O componente florestal desempenha um papel crucial no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), contribuindo para a sustentabilidade e a diversificação da produção. Contudo, a presença de desafios fitossanitários, especialmente nas culturas de teca e eucalipto, demanda estratégias específicas para manter a integridade das árvores e sua produtividade.
A teca (Tectona grandis) e o eucalipto (gêneros Eucalyptus e Corymbia ) são opções proeminentes como componente arbóreo na ILPF, contribuindo para a produção de madeira de qualidade e outros produtos.
Nesta seção você vai ver:
- Principais pragas e doenças no eucalipto
- Principais pragas e doenças na teca
Além disso, você vai ver publicações temáticas sobre eucalipto e teca.
Pragas no Eucalipto

Formigas‑cortadeiras
Praga: Formigas‑cortadeiras: Saúvas e Quenquéns (Atta spp.; Acromyrmex spp.)
Características:
Em plantios florestais, os maiores prejuízos ocorrem nos dois primeiros anos de implantação, podendo causar a mortalidade das plantas.
Injúria/Dano:
Desfolha de mudas e plantas adultas.
Controle:
Inspeção prévia de toda a área onde o plantio será implantado, abrangendo também uma faixa de pelo menos 50 m de largura no entorno de toda a área. Definição do método e do tipo de produto químico (formicida) que será utilizado. O método a ser empregado depende da disponibilidade física e material do produtor.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Besouro‑amarelo Coleoptera
Praga: Besouro‑amarelo Coleoptera: Chysomelidae (Costalimaita ferruginea)
Características:
É um inseto polífago, de ampla distribuição geográfica, destaca‑se como uma das principais pragas do eucalipto, seu ataque concentra‑se nos meses de
novembro a janeiro.
Injúria/Dano:
Atacam folhas novas, roem ponteiros e galhos tenros de eucaliptos jovens. Provocam intensos danos através do rendilhamento das folhas.
Controle:
Não há produto químico registrado no Brasil para o controle de Costalimaita no eucalipto. Manter plantas invasoras nas entrelinhas, visando abrigo e proteção aos inimigos naturais. Controle biológico utilizando percevejos das espécies Supputius cincticeps, Tynacantha marginata e Arilus carinatus, bem como as aranhas Misumenops pallens, Peucetia sp. e os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metharizium anisopliae.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Cupins
Praga: Cupins (Coptotermes spp., Heterotermes spp., Anoplotermes spp., Armitermes spp., Cornitermis spp., Neocapritermes spp., Procornitermes spp. e
Syntermes spp.).
Características:
Os cupins ou térmitas atacam madeira morta ou viva, causando danos às florestas em crescimento ou à madeira já processada.
Injúria/Dano:
Descortiçamento de raízes e anelamento do caule de mudas; broqueamento do cerne de árvores.
Controle:
O controle dos cupins, quando necessário, é realizado por inseticidas químicos registrados para a cultura de eucalipto, como os produtos à
base de arbosulfano, de clopirifós, de fipronil ou de imidacloprido.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Lagartas desfolhadoras
Pragas: Lagartas desfolhadoras (Eacles imperialis magnifica (Lepidoptera: Saturniidae), Automeris spp. (Lepidoptera: Hemileucidae), Glena spp. (Lepidoptera: Geometridae), Eupseudosoma aberrans (Lepidoptera: Arctiidae), Sabulodes caberata caberata (Lepidoptera: Geometridae) e Sarcina violascens (Lepidoptera: Lymantriidae))
Características:
São consideradas lagartas desfolhadoras os insetos da ordem Lepidoptera, que em sua fase larval se alimentam de folhas.
Injúria/Dano:
As lagartas comem as folhas, podendo deixar as árvores totalmente desfolhadas. Quando os surtos se repetem, podem paralisar o crescimento das plantas pelas desfolhas sucessivas.
