Resultado de pesquisa 


Filtrar por

Faceta da categoria

Faceta do tipo

Tipo

Ordenar

Ordenar

Resultados da pesquisa

Exibindo 1.409 resultados encontrados
  • A escolha da forrageira dependerá das condições de clima e de solo da região, bem como da finalidade de utilização e do ciclo de vida (duração) da pastagem. Dependendo da modalidade de sistema de ILP, a maioria das forrageiras tropicais (perenes ou anuais) adaptadas e recomendadas para sistemas convencionais de cultivo (solteiro) poderão ser utilizadas.

    De maneira geral, as forrageiras dos gêneros Urochloa (syn. Brachiaria) e Panicum são as mais utilizadas para semeaduras em monocultivo após a lavoura. Para semeaduras em consórcio, especialmente com as culturas do milho e do sorgo, tanto na safra como na safrinha, dá-se preferência às forrageiras que exercem menor competição com as culturas, como: Urochloa brizantha (cv. Marandú, cv. BRS Piatã e cv. BRS Paiaguás), Urochloa decumbens, Urochloa ruziziensis e Panicum maximum cv. Massai. Cultivares de guandu como o BRS Mandarim, que são leguminosas, também podem ser utilizadas em consórcio com milho e braquiária, para produção de silagem e/ou pastejo, com a finalidade de aumentar a produção e a qualidade da forragem.

    Em caso de sistema de ILP que utiliza a pecuária somente na entressafra, dá-se preferência por forrageiras que apresentem facilidade de manejo e dessecação com herbicidas e que produzam palhada que não dificulte o trabalho das semeadoras, com menos touceiras, como as braquiárias, em especial, U. ruziziensis.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 231

    Ano: 2015

  • Não há uma regra fixa para a entrada dos animais no siste­ma de ILPF. Na maioria dos sistemas de ILPF, as árvores são usadas para o conforto térmico dos animais para pastejo e, por conseguinte, melhores ganhos de produtividade animal. Para o estabelecimento da pastagem no sistema integrado, é comum o uso de plantio de grãos, pelo menos por um ano para que a melhoria da fertilidade do solo para produção de grãos beneficie também o desenvolvimento da pastagem que suceder. Quando as árvores são de rápido crescimento, normalmente após 2 a 3 anos de seu plantio, os animais podem ingressar no sistema. A conduta é observar o diâmetro do tronco/fuste quanto à resistência ao contato do animal com a árvore. Em alguns casos, dependendo da espécie, as áreas das árvores são cercadas para que os animais não prejudiquem o tronco ainda imaturo. Outra questão é a idade dos animais; os bezerros recentemente desmamados podem entrar mais rapidamente no sistema. No caso de novilhos e garrotes, o tempo para entrada deve ser maior. Há também que se considerar que, no caso de bubalinos, ao contrário das demais espécies, deve-se impedir o contato direto com as árvores, pois tendem a roçar frequentemente no tronco das árvores, prejudicando seu desenvolvimento.

    Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte

    Número da Pergunta: 230

    Ano: 2015

  • Além da escolha da forrageira, conforme a região e modalidade de uso da pastagem, o produtor deve se cercar de cuidados em relação ao preparo, à correção e à adubação do solo; à qualidade sanitária da semente e semeadura (taxas, métodos, época, profundidade); à competição com os cultivos e as invasoras; e ao manejo (adubação e pastejo) da pastagem para o seu estabelecimento e sua utilização. Nesse processo, a questão mais relevante é a população de plantas da forrageira porque ela afetará a sua capacidade de competição, a velocidade de estabelecimento e a produtividade inicial da pastagem. Tal fato é mais crítico nos sistemas que envolvem consórcios entre forrageiras e culturas anuais, nos quais a população e o ritmo de crescimento da planta forrageira não deverão interferir no desenvolvimento inicial do cultivo anual. Para isso, é necessário o monitoramento do grau de competição da forrageira sobre a cultura anual, o que vai orientar a necessidade de aplicação de herbicidas para controle da competição da forrageira sobre a cultura anual. Após a colheita dos grãos, a planta forrageira deverá ter assegurada a capacidade de se consolidar na área até que possa ocorrer o primeiro pastejo/corte. Na fase de utilização da pastagem, de curta ou de longa duração, os cuidados acerca do manejo (altura de entrada e de saída, períodos de descanso, adubações) são muito similares aos de outras pastagens, porém deve-se, com o manejo, aumentar a eficiência de colheita da forragem (quantidade e qualidade), evitar o acamamento, o florescimento excessivo, o superpastejo ou a desuniformidade do pastejo.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 233

    Ano: 2015

  • A escolha do método de pastejo vai depender da forrageira a ser utilizada. As braquiárias (Marandú, BRS Piatã, Xaraés, BRS Paiaguás) podem ser manejadas tanto sob pastejo contínuo quanto sob pastejo rotacionado. No entanto, para a utilização mais eficiente e para a produção de forragem de melhor valor nutritivo, recomenda-se o pastejo rotacionado para as cultivares de Panicum maximum (Massai, Mombaça, Tanzânia-1, BRS Zuri). No pastejo rotacionado, há maior controle sobre animais e pastagem, proporcionando maior eficiência de uso da forragem produzida. Contudo, o pastejo contínuo pode ser vantajoso em pastagens de curta duração, em que a construção de cercas torna-se onerosa; além disso, esse método permite maior desempenho individual, sendo adequado quando se deseja maior ganho por cabeça, como na fase de engorda.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 240

    Ano: 2015

  • Porque, nesses sistemas, as plantas forrageiras terão maior disponibilidade de nutrientes para seu crescimento, com conse­quente efeito positivo em sua composição químico-bromatológica. Quando em sequência a lavouras, principalmente no primeiro ano, a qualidade da forrageira será superior, inclusive na época de transição águas-seca e na seca. Mesmo assim, nesses sistemas é preciso maior atenção com o manejo do pastejo, porque, toda vez que uma planta cresce mais rápido, também perderá o seu valor nutritivo com a mesma rapidez, sendo um indicativo de que os ciclos de pastejo devam ser mais acelerados.

    Em sistema de ILPF com componente florestal, o sombrea­mento mais intenso afeta negativamente a produtividade da forra­geira, entretanto, pode favorecer o valor nutritivo, com aumento no teor de proteína bruta e tendência de diminuição da fração fibrosa com consequente melhoria da digestibilidade da forragem, em comparação a sistema de ILP com o mesmo nível de uso de fertilizantes. A depender das condições do sistema de ILPF, a sombra das árvores pode acarretar em diminuição da perda de água por evaporação e também favorecer o crescimento da forrageira no período de transição águas-seca. Em função da maior disponibilidade de nutrientes no solo e do valor nutritivo da forrageira nesses siste­mas, a composição do sal mineral a ser fornecido aos animais em pastejo poderá ser modificada (simplificada), e o consumo de sal mineral por animal poderá ser menor.

    Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 242

    Ano: 2015

  • Se a pastagem for dessecada a cada ano para novo plantio de uma cultura, para ser ensilada ou para colheita de grão (lavoura), a quantidade de adubo de cobertura a ser utilizado deverá ser proporcional ao tempo de permanência dessa pastagem na área. Caso não seja feito anualmente novo plantio da lavoura, a quantidade de adubo de cobertura a ser aplicado deverá considerar o intervalo de 1 ano, sempre com base nos resultados de análise de solo e na resposta da forrageira utilizada para pastejo. Normalmente, são aplicados em cobertura o nitrogênio, o fósforo e o potássio; mas, dependendo dos resultados de análise de solo, a reposição de alguns desses nutrientes pode não ser necessária, pelo fato de o solo apresentar valores acima do nível crítico.

    É importante destacar que, em cada adubação de cobertura, o solo tem que estar úmido, além de estar prevista chuva na época da adubação, ou for possível e recomendada a utilização de água via irrigação. A Embrapa Gado de Leite recomenda como adubação de cobertura em pastagens de Urochloa brizantha ou Panicum maximum, espécies muito utilizadas em sistema de ILPF, 1.000 kg/ha/ano da fórmula 20:05:20, correspondendo à aplicação de 200 kg/ha/ano de nitrogênio, 50 kg/ha/ano de P2O5 e 200 kg/ha/ano de K2O. Essa recomendação anual de adubação de cobertura deverá ser fracionada em três aplicações anuais, no início, meio e final da época chuvosa. É importante salientar que poderá ser alterada a formulação do adubo, dependendo dos resultados de análise do solo e da cultura a ser utilizada; além disso, mudanças poderão ocorrer em áreas irrigadas. Desse modo, a assistência técnica é indicada para auxiliar na recomendação de calagem e adubação do solo.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 296

    Ano: 2015

  • O processo de degradação é natural e acontece em qualquer tipo/classe de solo e em qualquer cultura. Porém, ele pode ser de menor intensidade se controlado para não reduzir a disponibilidade de alimento para os animais, tanto em pastejo, quanto na produção de silagem. Nesse caso, a adubação é um dos fatores que podem ajudar na recuperação de uma área em processo de degradação, ou na manutenção da produção de uma área para que ela não entre em processo de degradação. Porém, além da adubação, outros fatores são fundamentais. Talvez o que mais tenha efeito negativo é a taxa de lotação acima da capacidade de suporte da pastagem. Mesmo adubando, há um limite que a cultura utilizada para pastejo consegue suportar, ou seja, não adianta colocar mais adubo do que o recomendado, pois há um limite fisiológico de cada cultura em relação à sua capacidade de suporte. Além da cultura, a classe do solo, o relevo e o clima interferem na resposta que se pode esperar de uma forrageira no fornecimento de alimento para animais em pastejo.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 295

    Ano: 2015

  • O controle manual, com enxadão ou foice, é pouco eficiente e caro, considerando a necessidade de mão de obra. Entretanto, no caso de áreas menores, torna-se importante o controle de plantas daninhas concentradas em reboleiras. A adoção dessa prática deve ser feita antes da floração e frutificação das plantas daninhas, evitando que as sementes se espalhem. É imprescindível a utilização de variados métodos para o controle de focos de plantas daninhas (catação manual, aplicação localizada de herbicidas, etc.).

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 297

    Ano: 2015

  • Não. Apesar do bom rendimento operacional e do baixo custo, é pouco eficaz, já que as plantas daninhas rebrotam com rapidez. Normalmente, se observa o uso de roçadoras de arrasto, hidraúlicas, rolo-facas, dentre outros implementos agrícolas acoplados ao trator. Porém, por ser um método não seletivo, corta também a espécie forrageira e reduz consideravelmente a massa de matéria verde da pastagem.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 298

    Ano: 2015

  • No caso de arbustos de grande porte e resistentes às aplicações foliares, existem dois métodos para aplicar o herbicida. O primeiro é fazer aplicação no toco. Corta-se o caule das plantas daninhas e aplica-se o produto no local. A operação de corte é feita com enxadão ou foice, e, na aplicação, utiliza-se pulverizador costal manual. Outra forma é cortar o tronco entre 30 cm e 40 cm acima do solo e aplicar o herbicida com pulverizador manual ou pincelando a solução. Há ainda a possibilidade de aplicar herbicidas granulados no solo, ao redor do caule das plantas daninhas. A chuva dissolve o produto, que é absorvido pelo sistema radicular da espécie daninha.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 301

    Ano: 2015

  • Os herbicidas mais comumente utilizados em áreas de pastagens brasileiras são: 2,4-D; 2,4-D + picloram, 2,4-D + aminopiralide; picloram; fluroxipir + picloram; glifosato, triclopir, triclopir + picloram; fluroxipir + triclopir e fluroxipir + aminopiralide. Os herbicidas utilizados em qualquer cultivo devem estar registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O manuseio e a aplicação de herbicidas devem ter sempre o acompanhamento de um engenheiro-agrônomo. Além disso, devem ser seguidas as recomendações de uso correto de cada produto contidas na bula. Na aplicação de herbicidas ou qualquer outro defensivo, é obrigatório o uso de equipamento de proteção individual (EPI).

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 302

    Ano: 2015

  • O plantio das espécies utilizadas em sistema de ILPF, por exemplo, milho (para produção de silagem ou grãos), Urochloa brizantha cv. Marandú e o componente florestal, via de regra o eucalipto, ocorre no mesmo dia. Após a colheita do milho, e passados 30 a 60 dias, a pastagem está em condições de uso pelo animal. Esse uso poderá ser sob condições de pastejo ou ensilado, para uso na época seca do ano, como alternativa volumosa. Se a opção for para o uso sob a forma de silagem, após o corte, e passados outros 30 a 60 dias, a gramínea poderá ser pastejada. O pastejo, no primeiro ano de implantação do sistema, só poderá ser realizado mediante a proteção das linhas de plantio do eucalipto.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 304

    Ano: 2015

  • Essa proteção deverá ser pelo uso de cerca elétrica, protegendo as árvores entre duas linhas de eucalipto, e, com isso, a faixa de gramínea é pastejada naturalmente, até que o resíduo pós-pastejo apresente em torno de 20% de folhas verdes remanescentes. Nesse momento, a cerca elétrica é deslocada para outras duas linhas de eucalipto, e o pastejo reinicia. É aconselhável que, no primeiro ano, após a implantação de sistema de ILPF com componente florestal, utilizem animais na fase de recria (machos ou fêmeas), para pastejarem a área, ao invés de animais adultos. Estes poderão entrar no sistema, a partir do segundo ano, quando as árvores apresentam um sistema radicular mais vigoroso e profundo, não sofrendo arranquios ou tombamento pelo animal.

    Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite

    Número da Pergunta: 305

    Ano: 2015

  • De modo geral, os índices de produtividade são semelhantes ou até superiores aos sistemas convencionais. A produção de grãos de soja e milho, por exemplo, em muitos casos são maiores em sistema de ILP, pois o seu cultivo sobre forrageiras proporcionam melhores condições para o sistema de plantio direto (SPD) e, portanto, tem melhor estabilidade produtiva. Por exemplo, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, as produtividades de soja têm sido de 45 sacas/ha a 65 sacas/ha em condições razoáveis a boas. O milho safra tem resultado em produtividades de 90 sacas/ha a 130 sacas/ha em boas condições. Para muitas regiões favoráveis ao milho safrinha, as produtividades têm variado de 60 sacas/ha para condições medianas e 120 sacas/ha para condições mais favoráveis.

    A produção animal em bovinos de corte tem sido da ordem de 25 arrobas/ha/ano a 30 arrobas/ha/ano de equivalente carcaça/ha/ano em pastagens, no primeiro ano, após as culturas. Já, em pastagens de segundo e terceiro anos, ocorre uma queda de produção para 15 arrobas/ha/ano a 20 arrobas/ha/ano. Se for realizada a adubação de manutenção, esse decréscimo de produtividade é reduzido. É importante ressaltar que a adubação de manutenção da pastagem tem proporcionado benefícios marcantes à produtividade dos cultivos subsequentes. As pastagens de safrinha permitem de 5 arrobas/ha/ano a 8 arrobas/ha/ano, com variações influenciadas pelas condições climáticas, como chuva ou frio.

    Os índices de produtividade florestal são fortemente relacionados ao arranjo espacial utilizado para o componente arbóreo e ao manejo silvicultural empregado. Em povoamentos florestais de eucalipto, com aproximadamente 1.600 árvores/ha, obtêm-se produtividade de madeira próxima a 40 m3 por ano; porém, quando se utiliza o eucalipto em sistemas integrados de produção, o número de árvores por hectare será consideravelmente menor, reduzindo, portanto, a produtividade de madeira por hectare, mesmo que a produtividade por árvore seja maior. Em ensaios experimentais com sistema de ILPF conduzido na Embrapa Gado de Corte, utilizando-se o clone H13 (híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis), detectou-se produtividade, média de 6 anos, de 29,5 m3/ha e 18,3 m3/ha para população de 357 árvores/ha e 227 árvores/ha, respectivamente.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 316

    Ano: 2015

  • Sistemas de produção de bovinos de corte, com bom geren­ciamento, podem resultar em bom resultado econômico. Todavia, a inclusão dos componentes agrícola e/ou florestal pode resultar em maior receita, aliado a uma diversificação na possibilidade de renda. Como o principal foco do sistema de ILP e ILPF é recuperar pastagens degradas, os benefícios em termos de receita são expressivos. Em se tratando de pastagens degradadas com sistema de ILPF, sempre teremos maior investimento como também uma maior rentabilidade, como descrito abaixo:

    Sistema de ILP: a produtividade média em pastagens degra­dadas é de aproximadamente 4 arrobas/ha em equivalente carcaça, proporcionando lucro de R$ 50,00/ha/ano a R$ 100,00/ha/ano, e em alguns sistemas de produção pode ocorrer saldo negativo. Em pastagens recuperadas por meio de sistema de ILP, a produtividade média de carne no sistema de recria e terminação de animais pode ser de 15 arrobas/ha/ano a 30 arrobas/ha/ano de equivalente carcaça, nos 2 primeiros anos de pastejo após a retirada da lavoura de grãos. Nesse cenário, a rentabilidade com os animais pode proporcionar lucro de R$ 1.200,00/ha/ano a R$ 1.600,00/ha/ano, além do lucro proporcionado pela lavoura que, no caso da cultura da soja, fica entre 5 sacas/ha e 15 sacas/ha.

