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A densidade populacional do componente florestal, ou seja, a quantidade de árvores por hectare, deve ser definida de forma que:
- Atenda aos interesses previamente estabelecidos para a produção das árvores.
- Estabeleça, ou não, a necessidade futura de desbastes.
- Proporcione espaçamento amplo entre renques para o desenvolvimento das plantas de lavoura e de forragem.
De maneira geral, os principais produtos madeireiros são a madeira fina (lenha, carvão, escoras, palanques, etc.), a madeira grossa (serraria, laminação, faqueados, etc.) ou a combinação desses dois tipos, quando é possível obter ambos. Na produção de madeira fina, o objetivo é obter o maior volume de madeira por área no menor tempo possível. Para isso, o plantio deve ser feito com o maior número de árvores, geralmente entre 600 e 1.000 árvores por hectare. Dessa forma, haverá maior quantidade de árvores por hectare e elas serão mais finas. A previsão de desbaste poderá ser desnecessária, já que todas as árvores serão colhidas (corte raso) quando atingirem o ponto de colheita.
Na produção de madeira grossa, o objetivo é obter o maior volume de madeira por árvore e por unidade de área, e isso pode levar mais ou menos tempo de acordo com a espécie plantada e a fertilidade da área. A quantidade de árvores plantadas poderá variar da seguinte maneira:
- De 600 a 1.000 árvores por hectare, com desbastes obrigatórios no momento em que as árvores apresentarem competição entre si.
- De 200 a 600 árvores por hectare, com desbastes obrigatórios no momento em que as árvores apresentarem competição entre si.
No primeiro caso, os desbastes acontecerão mais cedo (árvores mais jovens) do que no segundo caso, quando as árvores poderão ser desbastadas em idade mais avançada (árvores mais velhas). Os primeiros desbastes produzirão madeira fina.
Os desbastes cumprem duas funções: favorecer o crescimento das melhores árvores para a produção de toras e regular a sombra (evitando que o sistema fique com excesso de sombreamento, o que é prejudicial para o crescimento da lavoura e da pastagem). Também podem escalonar a produção de madeira e de grãos. Por exemplo, nos primeiros dois a três anos do sistema, é possível cultivar grãos. Depois do segundo ou terceiro ano, a sombra das árvores desfavorece o cultivo de grãos, então é possível ter pastagens e gado em pastejo. No momento de desbaste, é possível retornar ao cultivo de grãos por mais uma safra e depois novamente com a pastagem até o próximo desbaste.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 88
Ano: 2015
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A escolha adequada das espécies arbóreas a serem introduzidas é de grande importância para o sucesso do sistema. As árvores devem ser escolhidas de acordo com os seguintes aspectos: adaptação ao sítio; arquitetura da copa favorável; facilidade de estabelecimento; cumprimento das exigências do mercado para os produtos das árvores; escolha de espécies de rápido crescimento; tipo de raiz das árvores; controle de erosão e escoamento superficial de águas da chuva; sombra para os animais e compatibilidade com pastagens e gado, ou seja, não apresentando efeitos negativos aos animais, como toxicidade ou alelopatia para os demais componentes (cultivo de grãos e pastagens).
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 90
Ano: 2015
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Vários procedimentos devem ser considerados. Os principais são os seguintes:
Econômicos
- Analisar a adequabilidade da espécie arbórea na região e fazer estudo do mercado, com a finalidade de identificar as espécies com produtos economicamente promissores para a região.
- Estudar o mercado regional para assegurar a aquisição de insumos e a viabilidade de comercialização dos produtos do sistema (principalmente para produtos madeireiros e não madeireiros).
- Estabelecer planejamento plurianual em médio e longo prazo com base nos princípios da rotação e diversificação de culturas.
- Analisar a capacidade de investimento e/ou buscar fontes de financiamento acessíveis para a aquisição de animais, máquinas, mudas florestais, etc.
- Implantar o sistema mais viável e adequado à realidade da região e do tipo de propriedade rural.
Técnicos
- Capacitar pessoas para a compreensão de dois aspectos essenciais: motivos para combinar árvores com lavouras e/ou com pastagens e forma de combinar lavouras (cultivos anuais e/ou forrageiras), pecuária (gado) e árvores (para produtos e/ou serviços).
- Procurar profissionais experientes para assistência técnica e/ou consultoria.
- Diagnosticar as áreas com maior potencial de resposta, setorizar a propriedade e iniciar o sistema aos poucos (20% a 30% da propriedade).
- Fazer o preparo do solo, analisar o tipo de solo, realizar a correção e adubação do solo e os tratos culturais (dessecação das pastagens, etc.).
- Definir o número de linhas por faixa ou renque de árvore.
- Definir a distância entre as faixas ou renques (largura das aleias ou ruas), por exemplo, pela dimensão de equipamentos disponíveis (com razões dessas dimensões, uma vez, duas vezes, etc.).
- Demarcar as linhas de plantio das árvores antes do plantio da lavoura.
- Plantar as árvores em nível e a jusante de terraços (se houver).
- Plantar as lavouras com afastamento das linhas de árvore em, pelo menos, 1 m de cada lado.
- Planejar a entrada de animais preferencialmente após o estabelecimento das árvores.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 79
Ano: 2015
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Os principais critérios são:
- Finalidade de produção das árvores.
- Declividade e face de exposição do terreno.
- Proteção dos demais componentes (cultivos e/ou rebanhos).
- Conservação do solo e da água.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 81
Ano: 2015
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O Brasil possui elevada pluviosidade e alta incidência luminosa durante todo o ano na maioria das regiões. Assim, a distribuição das árvores deverá ser em renques perpendiculares ao sentido pendente ou ao declive do terreno, que é uma forma eficiente de impedir a erosão do solo e a perda de água por escorrimento superficial. Além disso, as árvores dispostas em renques perpendiculares ao sentido da declividade do terreno atuam como estruturas que orientam o trânsito de máquinas e implementos, o sentido do plantio de lavouras e forrageiras, o caminhamento do rebanho, minimizando a formação de sulcos de escoamento superficial das águas de chuva no sentido da declividade do terreno, de modo que haja maior infiltração da água das chuvas.
O espaçamento entre os renques de árvores (linhas simples ou linhas múltiplas) são maiores do que o utilizado nos monocultivos de árvores. A distância entre as árvores, o número de linhas de árvores que forma o renque, bem como a distância entre os renques, podem ser ajustados previamente de acordo com o interesse estabelecido por produtos das árvores.
Para mais detalhes, é recomendada a consulta ao documento de Porfírio-da-Silva et al. (2009).
PORFÍRIO-DA-SILVA, V.; MEDRADO, M. J. S.; NICODEMO, M. L. F.; DERETI, R. M. Arborização de pastagens com espécies florestais madeireiras: implantação e manejo. Colombo: Embrapa Florestas, 2009. 48 p. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/132912/1/2014-reimp-Cartilha-Arborizacao-2014.pdf>.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 82
Ano: 2015
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Atualmente, a espécie de maior potencial de utilização no sistema de ILPF é o eucalipto (Eucalyptus spp.), por causa de seu rápido crescimento, oferta de clones adaptados a diferentes regiões, arquitetura de copa rala e elevado rendimento econômico, que proporciona usos múltiplos com a produção de multiprodutos madeireiros e não madeireiros. Outras espécies estão sendo utilizadas, tais como: acácia (Acacia mangium), paricá ou pinho-cuiabano (Schizolobium amazonicum), mogno-africano (Khaya ivorensis), cedro-australiano (Toona ciliata), canafístula (Peltophorum dubium), grevílea (Grevillea robusta), pínus (Pinus spp.) e bracatinga (Mimosa scabrella). Há pesquisas com mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla), teca (Tectona grandis), nim-indiano (Azadirachta indica), mulateiro (Calycophyllum spruceanum), amarelão (Aspidosperma vargassii), sumaúma (Ceiba pentandra), taxi-branco (Sclerolobium paniculatum), pau-de-balsa (Ochroma pyramidale), gliricídia (Gliricidia sepium), entre outras. Também têm sido utilizadas espécies de palmáceas como macaúba (Acrocomia aculeata), dendê (Elaeis guineensis), guariroba (Syagrus oleracea), coqueiro (Coco nucifera) e espécies frutíferas.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 91
Ano: 2015
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Primeiramente deve-se observar e monitorar o crescimento das árvores. O monitoramento consiste na realização anual de mplantioedidas das árvores que compõem a amostra. Serão medidos o diâmetro do tronco na altura de 1,30 m do solo (diâmetro a altura do peito – DAP), a altura total (Ht) das árvores e o diâmetro de copa de cada árvore da amostra. É necessário medir 1 a cada 10 árvores para os plantios que tenham até 1.000 árvores; 1 a cada 12 árvores para os plantios de 2.000 até 4.000 árvores; e 1 a cada 19 árvores para os plantios que tenham entre 5.000 e 10.000 árvores. Somente assim será possível tomar a decisão de fazer desramas e desbastes no momento certo. Tanto o produtor quanto o profissional de assistência técnica devem ter conhecimento de como se realiza o monitoramento do crescimento das árvores. Será necessário que saibam medir a altura e o diâmetro (grossura) do tronco das árvores, estimar o tamanho da copa e da cobertura de copa das árvores sobre o terreno para determinar o momento de manejar corretamente as copas e evitar o sombreamento excessivo.
A cobertura de copa (quanto do terreno fica exatamente embaixo das copas das árvores) pode ser calculada em parcelas distribuídas dentro da área do sistema, o que deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano. Para calcular a cobertura de copa, é necessário medir a largura das copas das árvores no sentido da linha de plantio e no sentido do espaçamento entre os renques das árvores. Com o produto dessas duas medidas dividido pela medida da distância entre os renques, encontra-se a fração ou porcentagem de área coberta pelas copas das árvores. De modo geral, será necessário realizar desramas e desbastes (retirar árvores inteiras) quando a cobertura de copa das árvores tiver em torno de 30%.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 96
Ano: 2015
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Sim. Mas é necessário proteger as mudas de árvores enquanto estiverem pequenas, pois elas podem ser pisoteadas, desfolhadas e arrancadas pelo gado. A proteção efetiva é feita por meio de cerca elétrica, que deve ficar distante 1 m da linha de árvores.
Para gado de corte, as recomendações para construção da cerca elétrica são as seguintes: três fios de arame (somente dois são eletrificados – o de cima e o de baixo), os fios podem ser de arame ovalado, passados por furos, isolados com mangueirinhas de plástico ou de silicone, feitos em estacas de madeira em três alturas do solo (40 cm, 80 cm e 120 cm). As estacas são fixadas no solo a cada 10 m – 15 m de distância. Nos extremos de cada lance de cerca, são colocados moirões que suportam a colocação de catracas de tração para o tensionamento dos fios.
Para gado de leite, as recomendações são as seguintes: dois fios eletrificados (um a 40 cm de altura do solo, e outro a 80 cm) são suficientes para manter as mudas protegidas das vacas. As estacas de sustentação dos fios podem ser menos robustas do que as utilizadas para gado de corte. Quando o uso da cerca elétrica para dividir piquetes já é uma prática corriqueira na propriedade leiteira, os animais ficam condicionados ao limite imposto pelo fio de eletrificado. Nesses casos, um fio eletrificado na altura de 60 cm e afastado 1 m do alinhamento das mudas é o suficiente para a proteção.
A cerca elétrica deve permanecer protegendo as árvores até que elas cresçam o suficiente para suportar o peso do corpo de um animal adulto, e isso acontece quando a medida do diâmetro a altura do peito (DAP) da árvore atingir 6 cm, momento em que também irão receber a primeira desrama. O tempo para isso depende da espécie de árvore utilizada e da fertilidade do solo na área.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 100
Ano: 2015
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As mudas de árvores sofrem com a competição da pastagem. É necessário eliminá-la na linha de plantio das árvores, o que pode ser feito com o uso de herbicidas ou ainda com capina mecânica. É recomendado que se elimine o pasto numa faixa de, ao menos, 1 m para cada lado da linha de plantio das mudas de árvores. Essa prática é necessária para evitar a competição do capim com as mudas de árvores, o que atrasa o crescimento das mudas e dificulta o estabelecimento do sistema silvipastoril ou de IPF. Nas linhas de plantio, pode-se fazer o preparo localizado (covas) ou abrir sulcos onde as mudas de árvores serão plantadas. O uso de uma haste escarificadora ajuda a marcar a linha de plantio e preparar o solo onde as mudas serão plantadas. Em área com problemas de compactação de solo, será necessário realizar uma subsolagem para favorecer o desenvolvimento das raízes das árvores. Isso deve ser feito na linha de plantio; depois deve ser feito o preparo localizado (covas) ou o plantio direto das mudas no sulco deixado pelo subsolador. Depois da subsolagem, recomenda-se aguardar que ocorra chuva antes do plantio das mudas.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 99
Ano: 2015
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Nessas regiões, três modalidades de integração lavoura-pecuária (ILP) se destacam:
- Fazendas de pecuária, em que a introdução de culturas de grãos [arroz (Oryza sativa), milho (Zea mays), sorgo (Sorghum bicolor), soja (Glycine max)] em áreas de pastagens tem por objetivo recuperar a produtividade dos pastos.
- Fazendas especializadas em lavouras de grãos, que adotam as gramíneas forrageiras para melhorar a cobertura de solo para o sistema de plantio direto (SPD) e, na entressafra, há oportunidade para uso dessa forragem na alimentação de bovinos (boi safrinha ou pasto safrinha).