Controle:
Organismos predadores, como hemípteros das famílias Pentatomidae e Reduvidae, além dos pássaros, podem contribuir para a redução da população destas pragas. Dentre os patógenos, o mais utilizado é a bactéria Bacillus thuringiensis (Berliner), que ao ser ingerida pela lagarta provoca a ruptura da parede intestinal, levando‑as à morte. Esta bactéria é vendida comercialmente como Dipel ou Agree.
O controle químico de lagartas desfolhadoras, quando necessário, deve ser realizado através da aplicação de produtos registrados para a cultura de eucalipto, como os produtos à base de deltametrina ou de tebufenozida.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Bicudo do eucalipto
Praga: Gorgulho/bicudo do eucalipto (Gonipterus gibberus; Gonipterus scutelatus)
Características:
É um inseto desfolhador que causa danos durante os estágios larval e adulto, atacando principalmente o terço superior da planta.
Injúria/Dano:
Alimenta‑se de ramos, brotos e folhas, causando redução no crescimento, malformações e eventualmente a morte das plantas hospedeiras.
Controle:
Não há produto químico registrado no Brasil para o controle de Gonipterus no eucalipto. O método biológico, com o uso do parasitoide
de ovos Anaphes nitens, tem se mostrado a melhor alternativa de controle de G. scutellatus. O uso do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana nos adultos da praga também é considerada uma alternativa.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Psilídeos
Praga: Psilídeos (vida livre) (Ctenarytaina spatulata, Ctenarytaina eucalypti e Blastopsylla occidentalis); Psilídeo‑de‑concha (Glycaspis brimblecombei)
Características:
Surtos destes psilídeos têm ocorrido esporadicamente em diferentes regiões do Brasil, em plantios clonais, principalmente aqueles originários do cruzamento entre E. camaldulensis e E. grandis.
Injúria/Dano:
Os psilídeos de vida livre causam deformação e encarquilhamento das folhas, brotações e partes apicais, com a diminuição da área foliar, superbrotamento e perda geral do vigor das plantas. Já o psilídeo‑de‑concha ataca as folhas em diferentes idades, presença de fumagina, causando desfolha e perda de produtividade, e em altas infestações pode levar à morte das plantas.
Controle:
O controle deve ser feito a partir da implementação de um programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP). O monitoramento da praga e dos inimigos naturais deve ser realizado através da observação, coleta manual e uso de armadilhas amarelas adesivas. É recomendada vistoria em todas as áreas florestais, principalmente em plantios com idade de até 2 anos para os psilídeos das ponteiras, e em todo o ciclo da cultura para o psilídeo‑de‑concha. No Brasil, foram observados como inimigos naturais potenciais de C. spatulata insetos das famílias Syrphidae e Dolichopodidae (Diptera), Chrysopidae (Neuroptera), Coccinellidae (Coleoptera), além de aranhas e do fungo Verticilium lecanii. Insetos predadores como joaninhas e sirfídeos contribuem para o controle dos psilídeos. Para que o controle seja efetivo, deve‑se manter uma vegetação secundária no plantio, possibilitando a existência destes
inimigos naturais. O controle químico não é recomendado. Produtos químicos sistêmicos, além de não serem eficientes, são muito caros. Os insetos possuem várias gerações ao ano e se dispersam facilmente e a longas distâncias. Com isto, as reinfestações são muito rápidas, o que exigiria um grande número de aplicações por ano.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Percevejo‑bronzeado (Thaumastocoris peregrinus)
Praga: Percevejo‑bronzeado (Thaumastocoris peregrinus)
Características:
Aparentemente há preferência por folhas maduras (terço inferior e médio da copa).
Injúria/Dano:
Prateamento das folhas, clorose, bronzeamento e secamento das folhas; desfolhamento.
Controle:
Possibilidade de importação de inimigos naturais:
‑ Candidato: Cleruchoides noackae (Hymenoptera: Mymaridae), parasitoide de ovos.