    Sistema de ILPF: ao utilizar o sistema de ILPF com população de 357 árvores/ha em um ciclo de 12 anos, com aplicação anual da adubação de manutenção das pastagens, é possível alcançar, no sistema de recria e terminação de animais, produtividade média de 15 arrobas/ha de carne. Nesse contexto, a lucratividade com os animais gira em torno de R$ 500,00/ha/ano a R$ 750,00/ha/ano. No oitavo ano do ciclo, com a realização do desbaste, estima-se uma produção de 70 m3 a 80 m3 de madeira a ser comercializada para produção de carvão, lenha ou outra finalidade ao alcance da propriedade. Ao final do ciclo (12º ano), estima-se que haverá aproximadamente de 80 m3 a 100 m3 de madeira para serraria, que possui maior valor.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 317

    Ano: 2015

  • Sim, pois nesses sistemas existe melhor alimentação, em virtude de melhor qualidade e maior oferta das pastagens, especialmente nos períodos críticos de inverno e seca. Isso aliado à maior oferta de outros alimentos como silagens, grãos, coprodutos de armazenagem de grãos possibilita um incremento no desempenho animal com consequente precocidade.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 310

    Ano: 2015

  • O mais indicado e rentável é utilizar a melhor genética disponível no mercado, quer raças zebuínas ou taurinas. Também poderão ser utilizados animais provenientes do cruzamento industrial (Bos taurus com Bos indicus = F1 ou tri-cross) que apresentam produtividade superior às raças puras, e estes em sistema de ILPF serão beneficiados pelo conforto ambiental e bem-estar proporcionados pela presença do componente florestal.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 311

    Ano: 2015

  • É importante utilizar o semiconfinamento ou confinamento, pois animais jovens apresentam maior dificuldade para o bom acabamento de carcaça quando somente em pastagem, principal­mente se tratando de forrageiras tropicais. Em sistema de integração (ILP, integração pecuária-floresta (IPF), integração lavoura-floresta (ILF) ou ILPF), a propriedade tem mais facilidade de produção de silagem e feno, como também de produção de grãos ou subprodutos da agropecuária para utilizar na terminação dos animais. A partir do mês de setembro, há a necessidade de redução da carga animal para iniciar o plantio das lavouras; nesse caso, o semiconfinamento antecipa o abate, e o confinamento retira os animais das pastagens, possibilitando realizar o plantio das lavouras.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 314

    Ano: 2015

  • A utilização da pastagem de boa qualidade por 6 a 9 meses antes do plantio das lavouras de grãos poderá produzir 8 arrobas/ha a 12 arrobas/ha de equivalente carcaça de carne, aumentando a rentabilidade da pecuária, como também proporcionar a adequação química e física do solo. A produção de palhada para o plantio direto reduz os riscos climáticos, aumentando a produtividade da soja em 3 sacas/ha a 12 sacas/ha em relação ao sistema tradicional, podendo obter lucro já no primeiro ano de cultivo.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 321

    Ano: 2015

  • São observadas frequentes frustrações na produtividade de lavouras de soja, feijão e milho quando elas são desenvolvidas de forma tradicional, com preparo do solo e aplicação de corretivos (calcário, gesso e fósforo) no período seco do ano, que geralmente ocorre de maio a setembro, não possibilitando a reação dos corretivos. Com o plantio das culturas de grãos em solos ácidos, de baixa fertilidade e sem palhada para o plantio direto, normalmente obtêm-se baixas produtividades de grãos e que não remuneram os custos de produção no primeiro ano de cultivo, desestimulando os produtores a realizarem a recuperação das pastagens com o uso de sistema de ILP.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 322

    Ano: 2015

  • Essas atividades são perfeitamente compatíveis e comple­mentares, pois para condução correta de sistema de ILPF são necessárias práticas corretas para o manejo do solo e das culturas. Nesses sistemas, é possível proporcionar boa alimentação aos animais bem como boas condições de saúde e bem-estar animal, com benefícios para a pecuária de corte. Isso resulta em bons índices de produtividade dos componentes, e essas técnicas estão alinhadas às exigências do programa de boas práticas agropecuárias (BPA), que possui como objetivo produzir alimentos de qualidade e de forma segura para todos os participantes da cadeia produtiva e para o consumidor final, com a obtenção de produtos de melhor qualidade e com benefícios ambientais.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 323

    Ano: 2015

  • De modo geral, há redução na ocorrência de ecto e endo­parasitas, pois, com cultivos e reestabelecimento da pastagem, o ciclo de vida dos parasitas é quebrado. Entretanto, são necessários estudos complementares para uma avaliação do real efeito desses sistemas sobre os ecto e endoparasitas.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 324

    Ano: 2015

  • Qualidade de carne é um conceito complexo, que envolve tanto fatores intrínsecos (raça, sexo, idade de abate, entre outros) quanto extrínsecos (sistema de produção, nutrição, transporte) aos animais. O estresse, em geral, pode aumentar a porcentagem de carcaças desclassificadas por contusões (há relatos de 20% de perda de carcaças). A carne também pode apresentar "defeitos", tornando-se mais dura, seca e escura. Animais que são produzidos em sistemas com adequado bem-estar sofrem menos situações estressantes e, consequentemente, estão menos propícios à dimi­nuição da qualidade do produto final. Em sistemas de ILPF, julga-se que, atendidas todas as necessidades básicas dos animais (como forragem de boa qualidade, água em abundância e estado sanitário adequado), o maior conforto térmico proporciona maior bem-estar animal, em comparação aos sistemas a pastos convencionais.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 348

    Ano: 2015

  • Se o pastejo e manejo da pastagem forem adequados, a compactação será mínima ou inexistente. Para forrageiras dos gêneros Panicum e Urochloa, mais comumente utilizadas em sistema de ILP ou ILPF, o pastejo deve ser realizado sempre respeitando as alturas de entrada e saída dos animais, implicando em boa produtividade animal, boa cobertura e proteção do solo, além de boas condições de palhada para o plantio direto, com consequente aporte de matéria orgânica no solo. Em áreas com superpastejo, condição que deve ser evitada, haverá alguma compactação do solo. Para a região Sul, onde são utilizadas forrageiras de clima frio, como azevém, aveia e trevos, o controle do pastejo requer atenção especial, pois essas forrageiras são mais tenras e frágeis, e qualquer descontrole do pastejo pode implicar em danos ao solo.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 326

    Ano: 2015

  • Cada espécie animal tem uma "zona de conforto" ou de "termoneutralidade", que corresponde à faixa de temperatura ambiente na qual o calor dissipado pelo animal corresponde ao calor mínimo produzido metabolicamente. Nessas condições, o animal encontra-se livre de estresse por calor ou por frio. A zona de conforto varia de 1 °C a 16 °C para o gado bovino europeu e de 10 °C a 27 °C para o gado zebuíno. Em temperaturas acima de 16 °C, para gado bovino europeu, e de 27 °C, para zebuíno, há ativação de mecanismos termorreguladores (aumento do ritmo respiratório e evaporativo, por exemplo); acima de 26,5 °C para gado europeu e de 35 °C para gado zebuíno, os mecanismos de compensação começam a falhar, acarretando rápido aumento da temperatura retal e declínio na ingestão de alimentos, na produção de leite e no peso corporal, podendo levar à morte dos animais por hipertermia. Abaixo de 1 °C para o gado europeu e de 10 °C para o gado zebuíno, também há a ativação de mecanismos termorreguladores (aumento do metabolismo, diminuição do consumo de água e aumento da ingestão de alimentos, tremor muscular), na tentativa de se aumentar a temperatura corporal. Eventuais falhas desses mecanismos podem levar à morte pelo frio (hipotermia).

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 330

    Ano: 2015

  • Pastagens arborizadas em sistemas de ILPF proporcionam um microclima melhor, pois as árvores geram sombras que podem diminuir a radiação solar direta que atinge os animais em até 30%, a depender da espécie florestal. Também por conta da sombra, a temperatura do ar diminui. Nos trópicos, a temperatura sob a copa das árvores é cerca de 2 °C a 4 °C menor que sob céu aberto; há relatos de reduções de até 9 °C.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 335

    Ano: 2015

  • Desde a década de 1970, os cientistas tentam definir ou con­ceituar o bem-estar animal. Sumariamente, bem-estar animal (BEA) pode ser considerado o estado de harmonia entre o animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta qualidade de vida do animal. Também se refere à capacidade de o animal conseguir adaptar-se ao ambiente e ao grau de sucesso com que isso acontece. Os principais motivos que levam as pessoas a se preocuparem com o bem-estar de animais de fazenda são: primeiro, inquietações de origem ética; depois, saber qual efeito potencial que o bem-estar acarreta na produtividade e na qualidade dos alimentos; e, por último, as conexões entre bem-estar e barreiras comerciais não tarifárias aos produtos de origem animal.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 327

    Ano: 2015

  • Nas pastagens convencionais do Brasil Central, os bovinos estão sob estresse por calor, cujo grau varia de mediano a severo, durante boa parte do ano. Em novilhas, o excesso de calor retarda a puberdade por causa do menor crescimento e mudanças neuro-hormonais. As altas temperaturas provocam a diminuição da duração do estro e o aumento de ovulação silenciosa (sem manifestação).

    Nas vacas, esse estresse causa anormalidades nos óvulos, e, após a concepção, a taxa de crescimento do embrião descresse proporcionalmente à duração do estresse. Altas temperaturas preju­dicam a taxa de concepção e podem reduzir o peso ao nascer de bezerros.

    Em sistemas de ILPF, as chances de sobrevivência dos bezerros são maiores, pois há melhoria da qualidade de vida das matrizes, os partos são mais confortáveis e há maior produção de leite.

    Nos machos, por sua vez, as altas temperaturas provocam a diminuição da quantidade e qualidade do sêmen, com redução do volume do esperma, maior formação de espermatozoides anormais e diminuição da mobilidade espermática. Esses problemas são atribuídos, em parte, ao aquecimento dos testículos; e, quando o estresse térmico é muito prolongado, pode ocorrer degeneração testicular, irreversível. Além disso, o calor excessivo provoca mu­danças no comportamento de monta natural, ocasionando menor procura por fêmeas.

    Assim, as pastagens arborizadas, por proporcionarem um ambiente mais confortável para os animais, diminuem o estresse por calor e suas consequências.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 339

    Ano: 2015

  • O manejo da pastagem em sistema de ILP ou ILPF necessita de uma atenção especial, em razão do rápido crescimento da pastagem e do alto acúmulo de forragem, o que implica em dificuldades para realizar o controle do pastejo. Nessas condições, o mais recomendado é o pastejo rotacionado, pelo menos com algumas divisões de modo a facilitar o controle do pastoreio, pois o pastejo contínuo resulta em pastejo desuniforme. Para que se tenha um controle do pastejo em sistema de ILP ou ILPF, as áreas principais podem ser cercadas com cercas fixas, e as subdivisões serem feitas com cercas eletrificadas. Como ocorre alternância de pastagens e cultivos com operações de máquinas agrícolas, essas divisões devem ser estabelecidas levando-se em consideração o tamanho dos implementos e maquinários agrícolas. Para cercas eletrificadas, devem-se instalar sistemas de fácil remoção e/ou deslocamento.

    Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 325

    Ano: 2015

  • A água é o nutriente mais importante para vacas em estresse calórico, e o aumento de seu consumo é a maior e mais imediata resposta ao desconforto térmico. Isso porque a água é utilizada primariamente como veículo de dissipação de calor. Sob condições a campo, a ingestão de água aumenta rapidamente em temperatura ambiente acima de 2 °C, e as necessidades podem alcançar valores de 1,2 a 2 vezes maiores do que os requerimentos na termoneutralidade. Assim, animais mantidos em pastagens com árvores, com maior conforto térmico, tendem a consumir menor quantidade diária de água.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 333

    Ano: 2015

  • Quando animais estão sob estresse por calor, o consumo de alimentos pode ser reduzido de 20% a 30%, dependendo da intensidade e da duração do estresse. Em ambientes onde há sombra, a ingestão de alimentos aumenta proporcionalmente à diminuição do estresse, em razão de mudanças no comportamento ingestivo, pois haverá maior tempo de pastejo e ruminação. Entretanto, poucas informações a esse respeito estão disponíveis na literatura nacional. Contudo sabe-se que as pastagens dos sistemas de ILPF possuem maior valor nutricional – teores de proteína bruta 15% a 40% superiores aos das pastagens em sol pleno – e também maior digestibilidade.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 338

    Ano: 2015

  • Diferentes materiais podem ser empregados para produzir sombra: quando a sombra é proporcionada por árvores, considera-se como "sombra natural"; quando proporcionada por construções civis (coberturas de telha de barro, de palha, de metal, de madeira, de telas de polietileno na cor preta, e de outros materiais), são consideradas "sombras artificiais".

    A diferença entre essas "sombras" está relacionada ao ambiente que elas promovem. De fato, as características dos materiais (folha das árvores, palha, cerâmica, polietileno, plástico, etc.) e o formato das coberturas (copa de árvore, cobertura plana ou inclinada, cobertura de "duas águas", etc.) promovem efeitos diferentes sobre as variáveis microclimáticas que determinam o conforto térmico para o gado que se protege sob essas estruturas produtoras de sombra. Por exemplo, na "sombra natural" produzida por árvores, a umidade do ar poderá ser maior do que na "sombra artificial" proporcionada por uma tela de sombreamento de polietileno ou polipropileno (tipo sombrite). Os estudos que existem mostram que a sombra de árvores é mais adequada ao conforto animal do que as "sombras artificiais"; sem contar que as árvores podem gerar produtos e serviços ambientais a um custo bem mais baixo do que as construções civis em meio a uma pastagem.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 345

    Ano: 2015

  • O bem-estar animal pode variar entre muito ruim e muito bom. O estresse fisiológico é um dos principais indicadores usados na avaliação do bem-estar animal, pois à medida que o estresse aumenta, o bem-estar diminui. Uma das formas atualmente mais utilizadas para se estabelecer o grau de bem-estar animal de um sistema produtivo baseia-se no conceito das "cinco liberdades", que definem as condições necessárias para se promover esse estado. São elas:

    1. Liberdade fisiológica (ausência de fome, sede e desnutrição) – dada pela oferta de alimentos e água em quantidade e qualidade adequadas às condições fisiológicas dos animais.

    2. Liberdade ambiental (ausência de desconforto) – quando o ambiente de criação é corretamente planejado e oferece conforto térmico e físico.

    3. Liberdade sanitária (ausência de dor, lesões e doenças) – atendida pelo correto manejo sanitário dos animais.

    4. Liberdade comportamental (possibilidade de expressar os comportamentos característicos da espécie) – possível em ambientes com espaços e instalações adequados, e também relacionada ao correto manejo do rebanho e formação dos lotes, entre outros.