- Fazendas que, sistematicamente, adotam a rotação de pasto e lavoura para intensificar o uso da terra e se beneficiar do sinergismo entre as duas atividades.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 105
Ano: 2015
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Isso varia muito de acordo com a estratégia de correção do solo, nível de fertilidade, idade ou exigência dos animais. É comum atingir entre 1,5 e 5 cabeças por hectare. Quanto mais animais forem colocados no sistema, maior será a necessidade de realizar aporte nutricional. A suplementação animal (proteica e energética) pode variar de 0,3% a 1,2% do peso vivo. É importante salientar que a qualidade da forragem varia em relação à proporção de resteva da cultura anual, que, no caso do milho, pode reduzir drasticamente a qualidade da forragem. Assim, quanto mais folhas na sua composição, maior será a qualidade. A pesagem dos animais e o controle do consumo de suplemento são fundamentais para a avaliação econômica do sistema de ILP.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 120
Ano: 2015
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O tamanho do piquete deve variar de acordo com os objetivos e as metas a serem atingidos e com o potencial de suprimento de água e sal mineral, sem negligenciar as adequações relativas ao plantio da lavoura e ao tráfego de máquinas, bem como às áreas de manejo dos animais (corredores, currais, balanças, etc.). Portanto, recomendam-se talhões cercados com cerca convencional entre 120 ha e 200 ha, que tenham possibilidade de ser subdivididos com cerca elétrica de acordo com a disponibilidade de água, divisão de lotes e estratégia a ser utilizada na nutrição animal. Entre as estratégias, caso seja utilizado o confinamento ou semiconfinamento em pasto, os lotes devem ser divididos de modo que comporte entre 50 e 100 animais, o que facilita o controle e manejo.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 121
Ano: 2015
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A compactação depende, principalmente, do tipo de solo, do seu teor de umidade, da taxa de lotação animal e da massa de forragem, da espécie forrageira utilizada no sistema e do vigor de crescimento da planta forrageira. A compactação do solo pelo pisoteio animal, agravada pela remoção da cobertura do solo via pastejo, pode diminuir a taxa de infiltração, aumentar a erosão e reduzir o crescimento das plantas. Os impactos negativos do pisoteio animal no solo limitam-se às suas camadas superficiais e pode ser temporário e reversível nos cultivos de verão. Em experimento de longa duração no Cerrado, a compactação de solo em sistemas de ILP, depois de 13 anos, não atingiu valores limitantes. A compactação de solo foi maior nas áreas com gramíneas de hábito de crescimento cespitoso, principalmente do gênero Panicum sp. Esse fato reflete o hábito de crescimento cespitoso dessas plantas, que distribui de maneira menos efetiva a pressão imposta pelo pisoteio animal em comparação com plantas que formam relvado. Portanto, manter um resíduo pós-pastejo com boa cobertura de solo é prática recomendável a fim de preservar a estrutura do solo e evitar a compactação superficial.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 122
Ano: 2015
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O sistema de ILP, em princípio, adapta-se tanto às pequenas propriedades quanto às grandes. No entanto, esse sistema tem sido mais adotado pelas fazendas com áreas superiores a 500 ha. Embora não se tenha uma estatística sobre a estratificação desse sistema em relação à área das propriedades, observa-se maior crescimento do sistema boi safrinha nas fazendas de grãos. Nas fazendas de pecuária, também se observa interesse crescente pelo sistema de ILP, sobretudo na recuperação/renovação de pastagens degradadas. A rotação contínua pasto-lavoura é o sistema adotado em menor escala.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 106
Ano: 2015
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Os termos "boi safrinha" ou "pasto safrinha" referem-se ao uso da forragem produzida em consórcio no verão, com a finalidade de cobertura de solo para o SPD, também para a alimentação de bovinos na estação da seca (inverno). É uma pastagem de curta duração num período em que, normalmente, ocorre deficit de forragem. A pastagem pode ser utilizada para cria, recria ou terminação de bovinos, bem como para produção de feno para uso na própria fazenda e/ou comercialização. Com esse sistema, no sudoeste goiano, por exemplo, alguns pecuaristas têm conseguido realizar uma estação de monta em novilhas durante o mês de agosto. Os nascimentos ocorrem em abril; e, em maio/junho, as vacas primíparas pastejam nos pastos de safrinha recém-estabelecidos. Embora sem indicar um valor, os produtores que têm adotado essa prática relatam que o efeito na taxa de reconcepção dessas vacas tem aumentado.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 109
Ano: 2015
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Não. Se o planejamento foi adequado, as faixas de terra onde foram plantados os renques arbóreos são determinadas para a produção de madeira. Assim, depois do corte das árvores, novas mudas poderão ser plantadas nos espaços entre os tocos deixados para apodrecerem no local. É desejável que os tocos e as raízes permaneçam no local e se transformem em matéria orgânica para o solo da área. Muito do que se espera de fixação de carbono pelas árvores em sistemas de ILPF está justamente nas raízes que ficam no solo. Nos desbastes e/ou colheita, o corte das árvores deve ser feito rente ao solo, pois isso favorece a morte do toco e seu apodrecimento. Algumas espécies arbóreas têm alta capacidade de rebrota e algumas práticas podem ser adotadas para a eliminação da brotação: 1) descolamento da casca do toco; 2) corte rente ao solo e enterrio do toco; 3) aplicação de herbicida; 4) combinação das práticas 1, 2 e/ou 3.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 102
Ano: 2015
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Quando expressa em peso (kg/ha de semente), a taxa de semeadura desses dois tipos de sementes é diferente, porque o peso de uma semente peletizada é maior do que o de uma semente sem peletização (de duas a três vezes). Embora pareça óbvio, têm-se observado erros frequentes no cálculo da taxa de semeadura a ser utilizada na formação de pastagens e, como consequência, baixa população de plantas. O mais indicado, quando não houver orientações na embalagem, é estabelecer a taxa de semeadura de acordo com o número de sementes puras viáveis por metro quadrado, por meio do valor cultural da semente peletizada a ser utilizada. Ressalte-se que, em razão da pressão biótica de insetos cortadores, a quantidade de sementes puras viáveis deve ser de duas a três vezes a quantidade da população meta.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 115
Ano: 2015
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Em sistemas de ILP bem manejados e consolidados, a proporção de área de pecuária e produção de grãos, de modo geral, tem sido definida de acordo com a preferência do produtor e com as perspectivas de maiores ganhos (produção e renda). Em fazendas monitoradas pela Embrapa, verificou-se que essa proporção tem sido dinâmica ao longo do tempo. Em uma mesma propriedade a área de pastagem variou de 30% a 70%, e vice-versa para a lavoura. Existem ainda fazendas em que a área de pastagem em rotação com lavoura dentro da propriedade é fixa, normalmente variando de 25% a um terço da propriedade.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 126
Ano: 2015
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Nas fazendas de pecuária que evoluíram para o sistema de ILP, a distribuição das áreas com lavoura e pastagem, de modo geral, não obedeceram a nenhum arranjo específico. No entanto, com a evolução do sistema os produtores têm notado que a modulação da área (áreas dos componentes agrupadas em módulos), além de facilitar a rotação lavoura-pasto, simplifica o manejo animal, a construção/remoção de cercas, a locação de bebedouros e, sobretudo, aumenta a eficiência operacional de máquinas e implementos por causa da redução de manobras e da possibilidade de "passadas" mais longas.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 127
Ano: 2015
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Pela necessidade de se ter um pasto formado muito rápido, em condições climáticas ótimas, recomenda-se aumentar as taxas de semeadura para 4 kg/ha de sementes puras viáveis (400 pontos de Valor Cultural – VC). Sob condições adversas, as taxas devem ser de 5 kg/ha de sementes puras viáveis (500 pontos de VC). Em sobressemeadura em soja e arroz, a taxa de semeadura deve ser de 5 kg/ha a 8 kg/ha de sementes puras viáveis. Esses valores podem variar ainda de acordo com o tipo de semente (comum x peletizada), a forma de aplicação, a cobertura do solo, o tipo de preparo, a pressão biótica (insetos cortadores, fungos de solo), etc., visando a uma população de plantas estabelecida de 15 plantas/m2 a 20 plantas/m2.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 114
Ano: 2015
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A principal limitação de manejo do sistema de ILP na modalidade boi safrinha, principalmente para o lavoureiro que deseja se tornar agropecuarista, é a oferta de água de boa qualidade e em quantidade suficiente para atender adequadamente todo o rebanho nos pastos de safrinha. A principal estratégia para superar essa limitação é dimensionar, com auxílio de um especialista, um sistema de bebedouros para cada pasto de safrinha com base no tamanho, na categoria animal e na raça do rebanho, nas condições do microclima, no manejo do pasto e na estratégia de suplementação.
Outro fator limitante se refere ao pastejo. É importante que o produtor, principalmente os iniciantes na atividade pecuária, adequem a lotação animal de acordo com a produção de pasto, pois o excesso de animais na área pode acarretar problemas de oferta de pasto, culminando com sua rápida degradação e eventual compactação do solo. Para cada espécie de capim, existe uma condição ótima de entrada e de saída dos animais da área. Obedecendo a esse critério, é possível ter pasto em quantidade e qualidade durante todo o período de outono-primavera.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 119
Ano: 2015
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É importante reconhecer que o consórcio de milho e braquiária (duplo propósito: cobertura de solo e alimentação animal na estação da seca) não é um sistema ganha-ganha (podem ocorrer perdas de benefícios e produtividade). Em fazendas onde a taxa de lotação é ajustada para permitir um resíduo pós-pastejo compatível com uma boa cobertura de solo e realizar SPD de qualidade, normalmente a eficiência de pastejo – relação entre a massa de forragem acumulada e a consumida pelo animal – em braquiárias consorciadas com milho é baixa, menos de 45%. Isso ocorre pelo estiolamento das plantas de braquiária que são sombreadas pela cultura do milho. Durante a colheita do milho, pode ocorrer ainda tombamento e acamamento das plantas de braquiária. Contudo, tem-se observado que, em até 30 dias depois da colheita, o dossel da pastagem se recupera. Apesar de prejudicial para a formação do pasto, a perda de forragem durante a colheita do milho contribui para preservar a cobertura de solo e para que haja condições adequadas para um bom SPD. Em sistemas bem manejados (perfil de solo corrigido, fertilidade química e física adequada), a rebrota das braquiárias no início das chuvas é mais vigorosa do que normalmente em áreas de pastagens permanentes. Isso também contribui para aumentar a quantidade de palhada sobre o solo.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 123
Ano: 2015
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Existem dois modos de distribuição de sementes de gramíneas forrageiras: em linha e a lanço. A semeadura em linha pode ser feita ainda na mesma linha da cultura anual ou nas entrelinhas. A mistura das sementes da forrageira com o fertilizante, no mesmo dia do plantio, é outra alternativa que foi muito utilizada pelos produtores. Com a expansão do consórcio de forrageiras com milho e sorgo, tem se observado, também, uma evolução na indústria de semeadeiras. Existem atualmente no mercado, várias delas com a terceira caixa acoplada para sementes de forrageiras, que aumenta a eficiência operacional da semeadura simultânea da cultura e das forrageiras. Com esse implemento, é possível realizar a semeadura em linha e a lanço na superfície do solo (após adaptação, as mangueiras que conduzem as sementes até o sulco de plantio são deixadas soltas). A semeadura a lanço, em razão da maior eficiência operacional, tem sido muito utilizada tanto nas grandes quanto nas pequenas propriedades.
A semeadura aérea por meio de avião agrícola imediatamente antes do plantio da cultura anual é uma prática que vem crescendo em várias regiões, sobretudo naquelas que possuem logística e disponibilidade para esse tipo de serviço. Na falta de uma boa semeadeira, as fazendas de pecuária têm usado distribuidora a lanço de fertilizantes, com sistema de distribuição pendular ou disco horizontal. Nesse caso, recomenda-se o uso de compactador de pneus ou ferro para promover melhor contato das sementes das forrageiras com o solo, favorecendo a germinação. Para pequenas e médias propriedades, recentemente tem estado disponível no mercado um equipamento para semeadura embarcada (moto-semeadura) em veículos leves, do tipo motocicletas e quadriciclos, que apresenta bom rendimento e baixo custo operacional.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 125
Ano: 2015
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A proporção ideal vai depender do tipo de pasto utilizado, da fertilidade do solo, da possibilidade de suplementação alimentar nos períodos de baixa disponibilidade de forragem ou mesmo de irrigação do pasto.
De maneira geral, os sistemas de ILPF são incorporados gradualmente, permitindo ao produtor realizar os ajustes necessários. No entanto, a área reservada ao pasto deve ser corrigida e fertilizada de modo que permita maior concentração de animais durante o ciclo das culturas de verão e no estabelecimento da pastagem de inverno. A ocupação de 25% da área cultivada da propriedade com uma pastagem produtiva pode ser considerada como um referencial. Salienta-se que a forragem produzida nos períodos de abundância de forragem, que normalmente ocorrem na primavera, antes da semeadura do cultivo de verão, pode ser conservada na forma de silagem ou feno, permitindo uma suplementação com volumoso nos períodos de escassez do pasto, normalmente no outono.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 166
Ano: 2015
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Se a opção for desbastar, o momento do desbaste e o método e a intensidade a serem aplicados devem ser considerados. O primeiro desbaste pode ser considerado o mais importante tratamento silvicultural aplicado durante a rotação de uma determinada espécie florestal, pois define o curso e a flexibilidade das operações subsequentes e os sortimentos florestais futuros. Devem ser os mais pesados (maior porcentagem de árvores removidas) já que árvores jovens têm maior capacidade de resposta à abertura de espaços criada pelos desbastes. O primeiro desbaste deve ser realizado assim que a copa ou o sistema radicular das árvores comece a interferir no crescimento dos demais componentes do sistema. Por isso a escolha do espaçamento entre renques e entre as árvores no renque tem grande importância, já que tem influência direta sobre o momento de desbastar. Desbastar árvores finas com pouco ou nenhum valor de mercado implicará aumento de custos.
A taxa de crescimento diamétrica é um dos melhores e mais simples critérios para determinar quando os desbastes devem ser executados. Uma regra prática é estabelecer uma taxa de crescimento diamétrica realística como meta e desbastar sempre que o crescimento cair para valores abaixo da meta. Para que essa taxa seja definida, devem-se buscar informações de crescimento na região, lembrando que ela varia de acordo com os seguintes fatores: espécie, material genético, características do local de crescimento (clima e solo), espaçamento e arranjo do consórcio.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 140
Ano: 2015
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Sistemas mais intensivos, com uso de fertilização e/ou em associação com leguminosas (pastos consorciados), com lavouras e com o componente florestal, são alternativas para melhorar a eficiência de uso da terra, diminuindo a emissão de GEEs. A utilização de plantas arbóreas de rápido crescimento contribui tanto para a decomposição mais rápida dos resíduos depositados quanto para o aumento da matéria orgânica do solo (MOS), um importante armazenador de carbono, além do carbono estocado na madeira. Estudos realizados em área de Cerrado constataram um aumento no estoque de carbono de mais de 1 t de carbono/ha/ano na camada de 0 a 5 cm de profundidade do solo, após a adoção do sistema de ILPF em área anteriormente ocupada por pastagem degradada.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 144
Ano: 2015
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Duas práticas de manejo são essenciais para a boa condução do sistema:
- Desrama artificial das árvores, que tem a finalidade de aumentar a insolação para a cultura intercalar (grãos e ou pastagem), reduzir a conicidade e o fendilhamento das toras das árvores e a quantidade de nós da madeira, produzindo, assim, madeira de qualidade para utilização na serraria.
- Desbaste de árvores, que consiste na retirada de árvores finas e/ou defeituosas, com o objetivo principal de favorecer o crescimento das outras árvores que serão utilizadas para a produção de toras para serraria, laminação e postes.
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Número da Pergunta: 136
Ano: 2015
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A seringueira é plantada predominantemente no espaçamento de 8,0 m x 2,5 m, ou seja, em renques de linhas únicas espaçadas de 8 m, com árvores distantes entre si em 2,5 m na linha, resultando num estande inicial de 500 árvores/ha (espera-se um estande final de exploração em torno de 450 árvores/ha). Nesse espaçamento, é possível cultivar soja (Glycine max L.) ou mesmo a sucessão soja-milho (Zea mays L.) ou soja-milheto [Pennisetum americanum (L.) Leeke] nas entrelinhas da seringueira nos primeiros 5 anos agrícolas depois da sua implantação.
