas do componente arbóreo e contribui para a manutenção ou aumento da produtividade dos demais componentes do sistema.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 137

    Ano: 2015

  • Sim, principalmente na fase de instalação do sistema integrado, pois a espécie florestal pode ter um crescimento mais lento, o que restringe a entrada dos animais para pastejo, sob o risco de essas espécies serem quebradas pelo gado. Ainda no caso de pastagem, o crescimento agressivo das gramíneas, principalmente as braquiárias, obrigam que a saia ou mesmo a linha de plantio das espécies florestais sejam mantidas sempre limpas, sob o risco de essas árvores serem “sufocadas” e terem seu crescimento comprometido.

    No caso de lavouras integradas com espécies florestais, deve ser observado o risco de deriva de agrotóxicos usados na lavoura, pois as espécies florestais podem ser suscetíveis a alguns produtos usados na lavoura, principalmente herbicidas. Para reduzir esses riscos, é recomendável o plantio das espécies florestais no final da época da seca, desde que seja possível irrigar as plantas (usando tanque pipa preferencialmente) a fim de possibilitar um arranque de crescimento inicial mais vigoroso. Outra forma é o uso de herbicidas de ação pré-emergente na linha de plantio das espécies florestais.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 143

    Ano: 2015

  • Uma vez implantada, os principais tratos culturais e cuidados que devem ser tomados com a seringueira integrada com lavouras graníferas são os seguintes:

    • Se implantada no final do período chuvoso ou no período seco, efetuar a irrigação adequada durante o período seco, nos dois primeiros anos após a implantação.
    • Durante a implantação, tomar o cuidado para que o enxerto fique voltado para o lado do sol nascente (nunca poente).
    • Realizar o monitoramento rigoroso e o controle químico de formigas na área integrada, principalmente nos três primeiros anos do sistema.
    • Controlar a entrada de animais de grande porte, como a anta e o porco-do-mato, que "pastejam" os brotos novos da seringueira e podem arrancar o enxerto do porta-enxerto ("cavalo"), notadamente durante o primeiro ano de implantação do sistema de ILF.
    • Aplicar (pincelar) calda bordalesa (mistura de sulfato de cobre, cal virgem e água) no colo das mudas, principalmente nos dois primeiros anos da implantação.
    • Efetuar a desbrota de ramos ladrões do porta-enxerto e poda das ramificações laterais da haste do enxerto até a altura desejada (normalmente 2,5 m acima do nível do solo) de formação de copa (formação do painel de extração do látex).
    • Efetuar controle das plantas daninhas nas linhas de seringueira (caso seja necessário) com capina manual (coroamento das plantas para áreas pequenas) ou química (utilizando alguns dispositivos de proteção de plantas, como o chapéu-de-napoleão e bicos antiderivas) nos três primeiros anos da implantação do sistema de ILF.
    • Fazer um monitoramento de pragas e doenças, integrando e aproveitando as aplicações de inseticidas e fungicidas da lavoura para o componente florestal, principalmente nos três primeiros anos do sistema. A partir daí, caso seja necessário, deverão ser realizadas aplicações específicas para a seringueira por causa do seu porte.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 155

    Ano: 2015

  • Aplicar (pincelar) calda bordalesa (mistura de sulfato de cobre, cal virgem e água) no colo das mudas, principalmente nos dois primeiros anos da implantação.
  • Efetuar a desbrota de ramos ladrões do porta-enxerto e poda das ramificações laterais da haste do enxerto até a altura desejada (normalmente 2,5 m acima do nível do solo) de formação de copa (formação do painel de extração do látex).
  • Efetuar controle das plantas daninhas nas linhas de seringueira (caso seja necessário) com capina manual (coroamento das plantas para áreas pequenas) ou química (utilizando alguns dispositivos de proteção de plantas, como o chapéu-de-napoleão e bicos antiderivas) nos três primeiros anos da implantação do sistema de ILF.
  • Fazer um monitoramento de pragas e doenças, integrando e aproveitando as aplicações de inseticidas e fungicidas da lavoura para o componente florestal, principalmente nos três primeiros anos do sistema. A partir daí, caso seja necessário, deverão ser realizadas aplicações específicas para a seringueira por causa do seu porte.
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  • As principais espécies forrageiras de inverno indicadas são aveia-preta, azevém e as leguminosas trevo-branco (Trifolium repens) e cornichão. Os cereais de inverno de duplo propósito (forragem e grãos) têm aumentado em importância principalmente de trigo cultivar BRS Tarumã, aveia-branca, centeio, triticale (X. Triticosecale) e cevada. Para o verão, são indicadas as gramíneas forrageiras perenes, como as braquiárias (U. brizantha cv. Marandú, Urochloa decumbens e U. ruziziensis) e os panicuns (P. maximum cvs. Aruana, Mombaça, Tanzânia). Entre as anuais de verão, são indicadas o milheto (Pennisetum americanum), o capim-sudão (Sorghum sudanense) e os sorgos forrageiros (Sorghum bicolor).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 163

    Ano: 2015

  • Os animais podem entrar no sistema 1 ano após o plantio, desde que haja disponibilidade de forrageira e que mais de 60% das árvores tenham mais de 6 cm de diâmetro à altura do peito (DAP). O vaqueiro deve ficar atento ao comportamento dos animais e, no caso de início de danos às árvores, devem ser retirados do sistema imediatamente.

    A falta de oferta de forragem é a principal causa de danos em sistemas silvipastoris com Khaya sp. em fase de estabelecimento. Nesses casos, a casca do mogno-africano (K. ivorensis) mostrou-se altamente palatável para bovinos. A utilização de blocos minerais à base de algas tem ajudado a reduzir o estresse dos animais e a minimizar o problema de danos nas árvores.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 152

    Ano: 2015

  • Na região Sul do Brasil, a modalidade mais importante é a ILP com pastagens anuais de inverno para produção de carne e/ou leite entre abril e setembro, constituídas principalmente por aveia-preta (Avena strigosa) e azevém (Lolium multiflorum) em consórcio, seguidas do cultivo em sucessão de culturas graníferas de verão, como a soja (Glycine max), o milho (Zea mays), o arroz (Oryza sativa) e o feijão (Phaseolus vulgaris). A utilização do sistema de ILP com o cultivo de pastagens anuais de inverno é uma importante alternativa para a rotação de culturas com espécies graníferas de inverno, como o trigo (Triticum aestivum) e a cevada (Hordeum vulgare), proporcionando renda e, ao mesmo tempo, melhoria da qualidade do solo.

    Em regiões do Sul do Brasil com clima mais quente, sobretudo no norte e no noroeste do Paraná, a modalidade de ILP que tem crescido recentemente utiliza forrageiras tropicais, como as braquiárias, entre duas safras de soja. Em alguns casos, a forrageira é implantada juntamente com o milho de segunda safra. Em regiões arenosas do noroeste do Paraná, tem sido utilizado o cultivo de soja por 2 anos intercalado com pastagens perenes também por 2 anos.

    Em comparação com o sistema de ILP, a utilização de sistemas de ILPF com componente florestal é mais recente e menos frequente na região Sul do Brasil. A principal modalidade envolve o consórcio de espécies para produção de madeira, especialmente o eucalipto (Eucalyptus spp.), com pastagens, em especial destinadas ao gado leiteiro.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 156

    Ano: 2015

  • Para ensilagem na região Sul, as principais opções são o milho e o sorgo durante o verão. Na estação fria, são indicados os cereais de inverno (aveia-branca, trigo, cevada, centeio e triticale), além de aveia-preta e azevém. O milho é a cultura preferencial por combinar as melhores características produtivas e de valor nutritivo. O sorgo, embora possa ter maior produtividade, em geral resulta em forragem de menor valor nutritivo. As espécies de verão são mais produtivas e podem render mais que o dobro, no que se refere à matéria seca acumulada, em relação às de inverno. As espécies de inverno, de maneira geral, resultam em silagens com maior concentração de proteína bruta (8% a 12% PB), enquanto as de milho situam-se entre 7% e 9% PB. Em relação aos nutrientes digestíveis totais (NDT), as espécies de inverno situam-se em 60%, enquanto a silagem de milho aproxima-se de 70%. O uso de gramíneas perenes tropicais geralmente resulta em silagem de baixa qualidade, pela menor concentração de energia e colheita da forragem com excesso de umidade.

    Quanto à fenação, são empregados principalmente a aveia-preta e o azevém, geralmente colhidos tardiamente, o que resulta em feno de baixo valor nutritivo.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 164

    Ano: 2015

  • Quanto à desrama, K. ivorensis e K. anthotheca possuem grande vantagem em relação às demais espécies utilizadas nos sistemas de IPF e ILPF em razão do crescimento indefinido em altura, que origina tronco vertical reto (crescimento monopodial), ou seja, praticamente não há necessidade de realização de desramas para as duas espécies. Já K. senegalensis possui o desenvolvimento de brotações laterais (crescimento simpodial) e requer a realização de desramas periódicas, a exemplo do que é feito para a teca.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 151

    Ano: 2015

  • A adoção do sistema de ILP ocorre de forma expressiva principalmente em regiões de clima subtropical, onde o cultivo de forrageiras de inverno é possível em sucessão à soja e a outros cultivos de verão. Esse cenário ocorre principalmente nas regiões de várzea e coxilha com cultivo de arroz irrigado – Planalto Médio, Depressão Central e Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, região Central e Oeste de Santa Catarina e Centro-Sul do Paraná.

    Já no contexto de ILPF, o cenário é mais restritivo, com área menos expressiva, atendendo a especificidades regionais. No sul do Paraná, o sistema de ILPF é adotado com atividade de pecuária leiteira, geralmente em pequenas propriedades. O mesmo contexto ocorre no Noroeste do Rio Grande do Sul, mas de forma pouco expressiva. Já na região Noroeste do Paraná, de clima tropical e solos arenosos, a adoção do sistema de ILPF está em expansão em sistemas integrados com a bovinocultura de corte.

    Ambos os sistemas, ILP e ILPF, têm grande potencial de expansão na região Sul do Brasil. O sistema de ILP tem maior potencial para adoção, em diferentes contextos. Atualmente mais de 50% das áreas de cultivo com soja e milho no verão não são usadas para compor sistemas de integração com animais no inverno, o que demonstra a grande possibilidade de expansão em diferentes ambientes. Os sistemas de ILPF com componente florestal também têm espaço para crescer significativamente, mesmo com restrições maiores de aplicação, sobretudo ligadas à restrição do mercado da madeira em algumas regiões. No contexto subtropical, o sistema de ILPF pode avançar muito em área, principalmente em sistemas integrados com a produção de leite, em que os benefícios de conforto térmico são altamente desejáveis. Nas regiões onde mais se cultivam espécies florestais, como na metade sul do Rio Grande do Sul, no planalto de Santa Catarina e região central do Paraná, o potencial de adoção é maior.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 158

    Ano: 2015

  • Na parte mais fria da região Sul (subtropical), a principal e mais difundida opção é o consórcio entre aveia-preta e azevém no inverno, implantados simultaneamente. Além da facilidade de obtenção de sementes, implantação e manejo, esse consórcio, quando comparado ao cultivo solteiro de aveia-preta ou azevém, possui alta compatibilidade com o cultivo de soja, milho ou feijão em sucessão e proporciona forragem de alta qualidade por um período maior de tempo. Nesse sentido, a aveia, de crescimento mais rápido, permite que o início do pastejo ocorra cedo, enquanto o azevém, por ser mais tardio, possibilita que os animais permaneçam na área por um período maior de tempo, geralmente até o outubro.

    Outras espécies forrageiras podem ser inseridas no consórcio de aveia-preta + azevém. Por exemplo, a inclusão do centeio (Secale cereale) permite a entrada dos animais ainda mais cedo na área, aumentando o período de pastejo. Outra opção de consórcio de inverno que pode ser utilizada, principalmente quando o objetivo é a produção de leite, é o consórcio de aveia + azevém + ervilhaca-comum (Vicia sativa). Todavia, em geral, o preço das sementes de ervilha é elevado, o que limita o seu uso em larga escala.

    Em regiões do Sul do Brasil onde as condições climáticas permitem o cultivo da segunda safra de milho (principalmente no norte e no oeste do Paraná), o consórcio dessa espécie com forrageiras tropicais, como as braquiárias, permite a produção de grãos, palha, raízes e forragem em uma mesma área e safra. Após a colheita do milho, a forrageira tropical pode ser pastejada e dessecada para o cultivo subsequente de soja, ou então pode ser mantida na área, constituindo pastagem perenizada. O consórcio de milho ou sorgo (Sorghum spp.), para produção de grãos ou silagem, com espécies forrageiras tropicais também pode ser realizado no verão. Após a colheita das espécies graníferas (grãos ou silagem), as forrageiras tropicais podem ser utilizadas para pastejo direto em um período de baixa disponibilidade de forragem (março a maio). Entre as melhores opções de forrageiras para consórcio com milho ou sorgo, tanto no verão quanto no inverno, destacam-se as espécies Urochloa ruziziensis (syn. Brachiaria ruziziensis) e Urochloa brizantha, cultivares Piatã ou Xaraés. Cabe ressaltar que, se o objetivo for a formação de pastagem perenizada, U. brizantha e Panicum maximum devem ser preferidas em relação a U. ruziziensis.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 160

    Ano: 2015

  • Geralmente propriedades que priorizam a otimização do uso dos recursos – terra, mão de obra, máquinas e insumos – almejam maior rentabilidade por área e por tempo. Na região Sul, é comum o uso de sistemas de integração tanto em propriedades pequenas (menos de 20 ha cultivados), as quais geralmente possuem no sistema a criação de bovinos para produção de leite, quanto em propriedades com áreas extensas (mais de 500 ha), que geralmente utilizam bovinos para corte e culturas altamente mecanizadas, sobretudo soja e milho. É necessário enfatizar que os sistemas de integração são mais complexos do que os sistemas não integrados, por isso exigem maior conhecimento, planejamento e monitoramento das atividades na propriedade rural.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 157

    Ano: 2015

  • A configuração mais promissora é a de linhas simples de mogno-africano, a exemplo do que é feito para teca, respeitando uma distância mínima de 6 m entre plantas na linha. Entretanto, para não comprometer a lucratividade do componente florestal, deve-se atentar para a distância entre as linhas simples para que a densidade de árvores por hectare não seja baixa (menor que 60 árvores por hectare), pois se deve computar a necessidade de desbastes e outras perdas, como quebra por ventos, a fim de obter, ao final do ciclo de corte, volumes de toras superiores a 100 m3/ha.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 149

    Ano: 2015

  • A espécie mais plantada de mogno no Centro-Oeste brasileiro é K. ivorensis, que apresenta bom desenvolvimento inicial e rusticidade. A espécie Khaya anthotheca vem sendo cultivada em menor escala e tem apresentado bom desenvolvimento inicial. A espécie Khaya senegalensis, com maior densidade em relação às duas espécies citadas acima, tem crescimento um pouco mais lento e é indicado para áreas de solos com textura arenosa e com baixa pluviosidade, por causa da sua maior rusticidade.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste

    Número da Pergunta: 150

    Ano: 2015

  • Em vários locais da região Sul do Brasil o uso de variedades precoces de culturas de verão pode ajudar no estabelecimento da pastagem de inverno em sucessão, antecipando a entrada dos animais na pastagem. Além dos benefícios que o menor ciclo proporciona à sanidade do cultivo de verão, que passa menos tempo exposto a insetos-praga e doenças, as temperaturas favoráveis do outono, antes da chegada do inverno, aceleram o estabelecimento do pasto.