    5. Liberdade psicológica (ausência de medo e estresse) – faci­litada por condições do ambiente e pelo manejo correto, que evitem sofrimentos.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 328

    Ano: 2015

  • Em pastagens adequadamente arborizadas, a cobertura de copa das árvores deve estar entre 10% e 40%, para não compro­meter a produção da pastagem, e dependerá muito da densidade e altura de inserção da copa. Ainda não há consenso na literatura em relação à quantidade de sombreamento da pastagem que é recomendada. É provável que, na região Norte do país, a cobertura de copa possa ser maior do que nos estados do Sul e Sudeste, mas fatores como, características morfológicas das espécies utilizadas e altura de desrama podem também influenciar a taxa de cobertura aceitável. Na prática, consegue-se fazer desrama até 6 m ou 7 m de altura, caso seja realizada por pessoa no piso do sistema. Com auxílio de grua ou escada, pode-se chegar a alturas maiores. Em ambos os casos, aumenta-se consideravelmente a entrada de luz no sistema, especialmente em se tratando de linha simples. Em suma, se considerarmos 30% de sombreamento, em 1 ha, a área diretamente embaixo das copas das árvores deverá ser entorno de 3.000 m2, quantidade suficiente para abrigar, sem disputa por sombra, os animais também. Para saber quanto há de área coberta pelas copas das árvores, é necessário medir o terreno que fica exatamente debaixo da copa da árvore.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 346

    Ano: 2015

  • É consenso que a sombra é necessária para o bem-estar animal, porque afeta positivamente o conforto térmico dos animais a campo. No entanto, existem poucas informações sobre a melhor metragem de área de sombra para bovinos – os valores citados variam de 1,8 m2 a 10,0 m2. Recomenda-se, geralmente, que haja sombra capaz de atender as necessidades de todos os animais ao mesmo tempo, a qualquer hora do dia. Assim, como um bovino deitado ocupa 1,8 m2, acredita-se que áreas de sombra próximas a 1,8 m2 são inadequadas para ambientes tropicais, porque os animais ficam muito próximos uns dos outros. Já sombras com 5,6 m2 e 9,6 m2, por exemplo, garantiriam espaço entorno dos animais de 0,5 m e 1 m, respectivamente. Acrescente-se que, em um ambiente com pouca área de sombra disponível, pode haver disputa por área sombreada, acarretando prejuízo aos animais mais velhos, fracos ou submissos.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 343

    Ano: 2015

  • O melhor tipo de árvore é aquele que apresente características que favoreçam o bem-estar animal a campo:

    • Não ter efeitos tóxicos para o animal, caso o animal venha a comer ramos, folhas, casca e/ou frutos.
    • Não produzir efeitos alelopáticos sobre as pastagens.
    • Não apresentar raízes expostas na superfície do solo, pois o piso fica desconfortável para a acomodação do gado sob a copa da árvore.
    • Produzir frutos pequenos (menores do que 5 cm de diâme­tro), já que frutos maiores podem engasgar o animal.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 344

    Ano: 2015

  • O Brasil é um dos países onde caem mais raios. Os raios ocorrem porque as nuvens se carregam eletricamente, formando o equivalente a uma bateria, com um polo ligado na nuvem e outro polo ligado na terra. Se ligarmos um fio entre a nuvem e a terra, passará uma grande corrente elétrica pelo fio. O raio seria justamente este fio que liga a nuvem à terra. O raio provoca o curto-circuito da nuvem para a terra e, pelo caminho formado pelo raio, passa uma corrente elétrica de milhares de ampères. Os raios caem nos pontos mais altos da paisagem, como árvores altas e isoladas e torres de igreja, porque eles sempre procuram achar o menor caminho entre a nuvem e a terra. O que atrai o raio é a altura relativa do objeto ou animal em relação ao solo ("efeito antena") de modo que, em sistemas silvipastoris, a densidade de árvores que recobre o solo provoca o equivalente a uma elevação de todo o piso, onde nada se destaca. Nessas condições, não há caminho preferencial para a queda do raio e, portanto, o risco para animais e trabalhadores não é maior do em uma pastagem sem árvores. Por isso também, é muito importante planejar corretamente a distância entre renques de árvores e o número de árvores por hectare, pois grandes distâncias entre árvores podem gerar o "efeito antena" e favorecer a descarga elétrica.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 347

    Ano: 2015

  • GEE na agropecuária

    Estratégias relevantes para mitigação ou redução da emissão dos GEE consistem em redução da queima de combustíveis fósseis (petróleo, gasolina, diesel, carvão mineral), minimização de desmatamentos e queimadas, manejo nutricional adequado de animais, manejo adequado das pastagens, manejo adequado do solo e estratégias de maximização das remoções de CO2, popularmente chamadas de sequestro de carbono da atmosfera.

    Na produção animal, existem estratégias nutricionais que utilizam aditivos específicos, suplementos e dietas balanceadas que podem reduzir a emissão de metano entérico. É importante destacar que as práticas de mitigação das emissões de GEE no setor agropecuário estão, na maioria das vezes, associadas a aumentos de produtividade e eficiência no uso de insumos, contribuindo para o desenvolvimento de sistemas de produção de grãos, cereais, carnes, fibras e agroenergia mais sustentáveis.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 360

    Ano: 2015

  • O Plano ABC é um dos planos setoriais estabelecidos pela Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC) cujo objetivo é consolidar uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura brasileira. Muitas ações de divulgação, capacitação de técnicos e produtores rurais e transferência de tecnologia vêm sendo desenvolvidas em todo o território nacional, coordenadas regionalmente pelos Grupos Gestores Estaduais do Plano ABC já estabelecidos em todos os estados da Federação.

    Já o Programa ABC é uma linha de crédito instituída no Plano Agrícola e Pecuário 2010–2011 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que disponibiliza anualmente recursos com juros mais baixos e prazos diferenciados para financiar projetos de investimento e custeio que promovam a utilização de práticas adequadas, tecnologias adaptadas e sistemas produtivos eficientes que contribuam para a mitigação da emissão dos gases de efeito estufa (GEE).

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 370

    Ano: 2015

  • O objetivo geral desse plano é promover a mitigação da emissão dos GEE na agricultura no âmbito da Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC), além de melhorar a eficiência no uso de recursos naturais, aumentar a resi­liência de sistemas produtivos e de comunidades rurais e possibilitar a adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas. O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referem-se às tecnologias de mitigação, e o último relaciona-se às ações de adaptação às mudanças climáticas:

    • Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas.
    • Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs).
    • Programa 3: Sistema de Plantio Direto (SPD).
    • Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).
    • Programa 5: Florestas Plantadas.
    • Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais.
    • Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.

    Em cada um dos programas, propõe-se a adoção de uma série de ações, como, por exemplo, fortalecimento das organizações oficiais de assistência técnica e extensão rural, capacitação e informação, estratégias de transferência de tecnologia, tais como dias de campo, palestras, seminários, workshops, implantação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs), além de campanhas de divulgação e chamadas públicas para contratação de serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater). Além de ações típicas de transferência de tecnologias, serão realizadas ações direcionadas à pesquisa e desenvolvimento tecnológico, incentivo a mecanismos de certificação, redução de custos de escoamento e agregação de valor, disponibilização de insumos básicos e inoculantes para agricultores familiares e assentados da reforma agrária, fomento a viveiros florestais e redes de coletas de sementes de espécies nativas. Também serão executadas ações de adaptação às mudanças climáticas, com o objetivo de diminuir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência dos sistemas produtivos, dos produtores e das comunidades rurais.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 371

    Ano: 2015

  • São solos de textura leve, ou seja, com composição granulo­métrica, nas seguintes classes texturais: areia, areia franca ou franco­arenosa. Isso significa que são solos que possuem aproxi­madamente entre 50% e 100% de areia, 0 e 20% de argila e 0 e 40% de silte.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 402

    Ano: 2015

  • As principais classes de solos arenosos são: Argissolos, Latossolos, Planossolos, Neossolos (Quartzarênicos, Regolíticos e Litólicos) e Cambissolos. A principal classe de solo arenoso no Brasil é o Neossolo Quartzarênico, anteriormente denominado de Areia Quartzosa, que ocupa 11% da área do País e 15% da área do bioma Cerrado. Outra classe importante são os Latossolos com textura arenosa.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 403

    Ano: 2015

  • Os solos arenosos são caracterizados fisicamente por terem baixa capacidade de retenção de água e originalmente altas taxas de percolação e de infiltração de água. São solos com maior facilidade de preparo mecânico, porém muito sensíveis ao manejo intensivo por causa da sua estrutura simples ou fraca e pouca consistência. Normalmente são solos com baixa capacidade de troca catiônica (CTC) e baixa fertilidade natural.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 405

    Ano: 2015

  • A mudança do clima poderá mudar a situação atual ou a geografia da produção agrícola no Brasil e no mundo. Em outras palavras, pode ocorrer diminuição de regiões aptas para a agricultura e a pecuária ou aumento da aptidão de regiões hoje inaptas. Portanto, pode-se afirmar que existe uma sensível ligação entre as condições climáticas e a viabilidade da produção agropecuária, e dessas com as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 356

    Ano: 2015

  • Sim. Pode-se considerar que o manejo mecânico ou o preparo convencional do solo promovem emissão de CO2 quando as perdas por mineralização ou oxidação da matéria orgânica do solo (MOS) são maiores do que as adições na forma de resíduos vegetais (palhada). Esse processo ocorre com a ruptura dos agregados e a consequente exposição da MOS. Em decorrência disso, ocorre um aumento na oxigenação e na atividade de microrganismos do solo, resultando em maior taxa de decomposição da MOS e emissão de CO2 para a atmosfera.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 358

    Ano: 2015

  • O acúmulo de matéria orgânica do solo no sistema de plantio direto (SPD) e nos sistemas de integração, como a integração lavoura-pecuária (ILP) e o sistema de ILPF, bem como o seu potencial para a remoção de CO2, já foram comprovados por vários trabalhos de pesquisa nas diferentes regiões e biomas brasileiros. Solos manejados sob SPD e sistemas integrados passam da condição de fonte de CO2 rumo à atmosfera para a condição de dreno ou assimilação de CO2 para o solo e biomassa. Porém, para que as taxas de sequestro de CO2 sejam elevadas, faz-se necessário associar o SPD e os sistemas integrados com rotação de culturas e culturas de cobertura, como aveia-preta (Avena strigosa Schreb.) nas regiões subtropicais e o milheto (Pennisetum americanum L.) e as braquiárias (Urochloa decumbens syn. Brachiaria decumbens, Urochloa brizantha cv. Marandú, Urochloa humidicola e Urochloa ruziziensis) na região tropical. A utilização de leguminosas é importante para melhorar o balanço de nitrogênio no agroecossistema e incrementar o sequestro de CO2 no solo, pois as dinâmicas do carbono e do nitrogênio estão intimamente associadas. Portanto, incrementar a fixação biológica de nitrogênio (FBN) por meio do uso de leguminosas é uma importante estratégia de manejo.

    A adoção do SPD e dos sistemas de integração, com a produção adequada de resíduos vegetais sobre a superfície do solo, além de armazenar carbono no solo, melhorando a infiltração de água das chuvas, a permeabilidade do solo e sua capacidade de armazenar água disponível (essencial para explorar o potencial de produção dos cultivos), ainda reflete radiação solar de ondas curtas (evita que gerem calor; isso porque a palhada com sua coloração mais clara possui refletividade maior, albedo maior); mantém uma temperatura estabilizada do solo, evitando picos de calor que podem reduzir a eficiência das raízes em absorver água e nutrientes; reduz as perdas de água do solo por evaporação e transpiração, o que resulta, por exemplo, em maior tolerância a veranicos e menor necessidade de irrigação, com economia de 30% a 50% na necessidade de água e de energia.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 362

    Ano: 2015

  • As principais causas de degradação das pastagens no Brasil é o superpastejo e a falta de reposição de nutrientes. Outros fatores podem predispor a degradação, tais como:

    • Uso de cultivar forrageira imprópria para o local.
    • Práticas de estabelecimento inadequadas, etc.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 378

    Ano: 2015

  • As etapas da degradação de pastagens são:

    • Implantação e estabelecimento das pastagens.
    • Utilização das pastagens (ação climática e biótica, práticas culturais e manejo animal).
    • Queda do vigor e da produtividade (efeito na capacidade de suporte).
    • Queda na qualidade nutricional (efeito no ganho de peso animal).
    • Degradação dos recursos naturais.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 379

    Ano: 2015

  • O processo de degradação das pastagens tem início com a perda de vigor e queda na disponibilidade de forragem, com redução da capacidade de lotação e do ganho de peso animal.

    Em fases mais avançadas, ou concomitantemente, podem ocorrer infestação de plantas invasoras, ocorrência de pragas e a degradação do solo. Considerando-se que a maioria da produção animal no Brasil é realizada a pasto, pondera-se que a degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira, refletindo diretamente na sustentabilidade do sistema produtivo. Levando-se em conta apenas a fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de uma pastagem degradada está em torno de 2 arrobas/ha/ano, enquanto, numa pastagem recuperada e bem manejada, pode-se atingir, em média, 12 arrobas/ha/ano.

    Mais grave ainda são as consequências da degradação das pastagens, pois, dada a grande extensão da área ocupada, os impactos causam a degradação ambiental, com consequências nos recursos hídricos, e no agravamento das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 380

    Ano: 2015

  • Sempre que possível o SPD deve ser utilizado para o estabe­lecimento da cultura em uma pastagem degradada. A questão determinante, no entanto, é o grau de degradação da pastagem, e qual tipo de intervenção que precisa ser realizada. Estágios avançados de degradação requerem ações mais drásticas, para remover cupins, tocos, brotação, estabelecer práticas de conservação do solo. Nessa situação, o SPD precisa ser postergado para as etapas posteriores de um sistema de rotação.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 395

    Ano: 2015

  • Sim, a utilização de cultivos anuais na recuperação de pasta­gens degradadas facilita a substituição de cultivares forrageiras pelo uso de herbicidas e diminuição do estoque de sementes da mesma no solo.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 400

    Ano: 2015

  • Não. As culturas graníferas devem ser cultivadas como cultivo solteiro, havendo necessidade de ajustar a população de plantas da forrageira para evitar competição com a cultura de grãos. No entanto, a braquiária também produz mais em solos de boa fertilidade ou bem adubados, formando um pasto de melhor qualidade após a colheita dos grãos.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 451

    Ano: 2015

  • A diversificação agropecuária por meio de sistemas de inte­gração é uma metodologia de trabalho de suma importância para o produtor rural. Não importa o tamanho da propriedade (pequena ou grande), ou o tipo (familiar ou empresarial), ou o ramo de atividade (lavoura ou pecuária ou floresta), a diversificação é a melhor forma de evitar as incertezas e vulnerabilidades de clima, mercado, pragas e doenças. A principal vantagem da diversificação é a redução dos riscos e das incertezas associadas a uma atividade agrícola exclusiva. Com a diversificação, é possível obter ganhos financeiros diretos e indiretos como:

    • Redução dos custos de produção.
    • Diminuição da necessidade de insumos externos.
    • Potencial redução dos impactos ambientais negativos da agricultura convencional.

    Além disso, ela pode reduzir o impacto econômico negativo pelo surgimento de crises no setor rural, uma vez que um número maior de culturas e/ou criações tende a diminuir as variações da renda líquida anual do estabelecimento. Dessa forma, a diversificação da produção tende a aumentar a eficiência dos fatores de produção.

    Como desvantagem, pode-se citar a maior complexidade administrativa, pois quanto mais diversificada a empresa rural, maiores são os desafios gerenciais.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 453

    Ano: 2015

  • A melhor forma é pela realização de uma análise financeira, em que fatores econômicos e financeiros, juntamente com os fatores biofísicos, sejam avaliados tendo em conta a dinâmica do sistema de produção. A análise financeira representa um marco conceitual lógico, no qual clima, solo, tecnologia, mercado e outros elementos interagem e definem a continuidade do processo produtivo. A partir da multiplicação da matriz de coeficientes técnicos pelo vetor de preços dos fatores de produção, são identificados os custos de produção do sistema. As receitas são obtidas pela produção estimada de cada cultura, considerando-se as características e necessidades biofísicas de cada espécie, as condições edafoclimáticas locais, os respectivos ciclos e o manejo utilizado. A análise financeira examina os custos e benefícios de acordo com os preços de mercado e determina suas relações com os diferentes indicadores, permitindo refletir a possível viabilidade de um empreendimento ou projeto. Dessa forma, ao realizar a análise financeira, o investidor é informado sobre quando e quanto deve investir ou receber de um projeto sob a forma de receitas, podendo mensurar quando serão realizadas as atividades produtivas e o fluxo real de custos e receitas durante o período da análise e, consequentemente, a avaliação da viabilidade econômico-financeira do investimento.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 457

    Ano: 2015

  • Não. Em projetos de implantação de ILP, o horizonte tende a ser menor do que em projetos que envolvem também o componente florestal, atingindo a rentabilidade esperada já nos primeiros ciclos de produção, a depender da cultura, do tipo (leite/corte) e da categoria animal (recria ou engorda) empregados. Dado o longo prazo envolvido em projetos de implantação de sistemas de ILPF com componente florestal, o fluxo de caixa pode, ocasionalmente, ser negativo nos primeiros anos por causa do descompasso entre despesas com o sistema integrado e a sua capacidade de geração de receitas. Logo, o produtor rural deve estar preparado financeiramente para superar os eventuais momentos de fluxo de caixa negativo, seja por meio de recursos próprios seja por meio de empréstimos e financiamentos.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 459

    Ano: 2015

  • Sim. Resultados da pesquisa afirmam há anos os seguintes benefícios da ILP, especificamente da rotação lavoura-pastagem com espécies de braquiária:

    • Redução de população de espécies de Fusarium e Rhizoctonia, causadores das podridões radiculares em soja, feijão e outras culturas.
    • Redução da germinação do fungo causador do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) em diversas culturas. Estudos da Embrapa Arroz e Feijão mostram que uma densa palhada de braquiária dificulta a incidência de mofo-branco em feijão. Os mecanismos de controle são a barreira física, que diminui o contato dos esporos do fungo que habitam o solo com as plantas e, principalmente, o aleloquímico, pois, a partir do terceiro ano do cultivo de braquiária em uma área, a germinação dos escleródios causadores do mofo é bastante reduzida. Assim, em uma área infestada, um bom manejo para a diminuição da infestação é adotar a rotação com pasto de braquiária.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 436

    Ano: 2015

  • O armazenamento de água no solo é maior em decorrência, principalmente, da aração biológica e do aumento do teor de matéria orgânica promovidos pela braquiária em rotação. Estudos desenvolvidos na Embrapa Arroz e Feijão mostraram que há uma redução de até 30% da necessidade de água de irrigação quando se cultivam espécies graníferas sobre densa palhada de braquiária. Para esse resultado, é preciso que todo o solo esteja coberto de palhada, ou seja, a quantidade de palhada sobre o solo está diretamente ligada à cobertura plena da superfície. Quanto menos palhada, mais solo descoberto, mais perda de água. Assim, considerando-se estudos sobre cobertura de solo por palhadas, as quantidades variam de acordo com a espécie utilizada e, sobretudo, com o clima da região. Locais com altas temperaturas e alta umidade, como no Cerrado, durante o verão, são propícios para a decomposição acelerada das palhadas, e, por isso, maiores quantidades são necessárias para obtenção de benefícios ao solo. Tendo isso considerado, estudos relatam que são necessários de 7 t/ha a 10 t/ha de matéria seca de palhada para que se tenha uma cobertura plena do solo.