Utilizando uma semeadora de 13 linhas (0,45 m ou 0,50 m entre linhas), um pulverizador menor com uma barra adaptada de 6 m e uma colheitadeira de menor porte com uma plataforma de 20 pés, é possível executar todos os tratos culturas da lavoura mecanicamente, reduzir seus custos e viabilizar agronomicamente essa integração para áreas maiores (já foram observadas áreas integradas até de 100 ha em Mato Grosso).
Outras opções de lavoura podem ser utilizadas em áreas menores pelos agricultores familiares, como milho, arroz (Oryza sativa L.), feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.), mandioca (Manihot esculenta Crantz) e algumas hortifrútis. O principal material de seringueira utilizado no Centro-Oeste e no Sudeste brasileiro é o clone importado da Ásia, conhecido como RRIM 600. Recentemente, em 2013, o Instituto Agronômico (IAC/Apta) lançou 15 novos materiais clonais precoces, com destaque para IAC 500, IAC 502, IAC 505, IAC 507, IAC 511 e IAC 512. Todavia, como esses materiais foram selecionados para cultivo na região do Planalto Paulista, é necessária sua validação para outras áreas produtoras do Centro-Oeste e do Sudeste brasileiro.
Com relação às limitações de solo, o desempenho e a viabilidade econômica da seringueira podem ser restringidos em condições desfavoráveis ao desenvolvimento radicular, como ocorre em solos turfosos, ácidos e pouco profundos ou em solos altamente compactados. Além disso, a seringueira nem sempre aceita solos com pH acima de 6,5 ou sujeito a encharcamento. Já a carência de nutrientes não representa a maior limitação ao plantio, uma vez que pode ser corrigida pela aplicação de fertilizantes. As mesmas limitações aplicam-se à maioria das culturas agrícolas utilizadas nessa integração.
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Número da Pergunta: 153
Ano: 2015
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O primeiro cuidado é plantar mudas de seringueira (estacas) de saquinho, de tamanho adequado e uniforme, sadias e vigorosas, em áreas de lavoura com solo corrigido, cultivado em SPD e com boa palhada de cobertura, no final do período chuvoso (abril e maio para o Centro-Oeste e o Sudeste brasileiro).
Com uma irrigação adequada (utilizando tanque-pipa, preferencialmente) no período da seca, as mudas estarão "pegas" e bem desenvolvidas por ocasião da semeadura (em SPD) da lavoura granífera, no começo do período chuvoso do ano agrícola seguinte. Utilizando-se uma semeadora de 13 linhas, recomenda-se não semear as linhas da extremidade (só adubar), de modo que o espaço entre as linhas externas da lavoura e as linhas da seringueira adjacentes seja de aproximadamente 1 m.
Além disso, deve-se ter outro cuidado importante no controle de plantas daninhas na lavoura. Nesse caso, principalmente no primeiro ano da integração, deve-se fazer aplicação de herbicidas com a barra do pulverizador localizada o mais baixo possível do nível do solo e com uso de bicos antideriva nas suas extremidades. Essa atividade deve ser executada em períodos do dia com pouca ventania, a fim de evitar o contato do herbicida com as folhas da seringueira. A partir do terceiro ano da integração, essa preocupação torna-se bem menor.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 154
Ano: 2015
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No contexto atual, o cenário mais encontrado na região subtropical é o cultivo de aveia-preta, aveia-branca (Avena sativa) ou aveia + azevém, implantados após a colheita da soja ou do milho de verão. Como a rotação de culturas ocorre apenas em pequeno percentual da área, na primavera, após o período de pastejo, a soja retorna à área e isso caracteriza uma sucessão de culturas. Em áreas com rotação de culturas, a principal opção para rotação com a soja é o milho de verão. Com menor área cultivada, o feijão entra como uma opção de cultivo de verão, que, por ter ciclo curto em relação à soja e ao milho, proporciona mais tempo à produção forrageira de inverno. Assim, as forrageiras de inverno podem compor a rotação com cultivos de inverno, como o trigo, que tem grande expressão na região Sul do Brasil.
Ainda aparecem como opções de outono-inverno o nabo forrageiro, a canola e o girassol (Helianthus annuus), sendo os dois primeiros preferencialmente utilizados antecedendo o milho. Para a região Sul do Rio Grande do Sul, onde o arroz é a cultura mais expressiva, o seu cultivo do mesmo é alternado entre 1 ou 2 anos de pastagens. Nessas áreas, normalmente tem-se como opção o azevém, os trevos e o cornichão (Lotus corniculatus), como forrageiras cultivadas. Nos últimos anos, as áreas de soja em terras baixas têm se expandido, possibilitando uma nova opção de rotação para o arroz, integrando com as forrageiras. Na parte norte do Paraná, onde o clima é tropical, o sistema de ILP é pouco expressivo, visto que há predominância da sucessão soja-milho safrinha. Em parte dessas áreas, há introdução de braquiárias juntamente com milho safrinha, as quais podem ser pastejadas após a colheita do milho e antes da semeadura da soja. Contudo, na maior parte das áreas não ocorre a integração com animais sobre a braquiária, que serve somente para formação de palhada e cobertura de solo. No noroeste do Paraná, por se tratar de um ambiente mais frágil, por causa dos solos arenosos, a soja é cultivada alternada com pastagens, não sendo cultivada anualmente, mas retornando ao sistema a cada um ou dois ciclos, proporcionando assim maior formação de palhada com as braquiárias cultivadas em sucessão.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 161
Ano: 2015
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Se a pastagem for bem manejada, o pisoteio animal não resulta em nível de compactação do solo capaz de prejudicar o desenvolvimento das forrageiras e das espécies para produção de grãos. O que geralmente ocorre em áreas de ILP, especialmente em invernos chuvosos e solos argilosos, é um aumento do grau de compactação limitado à camada superficial do solo (0 a 10 cm), que, no entanto, não atinge níveis críticos para o crescimento radicular das plantas. Entretanto, o uso de mecanismos sulcadores do tipo haste ou facão (“botinha”) para deposição de adubo, em substituição aos discos duplos, é uma prática indicada, principalmente por proporcionar uma profundidade adequada e uniforme de deposição dos fertilizantes e sementes em uma situação em que o solo apresenta maior resistência ao aprofundamento dos mecanismos sulcadores.
A oferta adequada de forragem constitui o principal fundamento para prevenir a compactação excessiva da camada superficial do solo pelo pisoteio animal. Na prática, a oferta de forragem é definida e monitorada pela altura de manutenção do pasto, como citado anteriormente. É muito comum o produtor manejar a pastagem em alturas inferiores às adequadas, ou seja, com uma baixa oferta de forragem. Nesse caso, além da maior intensidade de pisoteio pela maior carga animal por área, a menor disponibilidade de forragem obriga os animais a se movimentarem mais na área, levando a uma maior compactação do solo. Alturas de manejo do pasto inferiores às adequadas aumentam a compactação do solo pelos animais também por reduzirem de forma acentuada o efeito de dissipação da pressão aplicada pelas patas dos animais, por causa da baixa cobertura do solo pelas plantas. Além disso, o pastejo intenso reduz a área foliar das plantas e, consequentemente, o crescimento das raízes, o que também facilita o processo de compactação do solo pelo pisoteio. Além do manejo adequado da pastagem, a compactação do solo em sistemas de ILP pode ser minimizada pela:
- Retirada dos animais da área pelo menos 15 dias antes da semeadura da cultura subsequente. Esse intervalo permite que o solo recupere em parte sua estrutura física original em razão dos ciclos de umedecimento e secamento e do crescimento das raízes das forrageiras.
- Adoção de sistemas de rotação de culturas.
- Distribuição adequada dos cochos e bebedouros, reduzindo áreas de concentração animal.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 168
Ano: 2015
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O consumo da fitomassa de espécies anuais de inverno por animais em pastejo não provoca falta de palha para as culturas de verão implantadas em sucessão, desde que a pastagem seja corretamente manejada. Um dos pontos a serem observados para que a cobertura do solo proporcionada por espécies forrageiras pastejadas seja satisfatória é o uso de alturas adequadas de manutenção da pastagem, como comentado anteriormente. Além disso, é importante que a retirada dos animais da área ocorra pelo menos uma semana antes da dessecação da pastagem, proporcionando assim tempo para que as forrageiras, especialmente o azevém, acumulem massa seca. A observação desses cuidados possibilita que, por ocasião da semeadura das culturas de verão, a quantidade de palha de aveia e azevém na superfície do solo seja equivalente a cerca de 3 t/ha a 4 t/ha, suficiente para uma adequada cobertura do solo até que a cultura subsequente feche as entrelinhas.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 169
Ano: 2015
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Os principais gargalos se referem à necessidade de adequar a infraestrutura da propriedade para produção de grãos, principalmente no que se refere à aquisição de máquinas, o que exige alto investimento e conhecimentos sobre o manejo de espécies para produção de grãos ou madeira. Uma alternativa é o arrendamento de áreas para agricultores – algo muito comum nos três estados do Sul do Brasil. Nesse caso, o pecuarista continua focado na pecuária, mas alcança os benefícios dos sistemas de integração por meio da parceria com agricultores.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 172
Ano: 2015
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A adubação para as espécies florestais é um fator de adaptação ao local, melhora a eficiência de uso da água e o desenvolvimento radicular e garante maior velocidade de crescimento nos períodos de boa disponibilidade hídrica. A adubação de plantio deve ser feita segundo as análises de solo da área e necessidades da espécie utilizada. Pode ser feita por ocasião do preparo do sulco/cova de plantio e até 15 a 20 dias após o plantio das mudas por meio de covetas laterais. A adubação de cobertura das árvores deve ser realizada antes, durante e após o fechamento da copa. Trata-se de adubação para formação da copa e do sistema radicular da árvore.
A primeira adubação de cobertura é feita após o crescimento inicial das raízes e da copa, o que ocorre em torno de 1,5 a 2 meses depois do plantio. Por exemplo, para o eucalipto, a copa terá de 40 cm a 50 cm diâmetro por volta dos 2 meses. Nessa fase, ocorre aumento da necessidade de nutrientes e é menor o risco de perda do adubo colocado. Deve-se aplicar 1/3 da dose de nitrogênio e potássio (K2O) e aplicar boro.
A segunda adubação de cobertura deve ser realizada entre 6 e 8 meses após o plantio (a copa terá de 100 cm a 120 cm de diâmetro). Deve-se aplicar 1/3 da dose de nitrogênio e potássio (K2O) e aplicar boro. A terceira adubação de cobertura, no caso de solos pobres/arenosos, deve ser realizada entre 20 e 24 meses pós-plantio (é chamada de adubação de manutenção). Nos casos das modalidades de ILPF em que o componente lavoura esteja presente (ILF e ILPF), as adubações de cobertura podem ser substituídas pelo aporte de nutrientes que irá ocorrer por causa da adubação das lavouras. Em regiões com deficit hídrico acentuado, no terceiro ano após o plantio das árvores é recomendado um reforço de adubação com boro (2 g/planta), que deve ser realizado em torno de 60 dias antes do final do período chuvoso para prevenção de deficiências desse nutriente. De modo geral, a definição de um regime de adubação para as árvores no sistema de ILPF deve ser fundamentada em análise de solo e em análise foliar das árvores. Somente desse modo será possível estabelecer o melhor momento e a quantidade de nutrientes que deverá ser colocada no sistema. Recomendações a respeito da adubação podem ser obtidas na publicação de Maeda (2014).
MAEDA, S. Recomendações de adubação mineral. In: SANTOS, P. E. T. dos. (Ed.). Cultivo do eucalipto. 4. ed. Brasília, DF: Embrapa, 2014. (Embrapa Florestas. Sistema de produção, 4). Disponível em: < https://www.spo.cnptia.embrapa.br/temas-publicados>.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 103
Ano: 2015
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A estimativa de produção das árvores madeireiras é realizada mediante o monitoramento do crescimento das árvores. Os equipamentos para medir a Ht e o DAP podem ser sofisticados e caros, por isso os custos devem ser avaliados a fim de verificar se a relação custo-benefício pode ser absorvida pelo empreendimento. Uma pessoa treinada pode realizar o monitoramento da Ht utilizando um hipsômetro de mira ótica, ou um clinômetro, ou ainda uma régua graduada (para árvores de até 12 m somente) e uma fita métrica comum para o DAP; que são equipamentos relativamente baratos e garantem uma precisão aceitável comercialmente. Para calcular o volume de madeira de uma árvore, é necessário conhecer o DAP e a Ht da árvore e utilizar cálculos matemáticos como o exemplificado pela fórmula a seguir:
V = Ht x DAP2 x 0,7854 x f
Em que:
V = volume da árvore (m3);
Ht = altura da árvore (m);
DAP = diâmetro a altura do peito (m);
f = fator de forma.
Utilizando, então, os valores de uma árvore com 21 m de Ht, 0,1321 m de DAP, e fator de forma (f) igual a 0,45, obtém-se a estimativa de 0,1295 m3 de madeira para tal árvore. Uma maneira simples de estimar a altura de uma árvore quando não se tem tais equipamentos é utilizar o método do bastão, ou método auxiliar, que pode ser obtido no documento de Porfírio-da-Silva et al. (2009).
PORFÍRIO-DA-SILVA, V.; MEDRADO, M. J. S.; NICODEMO, M. L. F.; DERETI, R. M. Arborização de pastagens com espécies florestais madeireiras: implantação e manejo. Colombo: Embrapa Florestas, 2009. 48 p. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/132912/1/2014-reimp-Cartilha-Arborizacao-2014.pdf>.
Capítulo: Implantação e Manejo do Componente Florestal em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 104
Ano: 2015
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Para obtenção de um estande adequado de plantas forrageiras, tanto para os pastos de safrinha quanto para os permanentes, é necessário tomar alguns cuidados e executar algumas práticas:
- Adquirir sementes somente de produtores de sementes devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de boa reputação, mesmo que seu preço não seja o menor do mercado local.
- Amostrar cada lote de sementes recebido e enviar a um laboratório de confiança para realização dos testes de pureza, germinação, vigor e presença de fitopatógenos (agentes causadores de doenças em plantas, em especial nematoides).
- Efetuar a semeadura da forrageira de acordo com a época de plantio para cada região; observar sempre as condições de umidade do solo e a previsão de chuva para aquela localidade na semana posterior à semeadura.
- Utilizar taxa e profundidade de semeadura de forma adequada, respeitando as recomendações técnicas de cada material, e ajustar seus valores de acordo com os resultados das análises de sementes efetuadas.
- Para sementes de forrageiras não tratadas, efetuar seu tratamento com inseticida (com residual) e fungicida antes da semeadura, seguindo as recomendações de um responsável técnico. É importante que esse inseticida, na dose recomendada, não seja letal para insetos benéficos para o sistema de ILP, como, por exemplo, os coleópteros, que são popularmente conhecidos como rola-bosta.
- Monitorar, criteriosamente, a primeira semana depois da emergência da forrageira. Se, por algum motivo, o tratamento de sementes não apresentar efeito satisfatório sobre as pragas (principalmente lagartas), deve-se entrar imediatamente com controle químico ou mesmo realizar replantio. A mesma recomendação deve ser observada para o inseticida.