- Controle curativo com aplicação de inseticidas sistêmicos e/ou comfungos entomopatogênicos.
- O controle químico de percevejo‑bronzeado, quando necessário, deve ser realizado através da aplicação de produtos registrados para a cultura
de eucalipto, como os produtos à base de acetamiprido ou de bifentrina.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Vespa‑da‑galha (Leptocybe invasa)
Praga: Vespa‑da‑galha (Leptocybe invasa)
Características:
Os ovos são inseridos no interior de folhas, pecíolos e em hastes novas de mudas e árvores, resultando na formação de galhas nas quais as larvas se desenvolvem após a eclosão dos ovos. Enquanto os insetos adultos são vistos próximos às brotações novas. As infestações são observadas durante todo o ano.
Injúria/Dano:
Presença de galhas na nervura central de folhas, pecíolo e haste de plantas jovens e adultas. Os danos ocorrem quando há alta densidade de galhas, que causam deformação de folhas novas, comprometendo o desenvolvimento das plantas e a produção. Em árvores adultas, as galhas causam superbrotação, perda de crescimento e vigor, desfolhamento e secamento de ponteiros, podendo causar até a morte das árvores.
Controle:
O controle químico da vespa‑da‑galha, quando necessário, deve ser realizado através da aplicação de produtos registrados para a cultura de eucalipto, como os produtos à base de bifentrina, de carbosulfano, de cipermetrina, de imidacloprido, de fipronil ou de tiametoxam.
Realizar o monitoramento através do uso de armadilhas adesivas amarelas para capturar os adultos.
Vistoria no campo para observar presença de galhas em materialprovavelmente suscetível.
Corte e queima de todo material vegetal com indícios de presença da praga. Esse procedimento visa tentar erradicar a praga da área. Caso as
brotações apresentem galhas, deve ser novamente cortado e queimado. Recomenda‑se levantamento detalhado de todos os talhões plantados
com clones híbridos com E. camaldulensis.
Fonte: Santarosa, Penteado e Goulart (2014) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).
Doenças no Eucalipto

Murcha‑de-ceratocystis (Ceratocystis fimbriata)
Doença: Murcha‑de-ceratocystis (Ceratocystis fimbriata)
Características: Pode ser disseminado por mudas infectadas; Solo infestado; Equipamentos de corte infestados; Contato de raízes entre plantas e com solo contaminado; Insetos vetores (escolitídeos).
Sintomas - Ação: Morte de ponteiros, cancros, descoloração do lenho e murcha vascular; mortalidade de plantas no sentido da linha de plantio; presença de descoloração radial no tronco. Posteriormente, observa‑se o aparecimento de sintomas de cancro, “die‑back”, murcha permanente e morte da planta.
Controle:
Não há método de controle específico, recomendando‑se a erradicação das árvores infectadas e a reforma do povoamento com outros materiais genéticos resistentes; fazer a colheita, bem como todos os tratos culturais, primeiramente em áreas livres da doença e, somente depois, nas áreas sabidamente contaminadas; realizar a desinfestação de ferramentas e equipamentos após a utilização destes; eliminar qualquer fonte de material
propagativo infectado.
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Murcha‑de-ralstonia (Ralstonia solanacearum)
Doença: Murcha‑deralstonia (Ralstonia solanacearum)
Características:
Plantações de eucalipto são mais suscetíveis à murcha‑de‑ralstonia nos primeiros dois anos de idade. No passado, a incidência da doença no campo era observada principalmente nos plantios de eucalipto realizados em áreas recém‑desmatadas. Entretanto, com a mudança do sistema de produção de mudas, a doença tem sido observada independentemente do cultivo anterior, sendo em muitos casos disseminada via mudas contaminadas.
Sintomas-ação:
A doença caracteriza‑se por bronzeamento, murcha, necrose foliar, desfolha basal ascendente, escurecimento interno do lenho e morte da planta,
geralmente a partir do quarto mês após o plantio.