    Nesse contexto, diversos estudos explicam que a velocidade de decomposição dos resíduos culturais é que vai determinar o tempo de permanência da cobertura morta na superfície do solo. Quanto mais rápida for a sua decomposição, maior a velocidade de liberação dos nutrientes, diminuindo, entretanto, a proteção do solo. Por isso, ressalta-se que os restos culturais produzidos pelas diversas culturas anuais exploradas no Bioma Cerrado, como a soja, milho, sorgo, arroz, feijão ou das plantas daninhas, dificilmente atingem quantidade e longevidade suficientes para assegurar a proteção plena da superfície do solo. Associado à quantidade de palhada, deve-se considerar a velocidade de decomposição do material. Estudos relatam que, em um período de 90 dias após a primeira chuva, as massas das palhadas de milho, arroz e soja foram reduzidas em 63%, 65% e 86%, respectivamente, de sua massa inicial e, nessa mesma ordem e período, resultaram em cobertura do solo de 30%, 38% e 7%, na região do Cerrado. Também nesse bioma, o cultivo do milheto (Pennisetum glaucum) é bastante difundido, e apesar de que, quando semeada de outubro e novembro, pode atingir até 15 t/ha de matéria seca, mas limitar-se a cerca de 5 t/ha na safrinha; sua decomposição é rápida, tendo sido observado que 44% da palhada se decompôs em 73 dias. Por outro lado, foi verificado, em estudos na Embrapa Arroz e Feijão, que a palhada de U. brizantha cultivar Marandu, associada aos restos culturais do milho, ou seja, na ILP, ultrapassaram 17 t/ha de matéria seca, mantendo a proteção plena da superfície do solo por mais de 107 dias.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 439

    Ano: 2015

  • Nem sempre. Em virtude do tempo de exploração da braquiária e do manejo extensivo sem a reposição de nutrientes, a pastagem se degrada e, com isso, o potencial das raízes de explorar grandes volumes de solo também é reduzido. Além disso, a não adubação após cada período de pastejo dificulta a produção de massa, reduzindo o potencial da planta em produzir novos perfilhos e folhas, culminando com baixa produção de pasto. Nessas condições, a pastagem degradada pouco pode contribuir nas características químicas, físicas e biológicas do solo. Para auxiliar o produtor na tomada de decisão sobre como está seu pasto de braquiária, ele deve analisar sua área para avaliar o estado de degradação dessa pastagem. Caminhando pela área, é possível verificar se há presença de plantas daninhas, a quantidade de plantas por metro quadrado e como está a produção de folhas e perfilhos. No escritório, o produtor deve verificar há quanto tempo essa forrageira não recebe algum trato cultural como adubação, por exemplo. Além disso, recomenda-se que seja feita uma análise do solo para constatar a fertilidade naquele momento. Se, em algum dessas avaliações, o produtor observar que existem problemas, deve-se eliminar a braquiária degradada e a área deve ser trabalhada, eliminando os problemas que por ventura possam existir. A alternativa é adotar sistemas de ILP ou ILPF, com uso de consórcios de culturas graníferas com espécies forrageiras para a implantação de uma nova pastagem.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 441

    Ano: 2015

  • Com certeza. Na estação seca da região do Cerrado, pratica­mente, não se observa crescimento de forrageiras. Entretanto, no início das chuvas, dependendo da fertilidade do solo, a rebrota, normalmente, é suficiente para proporcionar uma boa cobertura do solo. Dessa forma, com umidade no solo, e após cada pastejo, há uma nova produção de perfilhos e folhas, bem como de raízes. Essas novas estruturas são a garantia de que a braquiária possa continuar sendo utilizada como forragem no ano seguinte, nos casos em que a forrageira for utilizada por mais de um ano. A melhor estratégia é definir a taxa de lotação de acordo com o resíduo pós-pastejo desejado. Se a braquiária for utilizada apenas no ano em que foi implantada, o resíduo pós-pastejo e a formação dos novos perfilhos e folhas garantem boa cobertura vegetal para o sistema de plantio direto (SPD). Em ambas as situações, para que esses benefícios possam ocorrer de forma satisfatória, é importante que o produtor obedeça à altura de manejo da pastagem. Utilizando uma régua de manejo ou mesmo utilizando outras estratégias de avaliação, o produtor deve obedecer à altura de entrada e de saída da pastagem. Ao adotar esse manejo, é possível produzir forragem de qualidade e quantidade e ainda proporcionar cobertura vegetal para o SPD. Além disso, esse manejo adequado é um dos fatores das boas práticas agropecuárias (BPA), preconizada pela ILP e ILPF.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 442

    Ano: 2015

  • No sistema de plantio direto (SPD), o nitrogênio (N) é o elemento que tem a dinâmica mais afetada, pois, com a decomposição mais lenta da palhada, deixada sobre a superfície do solo, processos como a imobilização, mineralização e lixiviação são alterados. Mais especificamente no cultivo consorciado em SPD, de gramíneas graníferas com plantas de braquiária, isso pode significar comprometimento da quantidade de nitrogênio necessária para o adequado desenvolvimento das espécies graníferas, não apenas pelo fenômeno da imobilização de nitrogênio por parte dos microrganismos do solo, mas também pela competição entre as espécies pelo elemento, que é o mais exigido pela cultura do milho, bem como pelas braquiárias. Esse efeito é menos significativo para culturas leguminosas, que suprem suas necessidades desse nutriente por meio da fixação biológica de nitrogênio. Como alternativa para esse problema, recomenda-se a aplicação antecipada de nitrogênio, que pode ser realizada em pré-semeadura da cultura comercial, na própria braquiária, favorecendo a produção de palha dessa cultura e beneficiando também a cultura subsequente, à medida que o nitrogênio mineralizado da palhada e o nitrogênio do fertilizante, temporariamente imobilizado nos resíduos, ficam disponíveis para próxima cultura. Isso porque o nitrogênio é um dos nutrientes mais requeridos pela braquiária; assim a fertilização com nitrogênio reflete diretamente na produção de fitomassa. As doses de nitrogênio para suprir a demanda variam de acordo com o ambiente e a rotação de culturas, sendo maiores quando a rotação é realizada com gramíneas. Dessa forma, a aplicação de nitrogênio nas doses preconizadas pelos boletins podem não atender as necessidades das culturas. Contudo, estudos dessa natureza são incipientes, ficando o manejo de nitrogênio nessas culturas, quando consorciadas com forrageiras perenes, sem embasamento científico suficiente para promover alterações do que é preconizado pelos boletins para cultivos solteiros. Cabe ao produtor, conhecendo sua rotação de culturas, seu solo e sua capacidade de produção, fazer o uso racional do fertilizante nitrogenado, um dos mais impactantes nos custos de produção das lavouras comerciais.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 443

    Ano: 2015

  • Quando a braquiária é cultivada durante o verão, ela produz sementes que podem permanecer no solo e se tornar planta infestante nas culturas em sucessão. Mas a braquiária pode ser controlada com herbicidas específicos para culturas anuais, como milho, sorgo, feijão e soja, sem danificar essas culturas. A dessecação tem mais eficiência quando realizada sobre folhas novas, e por isso prioriza-se dessecar após o pastejo por animais, pois eles se alimentam das folhas velhas da braquiária quando ocorre o chamado "superpastejo". Mesmo que eles se alimentem das folhas novas da braquiária, pode-se esperar uma rebrota, se necessário, para então dessecar. No que se refere à dose de herbicida dessecante, ressalta-se que ela é variável de acordo com a espécie de braquiária a ser dessecada, a altura da pastagem e a formulação do produto comercial. De modo geral, a U. ruziziensis é dessecada com dose menor que a U. brizantha, por exemplo. Além disso, é importante respeitar o intervalo entre a dessecação da braquiária e a semeadura da cultura de verão seguinte. Esse intervalo varia entre uma a quatro semanas, de acordo com a quantidade de massa de braquiária presente na área e que será dessecada: quanto mais massa, maior o intervalo.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 444

    Ano: 2015

  • Entre as espécies comumente utilizadas, as braquiárias U. decumbens, U. brizantha e U. ruziziensis têm se destacado pela elevada capacidade de produção de massa de matéria seca, tolerância à deficiência hídrica, absorção de nutrientes em camadas mais profundas do solo e reciclagem de nutrientes, desenvolvendo-se em condições ambientais em que a maioria das culturas produtoras de grãos e das espécies utilizadas para cobertura do solo não se desenvolveriam, garantindo-as como excelentes alternativas para a produção de fitomassa durante a entressafra de regiões de inverno seco. No entanto, não só essas espécies podem trazer benefícios múltiplos ao solo. A escolha deve se basear nas características que cada uma das braquiárias possui para se adaptar as condições de cada propriedade, em diversas modalidades de ILP e ILPF. Algumas características das braquiárias mais utilizadas hoje no Brasil são:

    • Urochloa decumbens: é a espécie de maior difusão no País após a introdução do gênero Urochloa. Por emitir grandes quantidades de estolões e se ramificar vigorosamente, é recomendada para áreas de topografia acidentada, contribuindo para a recuperação de áreas com processo inicial de erosão. Também é tolerante ao sombreamento e à estiagem moderada, especialmente na entressafra das culturas graníferas. É comumente propagada via sementes, e floresce durante todo o estágio de crescimento. Contudo, essas sementes apresentam certo grau de dormência, podendo resultar problemas com seu banco de semente, especialmente quando se deseja substituir essa cultura na área. Essa espécie produz, em média, 15 t/ha/ano de matéria seca, variando de acordo com o manejo, a fertilidade do solo e a adubação. É moderadamente sus­ceptível à cigarrinha-das-pastagens. Atualmente vem sendo substituída por espécies mais produtivas. No Brasil a cultivar que predomina é a Basilisk.
    • Urochloa brizantha: essa espécie ganhou destaque por sua alta produtividade. Diferencia-se das demais braquiárias pelo seu hábito de crescimento, de ereto a semiereto, garantindo maior interceptação luminosa. Também é propagada por sementes, porém produzidas em menor número que a U. decumbens. É resistente à cigarrinha-das-pastagens e possui tolerância ao sombreamento. Sua produção de matéria seca atinge, em média, 25 t/ha/ano, respondendo bem à adubação. Por se ramificar menos e formar touceiras, possui alguma restrição para o cultivo de grãos em sequência. Para minimizar esse problema e reduzir o número de touceiras, recomenda-se o aumento da taxa de semeadura e (ou) o manejo adequado do pastejo. As principais cultivares dessa espécie são Marandu, Xaraés, BRS Piatã e BRS Paiaguás.
    • Urochloa ruziziensis: atualmente, a mais difundida das braquiárias, especialmente para rotação e/ou consorciação com culturas produtoras de grãos e florestas. Isso se deve a sua facilidade de manejo, especialmente quanto à semeadura, que pode ser realizada a lanço ou em sulco; à ausência de touceiras grandes; e à facilidade da dessecação com herbicidas. É sensível à cigarrinha-das-pastagens e não tolera longos períodos de estiagem. Produz em média cerca de 20 t/ha/ano de matéria seca, porém com persistência de palha inferior se comparada às demais braquiárias, principalmente porque possui menor relação caule/folhas.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 430

    Ano: 2015

  • Sim. E melhora muito, quando comparado a solo submetido a cultivos sequenciais de uma só cultura, por exemplo, no verão somente soja, ou durante o ano todo só feijão, e quando comparado a rotações de culturas graníferas, a chamada rotação grão-grão. A rotação grão-grão não altera nem diminui a matéria orgânica do solo. Na prática, uma das melhores opções para se elevar esse atributo no solo é o estabelecimento sistemático da rotação lavoura-pastagem. No sistema ILP, as braquiárias melhoram a biologia do solo principalmente em razão do expressivo aumento do teor de matéria orgânica do solo, como pouquíssimas espécies fazem. A abundância e agressividade das raízes das forrageiras tropicais e a constante emissão de novas raízes promovem a deposição de altas quantidades de matéria orgânica na superfície e no perfil do solo e a sua consequente "aração biológica", numa profundidade que dificilmente seria alcançada por equipamentos convencionais. Além disso, as braquiárias promovem ambiente propício para as micorrizas, ou dos fungos micorrízicos arbusculares, que, associados às raízes das plantas, atuam como "um sistema radicular adicional", absorvendo nutrientes de um volume maior de solo. Essa capacidade é muito importante no caso do nutriente fósforo, que tem baixa mobilidade no solo. Estudos realizados na Embrapa Cerrados demonstram que os sistemas de ILP são benéficos para a comunidade micorrízica, tanto no aspecto quantitativo (pelo aumento de esporos por grama de solo no período em que há pastagem pura ou consorciada no campo) quanto no aspecto qualitativo, ou seja, no aumento do número de espécies de fungos micorrízicos arbusculares quando o solo é cultivado por culturas graníferas. Outras melhorias na biologia do solo são decorrentes do aumento da matéria orgânica, as quais se citam:

    • Maior competitividade entre os microrganismos do solo, ou seja, o solo torna-se mais supressivo ou saudável. Isso significa que os fitopatógenos que habitam o solo sofrem competição pelos microrganismos benéficos, que, por sua vez, têm suas populações restabelecidas ou aumentadas, como, por exemplo, espécies de Trichoderma.
    • Maior atividade biológica do solo e melhor quociente metabólico do solo.
    • Maior quantidade de insetos e invertebrados benéficos e melhor distribuição da fauna no solo.
    • Redução de inóculos de pragas e doenças, inclusive com quebra de seus ciclos; entre outros.

    Ressalta-se que o aumento de matéria orgânica do solo é importante em qualquer solo tropical, mas é ainda mais importante e necessário em áreas de produção de silagem, pois, nesses locais, a retirada de material do campo, por meio da colheita, é muito maior, e o retorno de matéria orgânica ao solo, por meio da parte aérea das plantas colhidas para silagem, ou seja, da "palhada", é mínimo. Além disso, o trânsito de máquinas com maior carga nas áreas de silagem pode ocasionar adensamento do solo mais severo que em áreas em que se colhem grãos. Esses problemas de exaustão do solo sob cultivos para silagem podem ser corrigidos com a inserção da braquiária em consórcio com o milho ou o sorgo, em uma modalidade de ILP, como o Sistema Santa Fé, por exemplo.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 435

    Ano: 2015

  • O aporte de matéria seca e consequentemente de matéria orgânica do solo (MOS), promovido tanto pela parte aérea quanto radicular das braquiárias, em sistema plantio direto (SPD), atua como agente cimentante das partículas individualizadas do solo, promovendo a formação de agregados estáveis. Isso proporciona:

    • Aumento da macroporosidade e a aeração do solo.
    • Aumento da infiltração de água e redução do escorrimento superficial.
    • Redução da susceptibilidade à erosão. Os solos com agregados estáveis são menos suscetíveis à erosão, pois os agregados são mais pesados que as partículas indivi­dualizadas, dificultando o carregamento pela água e pelo vento.