- Quando o capim for semeado em sobressemeadura na soja, procurar trabalhar com a plataforma de corte para colheita de grãos o mais próximo possível da altura de inserção da primeira vagem. Essa operação visa deixar alguns perfilhos e folhas do capim, para que a planta forrageira possa continuar seu desenvolvimento e estabelecer o pasto o mais rápido possível.
- Quando o capim for semeado com o milho, pode-se realizar a colheita de grãos utilizando a plataforma da colhedora no mínimo a 30 cm de altura do solo. Caso a área de milho seja destinada à silagem, recomenda-se que a altura de corte seja a 20 cm do solo. Com isso, mesmo com a colheita do milho, as folhas e os perfilhos que permanecerem serão responsáveis pela formação da pastagem que será utilizada na sequência.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 116
Ano: 2015
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Basicamente existem duas estratégias de manejo de pastagem na pecuária de safrinha, dependendo da época em que a forrageira foi semeada em relação ao final do período chuvoso do ano agrícola. No melhor cenário, em que, depois de semeada a forrageira (normalmente a braquiária – U. ruziziensis) ainda terá, pelo menos, 60 dias dentro do período chuvoso da região, recomenda-se a entrada de animais leves (até cerca de 220 kg – desmama) entre 35 e 45 dias (de modo que a altura média do dossel da braquiária não ultrapasse 35 cm, fato que dependerá das condições de solo e das chuvas) depois da semeadura, numa taxa de lotação dos animais que ainda permita o acúmulo de biomassa da forrageira durante o restante do período chuvoso. Ao final do período chuvoso, avalia-se a biomassa de forragem acumulada e ajusta-se a taxa de lotação dos animais de modo que a demanda de matéria seca seja atendida pela oferta de forragem acumulada. No caso de pastos de safrinha de dupla aptidão (forragem e palhada), é importante manter aproximadamente 4 t/ha de palhada seca para o SPD da soja no ano agrícola seguinte. Parte dessa palhada será proveniente da rebrota da forrageira depois da retirada dos animais no começo do período chuvoso (normalmente no início de outubro).
No pior cenário, em que, depois de semeada, a forrageira terá menos de 60 dias dentro do período chuvoso da região, são necessários, pelo menos, de 100 mm a 120 mm de chuva para que haja acúmulo de biomassa significativo na pastagem. Recomenda-se aguardar o máximo acúmulo de biomassa da forrageira (final do período chuvoso) para somente depois entrar com os animais. O cálculo da taxa de lotação dos animais segue os mesmos critérios discutidos anteriormente.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na Safra e Safrinha para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 118
Ano: 2015
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A principal vantagem está no bem-estar animal. O sombreamento das árvores proporciona redução do estresse térmico nos animais, influenciando positivamente a reprodução e o desempenho animal, além da diversificação da produção, reduzindo o risco econômico do negócio.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 130
Ano: 2015
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São várias as dificuldades, entre as quais podemos citar:
- Disponibilidade de mão de obra qualificada.
- Necessidade de equipamentos e/ou prestadores de serviço específicos para implantação e condução da componente florestal.
- Disponibilidade de materiais genéticos comprovadamente de crescimento superior para cada região.
- Planejamento e sincronização das atividades de implantação e condução dos componentes agrícola, pecuária e florestal.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 132
Ano: 2015
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A adoção da ILPF pode ser facilitada pela adequada distribuição espacial das árvores no terreno, visando às práticas de conservação do solo e água, ao favorecimento do trânsito de máquinas e à observância de aspectos comportamentais dos animais. Para tanto, o arranjo espacial mais simples e eficaz é o de renques (conjunto de linhas), no qual as árvores são plantadas em renques (formados por linhas simples, duplas, triplas, quádruplas, etc.) com espaçamentos amplos. Não é aconselhável a utilização de mais de três linhas de árvores nos renques por causa da dificuldade de manejo dos animais. A distribuição dos renques de plantio das árvores é realizada, preferencialmente (quando não houver restrições topográficas), no sentido leste-oeste e deverá ser em curvas de nível, quando a topografia for declivosa, para impedir a erosão do solo e a perda de água por escoamento superficial. Os espaçamentos maiores que 20 m entre renques são os mais indicados por promoverem menor sombreamento e menor competição por água e nutrientes para a cultura intercalar (grãos e ou pastagem). A escolha do espaçamento também deve ser planejada conforme as dimensões dos implementos agrícolas, facilitando, assim, as manobras e operações na área.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 133
Ano: 2015
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A expectativa de entrada dos animais dentro do sistema é de 6 meses a 1 ano depois da sua implantação, quando a maioria das árvores estiver com 3 m de altura. Antes do plantio, é feito um rebaixamento do pasto por meio de uma maior pressão de pastejo (maior lotação de animal). Após o plantio das árvores de teca, a pastagem é vedada por 6 meses a 1 ano, dependendo do crescimento das árvores e da disponibilidade de forrageira. É possível entrar com animais jovens já aos 6 meses após o plantio das árvores. A entrada de animais adultos só deve ocorrer após 1 ano do plantio das árvores.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 148
Ano: 2015
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Alguns implementos utilizados na silvicultura podem ser utilizados em ILPF, tais como: subsolador/sulcador florestal para preparo das linhas de plantio das árvores; adubadeira de filete contínuo para adubações iniciais de cobertura; pulverizador do tipo "conceição" (pulverizador com barra protegida para evitar derivas de herbicidas), utilizado para controle de matocompetição nas entrelinhas de plantio; pulverizadores de jato dirigido (mecanizado ou semimecanizado) para controle químico de plantas indesejáveis na linha de plantio; matraca florestal (plantadeira manual), na qual se tem a opção de aplicar o gel de plantio de forma semimecanizada; e plantadeira florestal (para terrenos planos e áreas extensas).
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 135
Ano: 2015
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A configuração mais utilizada é a de linhas simples espaçadas entre 15 m e 22 m, com espaçamento de 2 m a 6 m entre plantas na linha de plantio, mantendo um número entre 150 e 300 árvores por hectare. Atualmente o plantio de renques com linhas duplas, plantadas em triângulo equilátero, também é recomendado para obtenção de um número maior de árvores por hectare e com melhor distribuição das árvores no terreno e menor sombreamento da forrageira. No sistema silvipastoril, é recomendado utilizar o melhor material genético disponível que, atualmente, são clones superiores. Os clones A1 e A3, originários das Ilhas Salomão, são mais recomendados atualmente para sistemas silvipastoris em Mato Grosso. A teca requer um mínimo de 1.000 mm por ano de chuva para produzir madeira e 760 mm por ano para produtos secundários, como carvão e lenha. No Estado de Mato Grosso, a teca é cultivada em locais em que a precipitação varia de 1.500 mm a 2.750 mm ao ano, em temperatura máxima de 35 °C a 40 °C, e com 3 a 4 meses de período seco. O desenvolvimento é melhor em solos profundos, bem drenados e férteis. O pH ótimo do solo é de 6,5 a 7,5. A disponibilidade de cálcio é também um fator limitante, visto que a falta desse nutriente ocasiona raquitismo nas árvores. A saturação de bases deve ser maior que 50% (ideal 60%).
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 145
Ano: 2015
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De forma geral, o preparo é realizado somente na faixa de plantio por meio de calagem (com base na análise de solo) e gradagem de uma faixa de 3 m a 4 m de largura para incorporação do calcário; a linha de plantio é preparada com sulcador florestal (50 cm a 60 cm de profundidade) juntamente com a adubação de plantio. Em áreas de solo de textura média a argilosa e com precipitação anual superior aos 1.700 mm, é recomendado o levantamento de uma leira (murundum) após a sulcagem para reduzir problemas de encharcamento do solo e obter maior padronização no crescimento das árvores. Em solos leves (textura média a arenosa), o produtor pode optar por menor revolvimento do solo (cultivo mínimo), usando somente o sulcador florestal e a calagem feita em superfície associada com a aplicação de gesso agrícola.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 146
Ano: 2015
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A desrama é peça-chave para melhorar a qualidade do fuste pela eliminação dos nós indesejáveis no beneficiamento da madeira de teca. Ela consiste na remoção dos ramos laterais até certa altura, sem afetar a formação da copa para o bom crescimento da árvore, e no corte dos ramos rentes a sua inserção no tronco, procurando não danificar a casca, tornando a madeira livre de nós e outras deformações (madeira livre de nós).
A desrama deve ser realizada com os galhos ainda pequenos (2,5 cm a 3 cm) para reduzir custos, independentemente da época do ano. No caso de galhos com diâmetro superior a 3 cm, a desrama deve ser realizada na época de menor crescimento das árvores (época seca).
Logo após o plantio, algumas mudas de teca poderão emitir mais de um broto, que tomará a direção vertical e competirá com o caule principal. É preciso podá-lo antes que engrosse muito e comprometa o alinhamento e a resistência da planta. Eventualmente será necessário um repasse, decorridos 90 dias.
Após a fase de mudas, a primeira desrama é recomendada quando as árvores atingirem de 3 m a 4 m de altura com remoção do terço inferior da copa. As demais desramas são recomendadas sempre que os galhos atingirem de 2,5 cm a 3 cm de diâmetro na base até a obtenção de um fuste livre de 10 m a 12 m (4 a 5 torras de 2,3 m de comprimento), pelo menos para as melhores árvores.
A desrama em alturas que sejam superiores a 2/3 da altura total da árvore deve ser evitada, pois a experiência tem demonstrado a ocorrência de queda da produtividade quando se realizam podas mais intensas, por causa da redução da área foliar.
A ferramenta mais adequada é um serrote de poda. Outras ferramentas podem causar danos permanentes ao fuste e, consequentemente, reduzir o valor econômico da árvore. Até a altura de 2,5 m, utiliza-se serrote de mão e acima dessa altura utiliza-se serrote acoplado com haste de alumínio telescópica.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta com Componente Florestal para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Número da Pergunta: 147
Ano: 2015
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Não. A rotação de culturas constitui a alternância ordenada de diferentes culturas, em determinado espaço de tempo (ciclo), na mesma área e na mesma estação do ano. Em outras palavras, a rotação de culturas implica a variação de culturas dentro de uma mesma estação do ano (ex.: alternância entre milho e soja no verão). Assim, o uso contínuo e exclusivo de aveia e azevém (em cultivo solteiro ou consorciado) no inverno, seguido de soja no verão, não constitui um sistema de rotação, mas sim uma sucessão de culturas, e, dessa forma, deve ser evitado. É amplamente conhecido que a utilização de sistemas de sucessão em detrimento da rotação de culturas, mesmo em ILP, aumenta o risco de ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas resistentes a herbicidas, bem como conduz à degradação da estrutura física do solo e à redução da eficiência de utilização dos nutrientes. O conjunto dessas alterações impede que a soja e as forrageiras alcancem seu potencial máximo de produtividade.
Resultados de pesquisa obtidos em experimentos de longa duração mostram que uma opção adequada de rotação de culturas consiste na alternância entre soja e milho no verão, em uma proporção de 75% e 25%, respectivamente. Ou seja, o milho seria cultivado uma vez a cada 4 anos. Por sua vez, o cultivo de milho de verão consorciado com forrageiras tropicais, como as braquiárias, melhora a qualidade do solo pela maior produção de palha e raízes da forrageira. Nesse caso, após a colheita do milho, as forrageiras podem ser utilizadas para pastejo em uma época de escassez. Além disso, durante o inverno, o cultivo de aveia-azevém para pastagem pode ser alternado com culturas para produção de grãos, como trigo, cevada e canola (Brassica napus), ou para cobertura do solo, como o nabo forrageiro (Raphanus sativus) e as ervilhacas (Vicia sativa e Vicia villosa), em pelo menos 25% da área de cultivo.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 159
Ano: 2015
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Em relação aos sistemas exclusivos de lavoura ou pecuária, a inserção do componente florestal pode provocar redução de produtividade de culturas graníferas e de forragem, em especial após o terceiro ano da implantação. Se o foco do produtor for a produção de grãos e/ou de produtos de origem animal, é necessário planejar a inserção das florestas de modo que a quantidade de plantas por área seja baixa (inferior a 600 árvores/ha) e, sobretudo, realizar os manejos de desbaste e de poda, reduzindo o sombreamento e o consumo de água e nutrientes pelas árvores. Esse manejo é importante para que o produtor tenha o benefício microclimático produzido pela floresta e a renda proporcionada pela madeira e, ao mesmo tempo, obtenha altas produtividades de grãos e/ou produto animal no sistema, alcançando a sinergia entre as atividades.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 178
Ano: 2015
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Neste bioma, que ocorre no Estado do Maranhão, as atividades predominantes são a pecuária de corte e leite e a produção de madeira para lenha, carvão e celulose. Como as pastagens encontram-se quase totalmente degradadas ou em processo de degradação, os sistemas indicados são:
- Sistema agropastoril ou ILP: é o mais indicado na recuperação ou renovação de pastos para atividade de bovinocultura e ovinocultura, por meio do consórcio de milho ou arroz (Oryza sativa) com forrageiras na mesma área.
- Sistema agrossilvipastoril ou ILPF: nesse caso, o componente florestal pode incluir espécies nativas ou exóticas (para produtos madeireiros e não madeireiros) e é feito por meio do cultivo intercalado de espécie florestal com lavouras e pasto na mesma área.
- Sistema silvipastoril ou IPF: é o mais indicado em locais onde a pecuária é feita em pastagem cultivada, em áreas que não se prestam ao cultivo de grãos, em que os componentes pecuário e florestal (nativa ou exótica) são feitos na mesma área, por meio da intercalação em faixas ou não (baixa densidade) de espécie arbórea na área de pastagem, que, além de produzir carne e leite, passa a produzir produtos madeireiros e ainda promove o bem-estar animal pela sombra que a espécie arbórea proporciona.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 182
Ano: 2015
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De modo geral, o manejo das árvores pode ser resumido como manejo de copa, em que o objetivo é manter um ambiente luminoso que permita a produção de lavouras e de forrageiras que seja suficiente para um bom desempenho dos animais no sistema. Para tanto, será necessário realizar desbastes (retirar árvores inteiras) para manter a cobertura de copa das árvores entre 30% e 35%. Os desbastes cumprem duas funções: favorecer o crescimento das melhores árvores para a produção de toras e regular a sombra, evitando que o sistema fique com excesso de sombreamento, o que é prejudicial para o crescimento da lavoura e da pastagem. Também é possível escalonar a produção de madeira e de grãos. Por exemplo, nos primeiros 2 a 3 anos do sistema, é possível cultivar grãos; no entanto, depois do segundo ou do terceiro ano, a sombra das árvores desfavorece o cultivo de grãos, então é possível ter pastagens e gado em pastejo. No momento de desbaste das árvores, é possível voltar com o cultivo de grãos por mais uma safra e depois novamente com pastagem até o próximo desbaste. Os desbastes acontecerão mais cedo (árvores mais jovens) para os plantios com maior número de árvores por hectare. O desbaste poderá ser desnecessário no caso de plantios orientados para produção de madeira fina, em que todas as árvores serão colhidas (corte raso) quando atingirem o ponto de colheita. As árvores poderão ser desbastadas em idade mais avançada (árvores mais velhas), quando os plantios forem feitos com baixa densidade de árvores (menos de 600 árvores/ha).