    Ao fazer o planejamento da rotação de culturas, prática indispensável para a boa condução dos sistemas de ILPF, é interessante utilizar culturas que permitam maior penetração de luz no solo ao final do ciclo, como é o caso do milho. Isso antecipa o estabelecimento do pasto de inverno e a ocupação da pastagem, sobretudo quando se maneja para a ressemeadura natural das plantas forrageiras de inverno. É relevante avaliar, entre as variedades recomendadas para a sua região, aquelas que aliam precocidade, produtividade e estabilidade de produção.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 162

    Ano: 2015

  • A indicação ideal de manejo de pastejo é a mensuração da interceptação luminosa (IL) pela pastagem, e os animais devem entrar no pasto com IL de 95% a 100%. Entretanto essa avaliação requer um fotômetro, normalmente não disponível em campo. Assim, a altura do dossel forrageiro serve para indicar o período de entrada dos animais no método de pastejo intermitente (rotacionado) ou mesmo para ajustar carga animal no método de pastejo contínuo, visando propiciar maior acúmulo de forragem total e de lâminas foliares. As indicações de manejo e os resultados médios apresentados foram gerados sem restrições edafoclimáticas significativas.

    Quanto ao manejo de espécies anuais de inverno, como a aveia-preta e o azevém, em cultivos solteiros ou consorciados, indica-se o método de pastejo contínuo com ajuste de carga animal para manter as plantas com 20 cm a 30 cm de altura durante todo o ciclo de pastejo. Essa mesma altura serve como referência para a entrada dos animais na área para pastejo intermitente, e os animais devem ser retirados do piquete quando a altura de resteva atingir de 7 cm a 10 cm. Nesse caso, a carga animal instantânea deve ser alta o suficiente para que a forragem seja consumida em períodos curtos (1 a 3 dias). São necessários de 10 a 30 piquetes, para ciclos de pastejo de 30 dias aproximadamente. A capacidade de suporte é de 1,0 UA/ha a 2,0 UA/ha com ganho de peso por área de 200 kg/ha a 400 kg/ha. A cultura semeada em sucessão à pastagem anual normalmente é a soja no sistema de plantio direto, e é indispensável deixar na saída dos animais resíduo de forragem superior a 3,0 t/ha de matéria seca para proteção do solo e controle de plantas daninhas.

    Para espécies anuais de verão, como milheto e capim-sudão, no método de lotação contínua com taxa variável, deve ser mantida altura do pasto de 30 cm a 40 cm. No método de lotação intermitente, os pastejos devem ser realizados sempre que as plantas atingirem de 50 cm a 60 cm, retirando os animais da área com resíduo de 10 cm a 20 cm. O primeiro pastejo deve ser intenso, deixando-se um resíduo baixo, de 5 cm a 10 cm, para estimular o perfilhamento das plantas. A capacidade de suporte média é de 3,0 UA/ha a 5,0 UA/ha, com ganho por área de 400 kg/ha a 500 kg/ha. Para espécies de Panicum de porte alto, como o Mombaça, os animais devem entrar na pastagem com altura do pasto próxima a 80 cm e devem ser retirados com 30 cm a 50 cm. Entretanto, para espécies de Panicum de porte baixo, como a cultivar Aruana, indica-se a entrada dos animais com 40 cm a 60 cm e resíduo de 10 cm a 20 cm. A capacidade de suporte pode ser superior a 6,0 UA/ha, com ganhos de peso anuais superiores a 1.000 kg/ha; enquanto as braquiárias, como a cultivar Marandú, geralmente utilizadas em pastejo contínuo, suportam de 1,0 UA/ha a 3,0 UA/ha com ganhos de peso anual de 300 kg/ha a 600 kg/ha.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 165

    Ano: 2015

  • Inicialmente é importante frisar que, no momento da implan­tação das culturas de grãos, o pasto deve estar adequadamente dessecado, a fim de evitar possível interferência do pasto sobre as culturas semeadas em sucessão. O principal herbicida utilizado no Brasil para dessecações, seja de pastagens seja de outras plantas, é o glifosato, que é um herbicida não seletivo, sistêmico, que apresenta custo acessível e adequado funcionamento. Para pastagens de azevém resistentes a esse herbicida, muito comuns nos três estados do Sul do Brasil, geralmente são empregados herbicidas graminicidas ou dessecantes de contato para auxiliar na dessecação da pastagem. As doses dos produtos devem ser estabelecidas de acordo com os seguintes fatores: espécie a ser dessecada, estádio de desenvolvimento e condições do ambiente, sobretudo umidade no solo e temperatura. A indicação de dose consta na bula dos produtos.

    Quanto à época de dessecação em relação à semeadura das culturas graníferas, para pastagens anuais de inverno indica-se um período de 10 a 15 dias, e o mesmo período é indicado para dessecação de U. ruziziensis. Para U. brizantha, em geral, indica-se a dessecação de 20 a 30 dias antes da semeadura. Quanto maior a quantidade de fitomassa da pastagem a ser dessecada, maior deve ser o intervalo entre a dessecação e a semeadura. Para outras espécies forrageiras, há poucos dados sobre épocas de dessecação que propiciem alto aproveitamento da forragem e adequada condição para cultivo das espécies graníferas em sucessão.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 170

    Ano: 2015

  • Na região Sul, tanto em grandes quanto em pequenas propriedades, os sistemas de integração de produção permitem a diversificação das atividades. Com isso, otimiza-se o uso da terra, das máquinas, dos insumos e da mão de obra, diluindo custos e riscos relacionados à atividade rural, além de aumentar a produção por área. Em termos econômicos, isso proporciona maior competitividade e estabilidade ao agronegócio.

    Em relação a aspectos agronômicos, a integração de atividades na mesma área permite utilizar diferentes espécies vegetais, o que possibilita o manejo mais racional de insetos-praga, doenças e plantas daninhas, reduzindo o aparecimento de resistência aos agrotóxicos. Sistemas de ILP e de ILPF bem conduzidos podem favorecer a conservação de solos e, consequentemente, a qualidade da água, além de proporcionar acúmulo de carbono no solo e biomassa vegetal (madeira), contribuindo para a redução dos gases de efeito estufa, principalmente o CO2. Sistemas compostos por várias espécies cultivadas ao mesmo tempo ou em sucessão podem auxiliar na conservação da biodiversidade, contribuindo assim para um agroecossistema mais sustentável ao longo do tempo. No entanto, é sempre necessário enfatizar que a diversificação de espécies cultivadas na propriedade é interessante, mas o produtor deve ser eficiente no manejo e na gestão de todas as atividades desenvolvidas, a fim de obter os ganhos econômicos e ambientais que os sistemas de integração podem conferir.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 167

    Ano: 2015

  • Há várias espécies adaptadas às condições de solo e clima do Sul do Brasil, com crescimento relativamente rápido (cerca de 2 m de altura por ano) e que apresentam produtos comerciais. A adaptação às geadas é um dos fatores mais importantes (Tabela 1). Como as geadas podem variar a cada ano, o momento de ocorrência é relevante para o desenvolvimento das árvores. As mais prejudiciais são as geadas precoces (outonais), que atingem as plantas que ainda não estão aclimatadas ao frio; e as geadas tardias (primaveris) que atingem as plantas com brotações novas e suscetíveis ao frio. Quando as geadas ocorrem no inverno, as plantas têm tempo para aclimatar-se, a fim de que não sofram grandes danos. Dependendo da topografia e da exposição do terreno, os danos causados por geadas em um mesmo talhão podem ser distintos. Plantios florestais localizadas em áreas de baixadas ou encostas expostas aos ventos provenientes do sul podem ser mais danificados pelas geadas.

    Outro fator climático muito importante no Sul do Brasil, embora de menor frequência, são as estiagens prolongadas.

    Tabela 1. Espécies arbóreas para o sistema de ILPF na região Sul do Brasil, de acordo com a ocorrência de geadas.

    Eventos de geadas por ano (nº)

    Espécie arbórea ou híbrido em plantios comerciais nas fazendas

    Espécie arbórea em experimentação (e.g.)

    0 a 1

    Eucalyptus urophylla

    E. urophylla x Eucalyptus grandis

    Corymbia citriodora

    Corymbia camaldulensis

    Pínus tropicais

    Diversas espécies nativas

    0 a 5

    E. grandis

    E. urophylla x E. grandis

    C. citriodora; C. camaldulensis

    Grevillea robusta

    Diversas espécies nativas

    Khaya ivorensis e Toona ciliata

    Leucaena spp.

    ≥ 5

    Eucalyptus dunnii

    Eucalyptus benthamii

    Acacia mearnsii

    E. grandis

    Araucaria angustifolia

    Populus spp.

    Pinus elliotti

    Pinus elliottii

    Grevilla robusta

    ≥ 20

    E. benthamii

    Pinus taeda

    Pinus elliotii

    Araucaria angustifolia

    Pinus taeda

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 175

    Ano: 2015

  • O grande gargalo na introdução desses sistemas em proprie­dades cujo foco é a produção de grãos é o medo do efeito negativo dos animais em pastejo quanto à compactação do solo e à falta de palha para cultivo de grãos em sucessão. Precisa haver grande convencimento técnico e capacitação no que se refere aos efeitos benéficos dos animais no sistema de produção, e a intensidade de pastejo é o ponto-chave para conciliar a produção animal com a vegetal. Se esse ponto for observado, haverá, sem dúvida, benefícios dos animais como catalisadores dos processos de ciclagem de nutrientes, assim como melhoria da agregação ao solo por causa do acúmulo de matéria orgânica na superfície e do elevado crescimento de raízes de plantas forrageiras.

    Outros gargalos são a pouca experiência e a falta de infraestrutura para trabalhar com animais. A introdução do componente animal nas propriedades requer a adequação de aguadas e cercas, o que demanda montantes expressivos de investimentos. Além disso, a necessidade de aquisição de animais no início das atividades com pecuária é outra barreira à implantação de sistemas de integração.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 171

    Ano: 2015

  • No Sul do Brasil, a questão das parceiras entre agricultores e pecuaristas é crucial para a viabilização do sistema de ILP em larga escala. No Planalto do Rio Grande de Sul, em Santa Catarina e no Paraná, é comum o cultivo de grãos no verão e a implantação das forrageiras de inverno pelos agricultores, e estas últimas são arrendadas para pecuaristas que usam a pastagem para a engorda de animais. Geralmente o pagamento é feito em porcentagem do ganho de peso alcançado no período que os animais permanecem nas pastagens arrendadas (cerca de 50% a 70% do ganho de peso). Algumas parcerias preveem a pesagem dos animais somente no momento da saída das áreas arrendadas, e o agricultor, dono das terras, obtém o montante de 15% a 20% do peso total na saída dos animais. Nessa mesma região, há parcerias em que o pecuarista é dono das terras e arrenda as áreas para cultivo de grãos, notadamente a soja. Nesse caso, geralmente os contratos de arrendamento têm duração de 5 a 10 anos e preveem o pagamento de um valor fixo por ano de uso da terra.

    Na metade Sul do Rio Grande do Sul, onde o bioma Pampa é predominante, em torno de 70% das lavouras são trabalhadas em arrendamento, no qual o arrendatário é o agricultor, e o pecuarista o proprietário. Esse modelo é o mais complexo do ponto de vista do sistema de ILP, pois, na maioria dos casos, o agricultor, sob recomendação técnica, quer a área liberada o mais cedo possível na primavera, para acelerar a implantação do arroz irrigado. Por sua vez, o pecuarista quer usar o máximo da pastagem, o que, às vezes, torna a parceria pouco profícua para o adequado manejo do sistema de ILP. É importante enfatizar que, antes de serem implementadas, as parcerias devem ser exaustivamente negociadas e registradas em um contrato que deve explicitar todas as obrigações de cada parte, a fim de que o sistema de ILP seja implementado e manejado adequadamente e traga benefícios para ambas as partes.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 173

    Ano: 2015

  • As principais oportunidades decorrem da presença de arranjos produtivos locais (APLs) que têm na madeira sua fonte de matéria-prima, bem como dos setores de papel e celulose, de mobiliário, de carne, leite e couro. Dois dos três maiores polos da cadeia da madeira e de mobiliário do País estão na região Sul, onde a atividade leiteira é a de maior crescimento no País desde 2010. Todos esses setores e suas respectivas cadeias produtivas carecem de produtos que atendam aos anseios da produção ambientalmente adequada, especialmente na região Sul, onde os sistemas de uso da terra estão sob pressão para que adotem formas de produção mais sustentáveis.

    Em 2010, os programas de desenvolvimento florestais foram interrompidos no Sul do Brasil, porque as empresas florestais e ambientalistas discordam sobre questões ambientais. Com isso, a indefinição no que diz respeito à consolidação do setor florestal no Sul do Brasil tem desencorajado avanços em investimentos florestais. Esses aspectos fizeram que as empresas de base florestal refizessem seus planos estratégicos e fechassem a expansão de áreas florestais e de integração com árvores, principalmente no Rio Grande do Sul, redirecionando os seus investimentos para a região central do Brasil. Por sua vez, ao longo dos últimos 5 anos, os investimentos florestais foram mantidos de forma semelhante em Santa Catarina e no Paraná. Nesses estados, a agricultura é predominante, e a área para expansão de investimentos florestais é limitada; no entanto, existe oportunidade para a expansão dos sistemas de integração com árvores. Por causa disso, é provável que a região Sul do Brasil tenha uma diminuição no fornecimento de matéria-prima de produtos florestais, especialmente para atender às demandas da indústria de móveis, madeira serrada, painéis de média densidade (MDF) e aglomerado, marcenaria e carpintaria, indústria de papel e celulose, taninos, resinas e produtos químicos, postes e madeira tratada para a construção e madeira para energia e carvão.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 174

    Ano: 2015

  • A maneira adequada de distribuir as árvores na área em sistema de ILPF é pelo arranjo em renques de linha simples, ou múltiplas linhas (2, 3 ou mais), preferencialmente alocadas em nível para auxiliar no controle da erosão. Essa forma de distribuição permite o trânsito de máquinas e implementos e favorece o manejo do rebanho e a colheita da madeira. É importante lembrar que a distância entre os renques deve ser calculada para permitir que os implementos transitem sem dificuldades. Por exemplo, deve-se levar em consideração a largura da barra do pulverizador, da plantadeira e da plataforma da colheitadeira. O espaçamento entre os renques de árvores (linhas simples ou linhas múltiplas) devem ser maiores do que os utilizados nos monocultivos de árvores. A distância entre as árvores, o número de linhas de árvores que formam o renque e a distância entre os renques podem ser ajustados previamente, de acordo com o interesse estabelecido por produtos oriundos do componente florestal.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 176

    Ano: 2015

  • As propriedades produtoras de grãos desses biomas têm potencial para a pecuária, seja de grandes animais (bovinos de corte e leite), seja de pequenos ruminantes (ovinos e caprinos), e ainda para o componente florestal, uma vez que esse polo demanda produtos madeireiros (lenha e carvão) e está limítrofe com a região pecuária desses estados, o que favorece incluir o componente pecuário.