Controle:
A utilização de materiais resistentes é a única alternativa para o controle da doença, embora a maioria dos clones testados seja suscetível à doença.
Plantar mudas com sistema radicular bem formado, atentando na hora do plantio para não haver o afogamento do colo das plantas e o dobramento das raízes.
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Cancro (Cryphonectria cubensis)
Doença: Cancro (Cryphonectria cubensis)
Características:
Geralmente ocorre em regiões tropicais e subtropicais, com temperatura maior que 23 ºC e precipitação anual maior ou igual a 1.200 mm.
Sintomas - Ação:
Os principais danos são a morte de árvores jovens, a formação de cancro e suas consequências (deformação do tronco, quebra do fuste, produção de pigmentos na celulose, diminuição do poder calorífico da madeira atacada) e efeitos danosos na brotação (menor ou nenhuma rebrota).
Controle:
Evitar plantios de espécies suscetíveis à doença. Recomenda‑se a utilização do maior número de clones possíveis nas plantações clonais, evitando base genética estreita.
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Ferrugem do eucalipto (Puccinia psidii)
Doença: Ferrugem do eucalipto (Puccinia psidii)
Características:
Ocorrem em locais com umidade elevada e temperaturas baixas ou moderadas. Esporos de ferrugem são facilmente dispersos pelo vento, e as condições ideias para infecção incluem temperaturas entre 18‑25 °C e períodos de molhamento foliar superiores a 6 h por 5‑7 dias consecutivos. Raramente mata as plantas, exceto quando ataca com severidade brotações novas após o corte raso. Há relatos de perdas de até para 40% em volume de madeira, quando plantios jovens são infectados pelo patógeno.
Sintomas - Ação:
A doença caracteriza‑se pela abundante esporulação pulverulenta de coloração amarela em folhas jovens e brotações. Dependendo da intensidade da doença, pode causar deformações, hipertrofias, minicancros e morte dos tecidos infectados. Sob condições de ambiente favorável, P. psidii infecta órgãos tenros da parte aérea de mudas em viveiros e plantas jovens no campo, cerca de 3‑4 m de altura.
Controle:
Evitar plantios de espécies suscetíveis à doença. Algumas espécies como Corymbia citriodora, C. torelliana, Eucalyptus camaldulensis, E. pellita, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla são consideradas importantes fontes de resistência. Seleção de espécies, procedências de clones ausentes de doença e que precocemente atinjam o crescimento em altura e desrama natural nos dois primeiros anos de vida. Pulverizações semanais com fungicidas. O controle químico da ferrugem do eucalipto, quando necessário, deve ser realizado através da aplicação de produtos registrados para a cultura de eucalipto, como os produtos à base de azoxistrobina, de difenoconazol, de metconazol ou de tebuconazol.
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Mancha‑decylindrocladium
Doença: Mancha‑decylindrocladium (Cylindrocladium candelabrum, C. ilicicola, C. parasiticum, C. pteridis e C. quinqueseptatum)
Características:
As manchas associadas a Cylindrocladium spp. têm forma, tamanho e coloração variáveis. Ocorre principalmente em regiões de clima quente e úmido, favoráveis à infecção. A intensa desfolha induzida pela doença reduz o crescimento e a produtividade de clones altamente suscetíveis plantados em regiões favoráveis à infecção.
Sintomas - Ação:
Os sintomas iniciam‑se com pequenas manchas arredondadas ou alongadas de coloração cinza‑claro progredindo para marrom‑claro, distribuídas aleatoriamente no limbo foliar do hospedeiro, sendo ou não circundadas por um halo de coloração arroxeado; com a evolução da doença, as lesões podem ocupar todo o limbo foliar induzindo a queda prematura das folhas. A doença progride na planta ascendentemente, ou seja, os
sintomas iniciam‑se nas folhas mais velhas (no terço basal da copa da planta), mas com a evolução da doença pode atingir as porções mais jovens do terço apical.