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Sul
Número da Pergunta: 177
Ano: 2015
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No Cerrado nordestino, que abrange o sudoeste do Piauí, o sul e o leste do Maranhão e o oeste da Bahia, onde a produção de grãos é a principal atividade rural, os sistemas mais adotados são:
- Sistema agropastoril ou ILP: composto pelos componentes agrícola e pecuário na mesma área por meio do consórcio de milho (Zea mays) com forrageiras para atividade de bovinocultura e ovinocultura em pasto, na entressafra, e soja (Glycine max) em semeadura direta depois do pastejo.
- Sistema agrossilvipastoril ou ILPF: mais indicado para regiões onde há demanda por produtos madeireiros. É composto pelos componentes agrícola, pecuário e florestal na mesma área, por meio do cultivo intercalado de espécie florestal com lavouras, pastagem e pecuária. Neste sistema, o componente lavoura restringe-se aos três primeiros anos de implantação do componente florestal; a partir daí, entra o componente pecuário. No sétimo ano, é programada a colheita da espécie arbórea quando se destina a produção de lenha e carvão.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 181
Ano: 2015
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Os modelos descritos na resposta da pergunta anterior também são os mais indicados para a Caatinga, o Agreste e a Zona da Mata. Para as fazendas de pecuária de corte ou leite situadas nessas sub-regiões, um dos sistemas mais recomendados é o agrossilvipastoril, ou ILPF, no qual se consorcia a gliricídia (Gliricidia sepium) com milho e capim-braquiarão (Urochloa brizantha syn. Brachiaria brizantha). Esse sistema pode ser utilizado na recuperação de pastagens degradadas ou na formação de novas pastagens. O sistema tem início com o plantio do milho em toda a área, em consórcio com o capim-braquiarão. Logo após a emergência do milho e do capim, a gliricídia é plantada em linhas afastadas de 6 m, espaçadas em 1,5 m dentro da linha, por meio de mudas. Após a colheita do milho, o sistema passa a ser pastejado pelos animais em lotação rotacionada. Recomenda-se um esquema de 7 dias de uso e 35 dias de descanso na estação chuvosa e de 7 dias de uso e 49 dias de descanso na estação seca. Para isso, serão necessários seis piquetes para a estação chuvosa e oito na estação seca.
A recuperação de pastagens também pode ser feita em um sistema agropastoril – o de milho com algumas espécies do gênero Urochloa para áreas de precipitações acima de 800 mm anuais, ou a espécie Urochloa mosambisensis para áreas com precipitações abaixo desse limite.
O milho é plantado juntamente com o capim nos sistemas Santa Fé ou Barreirão. Após a colheita do milho, tem-se o pasto recuperado. Esses sistemas têm sido recomendados para áreas lavoureiras do Agreste nordestino com predominância da cultura do milho, como é o caso do norte da Bahia e sul de Sergipe. Nessas condições, a gramínea é utilizada após a colheita do milho, para pastejo de animais até o início da próxima estação chuvosa. Nesse ponto, o pastejo é suspenso e a rebrota do capim é dessecada para servir de palhada para um novo ciclo de cultivo milho-capim em plantio direto.
Outro sistema de integração recomendado é o silvipastoril, que é indicado para propriedades produtoras de coco situadas na baixada litorânea, de solos arenosos, por meio do consórcio do coqueiro com a gliricídia, que é cultivada entre as linhas dos coqueiros, em fileiras espaçadas em 2 m entre fileiras e 0,5 m dentro da fileira. Nesse sistema, os animais (bovinos ou ovinos) são colocados para pastejo direto da gliricídia e das gramíneas nativas (geralmente o capim-gengibre – Cymbopogon martinii var. sofia Bruno) existentes na área. Em coqueirais espaçados em 7 m entre plantas de coco, caberiam três filas de gliricídia em cada entrelinha. As filas (ou renques) de gliricídia devem ser cultivadas em apenas um sentido e não cruzadas para permitir a colheita dos cocos. Esse sistema acarreta um maior trabalho para a colheita dos cocos, mas aumenta o rendimento do coqueiral com adição de renda pela venda dos animais.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 183
Ano: 2015
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Grande parte dos estabelecimentos rurais na Caatinga, no Agreste e na Zona da Mata da região Nordeste é de pequenas propriedades. Considerando-se que a pecuária é a atividade econômica principal desses locais, os modelos adotados estão relacionados com atividades de sistemas de produção animal. Dessa forma, as propriedades dedicadas predominantemente à pecuária bovina de corte e leite e à ovinocultura têm maior potencial de uso do sistema ILPF, enquanto as propriedades lavoureiras de milho possuem maior potencial para adoção do sistema de ILP.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 185
Ano: 2015
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No polo produtor de grãos do Cerrado nordestino, a área de cultivo com a lavoura de soja no plano de rotação de culturas de grãos mais indicado para o sistema de ILP ocupa 2/3 ou 3/4, e a lavoura de milho com forrageiras ocupa 1/3 ou 1/4. Após a colheita do milho, a pastagem fica formada, e sua utilização ocorre apenas na entressafra com terminação de bovinos e ovinos em pasto (modalidade boi safrinha). Depois da retirada dos animais, no final do período seco, a palhada restante deve ser utilizada para o plantio direto na safra seguinte. Nesse plano, segue-se a rotação de área, na qual, a cada safra, o consórcio e a pastagem passam para a área que foi cultivada com soja, e assim sucessivamente. No Nordeste, em regiões onde há predomínio da pecuária, a sucessão é feita com o consórcio de culturas de grãos com forrageiras com a finalidade de recuperar, renovar e/ou formar pasto para utilização por muitos anos, até que seja novamente preciso repetir o sistema de renovação do pasto.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 189
Ano: 2015
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Na região produtora de grãos do Cerrado nordestino, a safrinha vem crescendo cada vez mais, tornando-se opção de produção de grãos, formação de pastagem e/ou palhada para o sistema de plantio direto (SPD). Nas áreas cultivadas com soja precoce, que é colhida até fevereiro, o consórcio de milho precoce com forrageiras pode ser adotado.
Se a finalidade for produzir forragem para a entressafra, nas áreas onde a soja é colhida a partir de março, as opções de consórcios mais indicadas são: sorgo forrageiro ou milheto, misturados com forrageiras gramíneas, em semeadura na linha, após a colheita da soja. Nesse consórcio, a semeadura a lanço não é recomendada, uma vez que a maior parte das sementes a lanço fica sobre os restos da palhada deixada pela colhedeira e não permite germinação satisfatória.
Outra opção muito utilizada é a sobressemeadura de sementes de milheto e forrageiras nas fases R5 ou R6 da soja, quando a finalidade é formar palhada para o SPD na safra seguinte.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 190
Ano: 2015
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Nas condições do Cerrado Nordestino, dos Cocais e da pré-Amazônia maranhense, as opções mais indicadas são o eucalipto e, em menor escala, a Acacia mangium. Na Caatinga, as espécies exóticas mais indicadas são: leucena (L. leucocephala), gliricídia (G. sepium); algaroba (Prosopis juliflora) e eucalipto (Eucalyptus urograndis). As espécies de eucalipto já têm uma tradição de cultivo em plantios florestais na Zona da Mata da Bahia e de outros estados do Nordeste. Essas espécies são opções naturais para os sistemas de ILPF nessas áreas em que o foco do componente arbóreo seja madeireiro. No entanto, o eucalipto não tem mostrado boa adaptação em alguns solos dos tabuleiros costeiros e também na sub-região do Agreste. Para essas situações, existe a opção das espécies A. mangium e Acacia auriculiformes, que, como o eucalipto, também têm crescimento rápido, mas se adaptam melhor a uma maior gama de solos e climas. Além disso, são espécies leguminosas e possuem a capacidade de melhorar a fertilidade do solo. Essas duas espécies têm como principal uso a produção de celulose para papel. Outras espécies forrageiras (leucena e gliricídia) e frutíferas (coqueiro, laranjeira, mamoeiro, mangueira, cajueiro) são também opções arbóreas para composição de sistemas de ILPF na Zona da Mata e no Agreste nordestino.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 196
Ano: 2015
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Para as propriedades onde predomina a pecuária, nas condições da Caatinga, da Zona da Mata e do Agreste, a maior contribuição do sistema de ILP é a recuperação de pastagens degradadas. Quando essa recuperação é feita no sistema completo de ILPF, além da recuperação da pastagem com custos operacionais cobertos pela venda dos produtos da lavoura, os produtos do componente florestal poderão contribuir de diferentes formas. No caso de esse componente ser, por exemplo, uma leguminosa forrageira como a gliricídia ou a leucena (Leucaena leucocephala), a grande contribuição é uma oferta extra de forragem com alto teor proteico, reduzindo os custos com concentrados.
Outra contribuição importante é o enriquecimento nutricional do solo pela deposição natural de folhas, galhos e raízes que irão formar uma matéria orgânica rica em nitrogênio biologicamente fixado. O nitrogênio proveniente da decomposição dessa matéria orgânica irá aumentar a produtividade e a qualidade da gramínea associada, aumentando a capacidade de suporte do consórcio. No caso de o componente florestal ser uma espécie para produção de madeira ou celulose, ou ainda para produção de frutos, tem-se um uso mais racional da terra, uma renda extra decorrente da venda de madeira para diferentes fins ou de frutos, além da sombra para os animais e do enriquecimento do solo pela deposição de folhas, ramos e frutos. Para as propriedades lavoureiras de ambas as sub-regiões, a maior contribuição do sistema de ILP consiste no uso do SPD da lavoura, que promove um aproveitamento mais racional da área e, acima de tudo, o aproveitamento da pastagem formada após a colheita da lavoura para pastejo por animais. O aluguel do pasto para colocação de animais externos à propriedade é também uma opção bastante rentável, em razão da escassez de pastagem nesse período.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 195
Ano: 2015
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Nas propriedades da região Nordeste com predominância de produção de grãos, as vantagens são:
- Cobertura e aporte constante da matéria orgânica do solo (MOS), que contribui para a melhoria da atividade biológica do solo.
- Aporte de nitrogênio por fixação biológica.
- Aumento da reciclagem de nutrientes e manutenção de água no solo.
- Conforto ambiental nos sistemas de produção animal.
- Redução da emissão de gases do efeito estufa (GEEs), que leva à mitigação de gases causadores das mudanças climáticas, uma vez que se pratica a agricultura de baixa emissão de carbono. Isso faz que se produza mais por hectare já explorado, reduzindo a necessidade de desmatar novas áreas para fins de produção de alimento, o que contribui para manter nossas matas nativas intactas.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 194
Ano: 2015
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A taxa de lotação está diretamente relacionada ao acúmulo de massa seca do pasto e o nível de oferta de forragem que o manejador (produtor ou técnico) define. O nível de oferta de forragem que a pesquisa tem delineado como o que permite melhor desempenho dos animais (leite, carne e lã) é em torno de três a quatro vezes o potencial de consumo animal, o qual ficará entre 10% e 12% em relação ao peso vivo, ou seja, deverá haver uma massa de forragem residual que oscila entre 50% e 70%. Então, os animais vão consumir de 30% a 40% da massa de forragem disponível no pasto. Esse ponto é o que se chama de capacidade de suporte das pastagens, isto é, a taxa de lotação ajustada para permitir o máximo desempenho individual dos animais com a produtividade animal por unidade próximo do máximo. Essa capacidade de suporte das pastagens aumentará de acordo com o nível de manejo do pastejo (oferta de forragem) e com o nível de manejo do solo (calagem e fertilizações), considerando que esses aspectos afetarão a taxa de acúmulo de forragem diária, ou seja, a taxa de crescimento do pasto. Pasto melhor fertilizado e melhor manejado produz mais. As taxas de lotação nas pastagens de inverno podem chegar a mais de 2 UA/ha, enquanto, durante o verão, poderão chegar a valores entre 3 UA/ha e 4 UA/ha, 1.500 kg/ha e 2.000 kg/ha.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 275
Ano: 2015
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Raças especializadas em leite são as mais adequadas para esses sistemas, como, por exemplo, Holandesa, Jersey, Girolando, etc. A utilização de gado de baixo potencial produtivo, mestiços com raças de corte ou animais com eficiência produtiva e reprodutiva comprometida, traze um baixo aproveitamento do sistema e, com isso, ineficiência econômica. O sistema de ILPF é misto e complexo e exige conhecimento técnico para sua plena execução. Por outro lado, é um sistema completo que proporciona aos animais uma pastagem produtiva com sombreamento, amenizando o estresse pelo calor. Nesse sistema, é produzida a lavoura, normalmente, milho ou sorgo para silagem. Essa silagem é fornecida aos animais no período de seca, quando a pastagem está com quantidade e/ou qualidade já prejudicadas pela falta de água. Sendo assim, um sistema de ILPF leite, bem conduzido, oferece forragem de qualidade o ano todo em ambiente otimizado. Dessa forma, os animais de raças leiteiras a serem utilizados no sistema precisam responder a esse potencial produtivo da propriedadspane rural.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 282
Ano: 2015
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Nesses ambientes, após a cultura do arroz irrigado, é necessário drenagem e incorporação da palhada ao solo visando a sua estruturação, aumento de matéria orgânica do solo (MOS) e redução de emissão de metano (CH4) ao ambiente. Para que isso ocorra, é necessária a cobertura permanente do solo, o que é realizada pelas pastagens de inverno e verão, durante os períodos de pousio da cultura do arroz. A emissão de metano é reduzida pela drenagem do solo, pois cria um ambiente de oxidação; por outro lado, aumenta a emissão de óxido nitroso (N2O), pela decomposição da MOS e mineralização de nitrogênio, que é reduzida pela implantação de forrageiras de inverno, permitindo boa cobertura de solo e melhor aproveitamento dos nutrientes disponíveis. Essas pastagens, quando compostas por leguminosas, além da fixação biológica do nitrogênio, aprimoram a qualidade de forragem aos animais, diversificam o sistema de cultivo e melhoram o ambiente para plantio direto de qualidade de culturas em sucessão. As pastagens, quando analisadas de forma sistêmica, são mais mitigadoras de carbono do que emissoras.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 279
Ano: 2015
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O manejo das vacas leiteiras é um ponto chave em sistema de integração, principalmente o manejo ali mentar. Como a produção de alimentos é diversificada em sistema de integração, há a necessidade de classificar os alimentos produzidos por qualidade e custo, assim como o grupo de animais conforme sua produção e exigência nutricional. Com esse escalonamento, o produtor faz a combinação entre lotes, em que os menos exigentes recebem alimentos mais baratos e de qualidade inferior, e lotes mais exigentes recebem alimentos de custo mais elevado e/ou qualidade superior. Pastagens diferidas (vedadas para uso na entressafra) que oferecem forragem em quantidade, mas com qualidade comprometida, devem ser destinadas a animais de menor exigência alimentar, como vacas secas, novilhas em fase final de crescimento não lactantes e vacas prenhas em final de lactação com baixa produção. Alimentos como silagem de milho ou sorgo devem ser destinados à época da seca para as vacas e novilhas recém-paridas de maior produção de leite, e novilhas e vacas em pré-parto. O mesmo raciocínio é válido para a pastagem no período das águas. Vacas e novilhas recém-paridas, com maior exigência nutricional, pastejam em primeiro lote (lote de ponta) seguidas pelas vacas de menor produção de leite (repasse). Por isso, um bom acompanhamento do rebanho é essencial para o planejamento do manejo alimentar dos animais.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 283
Ano: 2015
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Sim. Trabalhos desenvolvidos pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e os proprietários do sítio Valão, em Mar de Espanha, MG, em área de sistema de ILPF, apresentaram produtividade acima de 50 t/ha de milho ensilado no primeiro ano e ao redor de 35 t/ha no quarto ano de cultivo. Essa redução na produtividade de milho é explicada pelo sombreamento provocado pelo crescimento do componente florestal, neste caso o eucalipto. A desrama de galhos e o desbaste periódico de árvores podem diminuir esse efeito negativo da presença das árvores no sistema. A periodicidade e intensidade de desrama e de desbaste ainda merecem pesquisas para ajustamento de manejos dos diferentes componentes do sistema. A experiência, até o momento, indica que entre 4 e 5 anos deve-se realizar o primeiro desbaste em áreas com até 400 árvores por hectare. Em áreas com densidades menores (250 plantas por hectare), o desbaste pode ser realizado em idades mais avançadas (7 a 8 anos).