    Outras propriedades são as fazendas de pecuária da pré-Amazônia maranhense, que, além de já explorarem a atividade pecuária de corte em larga escala, tem potencial para introduzir o componente agrícola como forma de recuperar/renovar o pasto. Além disso, pode-se introduzir o componente florestal, visando aos produtos madeireiros para celulose, lenha e carvão, que, além de ser uma diversificação atrativa, irá proporcionar o bem-estar animal. Esses sistemas tanto podem ser utilizados pelos grandes quanto pelos pequenos e médios agropecuaristas, em propriedades de produção de grãos, carne ou leite.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 184

    Ano: 2015

  • Por se tratar de uma região formada por vários biomas, o Nordeste é caracterizado por diversas sub-regiões. A seguir, são descritas as de maior potencial para a adoção da estratégia de ILPF:

    • Sub-região dos Cerrados do sudoeste piauiense, sul e leste maranhense e oeste baiano – esta sub-região vem se tornando o maior polo produtor de grãos – soja, milho, arroz, feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.], girassol (Helianthus annuus) e algodão (Gossypium hirsutum) – do Nordeste. Por estar próxima do mercado que demanda pro­dutos madeireiros, nesta sub-região o sistema mais adotado, e de maior potencial de crescimento, é o sistema de ILP, seguido pelo sistema de ILPF.
    • Sub-região da pré-Amazônia maranhense – além da atividade pecuária predominante, esta sub-região tem potencial para o cultivo de milho e arroz, visando à recuperação ou renovação de pastos para atividade de bovinocultura e ovinocultura, e ainda por ser crescente a atividade florestal em razão do mercado de produtos madeireiros.
    • Sub-regiões da Caatinga, do Agreste e da Zona da Mata – embora os sistemas de integração ainda apresentem baixo percentual de adoção nesta sub-região, o polo lavoureiro do Agreste, onde a cultura do milho é feita de maneira tradicional, possui maior potencial de adoção do sistema de ILP.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 186

    Ano: 2015

  • Para as condições dos produtores de grãos do Cerrado do Nordeste, por um período de 90 a 120 dias os animais são destinados à terminação (boi safrinha) em pasto na entressafra. Nessas condições, inicia-se com a determinação da taxa de lotação da pastagem que, nas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs), tem variado de 2,0 UA/ha a 2,5 UA/ha no período. Em seguida, é feita a divisão da pastagem em piquetes utilizando-se cerca elétrica, com bebedouros e cochos para a suplementação alimentar.

    A seleção e a aquisição dos animais são importantes para um resultado de ganho de peso satisfatório e para a melhor rentabilidade financeira do sistema. Para tanto, é importante adquirir ou fazer o arrendamento dos animais com padrão genético e com idade e carcaça em condições de obter altos rendimentos. Os animais a serem adquiridos devem ser pesados e vacinados conforme exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), bem como submetidos a uma quarentena em área destinada para tal fim. Depois devem ser levados para os piquetes de terminação. Esse método evita que a área de cultivo de grãos seja infestada com outras ervas oriundas das fezes dos animais.

    O pasto deve ser dividido para que não ocorra o super ou subpastejo. Para isso, a área deve ser subdividida em piquetes con­forme a taxa de lotação do pasto. A mudança de piquetes deverá ocorrer quando 60% da disponibilidade total da forragem tiver sido consumida para não provocar perda de desempenho dos animais.

    Nas condições do Cerrado nordestino, o período da entressafra ocorre no período seco do ano. No período de falta de umidade no solo, quando o pasto começa a secar e seu valor nutritivo diminui, é necessário o fornecimento de suplemento alimentar. Nesse caso, recomenda-se o uso de misturas múltiplas, cujos ingredientes sejam resíduos da agroindústria ou coprodutos da própria região. A mistura múltipla deve possuir todos os componentes necessários para suprir os requerimentos nutricionais dos animais e favorecer o consumo da pastagem seca. Para tanto, é indicado o uso de equipamentos para processamento dos resíduos e das quirelas, como torrefador, triturador e misturador, a fim de produzir ração na própria fazenda.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 192

    Ano: 2015

  • Nas condições da região produtora de grãos do Cerrado, a prática mais indicada no sistema de ILP é a do sistema Santa Fé com o consórcio milho com forrageira no período das águas. Como segunda opção, pode-se fazer a safrinha com o consórcio de milho precoce com forrageiras em áreas cultivadas com soja superprecoce e precoce. A soja é plantada no início das chuvas e colhida até fevereiro, e isso permite produzir milho e formar a pastagem para uso na entressafra e ainda deixa uma boa palhada para o SPD da safra seguinte.

    Quando o objetivo é apenas formar palhada para SPD, a prática mais indicada é a da sobressemeadura de sementes de milheto ou forrageiras do gênero Urochloa nas fases R5 ou R6 da soja, em que a colheita só ocorre a partir de março. Nessa modalidade, a semeadura pode ser a lanço e pode-se utilizar avião agrícola ou implementos de distribuição a lanço. Vale lembrar, que, em anos atípicos na questão climática, com ocorrência de veranicos no início do período chuvoso, pode não haver condições de plantio da soja na primeira janela de plantio da região. Ainda que haja condições, podem ocorrer perdas sendo necessário o replantio. Em anos assim, há maior probabilidade de não se fazer safrinha com o consórcio de milho precoce com forrageiras que permita produzir milho e formar pastagem. Nesses anos atípicos, o mais indicado é a sobressemeadura de sementes de milheto ou forrageiras nas fases R5 ou R6 da soja, para cobertura do solo na entressafra, e palhada para o plantio direto na safra seguinte.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 193

    Ano: 2015

  • Nas áreas de cultivo de arroz irrigado, o primeiro aspecto a ser considerado para a introdução de sistemas de ILP é a rotação das atividades nos talhões, ou seja, o arroz irrigado cultivado por 1 a 2 anos e as culturas de sequeiro (soja, milho, sorgo) em rotação e/ou sucessão com pastagens de inverno e de verão durante 3 ou 4 anos.

    Quanto ao manejo do solo, os primeiros aspectos a serem considerados são a incorporação da palhada de arroz e a drenagem do solo após a colheita do cereal. O recomendado na incorporação da palhada é o uso de equipamento do tipo rolo-faca. Para drenagem é recomendado drenos superficiais e drenos internos ao solo com subsoladores do tipo torpedo.

    Outro aspecto importante nessas condições é a recuperação da fertilidade do solo na fase de pastagem, considerando o efeito positivo do sistema radicular das forrageiras e a aceleração do processo de ciclagem de nutrientes causado pelos dejetos dos animais. Com esses cuidados básicos, é possível conciliar a produção de culturas graníferas com a produção em solos hidromórficos, muito frequentes no Rio Grande do Sul.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 180

    Ano: 2015

  • Deve ser voltada para a produção de madeira com alto valor agregado, sobretudo para serraria, laminação e faqueados. Isso ocorre porque a densidade de árvores é baixa, permitindo o crescimento rápido das árvores e a obtenção de toras com elevado diâmetro – matéria-prima para produtos mais nobres.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul

    Número da Pergunta: 179

    Ano: 2015

  • Nas condições do Cerrado nordestino e da pré-Amazônia maranhense, as forrageiras mais indicadas para formar pasto são as do gênero Urochloa (espécies U. ruziziensis e U. brizantha cv. Marandú) e as do gênero Panincum (cultivares Tanzânia, Mombaça e Massai). Quando o objetivo é a formação de pasto para ovinos, as forrageiras mais indicadas são os capins ‘Massai’ e ‘Aruana’.

    Para a Caatinga, os mais indicados são o capim-buffel (Cenchrus ciliaris) e a braquiária U. brizantha cv. Marandú para solos de melhor fertilidade, e o capim-Andropogon (Andropogon gayanus) para solos de baixa fertilidade natural.

    Na Zona da Mata e no Agreste úmido, são recomendadas as gramíneas U. decumbens e U. ruziziensis. Quando o sistema de ILP é usado para recuperação de pastagens degradadas, uma leguminosa herbácea pode ser plantada junto com a gramínea. Nesse caso, o estilosantes Campo Grande é o mais recomendado.

    Para o Agreste mais seco, recomenda-se a U. mosambisensis.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 191

    Ano: 2015

  • ILP no Nordeste

    As opções são:

    • Nas condições da região produtora de grãos do Cerrado nordestino, os consórcios de culturas no sistema de ILP mais indicados no período das chuvas são os plantios de milho com forrageiras e, na safrinha, o consórcio de milho precoce, sorgo forrageiro (Sorghum bicolor) e milheto (Pennisetum americanum) com gramíneas forrageiras.
    • Nas condições da pré-Amazônia maranhense, por ser uma região onde a pecuária predomina, as opções mais indicadas são o consórcio de milho com forrageiras em terras altas e arroz com forrageiras em terras de baixadas no período das chuvas.
    • Nas sub-regiões da Caatinga e do Agreste, os componentes mais utilizados em cultivos simultâneos são: feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.), feijão-caupi, milho e mandioca (Manihot esculenta), e forrageiras como gramíneas e compo­nentes arbustivos. Portanto, os consórcios de cultura em ILP são os mais praticados nesta sub-região.
    • Nas sub-regiões do Agreste e da Zona da Mata, a opção mais adequada é o consórcio do milho com Urochloa decumbens ou Urochloa ruziziensis.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 187

    Ano: 2015

  • Nas sub-regiões onde a pecuária é a atividade predominante, como a pré-Amazônia maranhense, onde o sistema de ILP é mais usado para recuperar/renovar pastagens degradadas, as opções mais indicadas são o consórcio de milho com forrageiras em terras altas e o de arroz com forrageiras (áreas de baixadas sujeitas à inundação periódica nos períodos de chuvas). A cultura do milho nesse sistema pode ser para produção de grãos ou silagem. Na Caatinga, no Agreste e na Zona da Mata, a opção para situação prévia de pecuária é a mesma para a situação prévia de agricultura. Na maioria das situações, o sistema de ILP é usado para recuperação da pastagem degradada.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 188

    Ano: 2015

  • Apesar de possuírem crescimento lento, espécies nativas estão sendo avaliadas para compor e atender os subsistemas que necessitam de componente arbóreo em modelos de ILPF nas condições do Nordeste do Brasil. Espécies como sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia), aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva) e angico (Anadenanthera colubrina) possuem potencial para serem utilizadas como componentes arbóreos em sistemas de ILPF. Outras espécies com potencial, mas que ainda carecem de pesquisa, são as seguintes: jatobá (Hymenaea courbaril), pequi (Caryocar brasiliense), ipê ou pau-d’arco (Handroanthus impetiginosus), faveira-de-bolota (Parkia platycephala) e babaçu (Orbignya phalerata).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 197

    Ano: 2015

  • No Cerrado dos estados do Piauí, Maranhão e Bahia, as principais unidade de referência tecnológica (URTs) ou fazendas de referência de ILP e ILPF são as seguintes:

    • URT de sistemas de ILPF: Piauí (URT Fazenda Nova Zelândia, em Uruçuí, e URT Fazenda São Marcos, em Bom Jesus) e Maranhão (URT Fazenda Santa Luzia, em São Raimundo das Mangabeiras).
    • URT de sistemas de ILP: Maranhão (URT Fazenda Barbosa, em Brejo, URT Fazenda Baixa das Coivaras, em Fortuna, URT Fazenda Agropecuária Gaspar, em Peritoró, URT Fazenda Alto Bonito, em São Domingos do Maranhão) e oeste da Bahia (URT Fazenda Triunfo, em Formosa do Rio Preto).

    Nas condições do Semiárido nordestino, as principais URTs ou fazendas de referência de ILP e ILPF são as seguintes:

    • Caatinga ou Sertão: a URT em pleno Sertão do Semiárido apresenta o sistema denominado CBL (Caatinga, buffel e leguminosas). Tal sistema contempla o modelo silvipastoril de criação de caprinos de corte e componentes arbóreos arbustivos para incremento forrageiro e aumento da susten­tabilidade da atividade.
    • Zona da Mata e Agreste: Baixada Litorânea (URT Ovino­cultura Pina, na Praia do Saco em Estância, SE), Tabuleiros Costeiros (URT Campo Experimental Jorge do Prado Sobral, em Nossa Senhora das Dores, SE) e Agreste (URT Fazenda Umbuzeiro Doce, em Tobias Barreto, SE).

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 200

    Ano: 2015

  • As sementes devem ser de boa qualidade, com valor cultural (VC) superior a 50%, preferencialmente em torno de 80%, livres de impurezas e sem torrões de terra que possam levar junto alguns patógenos como nematoides e outros. As formas de semeadura das forrageiras no consórcio com milho e arroz são as seguintes:

    • Misturadas ao adubo químico na plantadeira, se a semea­dura for simultânea e as sementes maiores, como as de braquiárias.
    • Distribuídas a lanço em plantadeiras com terceira caixa.
    • Distribuídas a lanço se em solo gradeado com plantio do milho ou arroz no mesmo dia e se as sementes forem muito miúdas, como, por exemplo, as forrageiras do gênero Panicum sp.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 202

    Ano: 2015

  • A pluviosidade na região Nordeste é complexa e constante fonte de preocupação para aqueles que têm a agricultura e a pecuária como atividades principais. Diante da irregularidade pluviométrica da região, o plantio do consórcio de milho com forrageiras deve ser feito imediatamente após as primeiras chuvas. É importante que, após a colheita da cultura agronômica, exista previsão de chuva para o crescimento e o estabelecimento da forrageira implantada. Portanto, o quanto antes for realizado o plantio no período chuvoso, melhores serão as chances de sucesso na integração. Nesse caso, as fazendas precisam ter ou contar com secadores de grãos, uma vez que a colheita do milho é antecipada para que a pastagem tenha ainda algumas chuvas e uma boa umidade no solo para se formar em condições de uso na entressafra.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 205

    Ano: 2015

  • No plano estabelecido, a área de soja ocupa 80% e a de milho com forrageiras 20% no período das chuvas. Ainda no período das chuvas, mas em safrinha, na área em que foi colhida a soja de ciclo precoce plantam-se lavouras de grãos, como o milho precoce com forrageiras, sorgo granífero [Sorghum bicolor (L.) Moench], feijão-comum, feijão-caupi e milheto.

    No período seco, a área de pastagem oriunda do consórcio das chuvas e da safrinha ocupa cerca de 40% e passa a ser utilizada para exploração do componente pecuário. Os outros 60% são ocupados pelo milheto e pela U. ruziziensis oriundos da sobressemeadura no R5 e R6 da soja, cuja finalidade é a palhada para cobertura do solo e o plantio direto na safra seguinte.

    O plano de exploração pecuário adotado pode ser o de cria, recria e terminação/engorda em pasto, recria e terminação/engorda em pasto ou apenas terminação/engorda em pasto. Este último é o mais utilizado pelos produtores de grãos que preferem fazer a atividade pecuária apenas na entressafra seca. Havendo pasto em excesso, pode ser feito o feno e/ou a silagem tanto para uso na fazenda quanto para venda aos pecuaristas da região. Além dessa pastagem formada todo ano pelo plano de rotação, existe uma área de pasto permanente onde ficam os animais no período das chuvas, enquanto a área de cultivo está em uso para produção de grãos.

    O componente pecuário de terminação em pasto na entressafra utiliza alimentação complementar com o fornecimento de uma mistura múltipla no cocho, na quantidade de até 1% do peso vivo/animal. Essa prática é imprescindível por causa da queda na qualidade nutricional do pasto no final do período seco. A mistura múltipla é preparada com o resíduo ou quirela de grãos oriundos da pré-limpeza e da secagem nos secadores de grãos. Para tanto, algumas fazendas da região dispõem de secadores e de equipamentos de fabricação de ração, compostos por trilhadora, torrefador, triturador e misturador de ração. Nessas áreas, o componente florestal é o eucalipto, que é plantado em glebas com o cultivo intercalado em renques de até três fileiras espaçadas em faixas de 14 m e 28 m, onde se realiza o cultivo de lavoura nos três primeiros anos e pastagem e pecuária até o sétimo ano, quando deve ser cortado o eucalipto para o mercado de carvão vegetal e lenha. Parte do eucalipto pode ser mantida, para que continue se desenvolvendo e seja utilizada na produção de postes e/ou madeira para serraria, que no caso ocorrerá aos 12 ou 14 anos.