    Além disso, as braquiárias e outras espécies forrageiras que possuem sistema radicular profundo, volumoso, ramificado e agres­sivo, capazes de penetrar as camadas compactadas, ao morrerem e se decomporem, deixam canais (bioporos) por onde as raízes das culturas subsequentes poderão explorar para aprofundar o sistema radicular, aumentando a absorção de água e nutrientes. Esses canais também são importantes para a infiltração de água e para a movimentação de adubos e corretivos aplicados em superfície.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 434

    Ano: 2015

  • A braquiária semeada no início de março e pastejada de abril a outubro proporciona as melhores condições para alimentação do gado na entressafra e semeadura da soja em sucessão, com período de 8 meses. No entanto, um período em torno de 20 meses proporciona melhores condições à propriedade física do solo e ainda, nesse período maior, é possível ter a rotação de culturas, com soja e milho safrinha.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 437

    Ano: 2015

  • Já existem evidências científicas comprovando que o pastejo animal compacta o solo entre 5 cm e 10 cm de profundidade. Essa compactação causada pelo pisoteio pode se agravar em algumas situações, como excesso de lotação animal na área, por exemplo. Porém, a simples presença do animal e a compactação provocada pelo pastejo não são indicativos de que seja necessário revolvimento profundo do solo com arações, gradagens e subsolagens. Em áreas pastejadas por animais e onde será semeada uma cultura produtora de grãos na sequência, ou seja, em sistemas de ILP e ILPF, a simples utilização de hastes sulcadoras na semeadora para deposição do fertilizante já garante que essa camada compactada possa ser eliminada com eficiência. Essa haste, quando bem regulada, realiza a descompactação e ainda posiciona o fertilizante abaixo e ao lado das sementes, realizando, assim, duas operações essenciais numa única operação mecânica. Muitos produtores rurais questionam que o uso da haste aumenta o embuchamento causando problemas no plantio. Porém, quando for utilizar a haste na semeadora, recomenda-se dessecar a braquiária com no mínimo 30 dias antes do plantio, e que essa haste seja regulada de acordo com a profundidade desejada. Seguindo essas recomendações, a chance de uma operação de sucesso aumenta consideravelmente.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 447

    Ano: 2015

  • Basta regular a altura de entrada e da saída dos animais na pastagem. Existe uma altura ideal para cada espécie. Esse manejo garante que, após cada ciclo de pastejo, as folhas remanescentes sejam responsáveis pela produção de fotoassimilados, proporcionando a produção de novas folhas e perfilhos a partir das gemas que estão posicionadas na base da planta, garantindo a perenidade da pastagem por mais tempo. Para saber a altura correta, existem algumas estratégias. A Embrapa Gado de Corte desenvolveu uma régua de manejo de pastagens em que é possível encontrar o ponto ideal de entrada e de saída da pastagem. Nos piquetes sob pastejo contínuo, a régua de manejo indica o momento de aumentar ou reduzir a lotação do pasto. Quando o capim atinge a altura máxima, é hora de aumentar o número de animais no piquete. Quando chega à altura mínima, deve-se retirar os animais do pasto e deixá-lo em descanso. A taxa de lotação mais adequada será aquela que mantiver a pastagem numa altura intermediária entre a máxima e a mínima e que permitir o consumo de toda a forragem entre a altura de entrada e a altura de saída num determinado período de tempo. O produtor também pode utilizar uma régua graduada em centímetros e posicioná-la próximo de uma planta, determinando a altura entre a superfície do solo e a última folha expandida na parte superior da planta.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 448

    Ano: 2015

  • O que ocorre em geral no sistema de ILP, especificamente na rotação lavoura-pastagem, é o melhor uso dos recursos, incluindo dos fertilizantes. Porém, em alguns casos, no longo prazo, pode haver uma redução da necessidade de uso de fertilizantes. Por exemplo, em estudo realizado na Embrapa Arroz e Feijão, observou-se elevada produção de feijão de inverno, em torno de 2.800 kg/ha, após safra de verão de milho com guandu-anão ou apenas milho, sem aplicação de nitrogênio em cobertura no feijoeiro. A alta produtividade de feijão nessas condições pode ser explicada não só pela contribuição das palhadas produzidas no verão anterior, mas, principalmente, pelo fato de a área ter sido mantida sob pastagem nos 3 anos anteriores à cultura de verão, na chamada rotação lavoura-pastagem. Outro exemplo diz respeito ao fósforo em cultivo de soja. Estudos realizados pela Embrapa Cerrados indicaram melhor eficiência de uso de fósforo pelas plantas em sistemas de rotação lavoura-pastagem do que em culturas anuais, uma vez que a produtividade do primeiro cultivo com soja, após um ciclo de 9 anos de pastagem de U. humidicola foi superior ao sistema exclusivo de culturas anuais (13° cultivo de soja) para um mesmo teor de fósforo no solo. Isso evidencia a maior eficiência do uso desse nutriente quando a pastagem foi inserida na rotação. Em outro estudo, observou-se que a produtividade de soja após um ciclo de 3 anos de pasto de U. brizantha cultivar Marandu foi de 17% (510 kg/ha) superior ao obtido no sistema de lavoura contínua, ressaltando, inclusive, que essa maior produtividade de grãos foi obtida em área que recebeu menores quantidades de fertilizantes, em média 45% a menos, durante os 17 anos de cultivo. Os pesquisadores afirmam que a maior eficiência no uso dos nutrientes do solo pelas culturas de grãos na ILP, em comparação ao cultivo solteiro, resulta em economia de fertilizantes e, consequentemente, na redução dos custos de produção, mas ressaltam que esses benefícios nem sempre são facilmente obtidos em curto prazo.

    Capítulo: Atributos da Braquiária como Condicionador de Solos sob Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 449

    Ano: 2015

  • Existem muitas definições de Transferência de Tecnologia (TT). Por exemplo, a TT pode ser considerada como um componente do processo de inovação, no qual diferentes estratégias de comunicação e interação são utilizadas por grupos de atores com o objetivo de dinamizar arranjos produtivos, mercadológicos e institucionais, por meio do uso de soluções tecnológicas. De forma simplificada, a TT também pode ser definida como qualquer processo pelo qual o conhecimento básico, a informação e as inovações se movem de um meio acadêmico, de um instituto de pesquisa ou de um laboratório para a aplicação prática por um indivíduo ou por empresas. Portanto, a TT é processo que só se completa com a efetiva utilização de um conhecimento ou uma tecnologia por um usuário.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 476

    Ano: 2015

  • É um processo interativo e dialógico que possibilita adaptar soluções tecnológicas já desenvolvidas a contextos específicos, a partir da troca entre saberes tradicionais ou conhecimentos tácitos e conhecimentos científicos. O enfoque interativo permite que tecnologias e conhecimentos já desenvolvidos sejam inter­pretados e adaptados, mediante realidades específicas e valores particulares.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 478

    Ano: 2015

  • A adoção de sistemas de integração apresenta, em contrapartida, a adoção de práticas sustentáveis de condução da atividade agropecuária. Dessa forma, é possível identificar outros efeitos positivos, advindos da atividade produtiva, não necessariamente restritos ao âmbito econômico-financeiro. Nesse sentido, pode-se destacar a melhoria da paisagem, em virtude da disposição espacial e temporal das culturas, a melhoria no bem-estar animal, tanto em relação ao manejo quanto ao microclima proporcionado pela sombra das árvores, a melhoria nas condições ambientais da propriedade, especialmente em relação às propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, a oferta de água e a qualidade do ar. Além disso, pode-se considerar a melhoria na qualidade de vida do produtor. Nesse sentido, pode-se destacar a necessidade de constante qualificação para a condução de um sistema complexo, com diversos efeitos positivos sobre o dia a dia na propriedade, como adoção de ferramentas de gestão, melhor planejamento e controle da atividade, melhoria na qualidade dos postos de trabalho gerados em razão do melhor ambiente de trabalho e da menor exposição a produtos que representam risco à saúde. Tomados em conjunto, esses elementos, além de melhorarem a condição de vida do produtor, tendem a aumentar o valor de mercado da propriedade.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 466

    Ano: 2015

  • Sim. A Embrapa e outras instituições vêm desenvolvendo diversos estudos para avaliar a viabilidade financeira de sistemas de integração. Um desses estudos realizados pela Embrapa em condições experimentais demonstrou que os três projetos analisados [(ILP = recria de bovinos + soja; ILPF1 = ILP + 227 árvores/ha (eucalipto); ILPF2 = ILP + 357 árvores/ha (eucalipto)] eram financeiramente viáveis, pois apresentavam: valor presente líquido (VPL) positivo e elevado, principalmente aqueles em que o componente florestal estava presente; relação benefício-custo favorável; e tempo de retorno do capital variando de 1 ano, no caso de ILP, até aproximadamente 7,5 anos nos sistemas de ILPF.

    Outros estudos têm apontado para uma amortização da recuperação/estabelecimento da pastagem e/ou das árvores já nos primeiros ciclos de produção de grãos. Vale ressaltar, porém, que as produtividades e os preços relativos de insumos e produtos são decisivos na determinação da viabilidade financeira do sistema de produção. Logo, mudanças nas condições analisadas resultarão em alterações nos resultados financeiros obtidos ou esperados.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 465

    Ano: 2015

  • O produtor rural pode optar pelo Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que é uma linha de crédito rural oficial, instituída em 17 de agosto de 2010 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a qual foi inserida já no Plano Safra 2010–2011 com valor disponibilizado de R$ 2 bilhões. As linhas de crédito do Programa ABC têm a finalidade de financiar a recuperação de áreas e pastagens degradadas, a implantação de sistemas de ILP, ILF, IPF ou ILPF, bem como a adoção de sistema de plantio direto (SPD), florestas plantadas, fixação biológica de nitrogênio (FBN), entre outros.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 468

    Ano: 2015

  • De acordo com a linha de crédito do Programa ABC, o limite de crédito é de R$ 1 milhão por beneficiário e por ano/safra, independentemente de outros créditos que o produtor ou cooperativa já tenham recebido. Atualmente, a taxa de juros é de 5,5% ao ano e o tempo de carência varia conforme o tipo de financiamento. Por exemplo, a implantação de viveiros de mudas florestais tem carência de 2 anos; para recuperação de pastagens e sistemas de ILP, IPF ou ILPF, o prazo de carência é de 3 anos. Os principais itens financiáveis são os seguintes: adubação verde e plantio de cultura de cobertura do solo; aquisição de bovinos, ovinos e caprinos para reprodução, recria e terminação, e de sêmen dessas espécies; aquisição de máquinas e equipamentos nacionais; aquisição de sementes e mudas para formação de pastagens e florestas; assistência técnica até a fase de maturação do projeto; despesas relacionadas ao uso de mão de obra própria; implantação de viveiros de mudas florestais; operações de destoca; elaboração de projeto técnico; serviços de agricultura de precisão.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 469

    Ano: 2015

  • A agricultura é uma atividade multifuncional, pois desempenha funções adicionais à produção de alimentos, fibras e combustíveis. Considerando-se os sistemas de integração, identifica-se a produção conjunta de produtos agrícolas e de outros produtos (de forma intencional ou não), notadamente de serviços ambientais. A definição de multifuncionalidade está intimamente ligada às múltiplas saídas (commodities e não commodities) do processo produtivo agrícola, conjuntamente produzidas. As saídas de não commodities do processo produtivo agrícola, ao contrário dos ecossistemas – que apenas produzem serviços ecológicos positivos – incluem seus impactos sobre o meio ambiente (externalidades negativas), tais como gases de efeito estufa (GEE), escoamento de nutrientes e pesticidas, erosão do solo, redução da biodiversidade, destruição dos habitat naturais e paisagens rurais. Por sua vez, como fornecedor importante de serviços ambientais (externalidades positivas), a agricultura desempenha papel fundamental no sequestro de carbono, no controle de cheias, na recarga de águas subterrâneas, na conservação do solo, na preservação da biodiversidade, no espaço aberto, nas vistas panorâmicas e na purificação da água, do solo e do ar. Esses aspectos abrangem quase todos os serviços ecológicos prestados pelos ecossistemas naturais, incluindo a provisão de serviços, a regulação de serviços, os serviços de apoio e os serviços culturais, e a maioria não é reconhecida nem remunerada. Diante disso, e considerando a diversidade maior de espécies nos sistemas de integração, especialmente pela forma como essas espécies interagem entre si e com todo o ambiente, há um grande potencial para que a provisão de serviços ambientais em tais sistemas possa ser contabilizada. É importante ressaltar, entretanto, que o efeito da implantação de um sistema integrado no aumento ou na diminuição da totalidade dos serviços ambientais dependerá do uso da terra que o sistema irá substituir. Implantar sistemas de integração em áreas alteradas tende a aumentar o sequestro de carbono e a biodiversidade por unidade de área, enquanto a conversão de florestas primárias em ILPF terá efeito contrário.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 470

    Ano: 2015

  • Ao ser considerada a produção conjunta (commodities e serviços ambientais), identifica-se que não há informações para produtores, técnicos, agentes financeiros, gestores públicos e consumidores com relação aos benefícios ambientais e sociais derivados da utilização de sistemas de integração. Em decorrência disso, a produção tem o mesmo valor daquela obtida tradicionalmente, com base na agricultura convencional, isto é, o mercado não consegue incorporar o benefício social gerado pelas externalidades positivas produzidas na atividade agrícola com o uso de sistemas de integração.

    É necessário viabilizar a operacionalização da base legal prevista no Projeto de Lei nº 792/2007 – que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (Propsa) e o Fundo Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (Funpsa) (BRASIL, 2007), bem como na Lei nº 12.621/2012 (Novo Código Florestal – que, entre outras medidas, autoriza instituir programa de incentivo à adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, abrangendo benefícios como pagamento ou incentivo a serviços ambientais, obtenção de crédito agrícola com taxas de juros menores e prazos maiores, assim como participação preferencial nos programas de apoio à comercialização da produção agrícola) (BRASIL, 2012) e na Lei nº 9.126/1995 (que dispõe sobre a aplicação da taxa de juros de longo prazo e prevê incentivos econômicos para recuperação ou regeneração de áreas degradadas, implantação de atividades produtivas e pagamento por serviços ambientais para adoção de atividades produtivas sustentáveis) (BRASIL, 1995). Por sua vez, é necessário informar ao mercado e aos consumidores que a produção oriunda de sistemas de integração é diferenciada, podendo almejar preços mais altos (a exemplo dos produtos orgânicos) para que sua adoção seja sustentável, a partir do reconhecimento e de sua diferenciação pelos consumidores. Atualmente, desconsiderando o "mercado de carbono", há a necessidade de políticas públicas de incentivo e de certificação da produção para que serviços ambientais possam ser remunerados, tanto por meio de condições especiais de acesso a crédito e redução de tributos quanto, e principalmente, pela remuneração adequada pelo mercado.

    BRASIL. Lei nº 9.126, de 10 de novembro de 1995. Dispõe sobre a aplicação da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP sobre empréstimos concedidos com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e dos Fundos de Investimentos do Nordeste e da Amazônia e do Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, e com recursos das Operações Oficiais de Crédito, altera dispositivos da Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 nov. 1995. p. 18073.

    BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 maio 2012. Seção 1, p. 1.