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 286
Ano: 2015
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Não necessariamente. É possível obter silagem de boa qualidade, desde que tenha atenção com o teor de matéria seca (MS) do material a ser ensilado (igual ou superior a 25%) e que seja feita uma compactação adequada. Em alguns casos, o uso de aditivos como o fubá de milho e a polpa cítrica peletizada pode ser realizado, com o objetivo de elevar os teores de MS e de carboidratos solúveis, melhorando o perfil de fermentação e, consequentemente, a qualidade da silagem. O uso de inoculantes bacterianos, embora de fácil aplicação, tem apresentado resultados inconsistentes na melhoria da qualidade da silagem, e seu uso promove aumento significativo no custo da silagem.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 289
Ano: 2015
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Em sistema de integração de produção animal e vegetal, em que se estabelece em uma mesma área a lavoura (milho, sorgo, soja, feijão, etc.), a pecuária (pastagem e o animal) e a floresta, deve-se ter o cuidado de garantir a cada espécie vegetal a quantidade de nutrientes necessária para o seu pleno crescimento e desenvolvimento.
A amostragem do solo, segundo os princípios estabelecidos nos manuais de recomendação de calagem e adubação da região onde será implantado o sistema de ILPF, é de fundamental importância. Além disso, o encaminhamento da amostra a laboratórios de solos credenciados possibilita a interpretação e a recomendação de corretivos e fertilizantes de forma eficiente para as culturas. Caso seja definido o uso do milho como cultura para a produção de silagem, esta deverá ser utilizada como referência de calagem e adubação de plantio e cobertura. Como a forrageira utilizada para o pastejo será plantada no mesmo dia do milho, a sua necessidade de nutriente será sanada pela adubação de plantio e cobertura do milho. Após a colheita do milho para a silagem (será cortado tanto o milho, quanto a forrageira utilizada), deverá ser realizada uma adubação de cobertura na pastagem, aproximadamente 30 dias após o seu corte junto com o milho para a ensilagem. Nessa adubação de manutenção, será utilizado adubo de cobertura para fornecer 50 kg/ha de nitrogênio. Como é um sistema de ILPF, a correção e adubação tanto orgânica quanto mineral serão feitas de forma convencional, quando for realizado o plantio das mudas do componente arbóreo (seguindo o manual de recomendação para a cultura, baseado no resultado de análise do solo). A adubação do componente florestal deve ser feita seguindo a orientação para a adubação da espécie arbórea selecionada, com o adubo sendo colocado na cova ou no sulco de plantio das árvores.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 291
Ano: 2015
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O comportamento é variável, dependendo da espécie forrageira e do nível de sombreamento. De forma geral, se os fatores água do solo e nutrientes forem satisfatórios, as gramíneas avaliadas em sombreamento intermediário apresentam aumentos relativos nos teores de proteína bruta (PB) na forragem. Entretanto, com leguminosas forrageiras, o efeito do aumento do sombreamento sobre os teores de PB é exatamente o inverso. Há indícios de que o sombreamento afete a fixação do nitrogênio atmosférico, bem como a nodulação, reduzindo a concentração de PB da forragem nas leguminosas. Todavia, para concentrações de fibra e digestibilidade na forragem, os resultados de pesquisa são variáveis e inconclusivos.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 263
Ano: 2015
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Entre as forrageiras gramíneas tropicais perenes, recomenda-se a grama missioneira gigante (Axonopus catharinensis), a braquiária brizanta, o panicum (cvs. Aruana e Mombaça), a pensacola (Paspalum notatum) e a hemártria (Hemarthria altissima cv. Flórida). Entre as leguminosas tropicais, recomenda-se o amendoim forrageiro (Arachis pintoi cvs. Alqueire ou Amarillo). Para todas essas espécies forrageiras, o nível máximo de sombreamento tolerado para um bom crescimento (medido entre 10 e 14 horas) deve ser de 50% em relação ao sol pleno. Entre as forrageiras de inverno, recomenda-se o azevém anual, aveia branca, aveia preta e o capim lanudo (Holcus lanatus). Entre as leguminosas de inverno, sugere-se o uso do cornichão (cv. São Gabriel) e o trevo branco. Resultados científicos obtidos fora do Brasil também sugerem o uso das leguminosas como alfafa (Medicago sativa) e lotus maku (Lotus pedunculatus cv. Maku) e da gramínea perene capim dos pomares (Dactylis glomerata). Para todas essas espécies forrageiras, o nível máximo de sombreamento tolerado para um bom crescimento (medido entre 10 e 14 horas) deve ser de 50% em relação ao pleno sol.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 260
Ano: 2015
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Recomenda-se manejar a pastagem com uma carga animal mais leve do que aquelas adotadas em pastagens abertas, tendo em vista que a quantidade de reservas acumuladas da fotossíntese é menor em ambientes sombreados do que a pleno sol. Isso significa adotar uma oferta de forragem de 12% do peso vivo (oferecer 12 kg de matéria seca para cada 100 kg de peso vivo na área). Portanto, a quantidade de matéria seca da forragem deve ser medida em amostras de área conhecida (por exemplo, cortes em quadros de 50 cm x 50 cm) e convertidas para um hectare. Após, então, calcula-se a quantidade de peso vivo necessário por hectare também. Esse procedimento deve ser repetido mensalmente ou estacionalmente. Caso o produtor ou técnico não disponha de meios para realizar essa medida, sugere-se ajustar a carga animal da área, mantendo uma altura residual da pastagem que cubra a bota, isto é, aproximadamente 20 cm de altura para as espécies forrageiras de inverno e do campo nativo melhorado. Para forrageiras tropicais, o critério de altura do pastejo deve ser observado individualmente por espécie, já que há variação na localização das estruturas de armazenamento de reservas e das gemas de crescimento, responsáveis pelo rebrote da pastagem. Contudo, é fundamental evitar condições de sobrepastejo (excesso de carga animal e baixo resíduo ou altura pós-pastejo) em sistema de IPF, situação comumente observada em propriedades rurais, e que podem facilmente comprometer o rebrote, o crescimento e a persistência de plantas forrageiras que crescem sob condições restritivas de luminosidade.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 267
Ano: 2015
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Em um sistema de IPF, com o desenvolvimento das árvores ao longo do tempo, o sombreamento aumenta, podendo comprometer a produtividade e a persistência da pastagem nas entrelinhas. O primeiro sinal de que a pastagem está se degradando em um sistema de IPF é o amarelecimento das folhas superiores das forrageiras, a diminuição da densidade de plantas forrageiras (número de plantas por m2) em relação à usada na semeadura ou no plantio da área, aumento gradativo da presença de invasoras, ou solo descoberto. Nesse momento, se o motivo da degradação for o excesso de sombreamento (níveis de luminosidade abaixo de 50% em relação ao ambiente fora do sistema), é preciso considerar o ato de desrama (poda dos ramos laterais das árvores) e/ou desbaste (corte de árvores sistemático ou seletivo para diminuir a população de árvores). Nesse caso, recomenda-se a orientação de um engenheiro florestal. Após esse procedimento, será preciso realizar o reestabelecimento das forrageiras com nova realização da calagem, da adubação e da semeadura ou do plantio das forrageiras.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 268
Ano: 2015
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Neste caso, não é recomendado o uso de azevém anual considerando a grande fitotoxidade que essa espécie apresenta, diminuindo consideravelmente sua produção de forragem e de sementes, o que não permite boa ressemeadura natural. Outras espécies que têm o rendimento diminuído, com grande fitotoxidade durante a fase do verão seguinte, são capim sudão e sorgo forrageiro. Espécies de inverno que podem ser usadas são as leguminosas trevo branco, trevo vermelho ou cornichão. As espécies nativas vão retornar formando boas pastagens naturais, mas podem levar de 4 a 5 anos, quando se trabalha com arroz por mais de uma safra em sequência. Quando a cultura do arroz nesses sistemas for de 3 a 4 anos, a pastagem poderá levar de 6 a 8 anos para retornar de forma vigorosa e produtiva.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 272
Ano: 2015
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Na última década, a época de semeadura da soja foi antecipada em um mês, passando a ser realizada em meados de outubro, ou seja, no início da estação chuvosa. Como é necessária a retirada dos animais de 25 a 40 dias antes da semeadura da soja, para que ocorra rebrota e morte do capim, após a dessecação, as pastagens passaram a ser vedadas mais cedo, no início do mês de setembro, época em que ainda há baixa disponibilidade de forragem. Portanto, é necessário fazer adequações para esse período, antecipando a venda de animais, ou prevendo o fornecimento de forragem conservada e/ou ração concentrada. Por outro lado, com a antecipação da semeadura e com o uso de cultivares de soja superprecoces, as áreas de lavoura são liberadas mais cedo para formação da pastagem, e o primeiro pastejo pode ser realizado no final de março a início de abril, no sistema de boi safrinha.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 252
Ano: 2015
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As principais espécies forrageiras de inverno indicadas para comporem sistema de ILP em regiões subtropicais são: aveia preta (Avena strigosa), azevém (Lolium multiflorum), as leguminosas anuais como a ervilhaca (Vicia spp.) e o trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum), e as leguminosas perenes como o trevo branco (Trifolium repens) e cornichão (Lotus corniculatus). Os cereais de inverno de duplo propósito (forragem e grãos) como o trigo (Triticum aestivum), a aveia branca (Avena sativa), o centeio (Secale cereale), o triticale (x Triticosecale) e a cevada (Hordeum vulgare) têm aumentado a participação.
Para o verão, são indicadas as gramíneas forrageiras perenes como as braquiárias, principalmente a brizanta (Urochloa brizantha syn. Brachiaria brizantha cv. Marandú), e os panicuns (Panicum maximum cvs. Aruana e Mombaça). Entre as anuais de verão, são indicadas o milheto (Pennisetum americanum), o capim sudão (Sorghum bicolor ssp. sudanense) e os sorgos forrageiros (Sorghum bicolor).