    Ao longo de 10 anos, destaca-se o aumento da produtividade da soja em semeadura direta na palhada oriunda do consórcio em 7 sacos/ha a mais que a média da fazenda em cultivo convencional. Com a rotação, o milho alcançou alta produtividade média – em torno de 153 sacos/ha. No componente pecuário, o ganho de peso com bois em terminação em pasto na entressafra foi de 4,5 arrobas/boi e 9,5 arrobas/ha. A produção de grãos de soja e de milho resultou em uma produtividade 55% maior por hectare do que em uma área que cultiva apenas a soja. Em termos econômicos, quando se soma a receita dos grãos e dos bois, cada hectare corresponde ao dobro da receita da área cultivada apenas com soja. Portanto, com base nos dados do sistema de ILPF adotado em áreas no Cerrado maranhense, pode-se até dobrar a produção e a receita da fazenda cultivando a mesma área que antes era apenas soja.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste

    Número da Pergunta: 203

    Ano: 2015

  • O eucalipto é a espécie florestal mais comumente utilizada na região. No Estado do Pará, além do eucalipto (Eucalyptus sp.), também o mogno africano (Khaya ivorensis) tem despertado interesse nos inúmeros produtores e, em menor proporção, algumas espécies nativas.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 207

    Ano: 2015

  • Em regiões com estação seca menos prolongada, a aplicação do herbicida dessecante deve ser realizada entre 15 e 30 dias antes da semeadura da lavoura, de acordo com a sensibilidade da forrageira utilizada. Esse tempo será necessário para a efetiva dessecação (morte) da forrageira, melhorando a plantabilidade da lavoura subsequente, sem riscos de atrasos ou necessidade de reaplicações. Para regiões com estação seca muito prolongada, em que as plantas forrageiras se apresentam com poucos tecidos verdes ou como feno em pé, ao final da estação seca, uma estratégia de manejo é a realização de um rebaixamento da pastagem, seja utilizando um pastejo intenso ou o corte mecanizado (roçada). Depois, aguarda-se a rebrotação da forrageira com as primeiras chuvas para, só então, realizar a aplicação de herbicida para a dessecação da pastagem. Após a aplicação, deve-se respeitar um intervalo de duas a quatro semanas para realização da semeadura da lavoura. Outra alternativa é a aplicação sequencial de herbicida, ou seja, faz-se a primeira aplicação, conforme descrito anteriormente, seguida de uma segunda aplicação, logo após a semeadura da lavoura. A dosagem de herbicida e o tempo necessário entre a aplicação e a morte das plantas são variáveis entre as forrageiras. Com relação à sensibilidade ao herbicida glifosato, as forrageiras podem ser classificadas em:

    • Sensibilidade muito alta: milheto, U. ruziziensis, Aruana IZ-5 e BRS Paiaguás.
    • Sensibilidade alta: sorgo, Decumbens; Andropógon e Tanzânia-1.
    • Sensibilidade média: Marandú, Xaraés e BRS Piatã.
    • Sensibilidade baixa: Mombaça.

    Os capins com sensibilidade alta a muito alta demandam de 2 L/ha a 3 L/ha para sua dessecação, e os capins com média e baixa sensibilidade, de 4 L/ha a 5 L/ha. A condição adequada para semeadura da lavoura em sequência, em que mais de 70% da massa da pastagem encontra-se morta, é atingida, pelo primeiro grupo, em um período de 12 a 15 dias após a aplicação do herbicida e, para o segundo grupo, em 25 a 30 dias.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 245

    Ano: 2015

  • A taxa de lotação será uma função direta do ritmo de crescimento dos pastos e da produtividade que, por sua vez, é influenciada fortemente pela melhoria na fertilidade do solo, pela idade dos pastos e pelo grau de interferência do componente florestal, quando presente. Sistema de ILP com rotação de culturas mais frequentes é mais produtivo (forragem e produto animal) e propiciarão maiores taxas de lotação. Em sistema de ILPF, com a competição promovida pelo componente florestal sobre a forrageira, a tendência é uma menor taxa de lotação em comparação com ILP e com sistemas convencionais mais intensificados. Como regra, taxas de lotação elevadas resultarão em menores ganhos por animal. Ademais, para o equilíbrio entre a produtividade animal e a produtividade de forragem, a taxa de lotação deverá ser ajustada com base nos referenciais de altura de pastejo para cada forrageira. Em sistema de ILP mais intensivo, são utilizadas forrageiras de maior potencial produtivo, como as do gênero Panicum e U. brizantha, com predominância do pastejo rotacionado (com referenciais de altura de pré-pastejo ou de entrada, e de pós-pastejo ou de saída dos animais); em sistemas menos intensivos, geralmente, adota-se o pastejo contínuo e o alternado (com referenciais de altura máxima e mínima de entrada e saída), com preferência pelas forrageiras do gênero Urochloa. Nesses sistemas, são sugeridas as mesmas recomendações de manejo da altura do pasto que em sistemas convencionais, conforme tabela a seguir.

    Tabela 1. Recomendações de manejo de altura de pasto para sistema de integração lavoura-pecuária.

    Forrageira

    Altura do pasto (cm)

    Panicum

    Pré-pastejo

    Pós-pastejo

    Mombaça

    80 a 90

    40 a 45

    BRS Zuri

    70 a 75

    30 a 35

    Tanzânia-1

    65 a 70

    35 a 40

    Massai

    50 a 55

    25 a 30

    Aruana IZ-5

    30

    15

    Urochloa

    Máxima

    Mínima

    Xaraés

    40

    20 a 25

    Marandú, BRS Piatã

    35

    20

    BRS Paiaguás

    35

    20

    Decumbens

    30

    15

    Em sistema de ILPF, com menor intensificação em que ocorrem restrições para o desenvolvimento da planta forrageira, existem poucos estudos sobre métodos e alturas de pastejo mais adequados. De maneira geral, adota-se o pastejo contínuo e, em alguns casos, o pastejo alternado, com predominância pela utilização de forrageiras do gênero Urochloa e P. maximum cv. Massai. Em áreas sombreadas, há uma tendência de menor densidade do pasto (massa de forragem/altura do pasto) em relação a áreas em pleno sol e de menor proporção do sistema radicular da forrageira. Por isso, a indicação é de se manter o pasto com as alturas mínimas ligeiramente superiores às recomendadas, para favorecer a rebrotação e para se evitar situações de superpastejo.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 241

    Ano: 2015

  • Sim, porém é de uso mais complexo e restrito, principalmente em sistema mais intensificado de ILP, com utilização da pecuária somente na entressafra, objetivando-se um maior período de pastejo. O consórcio pode ser efetuado em diferentes épocas de desenvolvimento da soja; porém, quando a soja e o capim são semeados na mesma operação, a competição é grande e pode haver comprometimento na produção de grãos. Em semeaduras mais tardias, o consórcio não afeta o desenvolvimento da soja e não causa problemas na colheita mecanizada. Porém, o consórcio mais tardio pode causar problemas operacionais, como a entrada de máquinas na área. Para consórcios em que a semeadura da forrageira será realizada nos estádios R5 a R7, a distribuição de sementes pode ser feita por avião ou por motossemeadora, lembrando que, nesses casos, a quantidade de sementes de capim deve ser, no mínimo, o dobro da taxa de semeadura recomendada para o monocultivo.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 248

    Ano: 2015

  • Os cereais de duplo propósito são aqueles que inicialmente podem ser desfolhados fornecendo pasto adicional aos das pastagens tradicionais no final de outono e parte do inverno, meses de menor luminosidade e temperaturas baixas que afetam marcadamente a taxa de crescimento das forrageiras de inverno. Assim, há necessidade de áreas maiores para obtenção de forragem em quantidade adequada ao rebanho, quando os cereais de inverno são incluídos no planejamento forrageiro. Ao final do inverno, à medida que temperatura e luminosidade aumentam, com maior crescimento, começa a sobrar pasto, permitindo a retirada dos animais dos cereais de duplo propósito, como o trigo BRS Tarumã, pois a pastagem de aveia-azevém supre a demanda desses animais. Os cereais passam a ser manejados para a colheita de grãos ou para serem colhidos e conservados na forma de silagem ou feno.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 259

    Ano: 2015

  • O conceito de tolerância ao sombreamento para forrageiras em sistema de IPF aplica-se para aquelas espécies que mantêm um potencial de crescimento à sombra semelhante ao observado a pleno sol. Isso não significa dizer qualquer nível de sombra. Quando se menciona forrageiras tolerantes à sombra, significa incluir aquelas espécies que crescem satisfatoriamente em níveis de sombreamento intermediário ou moderado (sombreamento igual ou inferior a 50% daquele observado em sol pleno). Abaixo desse nível de luminosidade, o crescimento das forrageiras não é suficiente para um bom desempenho animal. Portanto, não existem forrageiras totalmente tolerantes a sombreamento intenso, e, por isso, o sistema de IPF necessita de espaçamentos entre as linhas das árvores bem superiores àqueles usados em florestas comerciais.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 261

    Ano: 2015

  • As principais espécies forrageiras utilizadas nesse sistema de ILP, durante o período de pousio da lavoura de arroz irrigado, são as de inverno; e a mais recomendada é o azevém anual, de preferência de ciclo mais longo, visando prolongar seu uso em pastejo até meados da primavera. Em consorciação ao azevém, recomenda-se trevo branco, cornichão, trevo persa ou trevo vermelho. Durante o período de verão, pode ser usado o campo nativo que vem retornando, assim como as espécies anuais capim sudão, sorgo forrageiro ou milheto. O primeiro aspecto a ser considerado é o planejamento de uso das áreas e as oportunidades de renda com a diversificação das atividades. No planejamento das rotações, os modelos de sistema de ILP mais sustentáveis e rentáveis são os que utilizam arroz por 1 a 2 anos e pecuária com rotações de culturas de sequeiro por períodos de 3 a 6 anos. Logo após a colheita do arroz, recomenda-se a implantação de forrageiras de inverno (azevém anual, trevo branco e cornichão, por exemplo); na fase verão, em sequência, recomenda-se o aproveitamento das espécies nativas que retornam, mas deve-se manejar para que as espécies de inverno mencionadas ressemeiem naturalmente. No inverno seguinte, a pastagem se restabelece de forma satisfatória. Quando em algumas propriedades não houver regeneração satisfatória de pastagens de verão, pode-se fazer uso de espécies forrageiras anuais de verão, visando à pecuária, ou utilizar em rotação culturas de verão como soja, milho ou sorgo granífero. Antes do retorno ao cultivo do arroz, é recomendado o cultivo de soja, visando à sistematização do terreno e incorporação de nitrogênio. Os sistemas que apresentam maior sustentabilidade são os que utilizam a pecuária, no mínimo, no período de inverno.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 271

    Ano: 2015

  • É na época do outono-inverno que se manifestam os principais benefícios de sistemas integrados, em comparação com sistemas convencionais. Nos sistemas integrados, a forrageira pode ser esta­belecida simultaneamente ou após a colheita da lavoura, sendo que, em ambos os casos, a pastagem será utilizada no período de outono-inverno e se beneficiará do efeito residual da adubação da cultura antecessora, tanto na fase de estabelecimento como na fase de produção. Pastagens estabelecidas após lavouras apresentam maior produtividade e qualidade nutricional do que pastagens con­vencionais, pois as forrageiras não entram em floração, prolongando sua fase vegetativa ao longo do inverno.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 244

    Ano: 2015

  • Dentre as culturas utilizadas em consórcios com forrageiras tropicais perenes em sistema de ILP e ILPF, o milho e o sorgo são as que apresentam maior viabilidade técnica e facilidade operacional para produção de silagem. A produção de silagem consorciada segue os mesmos princípios que a produção sem o capim; porém, na produção de silagem, as adubações devem ser maiores que para produção de grãos. Com o consórcio com capins, pode-se obter um incremento de até 30% na produtividade de silagem, com qualidade ligeiramente inferior quando comparada às silagens de milho e de sorgo em monocultivo. Além da produção de silagem, o capim poderá ser aproveitado posteriormente, como pasto e/ou como palhada para plantio direto. Para isso, recomenda-se que, no processo de colheita da silagem, o equipamento possa operar com uma altura de corte acima do primeiro entrenó do milho ou do sorgo, favorecendo a rebrotação do capim e adequado estabelecimento da pastagem. Forrageiras com maior potencial produtivo, como os capins Mombaça, Tanzânia-1 e Xaraés, exercem maior grau de competição sobre as culturas, proporcionando silagens com aumento na proporção de capim e com qualidade ligeiramente inferior quando comparadas às silagens produzidas com forrageiras de menor potencial produtivo, como os capins Massai, Marandú, BRS Piatã, BRS Paiaguás e Decumbens. Leguminosas, como o guandu, podem ser utilizadas em consórcio com milho ou sorgo, com ou sem capins, para a produção de silagem. No consórcio de milho com guandu BRS Mandarim, com a leguminosa semeada na entrelinha da cultura, a produtividade de silagem pode aumentar em 15% a 20%, com incrementos de 20% a 30% no teor de proteína da silagem; porém, maiores proporções da leguminosa no consórcio podem acarretar em redução na digestibilidade e na produtividade total de forragem. No caso de uso de capins em consórcio, principalmente as braquiárias, após o ciclo da leguminosa, estes capins podem ser utilizados para pastejo.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 249

    Ano: 2015

  • De maneira geral, as forrageiras tropicais são mais sensíveis ao sombreamento na fase de estabelecimento do que na fase produtiva. Porém, é possível a implantação de capins em sistema de ILPF com o componente arbóreo já estabelecido desde que o sombreamento não seja muito intenso (maior que 50%), pois as sementes das forrageiras necessitam de luz para serem estimuladas a germinar. Também, a intensidade de luz é determinante no processo de perfilhamento das plantas que emergirem; assim, a baixa intensidade de luz no dossel acarreta em dificuldade para a formação de touceiras e cobertura do solo pela forrageira. Desse modo, havendo a necessidade de implantação de capins nessas circunstâncias, devem-se buscar alternativas para redução do sombreamento da área a ser formada, seja pelo desbaste de árvores da área ou pela realização de uma desrama drástica no momento da implantação do capim, bem como com o aumento na taxa de semeadura do capim.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 255

    Ano: 2015

  • Qualquer forrageira tropical adaptada às condições regionais poderá ser utilizada em sistema de ILPF com espécies florestais nas fases iniciais, do primeiro ao terceiro ano da implantação das árvores, quando os efeitos da competição ou do sombreamento exercidos pelas árvores são menores. Para pastagens com períodos de utilização mais prolongados em sistemas com árvores, é desejável que sejam cultivadas forrageiras com maior tolerância ao sombreamento ou à competição, especialmente, em espaçamentos reduzidos (menos de 20 m) entre as fileiras (linhas simples) ou renques (linhas duplas ou mais) com árvores. Em geral, em condição de sombreamento superior a 50%, ocorre diminuição na produtividade das forrageiras tropicais, sendo esse efeito mais marcante sobre as leguminosas. Em pastagens com fileiras ou renques de árvores mais espaçados (maior que 20 m), que apresentam menor sombreamento, as espécies mais adaptadas ao regime de pleno sol serão as mais indicadas. Para sistemas de maior nível de intensificação técnica e áreas com maior potencial de produção, recomendam-se cultivares de Urochloa brizantha (Marandú, BRS Piatã e BRS Paiaguás) e de Panicum maximum (Massai), e, para áreas com menor potencial de produção, especialmente as mais declivosas com solos mais pobres, recomenda-se Urochloa decumbens.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 232