    BRASIL. Projeto de lei nº 792, de 19 de abril de 2007. Dispõe sobre a definição de serviços ambientais e dá outras providências.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 471

    Ano: 2015

  • Diversos modelos de sistemas de integração têm sido ava­liados, principalmente nos últimos 10 anos, em diferentes regiões do Brasil com características edafoclimáticas, geopolíticas e socioeconômicas diversas, tendo em comum a mesma metodologia de análise financeira. É possível observar, por meio da análise dos resultados, os seguintes aspectos:

    • Os custos de implantação dos sistemas de produção di­luem-se nos primeiros 3 a 5 anos, e tendem a estabilizar-se à medida que as relações biofísicas entre os diferentes componentes também se estabilizam.
    • As receitas tendem a superar os custos, gerando fluxo de caixa positivo, nesse mesmo período, entre 3 e 5 anos da implantação.
    • Considerando-se a utilização de espécies que podem de­mandar manejo pontual para a obtenção da produção, como espécies madeireiras, por exemplo, podem ocorrer picos de custos, seguidos igualmente por picos de receitas, mantendo o sistema financeiramente estável.
    • A mão de obra tem se mostrado como um importante componente do custo de produção desses sistemas de produção. Esse aspecto é ainda mais destacado quando se considera a remuneração da mão de obra familiar utilizada nas mesmas condições de remuneração daquela contratada.
    • Sistemas em que há maior emprego de mão de obra familiar, a despeito das mesmas condições de remuneração, mostram-se mais lucrativos.
    • A diversificação da produção promove, de forma geral, estabilização na receita, uma vez que variações negativas nos preços de um produto podem ser compensadas por variações positivas nos preços de outro.
    • Sistemas extremamente diversos (mais de dez espécies) apresentam alto grau de dificuldade para planejamento e con­dução, o que resulta em baixa produtividade e altos custos.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 473

    Ano: 2015

  • Para todos os perfis de produtores, há desafios e dificuldades na conversão de sistemas exclusivos para sistemas de integração. Contudo, esses desafios são diferentes, considerando-se a especia­lidade de cada produtor. O pecuarista interessado em introduzir lavouras em sistema de ILP à produção animal deverá se preparar para adquirir máquinas e equipamentos para plantio, colheita, limpeza de grãos e tratos culturais ou terceirizar esses serviços. Poderá, ainda, ter necessidade de construir ou ampliar benfeitorias, tais como galpões de armazenagem de insumos e/ou produtos. No caso do lavoureiro que deseja iniciar o sistema de ILP, será necessária a implantação de bebedouros, cochos, curral de manejo com balança, cercas, além de possíveis melhorias no projeto hidráulico da propriedade para armazenagem e distribuição de água para os animais. Vale lembrar ainda que tanto pecuaristas quanto lavoureiros precisarão analisar cuidadosamente o funcionamento do mercado no qual se cogita entrar, pois as relações comerciais podem se diferenciar substancialmente. Uma alternativa para facilitar a conversão para sistemas de integração é o estabelecimento de parcerias, visto que o parceiro poderá executar as atividades para as quais o produtor não está tão preparado, com benefícios mútuos para produtores e parceiros. Por fim, considerando-se o componente florestal em sistemas de IPF, ILF ou ILPF, que seria atividade nova para ambos os perfis – pecuarista ou lavoureiro –, além da aquisição de maquinário e insumos específicos para a condução da atividade, bem como das mudas e/ou sementes das arvores, é essencial o conhecimento especializado no que se refere à implementação, condução e mane­jo de árvores em sistemas de integração, tendo em conta as espécies escolhidas e a finalidade da produção.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 474

    Ano: 2015

  • O sistema de ILPF vem sendo adotado em graus diversos nos biomas brasileiros, em uma área estimada em mais de 2 milhões de hectares. Observações de campo sugerem que a maior parte dessa área seja com o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP). As áreas de culturas agrícolas, pastagens e agropecuária totalizam 224,9 milhões de hectares. Destes, pode-se estimar como áreas aptas para os diversos modelos de integração cerca de 67,8 milhões de hectares, ou seja, a superfície já disponível para ser utilizada, sem a necessidade de incorporação de novas áreas. Considerando que a cana-de-açúcar tem uma previsão de expansão de área, até 2017, de 6,7 milhões de hectares e que plantios florestais, em sua maioria com eucalipto (Eucalyptus spp.), para atender à demanda nesse mesmo período, exigiriam o cultivo de outros 6 milhões de hectares, ainda haveria uma superfície de cerca de 55 milhões de hectares com potencial para ser utilizada com o sistema de ILPF, nas suas diferentes modalidades.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 484

    Ano: 2015

  • No caso específico de sistemas de integração, a Embrapa adota vários instrumentos, materializados em seus diferentes projetos de TT. A Embrapa possui uma grande variedade de projetos estruturados por macroprogramas que são mecanismos de organização e indução da carteira de projetos por temas, visando garantir a qualidade técnico-científica e o mérito estratégico da programação. Um desses macroprogramas é o Macroprograma 4 que tem por objetivo a gestão de uma carteira de projetos de transferência de tecnologia e de comunicação empresarial, para desenvolver a integração entre a atividade de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e o mercado, e para aprimorar o relacionamento da Embrapa com seus públicos de interesse e com a sociedade. Atualmente, existem diversos projetos regionais e um grande projeto nacional de TT em rede para fomento da adoção de sistema de ILP e ILPF em todo o território nacional. Nesse projeto nacional, a estratégia de transferência de tecnologias de sistema de ILPF (TT-ILPF) fundamenta-se em três grandes processos ou frentes de trabalho:

    • Implantação e condução de sistema de ILPF promissor nas unidades de referência tecnológica (URTs) alocadas estrategicamente nos principais polos agroeconômicos de cada estado da Federação.
    • Capacitação continuada (CC) de agentes multiplicadores no tema de sistema de ILPF selecionados em cada polo agroeconômico contemplado com URT.
    • Ações de sensibilização, motivação, difusão e transferência de tecnologia em sistema de ILPF em cada polo agroeco­nômico contemplado com URT.

    Nesse projeto e em outras ações de TT, é de suma importância as parcerias nacionais e regionais, inclusive a parceria direta com produtores rurais.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 486

    Ano: 2015

  • URTs de ILPF no Brasil

    Existem URTs distribuídas por todos os estados do território nacional, compreendendo uma grande rede de Transferência de Tecnologia (TT) com capilaridade suficiente para disseminar os conceitos dos sistemas de integração (ILP, integração pecuária-floresta (IPF), integração lavoura-floresta (ILF) e ILPF), transferir os conhecimentos e as tecnologias necessárias e adequadas a cada ecorregião, promovendo a inovação e a sustentabilidade agropecuária.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 490

    Ano: 2015

  • Além dos instrumentos tradicionais de TT (dias de campo, cursos de capacitação, eventos, etc.), a Embrapa estabelece parcerias públicas e público-privadas, em nível estadual, regional ou nacional, para fortalecer as ações de TT. Em nível estadual, um ótimo exemplo é a parceria da Embrapa com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) para realização de dias de campo sobre o tema de sistema de ILPF em todos os polos agroeconômicos relevantes do Estado de Mato Grosso. Já em nível nacional, um excelente exemplo é a rede de fomento do sistema de ILPF.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 492

    Ano: 2015

  • A lei confere novas atribuições referentes ao fomento da adoção do sistema de ILPF enquanto estratégia de produção. Entre elas estão: definir planos de ação regional e nacional para expansão e aperfeiçoamento dos sistemas, com a participação das comunidades locais; estimular a adoção da rastreabilidade e da certificação dos produtos pecuários, agrícolas e florestais oriundos de sistemas integrados de produção; capacitar os agentes de extensão rural, públicos, privados ou do terceiro setor, a atuarem com os aspectos ambientais e econômicos dos processos de diversificação, rotação, consorciação e sucessão das atividades de agricultura, pecuária e floresta; criar e fomentar linhas de crédito rural consoantes com os objetivos e princípios da Política Nacional de ILPF e com os interesses da sociedade; estimular a produção integrada, o associativismo, o cooperativismo e a agricultura familiar; promover a geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias; fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes de incentivos creditícios e fiscais; difundir a necessidade de racionalização do uso dos recursos naturais nas atividades agropecuárias e florestais, por meio da capacitação de técnicos, produtores rurais, agentes do poder público, agentes creditícios, estudantes de ciências agrárias, meios de comunicação e outros; assegurar a infraestrutura local necessária aos mecanismos de fiscalização do uso conservacionista dos solos; estimular a mudança de uso das terras de pastagens convencionais em pastagens arborizadas para a produção pecuária em condições ambientalmente adequadas, a fim de proporcionar aumento da produtividade pelas melhorias de conforto e bem-estar animal; e estimular e fiscalizar o uso de insumos agropecuários (BRASIL, 2013). Dessa forma, essa lei se torna um importante instrumento para apoiar políticas públicas para a ampliação da adoção do sistema de ILPF em todo o território brasileiro.

    BRASIL. Lei nº 12.805, de 29 de abril de 2013. Institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e altera a Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 abr. 2013. Seção 1, p. 1.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 497

    Ano: 2015

  • Sim, a intensificação do uso do solo por meio do sistema de ILPF proporciona resultados produtivos e econômicos expressivos em qualquer tipo de propriedade rural e por qualquer tipo de produtor rural, desde que seja adotado adequadamente. No caso específico da pequena propriedade rural, um exemplo importante de sistema de integração são os sistemas silvipastoris, ou IPF, utilizados na pecuária de leite. Nesses sistemas, o conforto térmico proporcionado pela presença do componente florestal pode promover ganhos e melhoria na produção de leite. Outra alternativa são os arranjos de sistemas agroflorestais (SAFs) com configurações envolvendo espécies fruteiras, espécies florestais madeireiras e não madeireiras, cultivos agrícolas e/ou criações de animais. Para condições de pequena propriedade rural, existem outras modalidades de sistema de ILPF, como a adoção do sistema Santa Fé de ILP com consórcio de milho (Zea mays) com braquiárias nas áreas de produção de silagem, produção de ovinos em sistemas silvipastoris com diferentes espécies florestais madeireiras e não madeireiras, reforma de pastagens degradadas com lavouras em parceria com agricultores, etc.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 499

    Ano: 2015

  • As vantagens são para os dois lados. Algumas delas são: menor necessidade de estrutura (física, humana e operacional) especializada no componente que está sendo introduzido (lavoura ou pecuária), ganhos econômicos diretos para o lavoureiro que aluga o pasto na entressafra, e ganhos para os pecuaristas que terão no futuro possibilidade de implantação de pastagens de qualidade. Assim, com o estabelecimento de parcerias, é possível ampliar a área de adoção de sistemas de integração, em especial do sistema de ILP, pois pode facilitar a inserção do componente agrícola em fazendas de pecuária.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 500

    Ano: 2015

  • A unidade de referência tecnológica (URT) é um modelo físico de sistema de produção, implantada em área pública ou privada, normalmente em fazendas de referência, visando à validação, demonstração e transferência das tecnologias geradas, adaptadas e/ou recomendadas pelo Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), considerando as peculiaridades de cada região. Essas unidades são utilizadas como importante ferramenta para a implementação de um amplo programa de treinamento, diferenciado e contínuo, para a formação de agentes multiplicadores e a estruturação de uma rede de instituições, profissionais e conhecimentos. Assim, as URTs de sistemas de integração imprimem capilaridade suficiente para disseminar os conceitos inerentes ao sistema de ILP e de ILPF, transferir os conhecimentos relativos a esses sistemas e às tecnologias necessários e adequados a cada ecorregião e promover a inovação e a sustentabilidade agrícola.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 487

    Ano: 2015

  • A instalação e condução de novas URTs estão diretamente relacionadas com o interesse comum da Embrapa e de representantes (produtores, técnicos e lideranças) regionais/locais. Nesse caso, a estrutura local se responsabiliza pela instalação e condução da URT, e a Embrapa tem participação efetiva no planejamento e acom­panhamento técnico definido de comum acordo entre os gestores da URT.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 491

    Ano: 2015

  • O processo de adoção de sistemas da estratégia de ILPF em diferentes ecossistemas brasileiros está condicionado a diversos fatores: disponibilidade de solos favoráveis; infraestrutura para produção, escoamento de produtos e armazenamento da produção; recursos financeiros próprios ou acesso a crédito; domínio da tecnologia para produção de grãos e pecuária; assessoria técnica e mão de obra capacitada; acesso a mercado para compra de insumos e comercialização da produção dos diferentes produtos; acesso à assistência técnica; possibilidade de arrendamento da terra ou de parceria com produtores tradicionais de grãos; fatores culturais associados à tradição de atividades agrícolas e/ou pecuárias.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 485

    Ano: 2015

  • A URT de sistemas de integração objetiva reproduzir sistemas de produção diversificados de grãos, fibra, carne, leite, lã, produtos florestais madeireiros e não madeireiros, entre outros, realizados na mesma área, em plantio consorciado, em sucessão ou rotação, porém em escala reduzida. Os sistemas devem ser planejados e implantados de forma a maximizar a utilização dos ciclos biológicos das plantas, dos animais e de seus respectivos resíduos, assim como efeitos residuais de corretivos e nutrientes, minimizar/aperfeiçoar a utilização de agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas, equipamentos e mão de obra. Com esse propósito, a URT serve como cenário que induz ao desenvolvimento de uma estratégia produtiva adaptada às peculiaridades de cada sítio. Em vez de ser o único modelo para a região, é uma referência tecnológica de uso dos recursos da região de forma integrada e sustentável. Ao estabelecer exemplos de funcionamento dos sistemas de produção e das tecnologias mais adequadas às condições locais, favorece a adoção de novas técnicas, atitudes e/ou comportamentos, fato que implica em mudanças na visão dos produtores e técnicos e sua relação com o meio de produção.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 488

    Ano: 2015

  • A rede de fomento à integração lavoura-pecuária-floresta, ou rede de fomento ILPF, é uma parceria público-privada que busca fortalecer e oferecer suporte aos sistemas de integração. O objetivo principal da rede é incentivar o aumento da adoção de sistema de ILPF em diferentes regiões do Brasil. Constituída pela união de esforços da Embrapa e de instituições privadas, ela foi estabelecida mediante a assinatura de um acordo de cooperação geral, datado de 25 de abril de 2012. Atualmente, a rede é composta pela Embrapa e por algumas empresas privadas parceiras. Outras instituições poderão compor a rede e se tornar parceiras dessa política, desde que adiram ao acordo geral de cooperação. Após firmada a parceria, poderão eleger as ações, as atividades e os projetos que desejem patrocinar, desde que se alinhem com a perspectiva conceitual e as orientações estratégicas e prioridades da programação de P&D e Transferência de Tecnologia (TT) da Embrapa.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 493

    Ano: 2015

  • Aumentos recentes nas concentrações desses gases na atmos­fera, por causa das atividades humanas, têm causado impacto no balanço de radiação solar do planeta, tendendo ao aprisionamento do calor e, consequentemente, ao aquecimento da superfície da Terra. Os eventos climáticos são dependentes da temperatura da atmosfera. A principal consequência do efeito estufa e do aquecimento global é o aumento da atividade das reações na atmosfera em razão da maior disponibilidade de energia, fato que resulta em aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos extremos. Com isso, existe a possibilidade de modificação nos padrões do clima, ou seja, de ocorrência de uma "mudança do clima". Nas últimas décadas, tem sido observado aumento na frequência e na intensidade de secas, chuva fortes, inundações, furacões, ciclones, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, entre outros fenômenos. A preocupação relaciona-se, portanto, à possibilidade de aumento na ocorrência desses fenômenos climáticos extremos, com impactos negativos severos para as diversas nações e comunidades.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 354

    Ano: 2015

  • Normalmente, o sistema de ILP é implantado por meio da sucessão de cultura anual com forrageira anual ou perene; do consórcio de culturas anuais com forrageiras (ex.: sistema Santa Fé); ou da rotação de cultura anual com forrageira perene (ex.: sistema São Mateus). De uma forma geral, o que se tem é a presença do componente forrageiro (intercalado com culturas anuais) por um período que pode variar de alguns meses (por exemplo, na entressafra seca ou no inverno) a alguns anos, dependendo do sistema adotado na fazenda. Nesse sentido, o componente forrageiro é utilizado para pastejo e produção animal por um período e pode ser transformado em palhada para o SPD da cultura subsequente. O consórcio de milho para produção de grãos com braquiária, por exemplo, tem potencial para gerar um volume entre 10 t/ha e 20 t/ha de matéria seca na superfície do solo logo após a colheita. Além disso, dependendo das condições de fertilidade do solo, pode haver uma contribuição equivalente em biomassa pelo sistema radicular que aumenta o potencial de transformação desse material em carbono do solo. Com esses volumes, é possível manter o equilíbrio entre adição de biomassa e oxidação da matéria orgânica do solo, mantendo um balanço positivo e sucessivos incrementos de carbono ao longo do tempo.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 364

    Ano: 2015

  • Sim, as emissões de metano podem ser reduzidas com as seguintes medidas: adequado manejo de pastagens, uso de leguminosas fixadoras de nitrogênio em consórcio com capins e melhoramento genético vegetal e dos rebanhos, buscando, respectivamente, forrageiras com melhor valor nutritivo e animais mais eficientes para produção. Outra forma de redução de emissões de metano, porém com efeitos mais individuais, é o uso de aditivos ruminais antimetanogênicos.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 368

    Ano: 2015

  • A degradação das pastagens é uma forma sutil de queda de vigor, de produtividade, em seus estágios iniciais, por isso nem sempre é muito notada, principalmente, quando não se tem um monitoramento adequado da lotação animal e da produção animal por área/ano. Primeiramente a degradação diminui a oferta de forragem e a capacidade de lotação por área, e, posteriormente, afeta o desempenho individual dos animais, com queda nos valores nutritivos da forrageira.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 382

    Ano: 2015

  • Propõem-se, para entendimento didático das alternativas de recuperação de pastagens degradadas, conceitos como: recuperação, renovação e reforma de pastagens.