De maneira geral, são registradas produtividades médias de matéria seca nas espécies de inverno de 4 t/ha a 8 t/ha, e, nas de verão, são comuns registros de 10 t/ha a 15 t/ha, podendo ultrapassar 20 t/ha, em áreas sem restrições hídricas e de fertilidade.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 256
Ano: 2015
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A pastagem de inverno mais utilizada na região subtropical brasileira é composta por aveia preta e azevém (Lolium multiflorum Lam.). Essas forrageiras são estabelecidas no início do outono e, cerca de 60 dias após a semeadura, atingem estatura de 20 cm a 30 cm, com acúmulo de forragem superior a 1.000 kg/ha de matéria seca. Pode-se iniciar o pastejo que, no método de lotação contínua, deve manter o pasto nessa faixa de 20 cm a 30 cm, ajustando-se a carga animal ao longo da estação de crescimento. A adubação deve seguir a indicada baseada em análise de solo e, tampouco, deve ser descuidada a cobertura nitrogenada. Assim, é possível manter carga animal média de 600 kg/ha a 900 kg/ha de peso vivo (2 novilhos/ha a 4 novilhos/ha), com ganho médio diário de 1 kg/animal e 200 kg/ha a 400 kg/ha de ganho de peso.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 257
Ano: 2015
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O impacto do pisoteio por novilhos em pastagens bem manejadas, conforme indicação ocorre na camada superficial do solo, de 0 a 5 cm, com aumento de densidade e diminuição da porosidade. Entretanto, os supostos efeitos negativos desaparecem durante o ciclo da soja, sendo que valores de macroporosidade e densidade de solo na camada superficial retornam à condição inicial. É importante destacar que a produtividade da soja é afetada, minimamente, com a vantagem de aumentar a rentabilidade em razão da receita propiciada pelos bovinos.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 258
Ano: 2015
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Enquanto o nível de sombreamento incidente nas entrelinhas do sistema for inferior a 40%, a produtividade das forrageiras mantém-se próxima da observada em uma pastagem sem árvores, desde que não haja outras limitações para seu crescimento (água, nutrientes, condições físicas do solo, pragas e doenças). Com o desenvolvimento das árvores no sistema, o sombreamento da pastagem na entrelinha tende a aumentar, e a produtividade das forrageiras cair, mesmo com espécies tolerantes, já que sua atividade fotossintética diminui. Por isso, é importante monitorar anualmente o nível de luminosidade sobre a pastagem de um sistema de IPF e, eventualmente, adotar práticas para que a luminosidade se mantenha igual ou superior a 50% comparativamente ao ambiente fora do sistema.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Subtropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 262
Ano: 2015
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Os principais gargalos que se tornam desafios para implementação e adoção em escala das diferentes modalidades e sistemas de integração no Cerrado nordestino são os seguintes: pouca ou nenhuma tradição de muitos produtores de grãos em relação à pecuária; falta de estrutura nas fazendas de grãos para pecuária e de fazendas de pecuária para o cultivo de grãos; falta de qualificação da mão de obra técnica e operacional nas fazendas de pecuária e fazendas agrícolas; assistência técnica ainda pouco capacitada nos três componentes do sistema agrossilvipastoril (ILPF); falta de articulação e organização dos potenciais usuários do sistema de ILPF; pouca articulação e envolvimento dos agentes financeiros oficiais para garantir o financiamento do sistema de ILPF para os produtores, como uma estratégia de produção e não como propostas e projetos nos moldes tradicionais da lavoura, da pecuária e da floresta de forma distintas, não levando em conta que o sistema de ILPF é uma estratégia de produção que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado no tempo e no espaço da fazenda; falta de integração dos produtores de grãos com as cadeias produtivas da pecuária bovina e ovina, de modo que uma se beneficie da outra e juntas possam, por exemplo, planejar a produção de animais jovens para ILPF, a fim de superar a pouca disponibilidade para aquisição de animais de boa genética; falta de integração com o mercado nordestino e nacional de grãos, de carnes e de produtos florestais; e deficiência na logística para a pecuária, o que envolve caminhões de bois e frigoríficos instalados na região produtora em ILP e ILPF.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 201
Ano: 2015
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Nas condições do Cerrado nordestino, dos Cocais e da pré-Amazônia maranhense, os principais arranjos com o componente florestal são o sistema agrossilvipastoril, ou ILPF, na região agrícola produtora de grãos; e o silvipastoril, ou IPF, da região de atividade pecuária. No sistema agrossilvipastoril, o arranjo principal é o do cultivo intercalado da espécie arbórea em faixas com lavouras de grãos e forrageiras, que se restringe aos três primeiros anos de implantação do componente florestal. A partir daí até o sétimo ano, entra o componente pecuário, encerrando-se o tempo do sistema com a colheita do componente florestal destinado ao mercado de carvão vegetal e lenha. No oitavo ano, reinicia-se o mesmo sistema nessa área, e assim por diante. Esse arranjo tem renques com a espécie florestal, em até três fileiras intercaladas com culturas de grãos plantadas em faixas de 14 m ou 28 m, para permitir a operação com máquinas agrícolas, a boa produção agrícola e a pastagem. Nesse arranjo, propõe-se um plano de ocupação de áreas marginais das fazendas em glebas com a espécie arbórea no espaço da área cultivada nas fazendas parceiras, de forma que, a partir no sétimo ano, a primeira gleba possa ser cortada. Daí em diante, todo ano haverá uma gleba fornecendo produtos madeireiros para o mercado, já que o sistema se reinicia em cada gleba que completou o ciclo.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 198
Ano: 2015
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Porque a silvicultura apresenta suas peculiaridades – os investimentos iniciais são altos e o retorno ocorre em longo prazo. Há também as interações com os animais, o que requer proteção adicional nas fases iniciais de desenvolvimento das árvores (elevando os custos). Em relação às lavouras, podem ocorrer efeitos alelopáticos ou competitivos. No entanto, a adoção do componente florestal se destaca pela agregação de valor às áreas e pela reconstrução de reserva legal e conservação de Áreas de Proteção Permanente (APP). Além disso, torna-se considerável poupança, ao longo dos anos, como no caso do plantio de eucaliptos, que permite o primeiro corte aos 7 anos e o segundo aos 14 anos. Além disso, quando a pecuária passa a contar no processo, as árvores fornecem bem-estar e conforto animal, aspectos que, para a produção de carne, atendem aos requisitos das Boas Práticas Agropecuárias (BPA), e trazem como resultado maior produção, produtividade, acesso a mercados diferenciados e agregação de valor aos produtos.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 204
Ano: 2015
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Para o estabelecimento de um sistema produtivo eficiente e sustentável, a sucessão e rotação de culturas são práticas primordiais. Na região norte, as opções adotadas para seguir essas premissas são: sucessão – soja-forrageira (sobressemeadura ou semeadura após a colheita), soja-milho (grão e/ou silagem) + forrageira, soja-sorgo + forrageira, milho (grão ou silagem)-forrageira, arroz-forrageira; e rotação de soja-milho, soja-forrageira e milho-forrageira. As forrageiras predominantemente utilizadas na região são as braquiárias.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 212
Ano: 2015
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Por se tratar de uma época que requer planejamento e estratégias adequadas para o sucesso dos cultivos agrícolas, principalmente pelos riscos climáticos, vários produtores têm adotado o sistema de ILP visando à produção de forragem nessa época, para ensilagem ou pastejo, na entressafra. As opções mais adotadas são: milho consorciado com braquiária; sorgo consorciado com braquiária; milho para silagem; soja sucedida por milho para silagem e forrageira, principalmente, em sucessão à cultura da soja.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 213
Ano: 2015
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A pecuária é a principal e mais expressiva atividade agropecuária da região Norte e explora vastas áreas de pastagens, que, em razão da exploração e do manejo inadequado, grande parte delas apresenta algum grau de degradação (estimativa de 30 milhões de hectares). Isso reflete nas baixas produtividades da atividade na região. Nesse sentido, o uso de sistemas de ILPF é uma excelente alternativa para recuperação dessas áreas degradadas. Além disso, outros fatores poderão catalisar para o aumento da adoção dos sistemas de ILPF: expansão da produção de grãos, área crescente de florestas plantadas, recursos disponíveis na rede bancária e/ou em programas governamentais, promoção do desenvolvimento sustentável, bem como diversificação dos sistemas e recomposição do passivo florestal resultante do desmatamento em áreas de proteção permanente da propriedade ou quando os sistemas são realizados em tamanho superior ao permitido por lei.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 224
Ano: 2015
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Os sistemas de integração possibilitam aos produtores rurais uma oportunidade de recuperação de áreas improdutivas ou de baixa produtividade com retorno do investimento em curto prazo por meio de culturas de ciclo curto, ou seja, com a amortização dos custos de recuperação de pastagens degradadas. Além disso, sistemas de integração com componente florestal favorecem o bem-estar animal e a qualidade dos produtos da pecuária.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 229
Ano: 2015
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O uso de leguminosas herbáceas em consórcio com gramíneas é muito restrito em sistema de ILP, pois essas forrageiras são de lento estabelecimento, e a maioria desses sistemas apresenta ciclos curtos e utiliza gramíneas bastante produtivas, com crescimento agressivo. Entretanto, a opção de uso de uma leguminosa arbustiva na fase de lavoura tem se mostrado interessante. O consórcio simultâneo, na mesma linha, de milho com braquiária e a semeadura defasada de guandu, na entrelinha, tem proporcionado forragem de excelente qualidade nutricional após a colheita de grãos, quando a braquiária e o guandu podem ser pastejados ou colhidos para produção de silagem ou de feno.
Em sistema de ILP menos intensivos, em que a lavoura é utilizada somente na fase inicial do sistema, visando à recuperação da pastagem, após a colheita de grãos, o capim pode ser estabelecido em consórcio com leguminosas herbáceas, como o estilosantes, proporcionando forragem de melhor qualidade. Nesses sistemas, em que a pastagem será utilizada por período mais longo e com manejo adequado, o aporte de nitrogênio, via leguminosa, favorece a produtividade da pastagem e sua longevidade, desde que a proporção da leguminosa na pastagem seja de 30% a 40%.
Em sistema de ILPF com componente florestal, com menor intensificação e que demandam mais tempo para o início da fase pecuária, em decorrência do lento estabelecimento das árvores, o guandu pode ser utilizado após a cultura de grãos, em monocultivo ou em consórcio com braquiária, para produção de forragem para corte, sendo que, nessa fase inicial do sistema, o sombreamento ainda é pequeno e interfere pouco no desempenho das forrageiras. Após o ciclo do guandu, quando já é possível a entrada dos animais no sistema, o capim remanescente do consórcio pode ser utilizado em monocultivo sob pastejo ou ser reintroduzido para posterior pastejo. Em sistemas sombreados, o desempenho produtivo da maioria das leguminosas forrageiras é limitado. Assim, em sistema de ILPF com espaçamentos mais amplos entre renques/fileiras de árvores e com menor sombreamento, pode-se introduzir leguminosas em consórcio com gramíneas para melhorar a qualidade da forragem e proporcionar aporte de nitrogênio ao sistema. Para áreas de Cerrado com solos de textura média a arenosa, a cultivar estilosantes-campo-grande (Stylosanthes spp. cv. Campo Grande) é uma opção. No bioma Amazônia, o amendoim forrageiro (Arachis pintoi) tem se mostrado bastante promissor. Propagado tanto por sementes como por mudas, o amendoim forrageiro seria particularmente vantajoso nas áreas mais sombreadas, ao longo das linhas de plantio das árvores. Por ter crescimento rasteiro, o amendoim forrageiro pouco interfere no desenvolvimento do capim nas áreas com pouca sombra e tende a cobrir as áreas de solo exposto pelo menor desenvolvimento do capim em condições de maior sombreamento.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 243
Ano: 2015
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De fato, com o tempo, o sombreamento aumenta, e os benefícios à pastagem diminuem, e pode até haver diminuição da produção de pastagem. Para resolver esse problema, devem ser realizados desbastes das árvores para aumentar a incidência de luz para o pasto. A experiência até o momento indica que a cada 4 ou 5 anos deve ser realizado um desbaste de 50% das árvores (em áreas com densidades em torno de 400 árvores/ha). Em áreas com densidades menores (250 árvores/ha), os desbastes podem ser realizados entre 7 e 8 anos na mesma proporção.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 288
Ano: 2015
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Como o plantio da forrageira é realizado junto com a semeadura do milho, não há necessidade de considerar o manejo de estabelecimento da pastagem de forma tradicional. Na implantação do sistema de ILPF, a lavoura, no caso o milho, é o foco da produção devido ao ciclo curto; portanto, é necessário garantir a produtividade do milho para a ensilagem, ou mesmo para grãos a serem vendidos ou mesmo para uso na mistura da ração na própria fazenda. É importante salientar que o correto manejo da calagem e da adubação para a cultura do milho já garantirá os nutrientes necessários para o desenvolvimento da forrageira a ser utilizada para o pastejo.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 292
Ano: 2015
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Em relação à correção da acidez do solo, a calagem de uma área a ser utilizada com o sistema de ILPF é feita com base na recomendação para a cultura (utilizada para a produção de grãos ou de silagem) a ser implantada. No caso de sistema cujo objeto principal será a exploração de leite, o milho ou o sorgo para a silagem são as culturas mais indicadas como recurso forrageiro a ser ensilado e utilizado como volumoso e devem ser fornecidos no cocho aos animais na época da seca, quando a escassez de alimentos volumosos se agrava. Dessa forma, a recomendação de calagem para essas culturas atende perfeitamente tanto à pastagem quanto à espécie arbórea.
Capítulo: Estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como Alternativa de Manejo Sustentável para a Produção de Leite
Número da Pergunta: 293
Ano: 2015
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Diversos fatores necessitam ser considerados, entre os quais se destacam:
- Infraestrutura de curral, pastagens, cercas, aguadas e tropa.
- Mercado de insumos e comercialização da produção.
- Recursos financeiros próprios ou acesso ao crédito.
- Domínio de tecnologia de produção em sistema integrado.
- Domínio de tecnologia para a produção da pecuária e floresta.
- Assistência técnica agronômica para as culturas e veterinária para os animais.
- Disponibilidade de arrendamento ou parceria com pecuarista.
- Empresas produtoras de celulose, carvão, entre outros.
Capítulo: Experiências com Pecuária de Corte em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 307
Ano: 2015
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Em sua maioria, são propriedades médias ou grandes com foco na recuperação de pastagens degradadas com baixos índices de produtividade. Em geral, nessas propriedades há acesso a máquinas agrícolas para a produção de grãos, e que também podem ser utilizadas em atividades pecuárias, o que facilita a adoção do sistema integrado. O sistema de ILP é adotado por meio do consórcio (milho + capim) ou da sucessão, com a semeadura de uma cultura de grãos na safra (arroz ou soja) e, em seguida, a semeadura do capim, consorciado ou não com a cultura do milho, para grão e/ou silagem. Em outra situação, produtores de grãos utilizam o estabelecimento de gramíneas na sucessão de lavouras de grão para servir como pasto para engorda de animais, de modo a dispor de uma renda adicional no mesmo ano agrícola.
O componente florestal dos sistemas ILPF e IPF, em sua maioria, é adotado por pequenos e médios produtores, visando ao bem-estar animal e, em alguns casos, grandes produtores objetivam sua exploração comercial.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 208
Ano: 2015
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O arranjo florestal no sistema de ILPF é feito por intercalação da espécie arbórea, que é plantada em renques separados em faixas ou aleias, onde se cultivam lavouras por cerca de 3 anos. Daí até ao final do ciclo da espécie arbórea, a pastagem que será formada no terceiro ano pelo consórcio com milho será utilizada para a pecuária de corte ou leite. Nesse arranjo, o manejo inicia-se com os cuidados na aquisição e no manejo das mudas do viveiro ao plantio, que devem apresentar bom estado sanitário e vigor.
Na área onde serão plantadas as mudas da espécie arbórea, devem ser identificados os formigueiros e cupinzeiros e deve ser aplicado o defensivo de combate. Ao longo do primeiro ano, devem-se fazer vistorias periódicas na área, a fim de verificar a presença ou não de pragas. É importante que, no primeiro ano, a área seja mantida livre de espécies invasoras para que as mudas alcancem o crescimento esperado. Nesse mesmo ano, devem-se realizar as adubações de cobertura. Nos anos seguintes, apenas a realização de roço manual ou mecânico é suficiente para manter o desenvolvimento da espécie arbórea. Caso a finalidade seja também produzir plantas para postes e/ou madeira para serraria, deve-se fazer a desrama no segundo ano até a altura do peito. Esse manejo facilita o melhor desenvolvimento das lavouras e da pastagem por receberem mais irradiação solar. Até o sétimo ano, pode ser feita a retirada total das árvores, se a finalidade for produzir para o mercado de celulose, lenha e/ou carvão vegetal. Se o objetivo for também a produção para o mercado de postes e/ou madeira, até o sétimo ano devem ser retiradas apenas as árvores que não servem para essa finalidade, mantendo apenas aquelas que servirão para o mercado de celulose, lenha e/ou carvão vegetal.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Nordeste
Número da Pergunta: 199
Ano: 2015
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Nas regiões onde a pecuária está estabelecida e os pecuaristas estão buscando melhorias de seus índices produtivos visando à maior eficiência da atividade, em geral, os produtores iniciam o processo com milho ou arroz consorciado com espécies de gramíneas forrageiras (especialmente do gênero braquiária) e aplicam essa prática agropecuária na recuperação de pastagens degradadas, sendo este o maior potencial de adoção de sistemas de integração na região Norte.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 211
Ano: 2015
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Em Rondônia, os índices de produtividade têm sido superiores às médias nacionais. Na safra 2011–2012, foram obtidas produtividades médias de arroz e soja cultivados em sistemas de ILP, em Porto Velho, de 3.429 kg/ha e 3.372 kg/ha respectivamente. Em avaliações do componente florestal em Vilhena, RO, o crescimento do clone GG100 em sistema de ILPF obteve um incremento médio anual (IMA) por árvore de 0,0836 m3/ano. Entretanto, em Paragominas, Pará, esse clone não se desenvolveu satisfatoriamente. Por sua vez, o mogno africano tem apresentado índices surpreendentes de desenvolvimento em todas as unidades experimentais. As espécies castanha-do-brasil e cumaru apresentaram um lento desenvolvimento até os 48 meses, porém, após essa fase, a sombra de sua copa permitiu o ingresso dos animais. As taxas de sobrevivência dessas espécies para o mogno africano foram de 97,57%, do cumaruzeiro foi de 85,42% e da castanheira foi de 96,88%, plantadas em Belterra, Pará. Nas unidades de pesquisas de Pedro Afonso e Gurupi, ambos no Estado do Tocantins, as produtividades da soja precoce têm sido entre 3.560 kg/ha e 3.900 kg/ha. No caso do milho safrinha para Pedro Afonso, tem-se obtido rendimentos de 6.010 kg/ha a 7.800 kg/ha.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 223
Ano: 2015
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As modalidades de sistema de ILP mais comumente adotadas na região Norte são:
- Consórcio de milho (Zea mays) com braquiária (sistema Santa Fé) para renovação de pastagens em áreas predominantemente de pecuária.