    Ano: 2015

  • Tida como uma das últimas fronteiras agrícolas do Brasil, a região Norte vem aumentando anualmente a área plantada com culturas agrícolas (soja, milho, sorgo, etc.) por meio de em­presas e produtores vindos de regiões tradicionais. Nesse novo cenário, houve aumento da competitividade, pressão ambiental e profissio­nalização/tecnificação das atividades de preparo do solo, plantio, colheita e, em certos casos, pós-colheita. Para fazer frente a essas mudanças, a utilização de sistemas de integração de produção agropecuária e florestal, pela intensificação de áreas já antropizadas, vem contribuindo sobremaneira para a redução da pressão sobre a floresta.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 228

    Ano: 2015

  • Serão similares ao do sistema de ILP, acrescidos de critérios para escolha e manejo do componente florestal, bem como da avaliação e do acompanhamento dos efeitos das árvores sobre as plantas forrageiras. O efeito mais crítico é o do sombreamento das árvores sobre a pastagem e da eventual competição por água, especialmente com o passar do tempo, nos sistemas mais adensados, em que a forrageira apresentará menor velocidade de crescimento. Logo, haverá a necessidade de adequar o manejo do pastejo (período de descanso, altura do pastejo, taxa de lotação) de acordo com a produtividade da forrageira e/ou adotar práticas de manejo no componente florestal. Algumas questões são importantes quando se pensa em estabelecer sistemas consorciados com lavouras, forrageiras e árvores. O primeiro ponto se refere à necessidade de se estabelecer um bom planejamento do sistema, quanto ao arranjo e à densidade de árvores. Para pecuaristas, que têm como prioridade o bom desempenho dos animais ao longo dos anos, deve-se dar preferência para menores densidades de árvores (200 a 250 árvores por hectare), em sistemas de linhas simples, com vistas a se permitir elevada incidência de luz para o pasto durante os anos de cultivo. Para maiores densidades, devem-se planejar desbastes de parte das árvores entre o quarto e o sexto anos de plantio. Reposição de nutrientes ao solo, por meio de adubações, deve ser priorizada, com base em análise de solo.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 234

    Ano: 2015

  • Em sub-regiões onde as atividades agrícolas estão estabelecidas ou em expansão, o sistema de ILP tem sido praticado pelo consórcio de algumas culturas como: milho (grão e/ou silagem) + capim (braquiárias e panicuns); soja + capim (sobressemeadura); arroz + capim. Os capins mais comumente utilizados são as braquiárias, principalmente Urochloa brizantha e Urochloa ruziziensis.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 210

    Ano: 2015

  • Atualmente, as espécies exóticas estudadas e utilizadas pelos produtores são a gliricídia (Gliricidia sepium), teca (Tectona grandis), mogno-africano (Khaya ivorensis) e, predominantemente, o eucalipto (Eucalyptus sp.). A escolha da melhor espécie dependerá de vários fatores que poderão influenciar no sucesso da atividade, sendo eles principalmente: finalidade do componente florestal – comercial ou não; mercado consumidor; disponibilidade de mudas de qualidade – embora a região seja conhecida pela sua diversidade florestal, ainda são poucos os viveiros legalizados que produzem mudas em quantidade e qualidade; condições edafoclimáticas locais; conhecimentos silviculturais sobre a espécie selecionada.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 218

    Ano: 2015

  • As espécies forrageiras tradicionalmente utilizadas e recomendadas são milho e sorgo para silagem; e, para o uso como pastagem, as espécies de braquiárias (U. ruzizienses, U. brizantha cv. Marandú, cv. Xaraes, cv. Piatã, U. humidicola) são predominantes nos sistemas; no entanto, outras opções têm sido apontadas e pesquisadas na região, como: Paspalum atratum cv. Pojuca e Panicun maximum cv. Mombaça. O plantio de milho e sorgo para silagem garante a alimentação suplementar do gado no período seco, e, após a colheita da forragem, a pastagem que foi consorciada com a cultura estará implantada. Assim o produtor terá disponíveis duas alternativas (silagem e pastagem) para a alimentação do gado no período seco.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 214

    Ano: 2015

  • Indiscutivelmente é a melhoria do solo, basicamente pelo aumento dos teores de matéria orgânica e aumento na ciclagem e reciclagem de nutrientes. Quando há inserção do componente florestal para o estabelecimento do sistema de ILPF, considerando o clima quente e úmido, típico da região Norte, há uma repercussão positiva na melhoria do microclima local impactando no bem-estar animal (conforto térmico, etc.) e, consequentemente, refletindo em melhorias sobre o desempenho produtivo e reprodutivo e maior produtividade, seja para carne ou leite. Além disso, permite associar atividade agrícola e pecuária no mesmo ano agrícola, tornando maior a eficiência no uso da terra na região e reduzindo a pressão sobre a floresta.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 217

    Ano: 2015

  • Os estados de Tocantins, Rondônia e Pará, possuem atividades agrícolas mais estabelecidas e em franca expansão, que poten­cializam a adoção de sistemas de integração. Já nos estados do Acre, Amazonas, Amapá e Roraima, essas atividades, embora ainda menos expressivas, apresentam-se em processo de expansão. Em virtude da demanda por estrutura e máquinas específicas para implantação e condução de lavouras nos sistemas de integração, estes têm sido adotados principalmente em regiões onde a atividade agrícola já está mais estruturada ou em processo de expansão. Em Rondônia, as sub-regiões de Corumbiara, Chupinguaia e outros municípios do Cone sul, e com avanço para as regiões centro-norte do estado, os sistemas de ILP vêm se desenvolvendo principalmente visando à intensificação das atividades, à melhoria das condições do solo, à redução dos custos de renovação de pastagens e ao incremento de renda. No Pará, com o desenvolvimento agropecuário do sul e sudeste do estado (sub-região do eixo Paragominas–Conceição do Araguaia) e oeste (sub-região de Santarém), os sistemas de ILP vêm despontando como uma excelente opção para recuperação de áreas degradadas e mesmo para áreas de pleno aproveitamento agropecuário em decorrência da necessidade de diversificação da produção e aumento de renda. No Estado do Tocantins, a demanda é crescente para implantação do sistema de ILP, na maioria dos casos a forrageira implantada após a colheita da soja, como forma de reduzir os riscos da atividade agropecuária.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 209

    Ano: 2015

  • O principal modulador da produtividade da forrageira é a fertilidade do solo que passa por melhorias imediatas ou gradativas em sistema de ILP e ILPF visando atender às exigências dos cultivos anuais em rotação. De modo geral, o residual de fertilidade das lavouras e as adubações de manutenção promovem um aumento no patamar de produtividade das pastagens em sistemas integrados em comparação com sistemas convencionais com menor uso de insumos. Além disso, com a adoção de sistemas integrados, normalmente, são agregados ganhos no manejo do sistema de produção que também contribuirão para a elevação do patamar de produtividade. Além da perspectiva de maior produtividade anual nesses sistemas, ocorre também uma melhor distribuição de forragem no período de outono-inverno, sobretudo no primeiro ano de uso da pastagem. No âmbito da propriedade, a produtividade média das pastagens dependerá da proporção de pastos mais jovens provenientes de áreas subsequentes a lavouras ou de áreas renovadas/recuperadas com sistema de ILP e ILPF, possibilitando aliviar a taxa de lotação das pastagens mais velhas durante a época seca, de maior restrição de forragem.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 239

    Ano: 2015

  • O estabelecimento da pastagem deve ser priorizado no primeiro e segundo anos em um sistema de IPF, quando há pouco sombreamento entre as linhas de árvores, pois a germinação e emergência de sementes e o pegamento de mudas forrageiras são normalmente afetados pelo sombreamento. Os principais problemas de produção e persistência da pastagem observados em sistema de IPF em condições de propriedade rural ocorrem por má formação durante essa fase, principalmente por causa da baixa densidade de plantas forrageiras. Uma alternativa também é estabelecer a pastagem no ano anterior ao plantio das árvores. Nesse caso, depois de garantida a boa formação da pastagem, basta realizar o cultivo mínimo (preparo apenas da linha de plantio) para o estabelecimento das mudas de árvores. Deve-se sempre seguir as recomendações de calagem e adubação de um engenheiro-agrônomo para o estabelecimento da pastagem e das árvores. Ambos precisam ser fertilizados anualmente. Sempre que possível, o preparo convencional do solo (uso de arado e grade sucessivamente) deve ser evitado para que não ocorra a degradação do solo e que se estimule a emergência de plantas invasoras na pastagem e nas linhas das árvores.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 264

    Ano: 2015

  • A pesquisa, a assistência técnica oficial e as empresas florestais já testaram diferentes modelos e espaçamentos entre árvores nas latitudes do Sul do Brasil. Dos diferentes estudos e de experiências realizados, conclui-se que o espaçamento entre linhas das árvores, no estabelecimento do sistema, deve ser igual ou superior a 20 m. Nas condições do Sul do Brasil, espaçamentos menores que este têm se mostrado insuficientes para uma persistência da pastagem em longo prazo. É possível adotar plantio de árvores em linhas simples ou em renques de linhas duplas, triplas ou quádruplas, dependendo do objetivo da espécie arbórea e do aproveitamento da madeira. Para conhecer os diversos exemplos de espaçamentos e arranjos arbóreos já estudados, sugere-se acessar a bibliografia disponível nos websites da Embrapa Pecuária Sul1 e da Embrapa Florestas2.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 269

    Ano: 2015

  • Nos primeiros anos de um sistema de IPF, enquanto a altura das mudas ainda não permite a introdução de animais na área, é possível aproveitar a pastagem da seguinte forma: produção de forragem conservada (corte para produção de feno e silagem de pastagem) e produção de sementes forrageiras. Uma alternativa também é proteger as mudas com cerca elétrica instalada dos dois lados da linha de plantio, e adotando um pastejo em faixas e rotacionado no sistema.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 266

    Ano: 2015

  • Há muitos pecuaristas que utilizam essas restevas para pastejo em períodos críticos no Sul do Brasil, como o período do vazio forrageiro do outono. No entanto, deve-se destacar que é uma forragem de baixa qualidade nutricional, baixos teores de nutrientes e baixo valor nutritivo, mas, às vezes, é alternativa emergencial a produtores que não possuem outra fonte de alimento nessa época. Um planejamento forrageiro anual, com espécies de inverno e de verão, alternadamente nas rotações com as culturas, é alternativa que deve ser buscada, evitando o uso da resteva. A incorporação da palhada dessa resteva ao solo é a melhor opção técnica e é mais sustentável, considerando que os benefícios na melhoria das características químicas, biológicas e físicas do solo já são bastante conhecidos. Aliando isso ao planejamento forrageiro de inverno, permitirá uma cobertura mais permanente do solo, o que vai reduzir emissões de gases de efeito estufa, além do que atenderá preceitos básicos do Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC): diversificação via sistema de ILP, plantio direto de qualidade, recuperação das pastagens naturais e fixação biológica de nitrogênio com o uso de leguminosas forrageiras, bem adaptadas a esses ambientes.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 278

    Ano: 2015

  • O milho para silagem apresenta altas produtividades, bom valor nutritivo e facilidade de cultivo, sendo uma cultura tradicionalmente utilizada com esse viés. As gramíneas africanas são escolhidas por apresentarem adaptação às condições edafoclimáticas da região. O eucalipto, por ser uma planta que se adapta ao clima e aos solos, possui demanda de mercado, crescimento rápido, copa alta e pouca densidade; além disso, não apresenta efeitos negativos sobre pastagens, lavoura e animais. Além dessas características, é importante lembrar que há muito conhecimento técnico para o manejo do eucalipto, ao contrário das outras culturas.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 287

    Ano: 2015

  • Sim, é possível. Recomenda-se a colheita tardia, com o objetivo de aumentar os teores de matéria seca (MS), os quais devem ser superiores a 25%. A colheita deve ser realizada antes da floração (70 a 90 dias de rebrota), permitindo a obtenção de um material com boa proporção de folhas verdes.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 290

    Ano: 2015

  • A mesma consideração para a calagem poderá ser seguida em relação às adubações de plantio e de cobertura. Como a forrageira utilizada para o pastejo será semeada no mesmo dia do milho, por exemplo, a sua necessidade de nutriente será sanada pela adubação de plantio e cobertura do milho. Após a colheita do milho para a silagem (será cortado tanto o milho, quanto a forrageira utilizada), deverá ser realizada uma adubação de cobertura na pastagem aproximadamente 30 dias após o corte para a ensilagem.

    A adubação do componente florestal deve ser feita seguindo a orientação para a adubação da espécie arbórea selecionada (seguindo o manual de recomendação para a cultura, com base no resultado de análise do solo). É importante lembrar que o adubo recomendado deverá ser colocado no fundo da cova ou no fundo do sulco de plantio das árvores, para evitar danos causados pelo efeito salino nas raízes da muda. Após a retirada do milho ou do sorgo que foram ensilados ou mesmo colhido para grãos, para serem comercializados ou servirem como matéria-prima na formulação de ração para os animais na própria fazenda, deve-se adubar a pastagem que foi estabelecida juntamente com a lavoura e o componente florestal.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 294

    Ano: 2015

  • Nas pastagens naturais ou implantadas, os animais tendem a procurar as plantas mais palatáveis. Alimentam-se da espécie forrageira, deixando de lado as plantas daninhas, que, completam seu ciclo, aumentando o banco de sementes do solo. Os principais fatores que influenciam na dinâmica das populações de espécies daninhas são:

    • Adaptabilidade da espécie forrageira: espécies forrageiras pouco adaptadas às condições edafoclimáticas de cada região não produzem massa de matéria verde suficiente para cobrir os espaços livres do solo. Com o passar do tempo, as plantas daninhas vão ocupando esses espaços, tornando cada vez mais acirrada a competição. Dessa forma, a escolha da espécie forrageira deve estar focada na sua adaptabilidade às condições de clima e solo do local da implantação.
    • Pressão de pastejo: a permanência nas áreas de pastejo de um número de animais por hectare maior do que a capacidade de suporte do pasto leva à degradação da pastagem. O processo de degradação inicia-se nos pontos mais fracos, sendo ocupados pelas plantas daninhas que, com o passar do tempo, aumentam a intensidade de infestação.
    • Disponibilidade de água e fertilidade de solo: a disponibi­lidade de água na superfície do solo é de grande impor­tância no momento da implantação da espécie forrageira. A falta de umidade no solo propicia a redução no estande da forrageira, reduzindo a cobertura da área. Além disso, durante o ciclo vegetativo, o regime pluviométrico influencia na manutenção da pastagem. A falta de água leva ao aparecimento de espaços vazios que são ocupados por populações de plantas daninhas.
    • Adubação: as adubações de correção e de implantação da pastagem, bem como as adubações de manutenção, são extremamente importantes, pois possibilitam a espécie forrageira exercer supressão sobre as populações de espé­cies daninhas. A espécie forrageira que ocupa, de forma rápida, os espaços vazios na superfície do solo, cobrindo rapidamente a área, evita o surgimento de comunidades infestantes.
    • Controle inadequado de plantas daninhas: a falta de con­trole de plantas daninhas em pastagens ou o controle ineficiente dessas espécies é uma das principais causas que leva a baixa produtividade das pastagens no Brasil.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 303

    Ano: 2015

  • Para garantir bons resultados com o controle químico, é de suma importância a realização do levantamento das espécies daninhas presentes nas áreas de pastagens. Essa informação auxilia na escolha do método mais adequado na tomada de decisão. Auxilia na opção do herbicida mais indicado, possibilitando o controle de maior número possível de espécies infestantes. A rotação de herbicidas e formulações com mecanismos de ação diferentes também é recomendada, pois evita a seleção de plantas daninhas resistentes e/ou tolerantes a determinados produtos.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 299

    Ano: 2015

  • Existem várias formas de aplicação de herbicida em pastagens, e a opção adequada dependerá de cada situação. A aplicação foliar é a mais usada. Nesse caso, é recomendável distribuir o produto na área total quando se tratar de grandes extensões de pastagens e para infestações de plantas daninhas acima de 40% da área. Utiliza-se, normalmente, pulverizadores tratorizados de barra ou jatão, aviões agrícolas ou helicópteros.