    • Recuperação: é utilizada basicamente quando se quer reverter o processo de degradação utilizando-se a mesma espécie ou cultivar forrageira.
    • Renovação: é quando se pretende trocar a espécie ou cultivar forrageira.
    • Reforma: embora reforma seja um termo bastante utilizado quando intervenções mais profundas são feitas, esse conceito causa certa confusão, e deveria ser usado para designar intervenções pontuais nas pastagens.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 383

    Ano: 2015

  • Tanto a alternativa recuperação, como a renovação, pode ser utilizada de forma direta ou indireta. Dizemos que as alternativas são diretas quando o processo não utiliza um mecanismo intermediário para se atingir a meta final. Esse intermediário pode ser uma pastagem anual, como, milheto (Pennisetum glaucum) ou sorgo forrageiro (Sorghum bicolor), ou culturas anuais como: arroz (Oryza sativa), soja (Glycine max), milho (Zea mays), sorgo forrageiro, etc. O cultivo de uma cultura intermediária favorece várias situações, principalmente quando se quer trocar as espécies forrageiras, pois a alternância de culturas, assim como o uso de herbicidas, facilita a diminuição ou quase eliminação, em muitos casos, do banco de sementes no solo da forrageira que se quer trocar. A ILP pode se enquadrar nas duas situações, tanto na forma direta, como na indireta.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 384

    Ano: 2015

  • A recuperação da pastagem pode ser realizada de forma direta sem a utilização de culturas intermediárias, de acordo com o grau de degradação, e do nível de destruição do relvado, que pode ser: nenhum, parcial ou total. Nesse caso, não se faz uso da ILP, a não ser quando se estiver num processo de rotação de pastagem com culturas; no ciclo de permanência da pastagem, se faz uma intervenção de manutenção ou recuperação direta, sem nenhum dano ao relvado.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 385

    Ano: 2015

  • Uma das premissas das vantagens do uso da ILP na recupe­ração/renovação das pastagens é a de que esse sistema melhore a fertilidade do solo, interrompa ciclos de pragas, doenças, e de ervas daninhas, de forma mais econômica, pois amortiza o custo das melhorias pela venda dos grãos. No entanto, a adoção da ILP requer algumas exigências como: a necessidade de um capital inicial, aquisição de máquinas, treinamento de mão de obra, domínio da tecnologia, proximidade de mercados, infraestrutura de estradas, armazéns, etc.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 386

    Ano: 2015

  • A proteção dos animais da incidência direta de raios solares pode ter um papel importante na melhoria do bem-estar de ovinos, principalmente em relação à fotossensibilização. As gramíneas forra­geiras tropicais mais frequentemente utilizadas na formação de pastagens para ovinos são espécies e cultivares de Urochloa spp. (syn. Brachiaria spp.), Cynodon spp., Paspalum spp., Pennisetum spp., Chloris gayana, Cenchrus ciliaris (buffel), Digitaria decumbens e Panicum maximum. Já foram relatados problemas de fotossensibilização em ovinos pastejando Urochloa decumbens e U. ruziziensis. As classes mais afetadas são as ovelhas paridas e animais jovens mantidos exclusivamente em pastagem de Urochloa spp. Para contornar parcial­mente o problema de fotossensibilização dos animais em áreas de U. decumbens, foi sugerido o pastejo noturno e maior rebaixamento das plantas, criando condições desfavoráveis ao desenvolvimento da doença. Assim, a introdução de árvores, com oferta de sombra, nos sistemas de produção de ovinos, pode contribuir para minimizar o problema.

    Capítulo: Bem-estar Animal em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 351

    Ano: 2015

  • São gases atmosféricos que têm a capacidade de reter o calor na atmosfera terrestre. Os principais GEE são: dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonos (CFCs), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6). O potencial de aquecimento de cada um desses gases é comparado ao do CO2. Por exemplo, uma molécula de metano tem um poder de aquecimento 25 vezes maior que o CO2. Já o óxido nitroso, 310 vezes. Existem debates científicos quanto à métrica a ser usada para a determinação do CO2 equivalente. Mas, por enquanto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) adota o potencial de aquecimento global (PAG) – em inglês, global warming potential (GWP) –, que estará valendo até 2020.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 353

    Ano: 2015

  • Pastagens tropicais estabelecidas em sistemas de integração apresentam maior valor nutritivo e elevadas produtividades, prin­cipalmente nos primeiros anos após a implantação. Uma vez que grande parte da emissão de metano por ruminantes é determinada pela qualidade da dieta, bovinos mantidos nessas pastagens emitirão menos metano por quilo de produto produzido (carne, leite), aumentando sua eficiência na conversão de pasto em proteína de alta qualidade. Dessa forma, as emissões individuais tendem a ser menores em sistemas de integração do que em sistemas extensivos com baixo nível tecnológico. Além disso, a criação de bovinos em pastagens produtivas pode impactar positivamente outros coeficientes técnicos, como taxa de natalidade, idade ao abate e mortalidade. O aumento da taxa de natalidade de 55% para 68%, a redução na idade de abate de 36 para 28 meses e a redução na mortalidade até 1 ano de 7% para 4,5% permitiriam que, em 2025, a produção de carne brasileira aumentasse 25,4% e, ao mesmo tempo, as emissões de metano em relação ao equivalente-carcaça produzido reduzissem em 18%. Os sistemas de integração podem ainda contribuir com a produção de grãos para alimentação animal em que parte da dieta é baseada em concentrados, como, por exemplo, confinamentos e semiconfinamentos, bastante comuns nas regiões subtropicais e temperadas.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 366

    Ano: 2015

  • Sim, pois existe um efeito interativo entre o grande potencial de sequestro de carbono (pelos elevados acúmulos de biomassa forrageira, biomassa florestal, acúmulo de matéria orgânica do solo, maior eficiência de fertilizantes) e, consequentemente, a capacidade que esses sistemas têm de compensar as emissões de metano oriundas da fermentação entérica de bovinos, gerando um balanço positivo de carbono no sistema. Ou seja, a quantidade de carbono sequestrada no solo e em biomassa em sistemas integrados é muito maior do que a quantidade de carbono emitida por bovinos criados em sistemas extensivos convencionais.

    Pastagens produtivas e manejadas adequadamente, além de propiciarem condições favoráveis para aumentos significativos no desempenho animal, também podem compensar grande parte do carbono emitido pela atividade, tornando-se um componente importante no balanço de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Como exemplo, a emissão anual de metano de uma novilha de corte da raça Nelore pode ser anulada pelo acúmulo de carbono no solo em áreas de pastagens onde se adota o uso de práticas de manejo adequadas, sobretudo de reposição da fertilidade.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 367

    Ano: 2015

  • Sim. Segundo as normas do sistema financeiro, uma das linhas de crédito do Programa ABC é chamada de ABC Integração, cujo foco é a implantação e o melhoramento de sistemas de ILP, ILF, IPF ou ILPF e sistemas agroflorestais (SAFs).

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 373

    Ano: 2015

  • São vários os itens financiáveis que podem fazer parte de um projeto de crédito rural, como, por exemplo, elaboração de projeto técnico e georreferenciamento das propriedades rurais; assistência técnica necessária até a fase de maturação do projeto; aquisição de sementes e mudas para a formação de pastagens e de florestas; aquisição, construção ou reformas de bebedouros e de saleiros ou cochos para sal; aquisição de bovinos, ovinos e caprinos para reprodução, recria e terminação, e sêmen, óvulos e embriões dessas espécies, limitada a 40% do valor financiado. Esses itens são financiáveis desde que vinculados a projetos em conformidade com os empreendimentos apoiáveis.

    A lista completa dos itens financiáveis pode ser consultada no texto da Resolução nº 3.896, do Banco Central do Brasil (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2010).

    Há uma forte aderência entre o financiamento do Programa ABC e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) uma vez que é possível obter até 35% do valor financiado, quando destinado à implantação e manutenção de florestas comerciais ou recomposição de áreas de preservação permanente ou de reserva legal.

    BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução nº 3.896, de 17 de agosto de 2010. Institui, no âmbito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC). Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?tipo=res&ano=2010&numero=3896>.

    Capítulo: Potencial de Mitigação da Emissão de Gases de Efeito Estufa por Meio da Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 375

    Ano: 2015

  • Inicialmente sim, mas deve ser observado que cultura anual será utilizada, seu nível de exigência em relação ao grau de degradação da pastagem e quais combinações são passiveis de sucesso para o local. O produtor deve ter em mente que, muitas vezes, no primeiro ano, por causa do elevado grau de degradação em que se encontrava a pastagem, a produção de grãos da cultura pode não atingir o potencial esperado. As espécies que vão fazer parte do consórcio também devem estar bem ajustadas quanto ao modo de semeadura, quantidade de sementes, espaçamento, ajuste na dosagem de herbicidas, etc. Mesmo que a produção da cultura consorciada não atinja o potencial de produção do plantio solteiro, esta pode ser suficiente para pagar todos os custos de recuperação e disponibilizar uma pastagem de excelente qualidade.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 390

    Ano: 2015

  • A adoção de sistemas integrados de ILP e ILPF, onde se rotacionam pastos e lavouras, para a melhoria da qualidade do solo, tanto do ponto vista químico, como das propriedades físicas e biológicas, é uma realidade. Essas melhorias aumentam a vida útil e persistência da pastagem. O manejo animal adequado, com lotações equilibradas, sem superpastejo, é outra forma de manter a pastagem recuperada por mais tempo em sistemas de ILP e ILPF.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para Recuperação de Pastagens Degradadas

    Número da Pergunta: 392

    Ano: 2015

  • Alguns problemas causados pelo excessivo manejo mecânico dos solos arenosos são:

    • Erosão.
    • Compactação superficial e subsuperficial.
    • Encharcamento.
    • Dispersão da fração argila e consequente perda por carrea­mento ou eluviação.

    A condição geográfica dos locais onde ocorre esse tipo de solo favorece a agricultura intensiva, com a utilização de grade aradora pesada associada à utilização de subsoladores e escarificadores. É comum observar nesses solos, quando manejados inadequadamente com esses implementos, a formação de crosta ou camada adensada na superfície.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 408

    Ano: 2015

  • Os sistemas de integração são baseados na diversificação da atividade de produção rural, que proporciona a possibilidade de ter o solo coberto com plantas vivas na maior parte do ano. Esses sistemas também se beneficiam dos efeitos sinérgicos entre as atividades de produção rural desenvolvidas na mesma área ao longo do tempo. A rotação com pastagens em solos agrícolas é outro princípio que deve ser considerado para o manejo sustentável por causa do papel fundamental do sistema radicular agressivo e abundante, característico das espécies forrageiras tropicais.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 420

    Ano: 2015

  • As espécies forrageiras tropicais e subtropicais desempenham papel fundamental em sistemas de ILP em solos arenosos, uma vez que, pelo alto potencial de produção de biomassa da parte aérea e de raízes, promovem significativo incremento dos teores de carbono e de matéria orgânica do solo (MOS), consequentemente com melhoria da qualidade química, física e biológica desses solos. Além disso, a palhada oriunda de pastagens tem alta qualidade para o sistema de plantio direto (SPD) de lavouras em rotação ou sucessão a pastagens, pois tem ampla relação carbono/nitrogênio (C/N) com decomposição mais lenta e maior tempo de proteção do solo. Com a utilização de forrageiras em sistemas de produção de solos arenosos, também ocorre aumento da infiltração e retenção de água no perfil do solo, bem como redução das temperaturas nas camadas superficiais, favorecendo a germinação de sementes, a emergência de plântulas e o desenvolvimento inicial de culturas. Outro ponto importante que é observado por efeito da presença de espécies forrageiras em sistemas de ILP é o aumento da reciclagem de nutrientes, em especial o potássio lixiviado em camadas mais profundas, que, nesse processo, é realocado e disponibilizado para camadas superficiais.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 421

    Ano: 2015

  • Porque os solos arenosos são, historicamente, considerados solos marginais e de baixa aptidão agrícola. Com a possibilidade da adoção de novas tecnologias de manejo preconizadas por sistemas de produção sustentáveis, os solos arenosos passaram a despertar maior interesse econômico por parte dos produtores rurais e pesquisadores, que hoje buscam mais informações tecnológicas para aproveitar o potencial produtivo dessas áreas.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 412

    Ano: 2015

  • Sim, existem riscos de degradação extrema. É possível até mesmo que seja desencadeado um processo de desertificação ou arenização pelo uso inadequado, que tem início com a perda da matéria orgânica do solo (MOS). Isso ocorre pela sua fragilidade, por serem solos em que a erosão é mais intensa, com perdas de solo significativas logo nos primeiros anos de uso sob sistemas de preparo intensivo e monocultivo e, eventualmente, queimadas. Tais problemas podem se tornar mais graves em regiões com alterações nos padrões de clima, podendo culminar num processo de desertificação.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 409

    Ano: 2015

  • Os solos arenosos acumulam menores quantidades de carbono e MOS por causa da maior presença de poros, aspecto que confere maior aeração. Isso gera condições mais favoráveis à oxidação ou mineralização da MOS. Com o manejo ou preparo mecânico convencional do solo, esse fenômeno é acelerado, e as perdas por oxidação são maiores do que as adições de carbono na forma de resíduos vegetais (palhada). Em condições tropicais e subtropicais, as perdas de carbono em solos arenosos pelo excessivo manejo mecânico ou preparo convencional pode ser de 30% a mais de 70% do teor original em poucos anos (5 a 10 anos). Por sua vez, com a adoção de sistemas de produção sustentáveis, como o sistema de plantio direto (SPD) e os sistemas de integração, é possível observar aumento dos teores de carbono do solo e da MOS, com melhoria da qualidade do solo e de sua produtividade.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 410

    Ano: 2015

  • Sim, existem várias propriedades rurais que adotam sistemas de integração em regiões com solos arenosos. Por exemplo, na região do Bolsão Sul-Mato-Grossense, onde os solos apresentam apenas 9% de argila, uma propriedade rural desenvolveu, em parceria com a Embrapa, um modelo de ILP com a antecipação da correção química e física do solo e do cultivo de soja (Glycine max) em sistema de plantio direto (SPD), a fim de amortizar os custos da recuperação da pastagem. Tal sistema de produção, denominado sistema São Mateus proporciona a diversificação das atividades, uma vez que dilui os riscos de frustrações e amplia a rentabilidade e a margem de lucro da propriedade rural.

    Na região do Oeste Paulista, também há propriedades que adotam sistemas de ILP com rotação entre a cultura da soja e pastagens. Em uma delas, foram registrados 27 dias com apenas 10 mm de chuva durante a fase de enchimento de grãos da soja, e a produtividade aproximada foi de 50 sacos/ha. Produtores rurais que adotam ILP nessa região relatam produtividades de soja superiores a 70 sacos/ha de soja em produção sob SPD em palhada de pastagens. Outras fazendas na região do Oeste da Bahia têm adotado sistemas de ILP com base no consórcio de milho (Zea mays) com braquiária (Urochloa spp. syn. Brachiaria spp.) e no sistema de boi safrinha, em alguns casos utilizando também a sobressemeadura do capim na cultura da soja. Na região noroeste do Paraná, especificamente no arenito Caiuá, existem muitas propriedades rurais que adotam diferentes modalidades de integração, tanto de ILP quanto de ILPF, com resultados de produtividade que viabilizaram a agropecuária naquela região.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 425

    Ano: 2015

  • Não. Mesmo com a adoção de sistemas de integração e do SPD em solos arenosos, recomenda-se sempre a construção e a manutenção permanente de terraços para a conservação desses solos, em virtude de suas características e sensibilidade aos fatores de erosão. O que pode ser feito em alguns casos é o redimensionamento dos terraços, considerando a presença da pastagem em ILP e das árvores em ILPF, que auxiliam na contenção da enxurrada. Além disso, outras técnicas conservacionistas devem ser adotadas de maneira sistêmica e integrada, com o objetivo de manter e melhorar a capacidade produtiva desses solos.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 423

    Ano: 2015

  • Sim, a irrigação é uma importante ferramenta para o aumen­to do potencial produtivo de solos arenosos, pois possibilita aumento da produção de biomassa de forma contínua ao longo do ano, e não somente favorece a produtividade das culturas, mas também promove a melhoria de outros fatores, como a matéria orgânica do solo (MOS) e a disponibilidade e reciclagem de nutrientes.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 424

    Ano: 2015

  • Com a adoção de sistemas de integração sob SPD em solos arenosos, é possível reincorporar milhões de hectares ao sistema produtivo de grãos, proteína animal, madeira, biomassa, energia, etc. Isso gera grandes impactos para a agropecuária brasileira, tais como: aumento da oferta de postos de trabalho, aumento da renda do produtor rural, aumento do volume de produção da safra nacional, incremento das exportações de alimentos, melhoria na balança comercial brasileira e redução da pressão por desmatamento de áreas com vegetação nativa para expansão e intensificação sustentável da produção agropecuária em áreas já antropizadas.