- Soja (Glycine max) e/ou arroz (Oryza sativa) como cultura principal e forrageira implantada em sobressemeadura ou após a colheita.
- Soja como cultura principal, milho safrinha consorciado com braquiária em polos sojicultores tradicionais.
Existem também variações em decorrência das peculiaridades de produtores quanto a suas prioridades de produção. Para produtores rurais que têm a pecuária como principal atividade, a utilização do sistema decorre da necessidade de renovação das pastagens. Desse modo, a gramínea forrageira é introduzida no sistema no momento do plantio do milho, podendo, por exemplo, ser misturada ao adubo de base e também inserida no sistema por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura demandada pela cultura do milho. Após a colheita do milho, a pastagem já se encontrará estabelecida.
Outra situação que também acontece no processo de recuperação de pastagens degradadas, com sistemas de ILP, consiste na renovação da pastagem mediante cultivo de grãos (arroz, milho, soja) em sucessão ou rotação por 2 a 4 anos, sendo que no último ano é introduzida a forrageira. Na região Norte, as gramíneas mais utilizadas são as do gênero Urochloa (syn. Brachiaria) e Panicum.
No caso de produtores rurais que priorizam a produção de grãos, a introdução das gramíneas no sistema apresenta um duplo propósito: formação de palhada e produção de forragem. Conforme a situação climática da região, os produtores trabalham com uma safra de grãos e, em seguida, estabelecem a forrageira para produção do chamado boi safrinha, ou seja, engorda de bovinos com uma taxa de lotação reduzida, sendo que a gramínea também servirá de palhada para o plantio direto de grãos na próxima safra. E, em outros casos, em que a distribuição de chuvas permite, tem-se a safra principal e safrinha com grãos e uma terceira safra com a engorda de bovinos.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 206
Ano: 2015
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Embora a diversidade de espécies nativas na Amazônia seja grande, a disponibilidade de conhecimentos silviculturais para exploração delas ainda é restrita. No entanto, algumas vêm sendo estudadas e utilizadas. São elas: bordão de velho (Samanea tubulosa), cedro-doce (Bombacopsis quinata), taxi-branco (Sclerolobium paniculatum), paricá (Schizolobium parahyba), baginha (Stryphnodendron pulcherrimum), mogno (Swietenia macrophylla), mulateiro (Calicophyllum spruceanum), cumaru (Dipteryx odorata), castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), entre outras.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 219
Ano: 2015
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O arranjo espacial do componente florestal dependerá das finalidades propostas para esse componente, podendo ser implantados em:
- Renques: com variações no número de fileiras e no espaçamento entre renques, de acordo com a espécie e o interesse do produtor.
- Bosques: para sombreamento e abrigo dos animais em pasto, facilidade de manejo, visando à exploração comercial e também à recomposição de passivos ambientais.
- Árvores aleatórias: normalmente advindas do aproveitamento de árvores já existentes na área de pasto.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 220
Ano: 2015
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A implantação inicia-se na safra do ano anterior. O produtor deverá seguir as práticas recomendadas para implantação de um sistema de ILP, como: analisar o solo e calcular a necessidade de correção e adubação; adquirir sementes, preparar a área e aplicar calcário; semear as culturas de grãos e forrageiras; após a colheita dos grãos, aguardar período de pousio na área para iniciar o pastejo; introduzir os animais para pastejo no período seco; isolar a área pelo menos 30 dias antes da dessecação; proceder a dessecação e sequência de ações para implantação do SPD. Essa prática está concentrada na sobressemeadura da forrageira no cultivo da soja e o consórcio de milho com braquiária.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 216
Ano: 2015
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O ingresso de animais em áreas de intensa produção agrícola objetiva intensificar o uso da terra. Os animais entram no sistema após a colheita e alimentam-se dos resíduos da cultura e das plantas de cobertura utilizadas. No entanto, é necessário aguardar a recuperação da espécie forrageira destinada à pastagem por um período de 30 a 45 dias. Após esse período, os animais são introduzidos na área para um pastejo leve, dito pastejo de formação, e, finalmente, um período de isolamento da área, deixando-a apta para emprego das mesmas técnicas de manejo recomendadas para pastagens puras (pastejo rotacionado, categorias de animais separadas, etc.).
Outra opção é o cultivo de pastagens em rotação com cultivos de grãos anualmente. Porém, quando o objetivo principal é a pecuária, a lavoura de grãos é utilizada no sistema de ILP para a renovação das pastagens. Em ambos os casos, cuidados devem ser tomados para estabelecer a taxa de lotação animal em função da disponibilidade de forragem e da finalidade da planta forrageira (pastagem ou palhada). Isso significa dizer que a carga animal a ser inserida no sistema não deve ser alta para não comprometer a produtividade da lavoura e para não reduzir excessivamente o nível de matéria seca do material de cobertura destinado à formação da palhada.
Capítulo: Práticas e Manejo de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para a Região Norte
Número da Pergunta: 215
Ano: 2015
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A adubação de forrageiras em sistema de ILP e ILPF segue os mesmos princípios básicos da adubação em monocultivo. A dinâmica do sistema, no entanto, pode torná-la um pouco diferente, pois a fertilidade do solo após cultivos anuais apresenta teores de nutrientes em faixas superiores às que ocorrem em sistemas convencionais.
As recomendações para os sistemas tendem a priorizar os cultivos de maior exigência (cultivos anuais e/ou do componente florestal). Assim, quando da implantação da pastagem, seja ela em consórcio ou em sucessão/rotação aos cultivos anuais, os níveis mínimos necessários podem ter sido superados pela adubação da(s) cultura(s) anterior(es). Geralmente, as plantas forrageiras possuem menor exigência que os cultivos anuais, sendo que a adubação de implantação da forrageira, em sistema de ILP com rotação de culturas, por exemplo, será consequência direta do efeito residual da adubação do cultivo anual anterior. Dessa forma, quando o componente forrageiro é introduzido após ciclos de cultivos com lavouras de grãos, a adubação da forrageira poderá ser minimizada, ou até mesmo dispensada, para a implantação da pastagem. Já para a fase de manutenção da produtividade de pastagens, a tendência também é de se trabalhar com maiores adubações de manutenção da forrageira, porque são sistemas que operam, desde o início, com maiores taxas de lotação do que aqueles convencionais. Para tanto, o monitoramento da fertilidade do solo e a definição da produtividade animal almejada são imprescindíveis para recomendações mais precisas acerca das adubações de manutenção. Em sistema de ILPF, quando o componente arbóreo reduz a incidência de luz para o pasto, não é possível obter elevado grau de intensificação do manejo do pasto, porque o sombreamento e a competição por água e nutrientes podem ser fatores limitantes para obtenção de elevadas produtividades de forragem. Nesse caso, a adubação da pastagem deve ser ajustada à produção animal obtida, o que ainda é objeto de estudos, tendo em vista a pouca experiência com sistemas complexos como o sistema de ILPF. O ajuste das doses de adubo para o pasto pode diminuir os riscos de desperdício. Em condições de sombreamento por árvores, a eficiência da adubação será dependente de sombreamento moderado (normalmente até 200 a 250 árvores por hectare) e doses de adubo também moderadas e ajustadas à produção animal desejada.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 237
Ano: 2015
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As estratégias, combinadas ou não, dependerão da finalidade que cada componente (lavoura, pecuária e floresta) terá no sistema, no tempo e no espaço. Para minimizar o efeito do sombreamento sobre a forrageira, as principais estratégias são:
- Utilizar forrageiras adaptadas à região e que apresentem tolerância ao sombreamento.
- Utilizar espécies/genótipos florestais com copa menor e/ou menos densa.
- Utilizar arranjo de árvores que favoreça a entrada de luz na pastagem.
- Dar preferência à orientação leste-oeste para as fileiras/renques de árvores, no caso de áreas com relevo plano.
- No caso de áreas com relevo em declive, orientar as fileiras/renques de árvores para que sigam paralelamente ao nível do terreno, para promover a conservação do solo; entretanto, nesses casos, a distância entre as fileiras/renques não será uniforme, permitindo-se variações próximas do espaçamento almejado.
- Realizar a desrama das árvores (retirada dos ramos do terço inferior) antes do início do pastejo, para favorecer a entrada de luz e evitar injúrias nas árvores por ação dos animais; as desramas também poderão ser feitas em anos subsequentes, para diminuir o sombreamento na pastagem.
- Realizar o desbaste, que corresponde ao raleamento seletivo ou sistemático das árvores, mediante diminuição do número de renques ou de fileiras de árvores ou ainda do número de árvores dentro da fileira para favorecer a entrada de luz e a produtividade da pastagem; isso também possibilitará antecipar o fluxo de caixa do sistema de produção, com a venda do componente florestal, e melhorar a qualidade madeireira das árvores remanescentes, que serão vendidas por maior valor no futuro.
- Realizar ajustes na taxa de lotação, conforme a produtividade da pastagem e sua capacidade de suporte.
- Realizar adubações de manutenção da pastagem.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 235
Ano: 2015
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Em ambos os sistemas, as pastagens apresentarão o mesmo padrão de declínio na produtividade de forragem que é verificado nos sistemas convencionais (melhores pastos e mais produtivos nos primeiros anos); porém, em sistema de ILP e ILPF, espera-se que a produtividade situe-se num patamar mais elevado e que o declínio seja menos acentuado do que nos sistemas convencionais, com aporte semelhante de insumos. Dentre os sistemas integrados, os pastos de sistema de ILPF tendem a apresentar declínio mais acentuado na produtividade do que em sistema de ILP, por causa do efeito do sombreamento em áreas com maiores densidades de árvores e/ou com menores espaçamentos entre fileiras ou renques de árvores. A redução da produtividade da forrageira dependerá também da forma como será o seu manejo (pastejo e adubação). Ademais, o tempo em que a pastagem terá desempenho satisfatório será função do patamar de produtividade animal planejado, das intervenções na pastagem e da utilização de outras alternativas de uso da terra, como a lavoura e/ou a floresta. Em geral, pastos com até 3 anos de idade são os mais frequentes em sistema de ILP em rotação com lavouras. Caso não recebam adubações de manutenção a partir do segundo ano, pastos formados em consórcio ou em sucessão ao cultivo de grãos apresentarão produtividades satisfatórias e elevadas somente no primeiro ano. Com adubações de manutenção e sem a influência do sombreamento, a produtividade não variará de forma acentuada até que seja completado o ciclo de rotação no sistema planejado. Em sistema de ILPF, estratégias de manejo do componente florestal podem ser utilizadas para minimizar o efeito do sombreamento sobre a produtividade da forrageira. No caso de sistema de ILP baseado no consórcio com culturas anuais, em que o uso da pastagem ocorre somente na entressafra das lavouras, o período de pastejo pode ser ampliado em até 2 meses. Já em sistemas com a semeadura das forrageiras após a colheita da cultura de grãos, a utilização de forrageiras anuais e de rápido estabelecimento, como o milheto e o sorgo pastejo, em monocultivo ou em consórcio com forrageiras perenes, principalmente com braquiárias, pode-se ampliar o período de pastejo em até 45 dias. O período de pastejo também pode ser estendido com a utilização de forrageiras que necessitam de menos tempo entre a aplicação do herbicida e a condição ideal de semeadura para a cultura subsequente, como U. ruziziensis, U. brizantha cv. BRS Paiaguás, além de Panicum maximum cv. Aruana IZ-5 (regiões mais frias) e cv. Massai (regiões mais quentes).
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 238
Ano: 2015
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Sim. A indústria de equipamentos evoluiu bastante para que o consórcio de cultivos anuais com forrageiras possa ser realizado por qualquer produtor ou pecuarista em diferentes escalas. Existem implementos que permitem a prática do consórcio em qualquer situação. Como exemplo, a terceira caixa acoplada às semeadoras-adubadoras permite o consórcio simultâneo de culturas produtoras de grãos e capins na mesma operação, diminuindo os custos de implantação. Para os casos em que o consórcio será feito após o estabelecimento da cultura principal, o adubador de discos é uma boa opção, pois realiza a adubação de cobertura e permite a semeadura do capim nas entrelinhas. Quando não se dispõe do conjunto trator-semeadora (ou trator-distribuidora) ou quando os consórcios a serem estabelecidos já não permitem a entrada de maquinário tratorizado, a indústria disponibiliza equipamentos para sobressemeadura de capins acoplados a tratores ou mesmo a motocicletas que circulam nas entrelinhas das culturas produtoras de grãos com mínimo dano às plantas. Para a agricultura familiar, existem ainda implementos de tração animal, e também a indústria de sementes disponibiliza equipamentos manuais costais que permitem a semeadura dos capins com boa eficiência na distribuição.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 246
Ano: 2015
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Dependerá do ciclo de vida da pastagem no sistema. Forrageiras de ciclo anual, como o milheto e o sorgo pastejo, apresentam um ritmo de crescimento inicial mais rápido do que forrageiras (capins) perenes. Para sistemas em que a pastagem será utilizada somente na entressafra da cultura de grãos, como forragem e palhada, essas forrageiras de ciclo anual podem ser utilizadas, pois têm a capacidade de antecipar e prolongar o período de pastejo, desde que manejadas sob pastejo intermitente, para possibilitar palhada em quantidade suficiente para o plantio direto subsequente. A palhada do milheto e do sorgo pastejo, entretanto, tem degradação mais rápida do que a de capins perenes. Atenção deve ser dada na escolha da cultivar de milheto e de sorgo pastejo a ser utilizada, pois em sistema de ILP mais intensivos com lavouras pode haver problemas fitossanitários, principalmente, com nematoides que afetam as culturas e que utilizam essas forrageiras anuais como hospedeiras; nesses casos, deve-se dar preferência a capins perenes e a leguminosas forrageiras tolerantes para quebrar o ciclo dos patógenos. O milheto e o sorgo pastejo também podem ser utilizados em consórcio com capins perenes, após a colheita da lavoura; assim, essas forrageiras anuais são utilizadas somente na fase inicial da pastagem, permitindo antecipar o primeiro pastejo, enquanto o capim perene ainda se estabelece e será utilizado em fase posterior, possibilitando maior produção de forragem e de palhada.
Capítulo: Desempenho das Forrageiras Tropicais em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Número da Pergunta: 247
Ano: 2015