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Murcha‑deerwinia (Erwinia psidii)
Doença: Murcha‑deerwinia (Erwinia psidii)
Características:
A doença parece estar restrita a plantas nos primeiros dois anos de idade, particularmente em tecidos jovens e em expansão.
Sintomas - Ação:
Inicialmente são observadas lesões do tipo anasarca na base de algumas folhas. Posteriormente, as lesões progridem e evoluem para necrose da nervura principal e secundárias. Com a evolução da doença, pode ocorrer morte do ponteiro, e nos clones mais suscetíveis todo o terço apical torna‑se necrosado. Em pecíolos e ramos, observa‑se escurecimento dos tecidos, podendo levar ao desenvolvimento de minicancros. Em determinados clones, em condições de campo, pode ocorrer a murcha de toda a árvore. No lenho pode observar‑se necrose e exsudação de pus.
Controle:
Plantar mudas sadias, procedentes de viveiros estabelecidos sob estrito controle da doença. Observações de campo têm demonstrado variabilidade entre clones e espécies de eucalipto quanto à incidência da doença. Todavia, resultados de inoculações artificiais sob condições controladas têm revelado uma baixa frequência de plantas resistentes, o que pode constituir um fator limitante para a seleção de plantas resistentes para plantio comercial.
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).

Seca de ponteiros laterais
Doença: Seca de ponteiros laterais (Pseudoplagiostoma eucalypti)
Características:
Registrada em diferentes estados e com distintas denominações em decorrência de um ou mais sintomas adicionais, a depender das condições ambientais do local. Assim, em eventos florestais, estando ou não relacionados à sanidade florestal. Na idade fenológica de dois a quatro meses, surgem os primeiros sintomas da doença no tecido juvenil de ramos e galhos.
Sintomas - Ação:
A morte de tecidos vasculares com a interrupção do fluxo de seiva e fotoassimilados pelo floema desencadeia o quadro sintomatológico de seca de ponteiros, que, inicialmente, são folhas murchas de coloração palha, culminando na seca total dos ramos afetados e quebra no ponto de infecção. Em materiais genéticos altamente suscetíveis, ocorre também seca do ponteiro apical e morte de plantas, causando elevado impacto econômico, seja pela perda de dominância e consequente redução de crescimento, seja pela necessidade de reforma do plantio.
Controle:
Controle genético mediante a seleção de clones resistentes. Plantio em microrregiões (escape pelo local) desfavoráveis ao patógeno. Plantar em época do ano desfavorável ao crescimento do patógeno (assincronia fenológica).
Fonte: Ferreira e Milani (2002) e AGROFIT - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (2021).
Doenças abióticas na teca

Desiquilíbrio nutricional
Doença: Desequilíbrio nutricional
Características:
O acompanhamento e a correção adequada dos teores de macro e micronutrientes nos tecidos foliares são fundamentais para que a planta expresse todo o seu potencial genético de crescimento e de produção.