    Outra possibilidade é a aplicação dirigida, quando a ocorrência de plantas daninhas atinge pequenas áreas e as infestações estão abaixo de 40% da área da pastagem. São utilizados pulverizadores costais manuais ou transportados em animal (burrojet). A melhor época é a estação chuvosa, quando a atividade metabólica das plantas daninhas é intensa.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 300

    Ano: 2015

  • As principais condições a serem consideradas são:

    • Clima, solo e topografia favoráveis para a produção grãos, fibra, energia, madeira, entre outros.
    • Infraestrutura de máquinas, equipamentos, energia e arma­zenamento.
    • Acesso de insumos e escoamento da produção sem restri­ção.
    • Mercado para compra de insumos e comercialização da produção.
    • Recursos financeiros próprios ou acesso ao crédito.
    • Domínio da tecnologia de produção em sistema de inte­gração.
    • Assistência técnica disponível na região.
    • Disponibilidade ou treinamento de mão de obra.
    • Possibilidade de fazer arrendamento ou parceria com outros produtores.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 306

    Ano: 2015

  • A genética é sempre muito importante em qualquer siste­ma de produção, desde que a alimentação e sanidade sejam adequadas. Nos sistemas de integração, em que há maior produção de forragem em quantidade e com melhor qualidade ao longo de todo ano, isso aliado à produção de grãos e resíduos das culturas possibilita melhores condições de alimentação para os animais, com pastagens e suplementação, via semiconfinamento e confinamento, e proporciona melhor desempenho animal. Isso faz com que os animais de melhor genética possam expressar o seu potencial produtivo e tenham alta produtividade, qualidade de carne e rentabilidade do sistema de produção.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 308

    Ano: 2015

  • Em sistema de ILP e ILPF, que produzem forragem de melhor qualidade e quantidade, é mais rentável utilizar animais com melhor desempenho produtivo e boa genética e pode ser em ciclo completo, ou animais comerciais de recria-engorda com terminação em semiconfinamento ou confinamento, em um ciclo mais rápido de produção.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 312

    Ano: 2015

  • Em sistema de ILPF com componente florestal, poderá haver redução, manutenção ou aumento da produtividade de carne, a depender da densidade de árvores, espaçamento, estádio de desenvolvimento e das espécies que compõem a floresta. O aumento na produtividade de carne poderá ocorrer quando a floresta apresentar pouca competição com pastagem e melhorar o bem-estar animal, aumentando a qualidade e ou produtividade da forragem, principalmente reduzindo os problemas causados pelo deficit hídrico e baixas temperaturas, entre outros. Sempre que o componente florestal competir mais acentuadamente com a pastagem, haverá redução na capacidade de suporte das pastagens, e, consequentemente, haverá redução na produtividade da pecuária de corte.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 309

    Ano: 2015

  • Em sistema de ILP e ILPF, podem ser exploradas diversas formas de atividades de pecuária, em função das características produtivas da região, das condições locais e do interesse e conhecimento do produtor. Em região onde predomina a pecuária de corte, como o Centro-Oeste, são mais utilizados os sistemas de exploração de bovinos de corte, com as suas fases características de cria, recria e engorda; mas, de modo geral, o mais comumente utilizado é a recria-engorda com produção de bovinos precoces, pela facilidade de aquisição de animais de criadores locais. Isso também é fre­quente nas regiões Sudeste e Sul. Também é utilizado sistema que objetiva pecuária leiteira e está mais voltado para propriedades e produções de médio e pequeno porte, pois, com o sistema de ILP, é possível fazer a recuperação de pastagens degradas e produzir pastagens e forragens (feno e silagens) com boa qualidade para atender às necessidades nutricionais de vacas leiteiras. Para esse tipo de exploração, também tem sido considerado o sistema de ILPF por proporcionar melhoras substanciais no conforto animal, já que o componente florestal é incluído com objetivo de proteção contra radiação, calor ou frio. Mais recentemente, pela expansão da ovinocultura nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, tem surgido o interesse pela exploração dessa espécie em sistema de ILP e ILPF pela possibilidade de ter menos problemas com parasitoses e melhorar o conforto animal. Para a região Nordeste, é comum sistema de ILPF com ovinos ou caprinos ou ainda a criação conjunta das duas espécies, e em muitas situações também são incluídos bovinos.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 313

    Ano: 2015

  • O efeito das árvores sobre os demais componentes do sistema apresenta grande influência do arranjo espacial adotado. As árvores, por apresentarem sistema radicular mais profundo, conseguem absorver os nutrientes nas camadas mais profundas do solo. Esses nutrientes vão retornar para as camadas mais superficiais por meio da matéria orgânica proveniente das árvores, ficando então disponíveis para as plantas com sistema radicular mais superficial. Em relação à compactação do solo, observa-se maior compactação nas faixas de solo mais próximas às árvores, provavelmente em função do maior pisoteio pelos animais, visto que eles preferem caminhar próximos às linhas de árvores, onde há maior sombreamento. Por apresentar sistema radicular maior e já estabelecido, as árvores apresentam vantagens na absorção de água e nutrientes quando comparadas às culturas agrícolas e forrageiras. Dessa forma, a produtividade de grãos e de forrageira tende a ser menor nas faixas de solo mais próximas às linhas de árvores. Além da competição por água e nutrientes, deve-se levar em consideração a competição por luminosidade; para tanto, as plantas do sub-bosque devem apresentar maior tolerância à redução de luz. Apesar da perda em quantidade, as forrageiras geralmente apresentam maior qualidade nutricional quando sombreadas, compensando em parte a perda de produtividade. Para minimizar os problemas com competição por água, luz e nutrientes, devem-se adotar arranjos espaciais que favoreçam os cultivos do sub-bosque, ou seja, adotar maiores espaçamentos entre renques de árvores. Como mencionado anteriormente, existe redução na produtividade da forrageira, podendo então comprometer o ganho animal. Entretanto, o conforto térmico gerado pela sombra das árvores e o ganho em qualidade da forrageira tende a compensar a redução na disponibilidade de forrageira, o que pode resultar em manutenção ou até aumentar o ganho animal, desde que a lotação seja adequada.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 320

    Ano: 2015

  • O bem-estar animal depende de que o animal esteja saudável, tenha água e alimento em quantidade e qualidade adequadas, tenha proteção e liberdade de movimentação, possa conviver com seus semelhantes, e não sinta calor ou frios extremos. Sistemas de ILPF bem planejados conseguem atender todos esses preceitos e, se comparados aos sistemas de produção em pasto tradicionais, por exemplo, em pastagens não arborizadas, pode-se dizer que proporcionam melhor bem-estar ao animal.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 329

    Ano: 2015

  • Na zona de termoneutralidade, o gasto de energia para mantença do animal permanece constante e em um nível mínimo, dessa forma a retenção da energia da dieta é máxima. Desse modo, a energia do organismo pode ser dirigida para a produção e reprodução, não havendo desvio de energia para manter o equilíbrio fisiológico. Dentro dessa zona, o animal mantém a variação normal de temperatura corporal, o apetite é normal e a produção, ótima. Sob estresse por calor, o animal reduz, ou até paralisa, a ingestão de alimento com o objetivo de diminuir a produção de calor, logo seu desempenho é prejudicado.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 331

    Ano: 2015

  • Nas condições brasileiras de produção pecuária, há prevalência de estresse calórico. Assim os principais indicadores desse tipo de estresse são:

    • Aumento da sudorese – importante para equinos, asininos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.
    • Aumento no número de movimentos respiratórios (principal sintoma em bovinos) – o número de movimentos respiratórios pode aumentar 2,5 vezes.
    • Mudanças comportamentais – busca por água para imersão, busca por sombra, inibição do apetite, aumento no consumo de água, redução do tempo de pastejo e aumento de tempo de ócio, entre outros.
    • Ativação de outros mecanismos fisiológicos – o aumento dos batimentos cardíacos e da temperatura corporal.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 332

    Ano: 2015

  • Em sistemas de ILPF, as árvores dispostas em renques fun­cionam como quebra-ventos, e a velocidade dos ventos pode ser significativamente reduzida, mantendo-se na faixa recomendada para a produção de bovinos e outros ruminantes. Em regiões quentes, ventos de 7 km/h a 9 km/h (1,9 m/s e 2,5 m/s) favorecem a perda de calor por sudação em bovinos. Em regiões mais frias, a proteção contra ventos excessivos traz também vantagens, como: maior consumo de alimentos; melhor manutenção da temperatura corporal, sem dispêndio de energia para isso, dando condições para aumento da produção; e melhor sobrevivência de animais jovens, com redução na incidência de doenças respiratórias, como pneumonia.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 341

    Ano: 2015

  • Os renques de árvores numa pastagem podem oferecer proteção contra calor e frio excessivos, independentemente de ser linha simples ou serem linhas múltiplas. A decisão por um ou outro arranjo é decorrente dos objetivos que o produtor possa ter com o produto das árvores. A oferta demasiada de sombra em renques múltiplos pode também prejudicar o desenvolvimento da forragem, comprometendo a nutrição animal. A movimentação de ar também pode ser mais baixa que o desejado, comprometendo a eficiência dos mecanismos de regulação de temperatura. Assim, renques de linhas simples, além de proporcionarem sombreamento e ventilação adequados, são mais fáceis de serem manejados que sistemas com renques de linhas múltiplas. Além disso, em renques com linhas múltiplas, as árvores podem estar sujeitas a esforços que comprometem a qualidade da madeira para desdobramento.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 340

    Ano: 2015

  • O vento é um dos componentes do ambiente que afetam o conforto térmico dos animais a campo, e sua velocidade é funda­mental para as trocas de calor. O vento pode ser prejudicial ao conforto dos animais nas seguintes condições:

    a) Com baixa velocidade dos ventos, o animal não consegue perder calor para o ambiente, é o chamado "ar abafado", que não deixa o suor secar, e aumenta a sensação de calor.

    b) Com vento muito forte, ocorre excesso de perda de calor pelo corpo do animal, e pode aumentar a sensação de frio.

    É nessas condições de sensação térmica de calor ou de frio que a energia para mantença é maior. Daí, se o animal gasta mais energia para a mantença, produz menos. Se o vento prejudicar o conforto térmico, também influenciará negativamente no bem-estar dos animais.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 342

    Ano: 2015

  • Pelo lado da pastagem, é importante que as forrageiras sub­tropicais estejam cobrindo completamente o solo e que tenham acumulado uma boa quantidade de reservas, ainda no primeiro ano de estabelecimento, antes da primeira entrada dos bovinos ou ovinos. Isso geralmente acontece após o momento de máxima expansão foliar por área de solo na pastagem, quando as folhas mais inferiores (ou perfilhos ou brotações) estiverem totalmente sombreadas pelas camadas superiores da pastagem e começarem a apresentar os primeiros sinais de senescência (amarelecimento dos tecidos foliares). Mesmo no sistema de pastejo contínuo em um sistema de IPF, esse momento do pastejo deve ser aguardado para então realizar o primeiro pastejo.

    Pelo lado das árvores, o dano às mudas por antecipação da entrada dos animais no sistema deve ser evitado. Normalmente, animais herbívoros podem ocasionar danos por mastigação de folhas e ramos (ramoneio), pisoteio ou quebra de galhos por coçar-se nas árvores. A recomendação já divulgada pela pesquisa é de que as árvores estejam com altura de, pelo menos, 1,5 vezes a mais do que a dos animais no momento do primeiro pastejo. Outras situações que estimulam o dano às árvores pelos animais também devem ser evitadas, como: superlotação de animais na área; uso de árvores palatáveis e comestíveis pelos animais; pastagens pobres (em quantidade e qualidade) entre as árvores; e animais que têm o hábito de consumir alimentos fibrosos (caprinos e bubalinos).

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 265

    Ano: 2015

  • O plantio das árvores deve ser feito, preferencialmente, em curvas de nível, especialmente quando existem fatores de riscos à degradação do solo por erosão (elevada declividade, solo descoberto, elevado índice de precipitação local, etc.) ou preocupações em relação à conservação da água no solo. Entretanto, em casos de baixo risco de degradação do solo, é possível realizar o plantio linear em linhas. Nesse caso, para a região Sul do Brasil, a pesquisa tem observado que a orientação leste-oeste favorece sistemas integrados com forrageiras de verão. Ao contrário, o plantio na orientação norte-sul favorece sistemas que envolvem forrageiras de clima temperado. Na área tropical do Brasil, é consenso que o plantio na orientação leste-oeste é o mais recomendado para as situações de baixo risco de degradação do solo. A orientação norte-sul privilegia o crescimento das árvores, já que suas sombras deverão incidir sobre as entrelinhas, particularmente durante o verão. Contudo, em virtude da menor inclinação solar e do movimento diário típico do sol durante o inverno no Sul do Brasil, a orientação norte-sul das linhas de plantio provoca menor incidência de sombra das árvores sobre as entrelinhas, favorecendo sistemas que usam forrageiras de inverno. Por outro lado, se o sistema de IPF usar forrageiras de verão, a orientação leste-oeste de plantio das árvores proporciona maior luminosidade nas entrelinhas, já que a sombra das árvores segue o movimento do sol, e esta é projetada sobre a própria linha das árvores, durante os meses mais quentes do ano no Sul do Brasil.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 270

    Ano: 2015

  • Sabe-se que as adubações devem ser realizadas nas culturas, e que as forrageiras vão utilizar os resíduos delas quando as culturas forem colhidas. O primeiro aspecto que deverá ser mencionado é que a retirada de nutrientes das culturas é muito maior do que a retirada pelas forrageiras, pelo produto animal. Por outro lado, os animais são catalizadores na ciclagem de nutrientes, via fezes e urina, e melhoram a estruturação do solo por meio da matéria orgânica. Deve ser destacada também a grande incorporação de matéria orgânica ao solo via sistema radicular das forrageiras, principalmente as de inverno. Então, durante a fase pastagem, haverá maior ciclagem de nutrientes e menor retirada, o que tem levado a pesquisa a resultados bastante satisfatórios de adubações nessa fase e redução de adubos colocados no momento da semeadura das culturas em sucessão. Além de reduções de custos das lavouras, o tempo gasto na semeadura é menor, pois as máquinas poderão ter mais autonomia, considerando diminuições de paradas para abastecimento de adubos. Entretanto, é importante mencionar que essas tecnologias deverão ser implantadas de forma escalonada e contínua. Não é possível, num solo pobre, serem esperados efeitos positivos nos primeiros anos do sistema de ILP; é necessário que as práticas ou os processos sejam gradativamente utilizados. Chegará o momento, quando a qualidade do solo melhorar, em que as fertilizações passam ser de sistemas e não de atividades isoladas, ou seja, não por culturas.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 277

    Ano: 2015

  • Entre as espécies de gramíneas tolerantes ao sombreamento moderado estão algumas das forrageiras mais cultivadas no Brasil e em outras regiões tropicais e subtropicais do mundo, como Urochloa spp. e Panicum maximum (Tabela 1).