    Capítulo: Potencial para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o Uso Sustentável de Solos Arenosos

    Número da Pergunta: 426

    Ano: 2015

  • A estratégia de ILPF contempla uma grande variedade de sistemas de produção agropecuária sustentável que podem ser adotados por qualquer perfil de produtor rural. Não importa o tamanho da propriedade (pequena, média ou grande), ou o tipo (familiar ou empresarial), ou o ramo de atividade (lavoura ou pecuá­ria ou floresta). Contudo, algumas ressalvas são importantes: é necessário considerar a maior complexidade em relação ao negócio, a maior exigência em relação à infraestrutura e a necessidade de mão de obra qualificada. Dessa forma, sistemas de integração em áreas muito reduzidas podem apresentar custos de produção elevados, o que pode inviabilizar a atividade. Considerando as necessidades específicas dos pequenos produtores, existem soluções alternativas para a integração da produção adequadas a esse perfil e que não demandam grande escala de produção. Por exemplo, o componente florestal em sistemas de ILPF pode abranger espécies arbóreas/arbustivas para alimentação animal (ex.: leucena), produção de flores, chás, frutas e outros produtos de alto valor comercial. No caso dos animais, o produtor pode optar por trabalhar com pequenos ruminantes (ex.: ovinos e caprinos) ou bovinocultura de leite. Entre as lavouras, o milho para consumo animal ou humano, por exemplo, pode ser uma alternativa, entre outras culturas anuais.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 461

    Ano: 2015

  • Teoricamente, não há motivos para que os custos de produção de sistemas de integração sejam maiores que aqueles de sistemas exclusivos. Sendo o custo de produção resultante da soma de custos fixos e variáveis, há uma tendência de redução do custo de produção em sistemas de integração em razão da diluição de custos fixos (ex.: menor ociosidade de mão de obra e infraestrutura) para todos os produtos gerados. Além disso, espera-se melhor aproveitamento de efeitos residuais de itens que compõem o custo variável, como, por exemplo, a adubação, que, ao ser realizada para a cultura, beneficia igualmente a pastagem que a sucederá. Por sua vez, um produto específico (ex.: soja) poderá apresentar custo de produção inferior em sistemas exclusivos, em comparação com os sistemas de integração, caso aqueles trabalhem com alta eficiência técnico-econômica e alta escala de produção. Na prática, cada propriedade rural experimentará custos de produção diferenciados, e é difícil sua generalização. O importante é que o produtor rural garanta sempre boa eficiência técnica em todas as atividades que fazem parte do seu sistema integrado, assegurando-lhes, também, bons resultados financeiros.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 463

    Ano: 2015

  • O controle de custos em sistemas de integração pode ser feito da mesma maneira em que é feito nos sistemas de produção, nos quais há diversificação, sem integração. Nessa situação, os custos variáveis e fixos associados exclusivamente a um dos produtos da integração, como, por exemplo, a pecuária, devem ser alocados apenas para essa atividade. Os custos compartilhados (ex.: mão de obra, administração, etc.) devem ser rateados proporcionalmente ao quanto cada produto demandou do item. A título de ilustração, se a mão de obra despende 15%, 35% e 50% do tempo lidando com as árvores, lavoura e pecuária, respectivamente, os salários, encargos e outros benefícios sociais devem ser alocados nessas proporções para cada uma dessas atividades. No caso de itens que possuem efeito residual positivo nas culturas adjacentes ou subsequentes, como a adubação, cabe ao produtor rural decidir se alocará os custos apenas na cultura principal a qual se destina o item, ou se dividirá, com base em algum critério particular, entre todos os beneficiários do item. Outra possibilidade de controle de custos é o uso de centro de custos, nos quais são controladas as operações agropecuárias, entre elas o estabelecimento das culturas, da pastagem e/ou das árvores, tratos culturais, manejo animal, colheita, etc.

    Capítulo: Análise Econômico-Financeira da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 464

    Ano: 2015

  • Considera-se a capacitação como sendo um processo para preparar ou capacitar os trabalhadores a fim de melhorar a qualidade do desempenho das suas funções. Ou seja, consiste na atualização, complementação e/ou ampliação das competências necessárias à atuação no contexto dos processos ao qual um profissional se vincula. Atualmente, em função da dinamicidade na geração de novos conhecimentos e da rapidez requerida na oferta de soluções tecnológicas para problemas complexos, as capacitações devem ser sistemáticas e continuadas, tratando de aspectos teóricos e práticos durante a carreira de um profissional. Para aumento da adoção de sistemas de integração, o processo de capacitação deve ser continuado com o foco na formação de multiplicadores.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 482

    Ano: 2015

  • Os técnicos multiplicadores são aqueles que foram capa­citados e que permanecem nesse processo continuado em contato permanente com a rede de TT, e sua função principal é assumir o protagonismo regional e local na execução de ações de TT para aumento da adoção de sistemas de integração por parte dos produtores rurais. Também exercem papel fundamental na validação de tecnologias e no feedback para a pesquisa.

    Capítulo: Transferência de Tecnologias para Adoção da Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

    Número da Pergunta: 483

    Ano: 2015

  • ILPF em números Região 6

    ILPF em números Região 6

    A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro da mesma área. Pode ocorrer em cultivo consorciado, em rotação ou sucessão, de forma que haja interação entre os componentes, gerando benefícios mútuos. A ILPF pode ser adotada de diferentes formas, com inúmeras culturas e diversas espécies animais, adequando-se às características regionais, às condições climáticas, ao mercado local e ao perfil do produtor. Pode ser adotada por pequenos, médios e grandes produtores.

  • ILPF em Números Região 2

    ILPF em Números Região 2

    A integração laboral-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro da mesma área. Pode ocorrer em cultivo consorciado, em rotação ou sucessão, de forma que haja interação entre os componentes, gerando benefícios mútuos. A ILPF pode ser aplicada de diferentes formas, com inúmeras culturas e diversas espécies animais, adequando-se às características regionais, às condições climáticas, ao mercado local e ao perfil do produtor. 

  • Primeiros passos para iLPF em sistemas de produção de leite

    Primeiros passos para iLPF em sistemas de produção de leite

    Um dos primeiros passos para o sucesso da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) na propriedade é atentar para as espécies de plantas e animais e consórcios adequados para a região que será implantada. Também é crucial que o produtor tenha a possibilidade de assimilar a tecnologia dentro da propriedade e que tenha mercado para a produção.

  • Pecuária de corte no iLPF: a escolha do componente animal

    Pecuária de corte no iLPF: a escolha do componente animal

    A escolha do componente animal é definida em função da realidade do produtor. Dessa forma, na essência, qualquer animal pode ser utilizado nos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). No entanto, ao estabelecer sistemas mais complexos, como silvipastoril, agropastoril ou agrossilvipastoril, que normalmente custam mais para serem implementados, é interessante optar pela utilização de animais que se destaquem quanto ao potencial produtivo. A integração Pecuária-Floresta tem efeito muito acentuado sobre o desempenho produtivo e reprodutivo pela condição mais saudável do ambiente para os animais e pelos ganhos relativos ao bem-estar e conforto animal.

  • Produção de trabalho em sistemas de ILPF

    Produção de trabalho em sistemas de ILPF

    A estratégia ILPF, na prática, contempla quatro modalidades de sistemas integrados de produção, as quais podem ser facilmente identificadas e, cada uma delas, é composta por um grande número de arranjos e modelos ajustados a diferentes condições econômicas, sociais e culturais de quem as aplica. Assim, dentro do conceito atual de ILPF, estão contempladas: i. Integração Lavoura-Pecuária (ILP ou agropastoril); ii. Integração Pecuária-Floresta (IPF ou silvipastoril); iii. Integração Lavoura-Floresta (ILF ou silviagrícola), e; 4. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF ou agrossilvipastoril). Desta forma, a lavoura estará ausente apenas em sistemas silvipastoris.

  • Desempenho econômico de sistemas iLPF em Mato Grosso

    Desempenho econômico de sistemas iLPF em Mato Grosso

    Atender a crescente demanda por alimentos, gerar renda e preservar os recursos naturais é o desafio atual da atividade agropecuária. Para o Brasil, importante player no mercado internacional no setor agrícola, esse desafio é potencializado pela centralidade do país como potencial principal produtor agrícola em escala global.

  • Integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF)

    Animação sobre integração lavoura -pecuária-floresta como forma de produção agropecuária sustentável.

  • Projeto da Integração Pecuária-Floresta (IPF) na Fazenda Novapec

    O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flávio Wruck relata o projeto desenvolvido na Novapec Agropecuária com sistema silvipastoril visando a intensificação da pecuária.  

  • Controle biológico de percevejo em pastagem em sistema IPF

    O agrônomo da SS Agrícola Elias Borba traz relatos sobre estratégias de controle do percevejo em pastagem na fazenda Novapec.  

  • Componente Solo nos Sistemas ILPF

    Oferecer uma visão sistêmica sobre as características e as potencialidades produtivas dos solos, seus principais componentes e as práticas de conservação. Esse é um curso oferecido pelo Senar, gratuitamente, e com aulas 100% online.

    Organizadora: Senar e Embrapa

    Duração: 14 dias

    Carga horária: 10h

  • Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

    Você sabia que integrar em uma mesma área a produção de produtos agrícolas, pecuários e florestais pode contribuir para aumentar a fertilidade natural do solo e auxiliar no controle de pragas e doenças? Saiba os principais aspectos para implantação de um sistema ILPF. Esse é um curso oferecido pelo Senar, gratuitamente, e com aulas 100% online.

    Organizadora: Senar

    Duração: 45 dias

    Carga horária: 30 horas

  • Componente Vegetal nos Sistemas de ILPF

    Tenha uma visão sistêmica sobre os componentes vegetais dentro dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) promovendo a sustentabilidade dos recursos naturais. Esse é um curso oferecido pelo Senar, gratuitamente, e com aulas 100% online.

    Organizadora: Senar e Embrapa

    Duração: 30 dias

    Carga horária: 20 horas

  • Sistema de Plantio Direto

    O manejo na colheita faz toda a diferença no novo plantio. Aprenda as formas e benefícios de usar a palhada na proteção e conservação do solo e da água.  Esse é um curso oferecido pelo Senar, gratuitamente, e com aulas 100% online.

    Organizadora: Senar

    Duração: 45 dias

    Carga horária: 30 horas

  • #01 - Início das pesquisas com ILPF no Brasil

    Cada vez mais adotados pelos produtores brasileiros, os sistemas integrados de produção agropecuária começaram a ser pesquisados nos anos 1970 e 1980. Neste primeiro episódio do ILPF na Rede entrevistamos um dos pioneiros nesse trabalho, o pesquisador aposentado da Embrapa, João K.

  • Manutenção do babaçu na paisagem pecuária com ILPF

    O programa fala sobre a manutenção do babaçu na paisagem pecuária com ILPF, o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

  • Web conteúdo 1

    Na região Norte, a utilização dos sistemas integrados, principalmente a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), é uma realidade crescente. Os benefícios dessa estratégia produtiva incluem:
     

    Encontrado na página: ILPF no Norte

  • Web conteúdo 3

    Culturas agrícolas

    Para as culturas agrícolas na região Norte, a soja é destacada como principal durante a safra principal, seguida pelo consórcio de milho com forrageira ou apenas forrageira para formação de pastagem, utilizada na engorda de bovinos ou como palhada para plantio direto. O milho também assume papel importante nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) na região. Entre as forrageiras mais adotadas, destaca-se a Braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis)

    Pecuária

    A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é amplamente adotada na região Norte, destacando-se as seguintes modalidades:

    Consórcio de milho com braquiária (sistema Santa Fé) para renovação de pastagens em áreas predominantemente de pecuária.

    Utilização de soja e/ou arroz como culturas principais, com implantação de forrageiras em sobressemeadura ou após a colheita. Ou seja, vamos ter sementes de uma cultura forrageira sendo semeadas sobre uma cultura já estabelecida, geralmente durante o período chuvoso. Essa prática é utilizada para melhorar a qualidade e a produtividade das pastagens, garantindo uma cobertura mais densa e nutritiva para o gado.

    Cultivo de soja como cultura principal, com milho safrinha consorciado com braquiária em regiões tradicionalmente produtoras de soja.

    Encontrado na página: ILPF no Norte

  • Estratégia de Rotação

    Estratégia de Rotação

    Sucessão

    Ocorre quando diferentes espécies vegetais são semeadas, uma após a colheita da outra, dentro do mesmo ano agrícola. Na região central do Brasil a sucessão soja-milho safrinha é um exemplo.  

    Combinações em destaque: na Região Norte destacam-se como possibilidade a combinação da soja e forrageira (sobressemeadura ou semeadura após a colheita); soja e milho (grão e/ou silagem) mais a forrageira; soja, sorgo e forrageira; milho (grão ou silagem) com forrageira; e, ainda, arroz com forrageira.

    Encontrado na página: ILPF no Norte

    |

    Publicado: 14/03/2024

  • Estratégia de Rotação

    Estratégia de Rotação

    Rotação

    Por rotação compreenda-se a alternância de maneira ordenada de diferentes espécies vegetais em um determinado período do ano e espaço físico. Ou seja, você varia as culturas dentro de uma mesma estação do ano. Um exemplo é trabalhar com as culturas de milho e soja no verão. 

    Combinações em destaque: na Região Norte destacam-se como possibilidade, a combinação de culturas como a soja e o milho; a soja com forrageira, bem como, ainda, o uso do milho com forrageira.

    Encontrado na página: ILPF no Norte

    |

    Publicado: 14/03/2024

  • Oportunidades de uso da ILPF na Região Norte

    Acompanhe a mesa redonda com especialistas da Embrapa e um técnico rural para falar sobre o potencial de uso dos sistemas integrados de produção agropecuária na região Norte do Brasil. Quais estratégias podem ser mais interessantes? Em quais tipos de solo? Quais as oportunidades de mercado? Quais as vantagens desses sistemas?

    Encontrado na página: ILPF no Norte

  • Integraçação Lavoura-Pecuária-Floresta: o produtor pergunta, a Embrapa responde

    Integraçação Lavoura-Pecuária-Floresta: o produtor pergunta, a Embrapa responde

    Essa obra apresenta 500 dúvidas mais comuns sobre Sistemas ILPF. Clique no botão para baixar documento.

  • Sistemas de ILPF na região Norte do Brasil

    Sistemas de ILPF na região Norte do Brasil

    Nesta obra, encontre informações sobre a ILPF para a região Norte. Clique no botão para baixar o documento.

  • Gliricídia

    Gliricídia

    Além de se reproduzir por meio de semente, basta uma estaca de gliricídia em uma cova para formar uma nova planta, que em pouco tempo ficará repleta de folhas comestíveis para os animais.

    Encontrado na página: ILPF no Norte

    |

    Publicado: 20/03/2024

  • Mogno-africano

    Mogno-africano

    No Brasil, os cultivos de mogno-africano têm crescido de forma significativa nos últimos anos. A madeira nativa do mogno-africano tem sido reconhecida como nobre e valorizada pela indústria.

    Encontrado na página: ILPF no Norte

    |

    Publicado: 20/03/2024

  • Web conteúdo 4

    Forrageiras recomendadas

    Silagem: Milho e sorgo são utilizados para garantir alimentação suplementar do gado durante o período de seca. Após a colheita da forragem, a pastagem consorciada com essas culturas é implantada.

    Pastagem: As braquiárias têm sido predominantemente recomendadas para o sistema ILP na região Norte, incluindo Urochloa ruziziensis, Urochloa brizantha cv. Marandú, cv. Xaraes, cv. Piatã e Urochloa humidicola. Além dessas, outras espécies como Paspalum atratum cv. Pojuca e Panicum maximum cv. Mombaça também têm sido estudadas e utilizadas.

     

    Encontrado na página: ILPF no Norte

  • Oportunidades de uso da ILPF na Região Nordeste

    A live Oportunidades de uso da ILPF na região Nordeste, promovida pela Associação Rede ILPF reuniu especialistas para debaterem sobre o uso dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta na região Nordeste, com destaque para os resultados de pesquisas no semiárido, na Zona da Mata, no agreste e no litoral nordestino, assim como os resultados da região do Matopiba, que engloba parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

    Encontrado na página: ILPF no Nordeste

  • Gliricídia com integração lavoura, pecuária e floresta

    A gliricídia tem grande potencial como fornecedora de nitrogênio ao solo, podendo substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes nitrogenados.

  • Integração Lavoura-Floresta
    ILF
    Fonte: Embrapa

    Integração Lavoura-Floresta

    A Integração Lavoura-Floresta (ILF), ou também prática silviagrícola, compreende o sistema que integra os componentes floresta e lavoura, pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos agrícolas (anuais ou perenes). O componente lavoura pode ser utilizado na fase inicial de implantação do componente florestal ou em ciclos durante o desenvolvimento do sistema.

    Encontrado na página: Fique Ligado

  • Integração Lavoura-Pecuária
    ILP
    Fonte: Embrapa

    Integração Lavoura-Pecuária

    A Integração Lavoura-Pecuária (ILP), também conhecida por prática Agropastoril, compreende o sistema que integra os componentes lavoura e pecuária, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, em um mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos.
     

    Encontrado na página: Fique Ligado