Sintomas - Ação:
Em mudas de teca é comum observar a clorose internerval pela deficiência de ferro e a presença de lesões necróticas internervurais, com queima do ponteiro, quando há deficiência de múltiplos nutrientes, incluindo deficiência de potássio. Assim, análises químicas sempre devem ser realizadas para confirmação do diagnóstico. A avaliação não deve ser baseada apenas em sintomas visuais, pois podem apresentar deficiência de múltiplos nutrientes, dificultando o diagnóstico. Além disso, quando ocorre a manifestação dos sintomas, o crescimento e a produção já foram comprometidos.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Fitotoxicidade
Doença: Fitotoxicidade
Características:
A fitotoxicidade ocorre devido à aplicação excessiva de fertilizantes e de pesticidas, sendo que os sintomas variam de acordo com a substância, a idade da planta e a concentração do produto aplicado de forma inadequada. Em geral, os sintomas são observados poucas horas após a aplicação. Quando o modo de ação do produto aplicado é por contato, as plantas apresentam sintomas de queima e encarquilhamento foliar, como pode ser observado nas mudas que sofreram com deriva de um pesticida no viveiro. Os sintomas observados, quando o modo de ação do produto é sistêmico,
podem ser semelhantes aqueles causados por deficiência nutricional, como clorose, deformação foliar, seca de ponteiros, superbrotamento e redução no desenvolvimento da planta.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Descargas atmosféricas (raios)
Doença: Descargas atmosféricas (raios)
Características:
As árvores são frequentemente afetadas pelas descargas atmosféricas (raios). Os danos nas plantas dependem da intensidade da descarga elétrica. Em teca, é comum observar reboleira de árvores com fissuras longitudinais ao longo do tronco e plantas mortas. As ocorrências de mortes de plantas causadas por raios são mais comuns em regiões de relevo plano.
Fonte: Alfenas et al. (2023)

Quebra pelo vento
Doença: Quebra pelo vento
Característica:
Inicialmente é observada a inclinação da copa das árvores, causando a sua quebra e, ou trincamento de partes do fuste, devido à tração exercida pela força do vento. Em geral, ocorre em plantios jovens, com até três anos de idade, que tiveram grande parte da copa da árvore retirada pela operação de desrama. A quebra pelo vento pode afetar mais de 60% das árvores em locais sujeitos à ocorrência de vendavais associados às tempestades (Miranda, 2013).
Sintoma-Ação:
Observações de campo indicam que é possível encontrar genótipos mais resistentes à ação do vento.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Hipoxia do sistema radicular
Doença: Hipoxia do sistema radicular
Característica:
A principal causa da hipoxia radicular é o acúmulo de água no solo que reduz a disponibilidade de oxigênio para as raízes. Ocorre principalmente em solos com drenagem deficiente ou com afloramento do lençol freático.
Sintomas-Ação
Os sintomas iniciais da doença são amarelecimento e arroxeamento da copa com folhas menores que as normais e seca do ponteiro principal, progredindo para uma seca generalizada. Em geral, as plantas apresentam crescimento reduzido e sistema radicular superficial. Em plantios jovens é comum observar estagnação do crescimento, presença de folhas amareladas, necrose de tecido radicular com odor desagradável e consequente morte da planta. Em geral, são encontrados fungos e bactérias oportunistas, devido ao estado debilitado das plantas.
Fonte: Alfenas et al. (2023).
Doenças bióticas na teca

Podridões radiculares
Doença: Podridões radiculares
Características:
As podridões radiculares são doenças causadas por patógenos habitantes do solo e que danificam ou levam à decomposição do sistema radicular de uma planta. Em teca, há relatos de dois fungos, Rigidoporus lignosus (Klotzsch) Imazeki e Phellinus noxius (Corner) G. Cunn, associados à podridão radicular.
Sintoma-Ação:
É uma doença muito severa e, pelo fato de os sintomas iniciais ocorrerem abaixo do nível do solo, sua detecção no estágio inicial é muito difícil. Após o fungo colonizar os tecidos da planta e entrar na fase de reprodução, é possível observar a presença de esporulação cinza-escura na base da árvore doente e, quando se faz o abate da árvore, verifica-se a degradação da região do câmbio vascular, provavelmente pela ação de enzimas hidrolíticas do fungo.
Controle:
São poucos os estudos sobre a forma de controle da doença, mas observações de campo indicam a existência de variabilidade para resistência, portanto o plantio de genótipos resistentes pode constituir um método eficiente de controle da doença. No entanto, efetuar o plantio em solos bem drenados, fazer subsolagem a, pelo menos, 60 cm de profundidade e realizar adubação de plantio e de cobertura podem minimizar as chances de infecção.