    Tabela 1. Tolerância ao sombreamento de algumas gramíneas.

    Tolerância ao sombreamento

    Gramínea

    Nome comum

    Alta

    Axonopus compressus

    Grama São Carlos

    Ottochloa nodosun

    Grama pânico

    Paspalum conjugatum

    Pensacola

    Stenotaphrum secundatum

    Grama búfalo

    Urochloa brizantha

    Marandú, BRS Piatã, Xaraés

    Urochloa decumbens

    Capim braquiária

    Urochloa humidicola

    Quicuio da Amazônia

    Média

    Imperata cylindrica

    Capim sapé

    Panicum maximum

    Tanzânia-1, Mombaça, Massai, Uruana, Vencedor

    Urochloa mutica

    Capim Angola

    Baixa

    Digitaria decumbens

    Pangola

    Fonte: Shelton et al. (1987).

    SHELTON, H. M.; HUMPHREYS, L. R.; BATELLO, C. Pastures in the plantations of Asia and the Pacific: performance and prospect. Tropical Grasslands, v. 21, n. 4, p. 159-168, Dec. 1987.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 285

    Ano: 2015

  • Nestes ambientes, onde há predominância do arroz irrigado como cultura principal, o primeiro passo, para implantação de forrageira e obtenção de bom resultado, é o planejamento de uso da área, ou seja, o arroz irrigado deve ocupar a área por 1 a 2 anos, e outras culturas de sequeiro e pastagens devem ser utilizadas durante 3 a 6 anos, chamado de período de pousio da cultura do arroz. Essa recomendação técnica é em virtude do ambiente sem oxigenação causado pela irrigação por inundação da cultura do arroz. O segundo passo técnico recomendado é a incorporação da palhada do arroz ao solo logo após a colheita da cultura e desmanche das marachas (taipas), utilizadas para facilitar a irrigação. Isso pode ser feito com auxílio de rolo faca ou gradagens. O terceiro passo é a drenagem do terreno, considerando que as forrageiras que virão na sucessão durante o inverno e as culturas de sequeiro ou forrageiras de verão não toleram solos com encharcamento. Essa drenagem poderá ser realizada, superficialmente, com valetadeiras apropriadas; e, em camadas mais profundas do solo, com equipamentos tipo subsolador (torpedo). O terceiro passo é a análise do solo quanto à necessidade de calagem e fertilização. Normalmente, essas áreas, após o cultivo do arroz, apresentam necessidade de calagem e fertilização adequadas a altas produções de forragem, o que aumenta a capacidade de suporte desses pastos.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 273

    Ano: 2015

  • No primeiro inverno, após a implantação das pastagens na sucessão da cultura do arroz, o início do pastejo poderá ocorrer entre 40 e 60 dias após a semeadura das forrageiras (maio-junho), desde que sejam observadas as recomendações técnicas de incorporação da palhada do arroz, drenagem do terreno e recuperação da fertilidade do solo. Quando não são observadas essas recomendações, o início do pastejo vai ocorrer entre 120 e 150 dias após a semeadura, o que se dará entre agosto e setembro. Nesse primeiro ano, o tempo de pastejo poderá ser de 60 ou de 120 dias ou mais, em razão do manejo empregado pelos produtores. A partir do segundo ano, com a ressemeadura natural das forrageiras de inverno e o retorno de espécies nativas de verão, o período de pastejo ao longo do ano poderá chegar entre 280 e 300 dias. Durante a fase das pastagens de inverno, o pastejo ficará entre 120 e 140 dias.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 274

    Ano: 2015

  • O primeiro ponto destacado deve ser as condições de manejo do solo e rotações de áreas visando a melhor adequação para que as pastagens de inverno e de verão atinjam seu máximo crescimento nesses ambientes. Após acúmulo de forragem, é importante ajustar o nível de oferta de forragem aos animais, em torno de três a quatro vezes o consumo, isso vai determinar maior sobra de pasto, e, como consequência, proteger o solo do impacto dos animais e dar uma boa cobertura de palhada visando ao plantio direto de qualidade das culturas em sucessão. Então, o início do pastejo deverá ocorrer quando os pastos de inverno acumularem em torno de 1.500 kg/ha a 1.600 kg/ha de massa seca, e os de verão em torno de 1.600 kg/ha a 2.000 kg/ha. Durante o pastejo, o ajuste de carga animal deverá permitir que os animais consumam o acúmulo diário, ou seja, a taxa de crescimento. Esse manejo vai permitir que a massa de forragem residual permaneça adequada. Considerando altura de manejo do pastejo, pode-se dizer que em pastagens de azevém a altura média deverá ficar em torno de 15 cm a 20 cm, e, em pastos de verão como capim sudão, sorgo forrageiro e milheto, a altura deverá ficar em torno de 30 cm a 40 cm. Quanto ao pastoreio, o ponto mais importante é a massa seca residual, podendo ser pastejo contínuo ou rotacionado. Um aspecto importante a ser considerado é quando o pastejo for rotacionado, em que a carga instantânea é alta, pois os animais estarão em grupos maiores. Isso poderá gerar compactação excessiva em solos hidromórficos, considerando, também, que esses solos são frágeis do ponto de vista físico.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 276

    Ano: 2015

  • Um sistema de integração de produção de leite reúne, em uma mesma área, a produção de leite, animais, madeira e/ou frutos e lavouras. A questão da produtividade pode ser analisada de duas maneiras. A primeira delas é sob a ótica de que a conversão de um sistema tradicional de produção de leite para um sistema integrado pode, teoricamente, reduzir a produção de leite, já que a área destinada à criação dos animais passa a ser restrita em razão da disponibilização de área para as outras atividades. Isso é verdade quando a fazenda a ser convertida está no máximo do seu potencial produtivo. Dessa forma, a renda não é apenas oriunda da venda do leite e de animais, mas da soma desta com a venda da madeira ou de frutos produzidos pelas árvores e dos grãos produzidos na lavoura. Entretanto, as fazendas com sistemas tradicionais de produção de leite não estão, comumente, no seu ponto máximo de produtividade. Quando elas passam a funcionar em sistemas de integração, otimizam a produção de forragem para o ano todo, oferecem melhor ambiente aos animais, reduzindo perdas produtivas por estresse pelo calor, entre outras vantagens, como aumento de tempo de pastejo e consumo, por exemplo. Esses ganhos produtivos, muitas vezes, suprem a ineficiência do sistema anterior, e a queda de produtividade não é detectada na prática. O sistema torna-se mais eficiente e eleva a produtividade.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 281

    Ano: 2015

  • O manejo de pastagens deve ocorrer quando ela atingir uma determinada altura dependendo da espécie, que é correspondente a 95% da interceptação luminosa. Na prática, o produtor deverá entrar com os animais na pastagem de Panicum maximum cv. Mombaça, por exemplo, quando esta estiver com 90 cm de altura, ao passo que, em outras cultivares da mesma espécie, as alturas variam, como, por exemplo: Tanzânia-1, 70 cm; Massai, 50 cm. Para a Urochloa brizantha (syn. Brachiaria brizantha), cv. Marandú, a altura indicada é de 25 cm a 30 cm, ao passo que, para a mesma espécie de Urochloa, porém com a cultivar Xaraés, a altura de início de pastejo é de 35 cm. O capim-elefante (Pennisetum purpureum Schumach.) cv. Cameroon tem como altura meta de entrada 100 cm. Independentemente da época do ano, para o manejo rotacionado das pastagens essas alturas devem ser respeitadas. Esse manejo evita formação de colmos e morte de folhas que é indesejável na produção animal em pasto. Também podem ser utilizados períodos de descanso (intervalo de desfolha) e período de utilização dos piquetes fixos de acordo com a gramínea forrageira que está sendo utilizada. Em geral, são recomendados períodos de utilização que variam de 1 a 5 dias e períodos de descanso de 21 a 45 dias, dependendo da espécie forrageira utilizada.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 284

    Ano: 2015

  • O grande gargalo da implantação de sistema de ILPF em propriedades pecuárias é o tempo necessário para o componente arbóreo atingir o tamanho mínimo para suportar a presença do bovino na área. No intuito de contornar esse problema, opta-se por espécies arbóreas que apresentam rápido crescimento inicial, possibilitando o pastejo o quanto antes. Levando-se em consideração esse aspecto, tem-se dado ênfase ao uso de materiais genéticos de eucalipto. As espécies nativas também podem ser utilizadas no sistema, o grande impasse é o tempo necessário para atingirem o tamanho mínimo para suportar os bovinos. Para a escolha da espécie mais indicada para a propriedade, o agricultor/pecuarista deve procurar auxílio de um técnico com conhecimento do sistema.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 319

    Ano: 2015

  • Praticamente em todas as regiões do Brasil. Destacam-se propriedades rurais nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão, Bahia e Pará.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 315

    Ano: 2015

  • O plantio de árvores no sistema de ILPF deve ter como objetivo principal a produção de toras de madeira, para uso mais nobre como: madeira serrada, laminação, componentes para móveis, produtos de maior valor agregado (portas, portais, janelas e móveis), postes, entre outros. No entanto, desbastes devem ser realizados durante o ciclo de condução do sistema, que gerarão madeira para usos mais comuns, como lenha, carvão, madeira para construções (escoras, postes de menor tamanho, mourões), madeira para a produção de aglomerados, chapas de fibra e celulose. O destino da madeira obtida nos desbastes será em função, principalmente, da distância da propriedade rural do centro consumidor. Além dos usos físicos da madeira, o componente arbóreo no sistema de ILPF também modifica o microclima, proporcionando sombra para os animais, o que está atrelado ao bem-estar animal; algumas espécies produzem frutos que podem ser comercializados; as árvores atuam como quebra-vento natural, reduzindo a incidência de pragas e doenças nos cultivos do sub-bosque; o plantio de árvores está alinhado às práticas de recuperação e preservação do meio ambiente; o componente arbóreo, durante seu crescimento, promove o sequestro de carbono, gerando crédito de carbono; entre outros usos.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 318

    Ano: 2015

  • As principais modificações promovidas pela presença de árvores no microclima local em sistemas de ILPF com componente florestal ocorrem sobre a velocidade dos ventos, a temperatura do ar, a pressão de saturação de vapor e a radiação solar incidente. É a combinação desses elementos que afeta, por exemplo, o conforto térmico animal.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 334

    Ano: 2015

  • O conforto térmico é influenciado pela ação combinada da temperatura do ar, da velocidade do vento, da umidade do ar e da radiação solar que incide diretamente na pele do animal. Em condições tropicais e subtropicais, a árvore atenua, ou até mesmo elimina, a incidência da radiação solar direta, diminuindo a temperatura do ar. Isso resulta em menores temperaturas no sistema e reduz em até 30% a carga de calor radiante sobre o animal. Além disso, o resfriamento do ar pela umidade que evapora das folhas (evapotranspiração) faz com que a temperatura sob a copa das árvores seja de 2 °C a 4 °C menor que sob céu aberto, podendo chegar até 9 °C de diferença, a depender da espécie vegetal. As árvores também atuam como quebra-ventos e regulam a velocidade dos ventos. Isso também influencia no conforto térmico do animal, pois, em condições de baixa velocidade dos ventos, o animal não consegue perder calor para o ambiente. É o chamado "ar abafado", que não deixa o suor secar. Por outro lado, em condições de vento muito forte, ocorre excesso de perda de calor pelo corpo do animal, que pode ocasionar a sensação de frio.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 336

    Ano: 2015

  • O ambiente confortável proporcionado pelos sistemas ILPF com a presença de árvores diminui a necessidade de consumo de energia dos animais para manter sua temperatura corporal constante; dessa forma mais energia poderá ser dispensada para funções produtivas e reprodutivas. Isso, aliado a mudanças favoráveis no comportamento ingestivo em razão da disponibilidade adequada de sombra, faz com que aumente o consumo de alimento, diminua a necessidade de água e melhore a conversão alimentar, influenciando na produtividade. Isto é, ao consumir menos energia para manter-se vivo, sobrará mais energia para produzir leite, carne, couro e bezerros mais pesados.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 337

    Ano: 2015

  • Se as demais condições que são necessárias para o bem-estar animal estiverem satisfeitas, a proteção das árvores em relação ao estresse térmico vai influenciar positivamente na produtividade das vacas de leite. Vacas que dispõem de acesso à sombra, no verão, podem produzir, em geral, 25% a mais de leite que suas companheiras mantidas ao sol durante as horas mais quentes do dia.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 349

    Ano: 2015

  • O manejo deve levar em consideração o objetivo do sistema implantado e a finalidade do componente florestal. Dependendo da espécie florestal, é necessária a realização de podas para promover o aumento da taxa de crescimento das árvores e desbastes de algumas árvores de baixo crescimento, sendo estas destinadas para diversos fins, como: energéticos, moirões, etc. Essas práticas têm como objetivo favorecer o desenvolvimento dos demais indivíduos que continuarão na área, contribuir para a maior luminosidade na área de pastagem, além de favorecer a obtenção de madeira de alto valor agregado.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 221

    Ano: 2015

  • Diversas iniciativas de sistemas de ILPF estão sendo conduzidas na região Norte. No Acre, as unidades demonstrativas localizam-se nos municípios de Senador Guiomar e de Rio Branco. Em Rondônia, estudos estão sendo realizados nas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) em Porto Velho (ILP, IPF e ILPF) e Vilhena (ILP e ILPF). Os produtores das regiões do Cone Sul (Corumbiara, Chupinguaia, etc.) e centro-norte do estado têm adotado o sistema de ILP para renovação de pastagens degradas aproveitando a expansão agrícola nessas regiões, principalmente com a cultura da soja. No Pará, as experiências concentram-se nos municípios de Terra Alta, Paragominas, Belterra e Marabá, todos com sistemas de ILPF; no Amapá, elas estão em Macapá; no Amazonas, em Manaus; e, em Roraima, nos municípios de Alto Alegre, Boa Vista e Mucajaí. No Tocantins, as experiências com sistema de ILP estão concentradas nos municípios de Pedro Afonso e Gurupi, envolvendo atividades de pesquisa e transferência de tecnologias.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 222

    Ano: 2015

  • As principais limitações são:

    • A preferência pelos produtores rurais por pacotes tecno­lógicos.
    • A diversidade de atividades e complexidade das interações que contemplam um sistema de integração.
    • A assistência técnica e extensão (Ater) não dispõe de técnicos suficientemente capacitados e em número adequado para acompanhar a região.
    • Dificuldades para aquisição de insumos, comercialização da produção agropecuária/florestal e manutenção de má­quinas e equipamentos.
    • Baixa disponibilidade de viveiros florestais credenciados para mudas em quantidade e qualidade.
    • Operacionalização das atividades, principalmente pela inserção do componente florestal.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 225

    Ano: 2015

    • A recuperação do passivo ambiental ocasionado pelo desmatamento e pelas queimadas, por meio da introdução do componente florestal nos sistemas tradicionais de explo­ração.
    • Amortização dos custos para renovação/recuperação das pastagens.
    • Melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo.
    • Produção de forragem em quantidade e qualidade disponí­veis tanto para pastejo quanto para cobertura do solo.
    • Redução da sazonalidade das pastagens e reinserção das áreas de pastagens degradadas ao processo produtivo.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 226

    Ano: 2015

  • De modo geral, não há restrições para a implantação do sistema de ILPF. Entretanto, excesso de declividade, solos com textura frágil e má drenagem podem ser limitantes em algumas situações. Para o sucesso do sistema, são necessárias três etapas principais:

    • Planejamento correto do melhor sistema para atender às peculiaridades da área em questão.
    • Implantação de forma adequada e recomendada pela assis­tência técnica.
    • Condução do sistema de forma que seu desenvolvimento siga todas as etapas planejadas do plantio à colheita.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 227

    Ano: 2015

  • Em algumas regiões favoráveis à produção de grãos e em que ocorrem pastagens degradadas, pode-se iniciar com o sistema São Mateus, ou com outros sistemas (sistema Santa Fé, etc.). A utilização da pastagem de boa qualidade por 6 a 9 meses antes da implantação da lavoura de grãos poderá produzir entre 10 arrobas/ha e 13 arrobas/ha de equivalente carcaça, amortizando parcial ou totalmente os custos com a recuperação. A pastagem recuperada também proporciona a adequação química e física do solo, além da manutenção de palhada suficiente para o plantio direto subsequente. Com as condições adequadas para a lavoura, os riscos climáticos diminuem, podendo-se aumentar a produtividade da soja em 5 sacas/ha a 15 sacas/ha em relação ao sistema convencional.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 250

    Ano: 2015

  • O uso intensivo, além da capacidade de suporte da pastagem, acarreta em prejuízo ao crescimento da forrageira (tanto da parte aérea como das raízes), tendo como consequência uma cobertura do solo inadequada pela pastagem e posterior quantidade inadequada de palhada para o SPD. Quando o crescimento de raízes é prejudicado, pode ocorrer compactação do solo, redução da infiltração de água e o início do processo de erosão, comprometendo a sucessão de culturas. Além disso, há prejuízo no desempenho individual dos animais e pode comprometer o cronograma de rotação de lavoura-pastagem. Geralmente, em sistema de ILP, a biomassa de forragem não deve ser inferior a 2.000 kg/ha durante o período de pastejo, e, por isso, o acompanhamento da condição da pastagem é fundamental. Os animais são retirados da pastagem entre 30 e 60 dias antes da semeadura da lavoura em sucessão, para permitir uma quantidade de palhada adequada para o SPD, acima de 4.000 kg/ha.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 251

    Ano: 2015

  • Comumente são adotadas taxas de semeadura mais elevadas, em relação às semeaduras convencionais, para as forrageiras a serem estabelecidas em consórcio com cultivos anuais ou sob a influência do sombreamento. A taxa de semeadura também dependerá da época e das condições favoráveis à semeadura (preparo do solo, controle de invasoras, método de semeadura). Uma maior taxa de semeadura garantirá uma densidade de plantas adequada que compensará os efeitos da competição por luz ou da menor emergência e sobrevivência de plantas da forrageira quando as condições são subótimas, a exemplo da deposição das sementes na superfície do solo, sem incorporação. A taxa de semeadura adequada não deve ser negligenciada, dado que, em sistemas integrados, há maior desembolso de recursos e a necessidade de diminuir os riscos, assegurando um rápido estabelecimento e o uso mais precoce da pastagem. Atenção deve ser dada à qualidade das sementes das forrageiras, por se tratar de sistemas que envolvem cultivos associados, pois poderão ser introduzidas pragas, doenças e plantas daninhas na área, veiculadas por sementes de baixa qualidade. Quando as forrageiras forem destinadas ao pastejo e permanecerem na área por 1 ano ou mais, em condições favoráveis, são utilizados 3,5 kg/ha e 4,5 kg/ha de sementes puras viáveis (SPV) para o estabelecimento de capins dos gêneros Panicum e Urochloa, respectivamente; em condições desfavoráveis à semeadura, a taxa de semeadura deverá ser aumentada (50% a 100% a mais), de modo a permitir o estabelecimento de, no mínimo, 20 plantas/m2.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 236

    Ano: 2015

  • Considerando a propriedade como um todo, a falta de forragem durante o período seco pode ser contornada com a programação de rotação de áreas com sistema de ILP, que proporcionam pastagem de alta qualidade nesse período, desafogando as pastagens mais velhas e ampliando a capacidade de suporte da propriedade. Uma possibilidade é a divisão da propriedade em cinco talhões, de modo que, durante o verão, um talhão (ou 20% da área) seja utilizado com lavouras, e, durante a época seca, estes tenham 20% da área com pastagem nova. Assim, em um período de 5 anos, todas as áreas com pastagens da propriedade serão renovadas, podendo-se iniciar um novo ciclo. Essas pastagens renovadas após lavouras podem suportar de duas a três vezes mais animais do que pastagens mais velhas, ampliando a oferta de forragem na propriedade. A divisão da propriedade em um menor número de talhões permite uma maior área com pastagem renovada a cada ano e acarreta em menor tempo para renovação de todas as pastagens, aumentando a eficiência da fase com pecuária. Entretanto, a fase com lavoura também é beneficiada pela diminuição no tempo de renovação das pastagens, pois estas se encontram mais produtivas e refletem positivamente na produtividade da lavoura em sequência, mostrando os efeitos sinérgicos entre lavoura e pastagem, e o grande potencial de sistema de ILP para ampliar a eficiência da agropecuária.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 253

    Ano: 2015

  • Pode ocorrer falta de pasto em sistema de ILP nos períodos de transição lavoura-pastagem e pastagem-lavoura. O primeiro pastejo pode sofrer atrasos, em razão da colheita da soja tardia, do uso de sementes forrageiras de baixa qualidade, da baixa disponibilidade de água no solo, do ataque de pragas e do uso de forrageiras inadequadas. No final da estação seca, muitas pastagens anuais devem ser vedadas para dessecação e retorno das culturas em sequência. Em alguns anos, o desempenho dos animais pode ser inferior ao esperado, seja em virtude do baixo padrão genético do lote ou de problemas meteorológicos, como baixa precipitação ou ocorrência de geada. Esse fato pode comprometer o planejamento da rotação. Para essas situações inesperadas, é necessário planejar alguma reserva de pasto ou de alimento complementar, como silagem, cana-de-açúcar ou algum concentrado para formulação de ração.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 254

    Ano: 2015

  • A definição da produção animal dependerá dos objetivos da propriedade, da escala de produção, do tamanho da área, do nível de investimento e planejamento. Em pequenas propriedades, o leite é a atividade mais utilizada e é mais recomendada pela rentabilidade e pelo manejo familiar. No entanto, há modelos em grande escala com alto nível de profissionalização e com alta eficiência produtiva. O uso das pastagens em sistema de ILP nessas regiões, de forma geral, é mais comum com a bovinocultura de corte e em sistemas mais especialistas, em que a recria e a terminação de animais são mais indicadas, considerando o período de uso das pastagens de inverno e de verão em modelos que as utilizem. Nesse contexto, o planejamento forrageiro é de extrema importância, pois os períodos de produção do pasto devem ser ajustados aos períodos de pastejo que permitam que os animais atinjam seus objetivos de ganhos. Se forem para abate, é o tempo de terminação; se forem para outros sistemas de terminação, o tempo de permanência nas pastagens deverá estar ajustado aos objetivos de ganhos dos animais e à época de semeadura das culturas.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 280

    Ano: 2015

  • As atividades agropecuárias geram emissões diretas e indiretas de GEE por diversos processos, tais como: fermentação entérica dos alimentos nos herbívoros ruminantes (metano), na decomposição de dejetos de animais (metano e óxido nitroso); degradação da matéria orgânica do solo (MOS) ocasionada pelo preparo convencional do solo (CO2 ou dióxido de carbono); decomposição da celulose em condições anaeróbias, como no cultivo de arroz inundado (metano), durante a liberação de carbono proveniente da queima de resíduos agrícolas (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, entre outros); emissão de CO2 e óxido nitroso em solos pelo uso de corretivos e por meio da desnitrificação de fertilizantes nitrogenados; queima pelo consumo de combustíveis fósseis (dióxido de carbono) na produção e no transporte de produtos agrícolas e utilização de insumos que para sua produção demandam consumo de energia na industrialização (fertilizantes, herbicidas, fungicidas). Mudanças no uso da terra também podem ser importantes fontes de emissões de GEE e estão relacionadas também ao setor agropecuário.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 357

    Ano: 2015

  • Refere-se a uma intervenção humana para reduzir (mitigar, minimizar, atenuar) os efeitos das atividades desses gases no sistema climático. É toda ação que tenha como objetivo reduzir as emissões e/ou aumentar os sumidouros (sequestro, remoções) de GEE.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 359

    Ano: 2015

  • De modo geral, considera-se que a zona de conforto para ovinos situa-se entre 15 °C e 30 °C, mas pode ser modificada dependendo da idade, nutrição, exposição ao vento, umidade, cobertura de lã, raça e aclimatação. Do mesmo modo que para bovinos, a presença de árvores nos sistemas de produção para ovinos pode favorecer a produção de lã, carne, leite e cordeiros.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 350

    Ano: 2015

  • O fenômeno conhecido como efeito estufa ocorre quando a radiação solar que chega ao planeta Terra transpassa a atmosfera, aquece a superfície terrestre, e parte dessa radiação é refletida novamente na forma de calor para a atmosfera. Nesse momento, o calor é bloqueado por alguns gases da atmosfera, os chamados gases causadores do efeito estufa. Dessa forma, intensifica-se a retenção de calor nas camadas mais baixas da atmosfera próximas à superfície. Esse fenômeno natural é importante para manutenção da temperatura, considerada dentro dos limites aceitáveis à vida no planeta Terra. Porém, se ocorrer um desequilíbrio nesse processo, e maior quantidade de calor ficar retida, a temperatura pode aumentar e muitas consequências negativas podem ocorrer.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 352

    Ano: 2015

  • A agricultura e a pecuária são dependentes das condições climáticas, uma vez que são atividades desenvolvidas em ambientes naturais abertos e transformados para produção (agroecossistemas), onde existe cultivo de plantas e criação de animais com exposição direta a elementos meteorológicos (luz, temperatura, umidade, precipitação, ventos, gases atmosféricos, pressão atmosférica). Por­tanto, a mudança do clima pode afetar a produção agropecuária e trazer consequências imprevisíveis para este setor, em decorrência dos seguintes fatores: aumento na concentração de CO2 (alterando a fotossíntese e o crescimento de plantas); maior consumo de água pelas plantas e animais; aumento da temperatura do ar e do solo; aumento da evapotranspiração (esvaziando o reservatório do solo); redução do ciclo de culturas; aumento das taxas respiratórias de plantas e animais com aumento do gasto energético e redução da produtividade; estresse térmico; redução da fertilidade; mudan­ça na dinâmica de pragas e doenças; atrasos no plantio e perda de calendários agrícolas pelas secas prolongadas; falhas na germinação/emergência e no estabelecimento de lavouras pela falta de chuvas; deficit hídrico nas fases vegetativas e reprodutivas com comprometimento na produtividade vegetal; chuvas mais intensas, mais frequentes e/ou erosivas e maior ocorrência de erosão; enchar­camento excessivo do solo; alteração das propriedades dos solos de forma que se tornem menos produtivos; aumento da infestação de plantas daninhas; chuvas excessivas na colheita; aumento na mortandade de aves; abortamento em porcas; redução da produção de leite por causa das fortes ondas de calor, entre outros.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 355

    Ano: 2015

  • O sequestro ou remoção do carbono ocorre normalmente pela captura do CO2 da atmosfera pelas plantas verdes que o transforma em compostos orgânicos por meio da fotossíntese. Após esse processo de remoção do carbono da atmosfera e da incorporação pelas plantas verdes, o elemento passa a desempenhar inúmeras funções na formação da biomassa e no metabolismo vegetal, e é o componente de diversos compostos orgânicos. Por exemplo, em sistemas de integração com componente florestal – integração pecuária-floresta (IPF), integração lavoura-floresta (ILF) ou integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) –, considera-se que há sequestro de carbono pelas árvores, desde que a madeira produzida seja destinada à produção de papel, construção civil ou mobiliário. Com a morte das plantas, tem-se a formação dos resíduos vegetais (serrapilheira em áreas de floresta, material residual em pastagens ou palhada de culturas após a colheita). Com o passar do tempo, esses resíduos sofrem um processo de fragmentação por macrorganismos e, posteriormente, a decomposição por microrganismos do solo. Dessa forma, se esse material não for protegido da ação biológica dos organismos do solo, ou se essa ação não for lenta, a maior parte dele retornará em pouco tempo para a atmosfera na forma de CO2. A manutenção dos resíduos na superfície diminui seu contato com o solo e reduz a taxa de decomposição. Além disso, a ausência de revolvimento por implementos agrícolas, associada ao aumento da atividade biológica, promove a formação de estruturas denominadas agregados. Os resíduos vegetais recém-adicionados ao solo são incorporados no interior dos agregados, onde são protegidos da ação decompositora dos microrganismos do solo. O resultado final é o aumento da quantidade de compostos orgânicos preservados da ação biológica e o aumento da quantidade de carbono orgânico e de matéria orgânica do solo. Ao longo do tempo, e lentamente, esse processo propicia aumento do chamado estoque de carbono no solo.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 361

    Ano: 2015

  • O incremento nos estoques de carbono do solo provenientes da adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) sob sistema de plantio direto (SPD) é maior quando comparados aos de áreas sob SPD sem a presença da pecuária ou quando a forrageira é utilizada somente para produção de palhada.

    A elevação dos níveis de matéria orgânica do solo e a melhoria da qualidade física do solo com a introdução das pastagens em áreas agrícolas demonstram que o sistema de ILP tem potencial para reduzir o impacto ambiental das atividades produtivas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Há maior potencial de estoque de carbono, considerando o papel das forrageiras tropicais nos sistemas de produção, na seguinte ordem decrescente: 1) pastagem permanente com manejo adequado; 2) ILP sob SPD; 3) lavoura em SPD; 4) lavoura em cultivo mínimo; 5) lavoura em preparo convencional do solo.

    Alguns levantamentos revelaram que as taxas de acúmulo de carbono no sistema de ILP sob SPD variaram entre 0,43 t/ha/ano e 0,60 t/ha/ano. A taxa de acúmulo de carbono na conversão do sistema de lavouras sob SPD para o sistema de ILP sob SPD pode ser de 0,8 t/ha/ano a 2,8 t/ha/ano na região do Cerrado. Em sistemas mais complexos, como o ILPF, por conter os componentes forrageiro e florestal, existe grande potencial de aumento na retenção de carbono no solo e na biomassa, bem como na redução de emissões de GEE. Além disso, em sistemas de ILPF, parte do CO2 removido poderá auxiliar na redução de emissões em outros setores além da agricultura, desde que a madeira produzida seja utilizada para a produção de móveis ou para a geração de energia. A produção de energia a partir de árvores plantadas pode substituir o uso de combustíveis fósseis. Essa substituição de uma fonte não renovável de energia (petróleo) por uma fonte renovável (carvão vegetal) pode ser contabilizada como redução de emissão de GEE.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 363

    Ano: 2015

  • A inserção do componente florestal aumenta a capacidade geral do sistema na captura ou sequestro de carbono, pois, além do carbono da pastagem, existe uma grande quantidade de carbono fixada na biomassa aérea e nas raízes das árvores. Dependendo da quantidade de árvores e do arranjo espacial, pode-se obter uma quantidade variável de carbono na biomassa florestal, que normalmente é maior no final do ciclo das árvores do que no início. Com a retirada das árvores durante os primeiros cortes no sistema de ILPF, essa madeira entrará no processo de uso fora ou dentro da propriedade e levará boa parte do carbono acumulado. Mas, como o sistema pode ser continuado, o ciclo de sequestro de carbono tanto no solo como na biomassa é renovado e reiniciado.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 365

    Ano: 2015