Fonte: Alfenas et al. (2023)

Murcha-de-ralstonia (Ralstonia solanacearum)
Doença: Murcha-de-ralstonia (Ralstonia solanacearum)
Características:
Causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, ainda não foi relatada oficialmente no Brasil, mas sua ocorrência já foi confirmada no México, a partir de mudas importadas da Costa Rica e, também, na Malásia.
Sintoma-Ação:
Essa doença ocorre tanto em campo quanto em viveiro. Em viveiro, ocorre em minijardim clonal e os principais sintomas são: necrose foliar, escurecimento do lenho e murcha da planta. No campo, a doença se caracteriza por apresentar murcha, necrose foliar, escurecimento interno do lenho e morte da planta e, geralmente, está associada ao excesso de umidade no solo. A exsudação macroscópica de pus bacteriano é o principal sinal e a confirmação dessa doença no campo pode ser realizada pelo teste de “Pocket”, específico para R. solanacearum. Embora seja uma bactéria de solo, a sua principal forma de disseminação é via plantio de mudas com infecção latente. Portanto, são fundamentais as realizações de vistorias periódicas no viveiro, a fim de evitar a sua disseminação por mudas infectadas.
Controle:
Em caso do estabelecimento da bactéria em solo no campo, a utilização de materiais resistentes é a única alternativa para o controle da doença. Para o controle da doença em viveiro, deve-se erradicar qualquer fonte de inóculo do patógeno, principalmente na água de irrigação e na areia do canaletão.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Murcha-de-ceratocystis (Ceratocystis fimbriata)
Doença: Murcha-de-ceratocystis (Ceratocystis fimbriata)
Características:
A murcha é causada pelo fungo Ceratocystis fimbriata, que tem ampla distribuição geográfica e gama de hospedeiros, sendo um dos principais patógenos em espécies florestais na atualidade.
Sintoma-Ação:
Os primeiros sintomas da doença são: o amarelecimento e, às vezes, a redução do tamanho das folhas, o trincamento da casca e a presença de brotações epicórmicas ao longo do tronco. Com o progresso da doença, observa-se: a murcha e a queda das folhas, a gomose e o escurecimento do lenho. O sintoma mais característico da doença e que ajuda no diagnóstico é a presença de lesões escuras e descontínuas no sentido do raio, em cortes longitudinais do lenho e, em cortes transversais, observa-se escurecimento radial da região do xilema para o floema, em plantas mais
jovens, e manchas escuras, descontínuas, de coloração cinza-azulado, com maior intensidade no alburno, em plantas mais velhas. Nas plantas sadias, observa-se madeira de excelente qualidade, sem a presença de mancha na madeira.
Fonte: Alfenas et al. (2023).
Doenças de parte aérea da teca: folhas e caules

Mancha bacteriana
Doença: Mancha bacteriana
Características:
A mancha bacteriana causada por Xanthomonas axonopodis ocorre, principalmente, em mudas e em plantas jovens no campo, especialmente em época chuvosa, pois a presença de água livre favorece a movimentação e a penetração da bactéria nos tecidos da planta.
Sintoma-Ação:
Os sintomas característicos da doença são manchas angulares do tipo anasarca entre as nervuras, mas, com o passar do tempo, tornam-se necróticas e de coloração marrom. A doença pode ainda provocar outros sintomas como: necrose em pecíolos e ramos, perfurações nos pontos lesionados com maior incidência de lesões na nervura principal e nas margens da folha. As folhas completamente expandidas são as mais suscetíveis à bacteriose foliar. A presença da bactéria nos tecidos lesionados é confirmada mediante teste de exsudação microscópica que, em caso positivo, será visualizado um fluxo bacteriano saindo do tecido.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Mancha foliar e podridão de estacas
Doença: Mancha foliar e podridão de estacas
Características:
A mancha foliar e a podridão de estacas causadas pelo fungo Paramyrothecium roridum (Tode) L. Lombard & Crous (=Myrothecium roridum) são encontradas com maior incidência em viveiros.
Sintoma-Ação:
O patógeno provoca manchas foliares arredondadas de coloração cinza, com anéis concêntricos e bordas arroxeadas e pode provocar o anelamento e a necrose do coleto nas estacas, provocando a sua morte. Nos tecidos infectados, pode-se observar as estruturas reprodutivas do fungo, as quais são esporodóquios de coloração preta circundados por hifas de coloração branca.
Controle:
Infelizmente, até o presente não há estudos sobre as técnicas de manejo para prevenir ou controlar a doença. Mas, assim como ocorre para a cultura do eucalipto, o manejo integrado, que se baseia no emprego de medidas que visam, em primeiro lugar, erradicar as fontes de inóculo, reduzir as condições favoráveis à infecção e favorecer o crescimento das mudas, são fundamentais para minimizar as perdas.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Cancro da teca
Doença: Cancro da teca
Características:
O cancro da teca é causado pelo fungo Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl. Foi relatado no Brasil, pela primeira vez, em 2015.
Sintoma-Ação:
Os sintomas da doença são: o desprendimento e a fissura da casca, cancro ou minicancro no fuste da planta, o escurecimento e a morte dos tecidos da periderme e floema e, geralmente, com presença de gomose. Pouco se conhece sobre o real impacto dessa doença e sobre as condições favoráveis para a sua ocorrência, mas certamente as operações de desrama podem constituir portas de entradas para o patógeno, especialmente quando a operação é realizada em períodos de chuva.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Mancha foliar e seca de ponteiros de phomopsis
Doença: Mancha foliar e seca de ponteiros de phomopsis
Características:
É uma doença que incide tanto no viveiro quanto em plantas no campo. Essa doença é comumente observada no campo, em árvores jovens, com idade entre 6-24 meses.
Sintoma-Ação:
O principal sintoma da doença é a seca dos brotos dos ramos laterais e do meristema apical, podendo causar a seca de toda a planta. Nos tecidos infectados, observam-se lesões necróticas com aspecto de queima, trincamento da casca, minicancros e presença de picnídios de coloração escura. Nas folhas, são formadas pequenas lesões de coloração marrom, inicialmente circulares, mas que evoluem e podem ocupar grande parte do limbo foliar.
Controle:
Não há estudos sobre as condições favoráveis para a ocorrência da doença, mas parece estar associada ao desequilíbrio nutricional, especialmente pela deficiência de cálcio e boro.
Fonte: Alfenas et al. (2023).

Ferrugem
Doença: Ferrugem
Características:
É uma doença que incide tanto no viveiro quanto em plantas no campo.
Sintoma-Ação:
Os primeiros sintomas são observados em folhas expandidas e maduras, surgindo como pequenas lesões cloróticas, com presença de pústulas amareladas à alaranjadas, devido à intensa produção de urediniósporos na face abaxial das folhas. Com o progresso da doença, observam-se lesões angulares de tonalidade marrom à cinza na face adaxial das folhas. Essas lesões podem coalescer e atingir todo o limbo foliar, deixando as folhas com um aspecto de queima. Em genótipos altamente suscetíveis, é comum ocorrer intensa desfolha. No campo, a doença pode ocorrer tanto em plantas jovens, quanto em plantas adultas, sendo que a desfolha prematura da planta reduz o incremento volumétrico.
Controle:
A melhor e mais eficiente forma de controle da ferrugem é o plantio de genótipos resistentes. Recentes estudos e observações de campo indicam a existência de variabilidade para resistência, o que permite a seleção e o plantio de clones resistentes. O controle químico pode ser uma alternativa viável, especialmente em condições de viveiro. No entanto, não há fungicidas registrados para a recomendação de controle da ferrugem da teca no Brasil.
Fonte: Alfenas et al. (2023).
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